Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (1981), Campeão da Copa Libertadores da América (1981), Tricampeão Brasileiro (1980, 1982 e 1983) e Campeão Carioca (1981).
Time base: Raul; Leandro, Marinho (Figueiredo), Mozer (Rondinelli) e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnicos: Cláudio Coutinho (1980-1981), Paulo César Carpegiani (1981-1983) e Carlos Alberto Torres (1983).
“Seleção vestida de rubro-negro”
Por Guilherme Diniz
Quando se discute qual foi o melhor time brasileiro depois do Santos de Pelé, a briga é praticamente bipolarizada entre o São Paulo de Telê e o Flamengo de Zico. Porém, quando analisamos jogador por jogador e camisa 10 por camisa 10, aí não tem jeito: a vitória é do Flamengo. O esquadrão que o clube da Gávea conseguiu formar no início da década de 1980 foi o mais brilhante que o futebol brasileiro já viu desde então. Laterais maravilhosos que marcavam e apoiavam o ataque com uma precisão que não se via desde os tempos de Carlos Alberto e Nilton Santos (Leandro e Júnior), um meio de campo absurdamente técnico, veloz e goleador (Adílio e Andrade), e um ataque dos sonhos, com um centroavante nato e especialista em decisões (Nunes), pontas rápidos e fatais com a bola nos pés (Tita e Lico) e um camisa 10 que nasceu para jogar no Flamengo: Zico. Ah, não podemos esquecer a zaga paredão formada por Marinho e Mozer, além do veteraníssimo e sempre ótimo goleiro Raul Plassmann.
No banco, a genialidade de Cláudio Coutinho, e, posteriormente, a serenidade de Carpegiani. Pronto. Esse era o Flamengo dos sonhos que ganhou os principais títulos da história centenária do clube: a Libertadores e o Mundial, em 1981, com direito a um vareio histórico contra o Liverpool (ING). Um time fantástico, que fez o Flamengo se consolidar como dono da maior torcida do Brasil e ficar marcado na história como o melhor que o clube conseguiu formar em todos os tempos. É hora de recordar as façanhas de uma turma que colocava, fácil, fácil, mais de 130 mil pessoas no Maracanã quase todo fim de semana.
Espinha dorsal campeã
No final da década de 1970, o Flamengo já começava a brilhar com jovens talentos, em especial o franzino Zico, ao conquistar seu terceiro tricampeonato estadual da história. Com Leandro, Andrade, Júnior, Adílio, Zico e Tita, todos formados na base rubro-negra, o time estava pronto para começar uma década de ouro.
A primeira grande conquista
O Flamengo colocou a disputa do Campeonato Brasileiro de 1980 como a principal da temporada. O time se preparou como nunca e fez uma boa primeira fase, com apenas uma derrota. Nas fases seguintes, o time caminhou a passos largos, sem perder, até as semifinais. O adversário era o Coritiba, e o time carioca venceu o primeiro jogo por 2 a 0 e o segundo por 4 a 3, assegurando vaga na decisão. Nela, o adversário seria uma seleção: o Atlético-MG de Luisinho, João Leite, Osmar, Toninho Cerezo, Palhinha, Reinaldo e Éder.
A maior decisão de todas
O choque entre Atlético-MG e Flamengo é considerado até hoje como a melhor final de Campeonato Brasileiro de todos os tempos, tamanha a disputa e qualidade dos dois times. No primeiro jogo, no Mineirão, o Galo venceu por 1 a 0, gol do artilheiro Reinaldo. Na volta, no Maracanã com mais de 150 mil pessoas, uma partida tensa, provocante e muito disputada. Nunes abriu o placar para o Flamengo aos 7 minutos, mas Reinaldo empatou logo em seguida. Zico deixou o rubro-negro em vantagem no final do primeiro tempo, mas Reinaldo empatou de novo aos 66´. Porém, a desastrosa arbitragem de José de Assis Aragão acabou por determinar o resultado ao expulsar Reinaldo erroneamente.
