Grandes feitos: Bicampeão Mundial Interclubes (2000 e 2003), Tricampeão da Copa Libertadores da América (2000, 2001 e 2003) e Tetracampeão Argentino (1998-Apertura*, 1999-Clausura, 2000-Apertura e 2003-Apertura). *Campeão Invicto
Time base: Córdoba (Abbondanzieri); Ibarra, Bermúdez (Burdisso), Samuel (Schiavi) e Arruabarrena (Clemente Rodríguez / Matellán); Cagna (Battaglia), Serna (Cascini) e Basualdo (Traverso); Riquelme (Donnet); Guillermo Schelotto (Carlos Tevez) e Palermo (Delgado / Iarley). Técnico: Carlos Bianchi.
“A construção e consagração de um mito do futebol”
Por Guilherme Diniz
Por mais de duas décadas, o Boca Juniors viveu um período de ostracismo e melancolia quando o assunto era competições internacionais. O time que faturou duas Copas Libertadores no final da década de 70 e até um Mundial Interclubes viu a ascensão do principal rival, o River Plate, a consolidação do Independiente e até uma esporádica aparição do Vélez Sarsfield, na década de 90. Todos comemoraram conquistas históricas de Libertadores, Mundial, Recopas e afins, menos o Boca. O clube de maior torcida da Argentina estava triste. E nervoso. Alguém precisava fazer alguma coisa e mudar de vez o panorama da equipe azul e dourada. Foi então que um “mago” desembarcou no clube para fazer história. E magia.
Carlos Bianchi, notório jogador argentino, tinha virado técnico e conduziu o Vélez ao caneco da Libertadores em 1994 e ao Mundial do mesmo ano. Bagagem e experiência ele tinha de sobra. Mas será que ele tinha estrela para fazer um time desacreditado e no limbo da América do Sul voltar a ser gigante? Ah, mas é claro que sim, ainda mais quando se consegue formar um time com Riquelme, Schelotto, Palermo, Battaglia, Córdoba, Samuel, Ibarra, Cagna e, depois, com Carlos Tevez, Clemente Rodríguez e Abbondanzieri.
O Boca Juniors de 1998-2003 renasceu para o futebol sul-americano e mundial e causou estragos tremendos nas zagas adversárias. O mito e a pressão do estádio La Bombonera foram reconstruídos, a camisa passou a pesar novamente e a vocação copeira ressurgiu para o terror dos adversários, sejam eles argentinos, uruguaios, chilenos e, principalmente, espanhóis, italianos e brasileiros. O Boca estava de volta. Mais forte, irresistível e letal como nunca. Afinal, não é todo dia que uma equipe vence três Libertadores e dois Mundiais num período de apenas quatro anos… É hora de relembrar as façanhas do Boca mais “papão” de todos os tempos.
No lugar certo, na hora certa
Desde 1992 sem um caneco, o Boca não aguentava mais assistir à ascensão de seu principal rival, o River Plate, tanto na Argentina quando na América do Sul. O clube do Monumental de Núñez era o principal nome do futebol argentino de 1994 até 1997, quando faturou vários torneios nacionais, uma Libertadores e uma Supercopa da Libertadores, tudo graças ao plantel comandado pelo capitão Francescoli e pelos jovens craques que despontavam no time como Crespo, Gallardo, Ortega e outros. Foi então que em 1998 chegou ao clube o técnico Carlos Bianchi, que foi um dos maiores jogadores argentinos nas décadas de 60 e 70, sendo um notável goleador (marcou 392 gols em 557 jogos na carreira).
Como treinador, Bianchi se revelou para o mundo a partir de 1993, quando levou o Vélez Sarsfield ao topo com as conquistas de três campeonatos argentinos, uma Libertadores, um Mundial Interclubes e uma Copa Interamericana. Depois de uma passagem apagada na Roma-ITA, ele chegou ao Boca com o status de salvador e capaz de levar o clube da capital às glórias. O Boca já tinha um plantel muito promissor com jogadores como Riquelme, Palermo, Schelotto e Cagna e poderia lutar pelo título nacional já em 1998. E foi o que o time boquense fez. Só não esperavam que seria de maneira tão espetacular.
