in

História da Camisa do Milan

Por Guilherme Diniz

“O brio de nossos jogadores e o medo dos rivais diante de nós será a tona para a confecção de nosso manto, que vestirá um dos clubes mais copeiros da história do futebol mundial e nascido para encantar plateias com esquadrões únicos, exuberantes e vencedores”.

 

Não foi bem isso que os fundadores da Associazione Calcio Milan disseram, lá em 1899, quando o rossonero italiano nasceu, mas bem que poderia ser. Com uma história rica, vencedora e incontestável, o Milan é um dos clubes mais famosos do planeta e dono de uma das maiores torcidas internacionais que existe, com fãs no Brasil, EUA, Japão entre outros países.

Conhecido por seu belíssimo manto vermelho e preto, o clube teve desde os seus primórdios essas cores como a base de seu uniforme, escolhidas pelos ingleses Herbert Kilpin e Alfred Edwards, fundadores do clube italiano que o batizaram como Milan Cricket and Football Club em 16 de dezembro de 1899 (o tradicional nome AC Milan só seria utilizado a partir da década de 40, após a Segunda Guerra Mundial). O vermelho foi escolhido por representar o “ardor de fogo” dos jogadores e o preto o “medo dos rivais” em jogar contra o clube. As primeiras vestimentas da equipe tiveram listras bem finas, calções brancos e meias pretas, com o logotipo sendo apenas a bandeira da cidade de Milão (branca com uma cruz vermelha ao centro, parecida com a da Inglaterra, mas centralizada).

A primeira camisa do Milan. Foto: Mantos do Futebol.

 

A camisa da sorte

O Milan campeão da Europa em 1963. Em pé: Cesare Maldini, Víctor Benítez, Gianni Rivera, José Altafini, Bruno Mora e Gino Pivatelli. Agachados: Giorgio Ghezzi, Mario Trebbi, Mario David, Giovanni Trapattoni e Dino Sani.

 

Com o passar dos anos, o calção preto também ganhou destaque e deu ainda mais imponência ao uniforme do clube. Como segunda opção, o Milan passou a utilizar já na década de 1910 um uniforme todo branco, que acabou virando um talismã e chamado pelos fãs de Maglia Fortunata, ou camisa de sorte. O mito começou na segunda ocasião em que a equipe chegou à final da Copa da Europa, enfrentando em 1963 o Benfica-POR de Eusébio e Coluna. A equipe italiana jogou de branco e, como apresenta o registro histórico da UEFA, venceu por 2 a 1, no jogo disputado em Wembley. A segunda vitória europeia com a camisa branca foi na final de 1989, na qual o Milan bateu o Steaua Bucareste, da Romênia, por 4 a 0. Em 1990, outra vez o branco deu sorte e o time rossonero venceu o Benfica-POR por 1 a 0.

Frank Rijkaard (centro), autor do gol do título de 1990.

 

Alguns anos depois, em 1994, e também vestindo branco, a equipe de Milão venceu o Barcelona de Cruyff por 4 a 0. Em 2003, o Milan do lendário Rivaldo, atual embaixador da Betfair Brasilencarou a Juventus-ITA e venceu nos pênaltis após empate sem gols no tempo normal. A consolidação veio em 2007, com o sétimo título europeu conquistado de branco sobre o Liverpool-ING. O Milan venceu seis das oito finais que disputou utilizando essa combinação (e apenas uma das três que disputou vestindo o vermelho e preto).

As combinações em vermelho e preto e a camisa branca foram mantidas até hoje, apesar das mudanças de patrocinadores e marcas que vestiram o clube, como mostra a ESPN Brasil, com a mudança da Adidas para a Puma.

 

Variações e cores exóticas

As várias vestimentas do Milan ao longo dos anos. Foto: Forza Milan.

 

Camisa de Van Basten do final dos anos 80: uma das mais icônicas da história do clube.

 

Durante as décadas, a equipe fez poucas variações em seus uniformes, adotando listras mais finas ou mais grossas em determinadas épocas ou faixas horizontais em vermelho e preto na camisa branca. Mesmo bem tradicional, o clube já teve algumas camisas diferentes e peculiares. Nos anos 40, uma camisa preta com uma faixa horizontal vermelha foi utilizada, bem como outra toda vermelha com uma faixa horizontal preta. Nos anos 80, a camisa branca ganhou várias listras vermelhas e pretas na horizontal e ainda faixas vermelhas na vertical, fugindo completamente do padrão do clube. Nos anos 90, o clube também entrou na onda das camisas exóticas do período e jogou de dourado, azul (!) e vermelho entre os anos de 1994 e 1999.

Camisas bem diferentes do Milan lançadas nos anos 90. Foto: Chuteiras do Futebol / Mantos do Futebol.

 

Camisas do final dos anos 2000 e início dos anos 2010. Foto: Mantos do Futebol.

 

Nos anos 2000, o Milan ousou bem pouco em seus mantos e fez com que o preto e vermelho voltassem a todo vapor, com leves aparições de camisas pretas ou na cor dourada. De vermelho e preto ou de branco, a torcida espera que a chama copeira do gigante de Milão seja reacendida em breve. Afinal, ela adormece desde 2007 em seu vertiginoso leito com quatro títulos mundiais, sete Ligas dos Campeões, cinco Supercopas da UEFA, duas Recopas da UEFA e outros tantos torneios nacionais.

 

O Milan tem muita, mas muita história aqui no Imortais. Acesse este link e boa leitura! 😀

 


O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.

Abdón Porte, o jogador que tirou a própria vida dentro de campo por amor ao Nacional

Artemio Franchi – Catedral Futebolística de Florença