Sem o seu principal jogador, o Galo foi presa fácil para o Flamengo, que marcou o terceiro, com Nunes, decretando o primeiro título nacional para o rubro-negro, que tinha melhor campanha, por isso, mesmo com a igualdade na soma dos resultados, o caneco ficou com Zico e Cia. Era a primeira grande conquista daquela geração e o passaporte para o Flamengo disputar pela primeira vez em sua história a Copa Libertadores da América, em 1981. Leia mais sobre aquele jogaço clicando aqui.
O árduo caminho da América
Quis o destino que Flamengo e Atlético-MG se reencontrassem na Libertadores, na fase de grupos da competição, em 1981. A igualdade entre ambos foi tanta que empataram em 2 a 2 os dois jogos que realizaram. O rubro-negro empatou outros dois jogos e venceu dois, ficando com o mesmo número de pontos que o Galo. Para desempatar e decidir quem iria para a semifinais de grupos, ambos se enfrentaram no Serra Dourada, em Goiânia, e houve novo empate (0 a 0), porém, o time carioca foi declarado vencedor, já que o Atlético-MG teve 5 jogadores expulsos. As semifinais da competição na época eram em formato de dois grupos de três times cada, com o melhor de cada grupo avançando até a final. O Flamengo enfrentou o Deportivo Cali (COL) e o Jorge Wilstermann (BOL). E foi bem fácil: quatro vitórias em quatro jogos, e passaporte para a final, contra os chilenos do Cobreloa.
Guerra pelo título
A seleção rubro-negra encarou a catimba chilena na decisão de sua primeira Libertadores. No duelo de ida, o Flamengo venceu por 2 a 1 (dois gols de Zico) e foi até Santiago enfrentar os mais de 60 mil torcedores no Estádio Nacional – que ainda carregava o peso de seus tempos de campo de concentração – e a pressão do governo ditatorial de Pinochet, que dizia que o Cobreloa era a “pátria chilena de chuteiras”. Os donos da casa venceram por 1 a 0 e bateram sem dó nos brasileiros graças à arbitragem conivente, que nada fez para coibir as agressões desferidas por Mario Soto, capitão do Cobreloa, que entrou munido de uma pedra e deixou marcas em Adílio (teve um corte no supercílio), Lico (teve a orelha cortada) e Tita (foi atingido no olho).
“A gente não sabe até hoje se foi uma pedra ou um anel, mas era com certeza um objeto cortante. Talvez uma lâmina de barbear. […] Quando o juiz chegou perto, ele já não tinha mais nada na mão. E o árbitro mandava o lance seguir”, comentou o lateral-esquerdo Júnior, um dos craques daquela equipe, ao portal Terra em fevereiro de 2009.
Foi a única derrota da equipe na competição. Como não havia critério de desempate para gol fora, uma nova partida foi marcada, em Montevidéu, no Uruguai.
Melhor da América
Para a partida desempate, em Montevidéu, que aconteceu apenas três dias depois, o Flamengo estava irado. Os rubro-negros queriam a revanche na bola e na raça. Com isso, Carpegiani armou seu time pra frente, deslocou Leandro para o meio e fez um acordo com os jogadores. Quando a partida estivesse garantida – eles sabiam que eram muito melhores que o Cobreloa – haveria a desforra para revidar a selvageria dos chilenos. Quando a bola rolou, o Flamengo se impôs, controlou as ações e abriu o placar com Zico, no primeiro tempo, aproveitando uma bola recebida dentro da área chilena. Os chilenos continuaram batendo nos brasileiros, mas se deram mal: Jiménez e Alarcón foram expulsos ainda no primeiro tempo, destroçando completamente o meio de campo chileno. Andrade também acabou expulso mesmo sem ter cartão amarelo numa forma de o árbitro “equilibrar as coisas”, segundo o próprio Andrade comentou anos depois. Mais tranquilo e com um jogador a mais, o Flamengo não deixou o Cobreloa ver a bola, e, aos 34’, Zico cobrou falta da entrada da área do jeito que ele mais gostava e fez um golaço: 2 a 0. O título já estava garantido.