Invictos
No Apertura de 1998, o Boca foi campeão de maneira invicta e com uma campanha memorável: 19 jogos, 13 vitórias e 6 empates, com 45 gols marcados e 18 sofridos, melhor ataque e melhor defesa da competição. Palermo, atacante do time, atingiu a incrível marca de 20 gols, um recorde. Bianchi começava a imprimir seu estilo de jogo, com uma linha de quatro na defesa, três meio-campistas mais recuados, um maestro na frente e dois atacantes sedentos por gols. Um show. Os adversários sentiram o baque e começaram a temer o time azul e ouro de Buenos Aires. Sim, o Boca estava de volta.
Imbatíveis da Bombonera
Não satisfeito com o título que colocou fim no jejum em 1998, o Boca repetiu a dose em 1999 e faturou mais um campeonato argentino, dessa vez o Clausura. O time fez novamente uma campanha marcante, com 13 vitórias, 5 empates e apenas uma derrota em 19 partidas, com 35 gols marcados e apenas 11 sofridos (pelo segundo ano, a melhor defesa da competição). O fato mais notável do bicampeonato foi que a equipe atingiu a marca de 40 partidas sem derrota, um feito inédito e inigualável na história do profissionalismo do futebol argentino. A equipe só conheceu a derrota na 17ª rodada, quando perdeu em Avellaneda por 4 a 0 para o Independiente, num inédito e pouco comum “apagão” do time de Bianchi. Palermo e Riquelme foram novamente os destaques da equipe, ao anotarem 12 e 7 gols, respectivamente. Os títulos nacionais credenciaram o Boca a participar da sonhada Copa Libertadores de 2000, competição que o clube não sabia o que era vencer desde o longínquo ano de 1978.
De volta à América
Com o mesmo esquadrão que encantava a Argentina e que fazia vibrar como há anos não vibrava a torcida xeneize, o Boca Juniors partiu com tudo em busca do tricampeonato da Libertadores em 2000 e pronto para colocar fim ao jejum de 22 anos. A equipe começou sua caminhada no grupo 2, ao lado do lendário Peñarol-URU, do pequeno Blooming-BOL e da Universidad Católica-CHI. O time de Bianchi começou perdendo, por 1 a 0, na altitude da Bolívia para o Blooming, mas se redimiu e não tropeçou mais.
Na sequência, vitória em casa por 2 a 1 contra a Universidad, empate sem gols com o Peñarol, no Uruguai, o troco e goleada de 6 a 1 no Blooming e vitórias pelo mesmo placar, 3 a 1, sobre a Universidad, no Chile, e sobre o Peñarol, na Bombonera. Com 13 pontos, 14 gols marcados e 5 sofridos, o time argentino se classificou na primeira posição. Era hora de mostrar as garras no mata-mata e o primeiro desafio, nas oitavas de final, foi o El Nacional, do Equador. No primeiro jogo, empate em 0 a 0. Na volta, a Bombonera viu um jogaço e a vitória do Boca por 5 a 3. Classificado, o time teria o teste definitivo nas quartas de final: o arquirrival River Plate.
Faíscas, pressão e glória azul e dourada
River e Boca fizeram duas partidas memoráveis na Libertadores de 2000. No primeiro jogo, no Monumental de Núñez abarrotado de gente, o River começou com tudo e abriu o placar com Ángel, aos 14´. Aos 30´, Riquelme empatou. No segundo tempo, logo com um minuto, Saviola deixou o River na frente, dando números finais ao jogo. Na volta, em La Bombonera, o River jogava pelo empate e conseguiu segurar o ímpeto do rival até os 59´do segundo tempo, quando Delgado abriu o placar para o Boca. O gol inflou ainda mais a torcida xeneize, que viu seu time massacrar o River e anotar mais dois gols com show de Riquelme, que marcou um, de pênalti, e com um gol de Palermo (que acabava de se recuperar de uma contusão) nos acréscimos: Boca 3×0 River. Com goleada e com show de Riquelme, o Boca estava na semifinal. O esquadrão de Bianchi estava tinindo.
Na final!
Na semifinal, o Boca encarou os mexicanos do América. Na primeira partida, na Argentina, vitória do Boca por 4 a 1, com gols de Arruabarrena, Barijho (2) e Marchant. Todos achavam que o Boca já estava na final, mas os mexicanos complicaram a vida dos argentinos na volta, no Estádio Azteca. Calderón (2) e Estay fizeram 3 a 0 para o América, resultado que garantia os mexicanos na decisão. Mas o Boca tinha o zagueirão Samuel, que marcou o gol salvador faltando sete minutos para o final do jogo. Mesmo com a derrota, o Boca Juniors estava de volta a uma final de Libertadores. O adversário seria o então campeão continental: o Palmeiras-BRA.
Susto no caldeirão
O primeiro jogo da grande final da Libertadores de 2000 foi na Bombonera. O Boca sabia que um resultado positivo em casa deixaria as coisas muito mais fáceis para a volta, no Brasil. O Palmeiras era um algoz recente do Boca, afinal, o time alviverde havia massacrado os argentinos na Libertadores de 1994 por 6 a 1. Passado de lado, o jogo foi disputado e muito pegado, com as equipes apostando na velocidade. O Boca abriu o placar com o lateral Arruabarrena, aos 22´. Pouco tempo depois, Pena empatou para o Palmeiras. Na segunda etapa, novamente Arruabarrena deixou o Boca na frente, mas Euller, dois minutos depois, deu números finais ao jogo: 2 a 2. O empate era o mar de rosas para o Palmeiras. Para o Boca, era um pesadelo, afinal, o time teria que vencer de qualquer maneira no Brasil.
Córdoba mito!
O Palmeiras escolheu o gélido Morumbi como palco da grande final da Libertadores de 2000. E escolheu muito mal. Longe de sua torcida, que no Parque Antártica ficava mais próxima e aquecia o time, como no caneco de 1999, o Palmeiras não conseguiu agredir o Boca, que teve tranquilidade para estudar o time brasileiro e não se intimidar com o fato de jogar longe de Buenos Aires. A equipe se apoiou na forte marcação no craque do Palmeiras, Alex, e da segurança do goleiro Córdoba, que pegou tudo naquele jogo. Depois de um empate sem gols, a partida foi para os pênaltis.
Nas cobranças, o Boca deu show de eficiência, não deixou o goleirão Marcos aprontar de novo como havia feito contra o Corinthians, nas semis, e converteu todas as suas cobranças. Já o Palmeiras marcou duas vezes e perdeu outras duas, que ficaram nas mãos do goleiro Córdoba, que garantiu, depois de 22 anos, o título da Copa Libertadores para o Boca Juniors. Enfim, os comandados de Bianchi eram os reis da América. E, enfim, o Boca voltava ao cenário futebolístico internacional com um título de gala.
Novo caneco em casa
Depois da glória na América, o Boca papou mais um título em casa, o Apertura-2000. A equipe venceu 12 jogos, empatou cinco e perdeu apenas dois, com 35 gols marcados e 19 sofridos. O time contou com vários tropeços do rival, o River, nas rodadas finais e pôde comemorar o tricampeonato argentino. Fim da festa? Que nada, faltava a cereja do bolo: o Mundial.
Deixando o rival para trás
O Boca Juniors decidiu contra o Real Madrid-ESP o título do Mundial Interclubes de 2000, no Japão. O time argentino tinha a chance de superar o River em números de conquistas mundiais e se igualar ao único clube do país com duas taças: o Independiente, vencedor em 1973 e 1984. Carlos Bianchi já não tinha algumas peças cruciais para o título da Libertadores como Arruabarrena e o zagueiro Samuel, mas mandou a campo um plantel muito forte com Córdoba; Ibarra, Bermúdez, Traverso e Matellán; Battaglia, Serna e Basualdo; Riquelme; Delgado e Palermo. Já o Real apostava no talento de Casillas, Hierro, Roberto Carlos, Makélélé, Figo, Guti e Raúl, comandados pelo futuro supercampeão com a seleção espanhola Vicente Del Bosque.
O jogo teve os primeiros 15 minutos fantásticos e com as duas equipes todas no ataque. Palermo abriu o marcador para o Boca aos 3´e ampliou aos 6´. Roberto Carlos diminuiu para o Real aos 12´, e foi só: Boca 2×1 Real. O Boca fazia história e conquistava seu segundo título mundial, com Palermo virando ídolo inquestionável e vencendo o prêmio de melhor jogador da competição. De quebra, o rival do Boca, River Plate, que já havia ficado para trás em números de Libertadores, ficava atrás, também, em mundiais. Existia algum torcedor no planeta mais feliz que o do Boca naquele ano 2000?
iLo que importa es la América!