Faltando poucos minutos para o fim, Carpegiani chamou Anselmo para o lugar do atacante Nunes e disse: “Entra lá e dá uma porrada no cara!”. Dito e feito. O reserva entrou, desferiu um soco no capitão chileno e saiu correndo. O árbitro não viu, mas o bandeirinha sim. O jogo ficou paralisado, houve confusão e um dirigente do Flamengo apanhou de policiais – ele acabou sendo salvo por um jornalista uruguaio. Soto e Anselmo foram expulsos, o jogo teve mais alguns minutos e o árbitro encerrou o duelo, que acabou mais calmo e sem problemas. Para o bem do futebol, o Flamengo era campeão da América de 1981. E por nocaute, em uma das 10 Maiores Finais da História da Libertadores.
Na volta para casa, a torcida fez uma festa impressionante pelas ruas do Rio e Anselmo foi recebido como um herói pela vingança e pelo golpe que todo flamenguista queria ter dado no caudilho Soto. “Anselmo deu o soco que todos queríamos ter dado. Já estava tudo armado desde a véspera, e ele cumpriu sua parte com perfeição. Primeiro decidimos a parada na bola e depois, nos últimos minutos, iríamos à forra também na briga”, disse Júnior ao jornal O Globo de 24 de novembro de 1981.
Anselmo também comentou à reportagem sobre aquele episódio. “Entrei e cumpri o que me fora determinado. Pensando, assim, de cabeça fria, não faria de novo. Mas, conhecendo-me bem quando eu estou nervoso, acho que daria um soco, sim. Infelizmente, a Libertadores não é só futebol”.
O Flamengo foi o terceiro clube brasileiro, depois de Santos e Cruzeiro, a conquistar o principal torneio do continente. Zico foi o artilheiro da competição, com 11 gols. De quebra, o clube ainda se transformou no primeiro carioca a ter a Libertadores em sua sala de troféus. Estava garantida a passagem para a disputa do Mundial Interclubes, em dezembro, no Japão.
Um saboroso campeonato carioca
Antes de disputar o Mundial, o Flamengo teve pela frente o Campeonato Carioca. E ele não podia ser mais saboroso. O time conseguiu vingar a derrota sofrida para o Botafogo por 6 a 0 em 1972, e aplicou os mesmos 6 a 0 no mês de novembro. O Maracanã delirou em alegria e o Flamengo em prazer. Porém, no mesmo mês, um baque para os jogadores e para o clube: o ex-técnico Cláudio Coutinho, que construiu aquele time, morreu enquanto praticava mergulho, um de seus maiores prazeres. O luto foi geral, mas serviu como combustível para o time fazer bonito tanto no Carioca quanto, principalmente, no Mundial: o time devia vencer as duas conquistas por ele, Coutinho. E assim foi feito. No dia 6 de dezembro, uma semana antes de entrar em campo lá no Japão, o rubro-negro venceu o Vasco por 2 a 1 e garantiu o título estadual. Cem mil pessoas cantaram o nome de Cláudio Coutinho ao final da partida, emocionando a todos no gramado. Num misto de alegria e tristeza, pelo título e pela falta de Coutinho, o Flamengo estava pronto para o jogo mais importante de sua história.
Liverpool? Não conheço…
O Flamengo encarou na decisão do Mundial o campeão europeu Liverpool, da Inglaterra. O time da terra da Rainha estava em seu momento mais brilhante, assim como o time brasileiro, com conquistas nacionais e continentais. Os escoceses Souness e Dalglish eram as grandes estrelas do time vermelho, mas foram bem pouco para assustar o esquadrão de Zico. O time brasileiro deu um baile como nunca Tóquio havia visto e aplicou sonoros 3 a 0 apenas no primeiro tempo, com dois gols de Nunes e um de Adílio. No segundo tempo, o Flamengo apenas tocou a bola até o apito final, desfilando sua habilidade perante os atônitos ingleses. Leia mais sobre esse jogo clicando aqui.
Era o apogeu: o Flamengo era campeão do mundo. Era, também, o primeiro (e até hoje único) carioca a vencer um título Mundial (embora o Fluminense tenha conquistado, em 1952, a Copa Rio, torneio intercontinental tido como “mundial”, mas nunca oficializado). Zico foi eleito o melhor jogador da decisão, e os ingleses, que haviam dito que “não conheciam o Flamengo” acabaram conhecendo, na marra, o clube brasileiro.