A partir de 2001 o Boca deixou de lado as competições nacionais e se engajou a construir sua hegemonia no continente. Como campeão da edição anterior, a equipe argentina se classificou automaticamente para a Libertadores de 2001, onde esteve no Grupo 8, ao lado de Oriente Petrolero-BOL, Cobreloa-CHI e Deportivo Cali-COL. Diferente de 2000, o Boca fez uma campanha quase perfeita na primeira fase, com cinco vitórias e apenas uma derrota nos seis jogos. A equipe venceu os três jogos em casa: 2 a 1 no Oriente Petrolero; 2 a 1 no Deportivo Cali e 1 a 0 no Cobreloa; e venceu fora o Oriente Petrolero por 1 a 0 e o Cobreloa por 1 a 0, só perdendo para o Deportivo Cali por 3 a 0. Econômica nos gols, a equipe de Carlos Bianchi parecia sentir falta de Palermo, que havia partido para a Espanha. Mas no mata-mata, a estrela de outro atacante começaria a brilhar: a de Guillermo Schelotto.
Despachando brasileiros
Nas oitavas de final, o Boca eliminou o Júnior, da Colômbia, com uma vitória por 3 a 2 e um empate em 1 a 1. Nas quartas de final, Schelotto começou a brilhar ao marcar o gol da vitória fora de casa contra o Vasco-BRA e mais dois na goleada por 3 a 0 na partida de volta, na Argentina (o outro gol foi de Matellán).
Nas semifinais, o destino colocou novamente o Palmeiras no caminho do Boca. E novamente as partidas foram recheadas de disputa, provocação, expulsões e muitos gols. No primeiro jogo, na Bombonera, Alex abriu o placar para o Palmeiras, aos 18´, mas Schelotto, de pênalti, deixou tudo igual aos 43´. No segundo tempo, Fábio Júnior fez 2 a 1 para o Palmeiras, mas Barijho empatou. Novamente os times ficavam em 2 a 2 na Bombonera, e novamente os torcedores temiam pelo jogo de volta, ainda mais pela expulsão de Bianchi, que não comandaria a equipe do banco de reservas no Brasil. Para piorar, os jogadores do Boca ameaçavam entrar em greve pelo atraso no pagamento dos prêmios referentes à etapa inicial da Libertadores daquele ano e do título do Apertura de 2000, ameaçando até não embarcar para a partida no Brasil.
Rei de pênaltis – parte 1
Na volta, o Palmeiras não repetiu o erro do ano anterior e levou o jogo para o Palestra Itália. Mas foi o Boca quem começou assustando ao abrir 2 a 0 com menos de 20 minutos, com gols de Gaitán e Riquelme. Mas o Palmeiras, valente, arrancou o empate e o jogo ficou em 2 a 2 novamente. Com isso, adivinhe: pênaltis. De novo, Córdoba foi crucial para o Boca ao pegar dois pênaltis (de Alex e Basílio) e garantir a vitória argentina por 3 a 2. O Boca estava mais uma vez na final, mesmo com as adversidades. E o Palmeiras virava freguês em disputas de pênaltis…
Rei de pênaltis – parte 2
Na final, o Boca encarou o Cruz Azul, do México, primeira equipe da América do Norte a chegar a uma decisão de Libertadores. O time argentino teria o privilégio de, enfim, decidir em casa a competição. No primeiro jogo, no estádio Azteca, o Boca venceu por 1 a 0 com um gol de Delgado aos 40´do segundo tempo. Parecia barbada: em casa, o Boca iria atropelar e ficar com o tetra. Mas só parecia. O Cruz Azul jogou muito, deu um trabalho imenso ao goleirão Córdoba e conseguiu vencer por 1 a 0, gol de Palencia, aos 42´do primeiro tempo. Por mais incrível que pudesse parecer, a decisão, pelo segundo ano seguido, seria nos pênaltis.
A torcida confiava muito em Córdoba e sabia que já entrava com 1 a 0 na disputa, afinal, Riquelme sempre convertia a sua cobrança. E assim foi. Riquelme fez o dele, Córdoba novamente fez história ao pegar um dos pênaltis dos mexicanos, contou com a sorte com uma bola na trave e um chute para fora dos rivais, e o Boca Juniors venceu por 3 a 1. Boca, pela 4ª vez em sua história, campeão da América. O time repetia o filme da década de 70 e ganhava um bicampeonato continental seguido. Era a consagração de Bianchi, Córdoba, Riquelme e companhia, que podiam comemorar o título em casa, no calor da torcida. Quem poderia parar aquele esquadrão?
Alemães destroem sonho do tri
Sem dar a mínima para o Campeonato Argentino, o Boca se concentrou na disputa do Mundial, no Japão, contra o Bayern München. Com a base campeã da América, o time confiava na força de seu ataque, com Riquelme, Schelotto e Delgado. Mas o time não conseguiu furar a meta do goleirão Oliver Kahn, teve Delgado expulso por simular um pênalti, e presenciou uma atuação de gala do defensor ganês Kuffour, que marcou, já na prorrogação, o gol do título mundial alemão: Bayern 1×0 Boca. Bianchi sofria o seu primeiro grande revés no comando do time argentino, que teria que esperar um pouco mais pelo tricampeonato mundial.
Sem o mago, nada de canecos
Em 2002, Bianchi deixou o Boca por desavenças com o presidente do clube e o uruguaio Óscar Tabarez assumiu o comando da equipe. O uruguaio, porém, não repetiu o sucesso de Bianchi e não faturou nenhum título com o Boca. A equipe ficou na terceira posição do Clausura e foi vice no Apertura. Na Libertadores, o time avançou até as quartas de final, mas caiu perante um antigo carrasco: o Olimpia, do Paraguai, que seria o campeão sul-americano daquele ano. Os torcedores, mal acostumados, queriam ver o time “nas cabeças” novamente. Mas isso só seria possível com a volta de Bianchi, em 2003.
A volta do mago
Bianchi voltou ao Boca em 2003 para delírio da torcida xeneize. O time tinha a chance de voltar a fazer bonito na competição que havia virado xodó da torcida e do próprio clube, além, claro, de ser especialidade do técnico Bianchi, que já acumulava 3 canecos.
Na Libertadores de 2003, o Boca Juniors não tinha mais o maestro Riquelme, mas ainda possuia jogadores campeões de 2001 como Ibarra, Clemente Rodríguez, Battaglia e Schelotto, além de alguns novos talentos como o goleiro Abbondanzieri, que tinha a dura missão de substituir o ídolo Córdoba, e o atacante Tevez. Bianchi soube mesclar a juventude com a experiência e formou uma equipe sólida e com a mesma pegada de sempre. Na fase de grupos, a equipe não deu show, mas conseguiu a classificação para as oitavas de final com o segundo lugar do Grupo 7, ficando atrás do Independiente Medellín-COL e despachando o Barcelona-EQU e o Colo-Colo-CHI.
O time argentino venceu três jogos (2 a 0 no I. Medellín-casa, 2 a 1 no Colo-Colo-fora e 2 a 1 no Barcelona-casa), empatou dois (2 a 2 com o Colo-Colo-casa e 2 a 2 com o Barcelona-fora) e perdeu apenas um jogo (1 a 0 para o I. Medellín, fora). Entrosada, a dupla de ataque Delgado-Tevez começava a dar sinais de que poderia render muito bem no mata-mata. E foi exatamente isso que aconteceu.
Susto histórico e passeios
O Boca enfrentou o surpreendente Paysandu-BRA nas oitavas de final da Libertadores de 2003. No primeiro jogo, na Bombonera lotada como sempre, o imponderável mais imponderável aconteceu. Sem tradição, sem nunca ter jogado na Bombonera, e enfrentando o poderoso e temido Boca, o Paysandu conseguiu a façanha de vencer o time argentino por 1 a 0, num gol marcado por Iarley (que seria contratado pelo Boca ainda em 2003). O feito histórico do time brasileiro comoveu a todos e ganhou as páginas de jornais do mundo inteiro. Mas a alegria do time brasileiro durou pouco.