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Ano novo. Nova alegria
Em 1982, o Flamengo entrou com tudo no Campeonato Brasileiro. Depois de passar com folga pela primeira fase, o time carioca avançou até as quartas de final. O rival foi o Santos, e o rubro-negro venceu por 2 a 1 o primeiro jogo e empatou em 1 a 1 o segundo, garantindo vaga nas semifinais. O adversário foi o Guarani, derrotado duas vezes: 2 a 1 e 3 a 2. Vaga na final contra o então campeão brasileiro, o Grêmio.
Na raça e na técnica, bicampeão
Enfrentar o Grêmio naquela época não era fácil. O time gaúcho contava com o ótimo goleiro Leão, o zagueiro uruguaio De León, os meio-campistas Batista, Paulo Isidoro e Bonamigo, além dos atacantes Tarciso e Baltazar. Era um adversário duríssimo, como o Flamengo provou no primeiro jogo, no Maracanã, ao empatar em 1 a 1. O resultado foi um balde de água fria no time, que teria que decidir no caldeirão do Olímpico, em Porto Alegre. O jogo foi intenso, e a partida terminou novamente empatada, dessa vez em 0 a 0. O jogo seguinte também seria no Olímpico. O Flamengo tinha que vencer se quisesse ser campeão brasileiro pela segunda vez. E o time suou muito para conseguir a façanha. Com um gol de Nunes, sempre ele, no começo do primeiro tempo, o Flamengo conquistou o bicampeonato brasileiro, de novo fora de casa. Zico foi o artilheiro da competição com 21 gols e se consolidava como maior craque do país. Era mais um caneco na galeria, e dose extra de entusiasmo para disputar a Libertadores.
Adeus, sonho do bi
Como campeão do ano anterior, o Flamengo entrou nas semifinais da Libertadores de 1982. Porém, o time sucumbiu diante do poderoso Peñarol (que seria o campeão daquele ano), e mesmo com as duas vitórias sobre o River Plate, uma no Rio e outra na Argentina (um categórico 3 a 0) o clube não conseguiu vaga na final, pois perdeu os dois jogos para o time aurinegro do Uruguai: 1 a 0 em Montevidéu e 1 a 0 em pleno Maracanã. Era o fim do sonho do bi.
A consagração final
Em 1983, o Flamengo era novamente o adversário a ser batido no Campeonato Brasileiro. Mas os rubro-negros não deram bola para ninguém. Depois de caminhar sem sustos na primeira fase, o time encontrou o grande rival Vasco nas quartas de final. Era a grande chance de vingar a derrota no estadual do ano anterior. E foi o que o time fez. Com vitória por 2 a 1 no primeiro jogo e empate em 1 a 1 no segundo, o Flamengo se classificou e eliminou o principal adversário. Nas semifinais, confronto rubro-negro contra o Atlético-PR, com vitória por 3 a 0 no primeiro jogo e derrota por 2 a 0 no segundo, que não foi suficiente para eliminar o Flamengo, que se garantiu na final, contra o Santos.
Recorde e tricampeonato
O Santos seria um grande teste para o Flamengo. O time da Vila disputava pela primeira vez uma decisão de Campeonato Brasileiro, a primeira final de cunho nacional desde a década de 60. O time contava com o artilheiro Serginho Chulapa em grande fase, além de Pita e João Paulo. No primeiro jogo, no Morumbi, o Santos venceu por 2 a 1, gols de Serginho e Pita, com Baltazar descontando para o Flamengo. Na volta, um recorde que dificilmente será quebrado: 155.253 torcedores entupiram o Maracanã para ver a turma de Zico dar show. É o maior público registrado em uma só partida na história do Campeonato Brasileiro. Precisando da vitória, o rubro-negro fez 3 a 0, gols de Zico, Leandro e Adílio, confirmando o terceiro título brasileiro em quatro anos do clube da Gávea. O time ainda se igualava ao Internacional como maior campeão brasileiro da época. Era a consagração final de Zico, Leandro, Adílio, Júnior e outros tantos craques. Porém, vacas magras começariam exatamente a partir daquele ano.