Na volta, em Belém, o Boca mostrou que a derrota em casa havia sido um acidente de percurso, e goleou o Paysandu: 4 a 2, com três gols de Schelotto. A zebra estava despachada. Nas quartas, o time eliminou o Cobreloa com duas vitórias: 2 a 1 no Chile (gols de Schelotto) e 2 a 1 na Argentina (gols de Donnet e Tevez). Nas semifinais, um passeio para cima do América de Cali-COL: 2 a 0 na Bombonera (gols de Schiavi e Tevez) e 4 a 0 em pleno estádio Pascual Guerrero, em Cali (dois gols de Tevez, um de Schiavi e um de Delgado). Pela terceira vez em quatro anos, o Boca chegava a mais uma final de Libertadores. O time teria pela frente o Santos de Diego e Robinho.
O peso da Bombonera
A tradição, a vontade, a gana e a experiência foram alguns dos trunfos do Boca na final contra o Santos. O time argentino tinha um elenco tarimbado, um técnico expert em Libertadores e a “vantagem” que trazia sorte: a de decidir fora de casa a segunda partida. Já o Santos tinha uma equipe jovem, com os meninos Robinho e Diego e outros ótimos jogadores como Léo, Renato, Alex, Paulo Almeida e o matador Ricardo Oliveira. No primeiro jogo, em La Bombonera, o Boca não deu chances para empates ou surpresas e fez um gol em cada tempo, ambos com Delgado: 2 a 0. O Santos teria a dura missão de derrotar o Boca por mais de dois gols de diferença se quisesse ficar com o título.
Penta!
No Morumbi, que já era um salão de festas do Boca por conta do título da Libertadores conquistado em 2000, o clube argentino voltou a derrotar o Santos, e de maneira categórica: 3 a 1, com gols de Tevez, Delgado e Schiavi. Há exatos 40 anos, o Boca vingava a derrota para o Santos na Libertadores de 1963 e conquistava seu quinto título continental. De quebra, fazia o artilheiro da competição, Delgado, com 9 gols. Bianchi entrava para a história como o técnico com o maior número de títulos da Libertadores da história com 4 taças. E o Boca virava um gigante inquestionável no futebol sul-americano, chegando ao patamar do Peñarol (também com cinco taças) e perto de alcançar o Independiente (com 7). A festa era azul e dourada no Morumbi! E o Boca voltava a ficar insaciável por títulos.
Voltando a comemorar em casa
Depois da Libertadores, o Boca voltou a dar atenção para o Campeonato Argentino e conquistou o Apertura-2003. O time teve a melhor defesa da competição com apenas 11 gols sofridos em 19 jogos, e o melhor ataque com 31 gols marcados. A equipe da capital venceu 11 jogos, empatou seis e perdeu 2. O grande destaque da campanha foi a vitória, em pleno Monumental de Núñez, sobre o maior rival, o River Plate, por 2 a 0, com um dos gols marcados pelo brasileiro Iarley, contratado logo após a Libertadores. A taça foi saboreada de todos os jeitos e serviu como aperitivo e dose extra de entusiasmo para o clube tentar o sonhado tricampeonato mundial contra o Milan.
Enfim, tricampeão
Depois da derrota amarga para o Bayern München em 2001, o Boca Juniors tinha a chance de se redimir no Mundial Interclubes de 2003, mas o adversário seria ainda mais complicado: o Milan-ITA de Dida, Maldini, Costacurta, Cafu, Pirlo, Gattuso, Seedorf, Kaká e Shevchenko. Uma seleção. Mas o Boca era aguerrido, “chato”, e contava com um plantel que também daria trabalho com Abbondanzieri, Schiavi, Burdisso, Cagna, Battaglia, Schelotto e Donnet.
O jogo, claro, foi pegado e muito disputado, com o Milan abrindo o placar aos 23´com o dinamarquês Tomasson. O Boca não se abateu e seis minutos depois empatou com o meia Donnet: 1 a 1. O resultado persistiu e a decisão seria nos pênaltis. Novamente com estrela, o Boca contou com a frieza do goleiro Abbondanzieri, que pegou dois pênaltis, e venceu os italianos por 3 a 1. Enfim, o Boca se tornava o primeiro clube argentino tricampeão mundial, deixando para trás o Independiente e a anos luz o River. Muita festa no Japão! O mundo era, assim como em 2000, azul e dourado.