O fim de um time histórico
Depois de não ir bem na Libertadores de 1983 e no Carioca, o Flamengo perdeu seu encanto a partir de 1984. Sem Zico, que foi jogar na Udinese, da Itália, o time só voltaria a brilhar novamente em 1987, com novos talentos (e o retorno de Zico) que venceriam o contestado Campeonato Brasileiro daquele ano, e entre 1990 e 1992, com uma nova safra de craques que ajudaram o clube a levantar uma Copa do Brasil, um Carioca e um Brasileiro. Mas o maior esquadrão já formado na história do Flamengo – e o maior que o Brasil já viu em muitos anos – foi mesmo o de 1980-1983. É impossível não se deliciar com as exibições daquele time mágico no Maracanã ou em qualquer outro estádio, até mesmo no Japão. As conquistas, a representatividade e o símbolo de Zico foram marcos para a história do Flamengo, que jamais serão esquecidos ou igualados. Naquela época, o Flamengo fez jus ao próprio hino: “É o maior prazer, vê-lo brilhar”. E foi mesmo. O Brasil, a América e o Mundo adoraram ver os shows de Zico, Leandro, Júnior, Adílio, Andrade, Nunes, Mozer, Marinho e Raul. Um esquadrão imortal.
Os personagens:
Raul: é um dos jogadores mais vitoriosos da história do futebol brasileiro. Depois de marcar época no Cruzeiro, chegou ao Flamengo como veterano, mas foi fundamental tanto no gol, onde pegou tudo com a qualidade de sempre, quanto no apoio aos jovens, passando tranquilidade, principalmente nas muitas decisões que o time teve de encarar naqueles anos. Foi ídolo.
Leandro: é um dos maiores laterais direitos da história do futebol brasileiro. Atacava e defendia como ninguém, e ainda marcava gols. Dono de muita habilidade e visão de jogo, colecionou títulos com o Flamengo, seu único clube na carreira, de 1979 até 1990. Foi titular da seleção mágica da Copa de 1982. Quando a idade começou a pesar, foi desfilar sua eficiência na zaga do time. Lembra alguém? Sim, Carlos Alberto Torres, outro mito que também foi ótimo tanto na lateral quanto na zaga. Leia mais sobre Leandro clicando aqui.
Figueiredo: foi uma das grandes revelações do Flamengo na época. Fez mais de 150 partidas pelo clube. Por conta de seguidas contusões, acabou cedendo espaço a Marinho. Morreu precocemente, em 1984, num acidente de avião.
Marinho: formou uma dupla formidável com Mozer na zaga do Flamengo multicampeão. Não tinha tanta habilidade, mas compensava na marcação e na raça.
Mozer: era um craque na defesa, com muita habilidade e precisão no passe. Depois de colecionar títulos no clube de 1980 até 1987, foi ser ídolo no Benfica e no Olympique de Marselha. Foi um dos melhores zagueiros de seu tempo. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Rondinelli: O “Deus da Raça” é um dos maiores ídolos da história do Flamengo e autor do gol que praticamente mudou a história do clube naquele final de anos 1970, na decisão do Carioca de 1978. Com muita vontade e fibra, dominava a área e impunha respeito diante dos atacantes rivais. Jogou no Fla de 1971 até 1981, com 406 jogos e 12 gols pelo rubro-negro.
Júnior: é tido como o melhor lateral esquerdo brasileiro de todos os tempos depois de Nilton Santos, bem como um dos maiores do futebol mundial. Tinha tanta habilidade que foi ser maestro do Flamengo no meio de campo no final da carreira, com a camisa 10. Brilhou no rubro-negro em duas épocas, de 1974 até 1984, e de 1989 até 1993. Jogou, também, no Torino e no Pescara, ambos da Itália. Foi titular da seleção brasileira nas Copas de 1982 e 1986. É um dos maiores ídolos do Flamengo. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Andrade: desarmava, marcava e dava passes magistrais. Andrade era o coração do meio de campo do Flamengo. Referência do time no período, fez mais de 500 jogos pelo clube e colecionou canecos, entre eles quatro Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial. Virou técnico e conduziu o rubro-negro na conquista do Brasileiro de 2009.
Adílio: ficou conhecido como “Neguinho bom de bola”, por sua extrema habilidade e facilidade para o drible. Dono de um fôlego invejável, avançava ao ataque e voltava para ajudar na defesa como quem dá uma corridinha até a esquina. Fez um dos gols do 3 a 0 que deu o primeiro e único título mundial do Flamengo. Leia mais sobre ele clicando aqui!
Zico: a história de Zico e a do Flamengo se confundem e se mesclam completamente. O “Galinho” é o maior jogador da história do Flamengo, marcou mais de 500 gols pelo time, é o maior artilheiro do clube, maior artilheiro do estádio do Maracanã e maior jogador do país na década de 80. Foi o maior símbolo do rubro-negro e ídolo de 9 entre 10 jogadores de futebol do Brasil que começaram a jogar na época em que Zico brilhava. Era formidável em cobranças de falta, maravilhoso quando driblava e perfeito nos chutes, além dos passes magistrais e da incrível visão de jogo. Muitos dizem que Zico foi um jogador de clube e que não jogou bem na seleção, mas isso não importa, principalmente para a torcida do Flamengo: para ela, Zico foi Deus e perfeito, estando ele para o Flamengo como Pelé está para o Santos. E foi mesmo. Um dos maiores gênios do futebol. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Tita: com Zico no meio, Tita teve de ser deslocado para a ponta, e brilhou do mesmo jeito. Com muita habilidade, era outro craque do time. Foi emprestado ao Grêmio em 1983 e ajudou o clube gaúcho a conquistar o título da Libertadores daquele ano. Mas, com muita saudade do seu rubro-negro, voltou antes de disputar o Mundial, que seria vencido pelo Grêmio. Mas ele nem ligou, afinal, já tinha o seu, conquistado em 1981, com o Mengo…
Nunes: ficou conhecido como o “Artilheiro das Decisões”, por adorar marcar em finais de campeonato. Que o digam Atlético-MG, Grêmio e Liverpool, as principais vítimas do “João Danado”, que marcou 96 gols pelo rubro-negro. Foi um dos ídolos do time.
Lico: tinha muito entrosamento com Júnior e armava ótimas jogadas na ponta esquerda daquele timaço. Não marcava muitos gols, mas sempre contribuía com uma jogada que resultava em gol.
Cláudio Coutinho (1980-1981), Paulo César Carpegiani (1981-1983) e Carlos Alberto Torres (1983) – Técnicos: Cláudio Coutinho foi quem armou, projetou e construiu o maior Flamengo de todos os tempos. Sua morte foi um baque tremendo para todos no clube, mas serviu de inspiração para aquele time vencer quase tudo o que disputou como homenagem a ele. Carpegiani teve a eficiência de ajustar e melhorar ainda mais aquele time, conduzindo o rubro-negro para entrar para a história. Ambos estão marcados para sempre na história do Flamengo. Já o Capita assumiu o time durante o ano de 1983 e conseguiu o título brasileiro apostando no entrosamento e na força do ataque.
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Analisando jogador por jogador ainda sim é muito complicado. Não é nem um pouco fácil como afirma o texto não. Vamos lá: Zetti melhor que Raul Plasmmann, com muita vantagem.
Cafu ou Leandro, uma baita disputa com certeza, mas fico com Cafu, que além de polivalente (jogava bem em tudo que é posição), disputou QUATRO Copas do Mundo, foi capitão que ergueu a taça em 2002, foi bi-campeão da Libertadores, bi-campeão do Mundo, campeão nacional em 91 e ainda participou do super Palmeiras de 1994 sendo, assim como no Sâo Paulo, um dos principais protagonistas.
Marinho e Mozer foram 2 belos zagueiraços, mas o SP tinha no período 91-94 simplesmente xerife Ricardo Rocha, Antônio Carlos (que brilharia no Palmeiras também), Ronaldão e Válber. Um quarteto de zaga sensacional, com 2 tetra campeões. Eu fico com eles no lugar da dupla (e dos seus reservas inexpressivos)
Júnior, icônico lateral esquerdo capacete contra Ronaldo Luís? O Júnior ganha fácil. Do André Luiz também. Mas contra o Leonardo que jogou nessa posição durante a era Telê? Aí fica complicado. Mas vou dar colher de chá e dar essa pro Flamengo com Júnior.
De volante, o Andrade participou daquela épica seleção brasileira olímpica, que não ganhou a final, mas deveria. E também é superior ao Pintado (ou Doriva) com certa vantagem.
O meio de campo Adílio, Zico contra Dinho, Cerezo e Raí. Ambos ganham do Dinho, Adílio perde para o Cerezo, e a disputa Zico e Raí é bem complicada pq ambos foram fundamentais nas conquistas dos 2 clubes. Não é essa baba toda não, até porque o Raí foi campeão do mundo pela Seleção, e Zico não. Mas vou dar essa para o galinho também.
Ataque do Flamengo é Tita, Nunes e Lico. Do SP é Muller e Palhinha. O Muller é melhor que todos os citados juntos. Não dá nem pro cheiro. Já comparando com o Palhinha, o Tita e Nunes tem vantagem, até porque jogaram mais tempo e foram mais efetivos. Mas comparado ao Lico, o Palhinha é superior, de longe.
E ainda tem os times reservas, que o SPFC também é bastante superior à qualquer um do Flamengo da época. Na época do Telê, vários jogadores reservas inclusive eram convocados para seleção, pois jogavam em, paralelo, competições que o Telê preferia usar outros jogadores.
Enfim, considerando isso como desempate (e também por conquistar mais títulos no período), o SPFC é superior ao Flamengo não só como conjunto. mas como elenco também.
Esse titulo acompanhei pelo radio com narracao de jorge koury e Waldir Amaral junto com dois grandes amigos flamenguista mesmo nao vendo as imagens a narracao e o jogo foi inesquecivel ,time maravilhoso dava prazer acompanhar os jogos
Sou flamengo até morrer. Senão fosse o cabeçudo do Grêmio em 1981, o mengão seria o único tetra campeão do Brasil verdadeiro. 1980, 1981,1982,1983.
Mané Grêmio, vcs foram eliminados pelo Botafogo. não ficaram nem nos quatro primeiros. E naquele ano era pra Máquina Tricolor Paulista ter ganho. Melhor campanha disparada nos 2 turnos. O time de operário do Grêmio ganhou no rabo.
Foi o melhor time de futebol do Brasil,
que eu vi jogar,
acompanho desde 74 sou Flamengo.
Tenho 57 anos,
o outro time é o Barcelona, mas torso par a o Real Madrid.
Aquilo não era um time era uma orquestra com Maestro e tudo.
Muito bom rever essa história! Digo rever porque tive a honra de viver e ver tudo isso ! Só sinto pela falta do amor ao clube que se vê hoje! Amor este que esse eterno elenco demonstrava em campo (e fora dele também). Parabéns pelo documentário!
Eu torço para o Grêmio, mas esse flamengo não chega nem perto do São Paulo de Telê Santana, o São Paulo é muito melhor do que esse time do flamengo, o São Paulo é o melhor time da história do futebol Brasileiro.
Tenho 54 anos, e sou flamenguista desde os 6, quando fui ao velho Maraca assistir o Mengão golear o Cruzeiro de Tostão e Cia. por 5X1. Desde então acompanhei o Flamengo até a conquista do Brasileiro de 1983 em cima do Santos, inclusive viajando como torcedor. Hoje não dá mais. É só comércio. Maracanã vazio, pequeno, sem a popular festa da maior torcida do mundo (doa a quem doer). Quanto aos comentários invejosos, são pura dor de cotovelo daqueles que nunca sentiram o sabor das conquistas rubro-negras, inclusive o MUNDIAL, que eles chamam, invejosamente, de copa Toyota. Abraços.
Eu torço pra esse MENGÃO desde 1958 quando ia na escola no 1° ano um garoto foi fazer uma pesquisa perguntando de cada estado pra qual time cada um torcia , e anotava em um caderno , 3 meses antes da Copa na Suécia . De outros estado lembro até hoje qual eram mas do Rio e São Paulo não sei pra quem eu torço mais em 1983 fiquei estático Santos 2 x 1 Flamengo
depois no Maracanã .Flamengo 3 X 0 Santos – 2 º Jogo Final Brasileiro 1983 – Zico, Leandro e Adílio.Meus 2 filhos dizem que foi a melhor coisa que fiz foi comprar uma camisa do Fla pra cada um quando meninos de 4 , e 5 anos.
O Campeão de 1987 nem me preocupo quando dizem que é o Sport , pois sei quem nós enfrentamos…
sou flamenguista desde 1970 amigo Elias, mas a única coisa que o Flamengo conseguiu desde a era Zico pra cá, afora o nosso amor eterno pelo Flamengo, foi criar uma geração interminável de recalcados como esse Reginaldo, que tenta desmerecer as conquistas do maior clube deste País; o interessante é que hoje tem um time ali ligado ao PT que ganha suas conquistas as custas de muito roubo e corrupção da CBF e ninguém diz nada, além do que este time mesmo nas conquistas não conseguiu montar um tome que chegue aos pés do Mengão dos anos 80
Boa parcela disso tudo se deve ao Sr José Roberto Wright, no MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA ao expulsar 5 atleticanos, isso sem contar com a EXPULSÃO CONTROVERSA do Reinaldo na final do Brasileiro de 80. O apito amigo ajudando desde aquela época .
O flamengo naquela epoca era o melhor time de todos os tempos numca mais vai existir um time dia alto nivel como o flamengo existiu naquela epoca
Naquele tempo, e já naquele tempo já existiam muitos anti-flamenguistas, e não era por menos, aquela seleção rubro negra, maior time já feito neste futebol, trucidava a tudo e a todos, portanto não dou nem bola para comentários de titulos roubados e outras besteiras, dos perdedores atleticanos e dos antis. É só vcs verificarem quantos titulos importantes o Galo ganhou depois do título brasileiro de 1971 até a Liberadores de 2013. Que o time do Atlético era muito bom ninguém tem dúvida, assim como o eram o São Paulo, o Gremio e o Vasco, e todos foram atropelados pelo time de Zico, Junior e Leandro.
Maior time do Mundo sempre e nem precisava destes títulos, sem nenhum deles somos toda a vida o mais querido.
quando nasci fui batizado flamenguista,tá no sangue da minha familia, e dos rubro-negros
É uma pena o Flamengo não ter tirado a foto oficial do time em Tóquio no Mundial em 1981! É como casar e não tirar a foto com a noiva! O que será que aconteceu que o time não tirou a foto oficial? E as fotos existentes do time acenando para a torcida são em preto e branco! Acho que as revistas e jornais de outros países tiraram fotos a cores do time lado a lado lá em Tóquio em 1981! Cabe ao Flamengo conseguir, mas parece que ninguém está interessado!
Sílvio, Zico disse que eles na época não davam tanta importância pro título mundial.
Esse titulo acompanhei pelo radio com narracao de jorge koury e Waldir Amaral junto com dois grandes amigos flamenguista mesmo nao vendo as imagens a narracao e o jogo foi inesquecivel ,time maravilhoso dava prazer acompanhar os jogos
Também com o apito amigo, Atl. Mineiro foi garfado indiscriminadamente.
Sem comentários…
se tu me disser o que o Galo mineiro ganhou de 1971 até 2012, tirando os campeonatos mineiros que ele sempre divide com o Cruzeiro, ai tudo bem, mas não reconhecer o maior time já feito neste país, ai tu me perdoa amigão
Só fazendo um adendo (que cara chato, não? hehehe) ao belíssimo texto, é importante frisar que este esquadrão imortal do Flamengo “nasceu” no título carioca de 1978 em cima do Vasco, o jogo conhecido pelo “gol do Rondinelli”, inclusive, o (excelente) documentário “1981 – O ano Rubro Negro” mostra bem em que panorama surgiu essa equipe; inclusive sobre o tal “pacto do barril”.
Vale a pena conferir!
Abraços.
http://www.youtube.com/watch?v=ut4rye6qKcE&list=PL3E596EA5F8CD5899&index=27&feature=plpp_video
Boa dica, Willians! Valeu pelo comentário! Abração!