O fim da magia
Depois de mais uma tríplice coroa em 2003, o Boca viveu o céu e o inferno na Libertadores de 2004. O time fez uma boa campanha e chegou à quarta final em um período de cinco anos, depois de eliminar o River Plate em uma semifinal histórica, decidida nos pênaltis com vitória do Boca em pleno Monumental de Núnez. Porém, quando todos achavam que a equipe argentina ficaria com o título, a zebra colombiana de nome Once Caldas acabou com o sonho xeneixe ao derrotar os comandados de Bianchi nos pênaltis por 2 a 0, com o Boca errando todas as suas cobranças. Ali, naquela derrota, terminava a trajetória de Carlos Bianchi no comando do time de Buenos Aires.
O mítico treinador partiu para a Espanha, onde comandou o Atlético de Madrid. Mesmo sem ele, a equipe seguiu conquistando títulos, até chegar ao topo novamente com a Libertadores de 2007, em outro capítulo que o Imortais já relembrou aqui. Sem Bianchi, o Boca perdeu a Inteligência e maestria no banco de reservas, mas conseguiu, graças ao treinador, voltar a ser gigante e construir uma fama de mau que poucos clubes no planetas possuem. Jogar contra o Boca de Bianchi era terrível. Mas ainda mais terrível era o esquadrão que maravilhou sua torcida com conquistas épicas, jogos memoráveis e atuações de gala de ídolos como Córdoba, Riquelme, Palermo, Schelotto e Tevez. Um time mais do que imortal.
Os personagens:
Córdoba: assim como Hugo Gatti, Córdoba fez história no gol do Boca e virou ídolo graças aos milagres que protagonizou nas decisões das Libertadores de 2000 e 2001. Frio, seguro, com reflexos apurados e muito identificado com o clube, o colombiano conquistou para sempre o coração da apaixonada torcida xeneize. Jogou de 1997 até 2001 no time argentino.
Abbondanzieri: com a saída de Córdoba, em 2001, a torcida do Boca ficou carente de um ídolo no gol. Mas logo em seguida, um outro goleirão conseguiu suprir muito bem a ausência do colombiano: Abbondanzieri. O argentino pegou tudo em 2003 e garantiu a equipe uma nova tríplice coroa (Libertadores, Argentino e Mundial). Ficou 10 anos no Boca, de 1996 até 2006, foi para a Espanha e retornou em 2009 ao time argentino. Se aposentou em 2010.
Ibarra: em clássico símbolo do time argentino, Ibarra foi soberano na lateral direita do Boca de 1998 até 2001, conquistando todos os grandes títulos do período. Ficou um tempo em Portugal até retornar em 2003, sair, e voltar em 2005, sempre conquistando muitos títulos, incluindo quatro Libertadores. Muito eficiente na defesa e econômico no ataque, Ibarra foi ídolo da torcida nos anos 2000.
Bermúdez: o “El Patrón”, como ficou conhecido, foi o xerife da zaga do Boca de 1997 até 2001, chegando a ser o capitão da equipe na Libertadores de 2001. Muito forte na marcação e na presença de área, o colombiano jogou muito no time de Buenos Aires. Conquistou seis títulos com a camisa azul e dourada.
Burdisso: cria das bases boquenses, Burdisso começou como lateral direito e virou zagueiro na Libertadores e no Mundial de 2003. Jogou muito bem na equipe e acabou chamando a atenção da Internazionale-ITA, que contratou o argentino em 2004.
Samuel: antes de encantar os italianos jogando pela Inter, Walter Samuel foi ídolo no Boca de 1997 até 2000, ajudando a equipe a vencer a sonhada Libertadores de 2000. Era a técnica e a segurança na zaga boquense, que foi a melhor da Argentina no final da década de 90 e uma das melhores da América do Sul.
Schiavi: o clássico zagueiro de “cintura dura”, Rolando Schiavi jogou muito bem nos seus primeiros anos de Boca e foi um xerife na zaga, marcando gols e não dando espaços para os atacantes rivais. Bruto e às vezes até desleal, ele fazia jus a típica raça argentina em campo.
Arruabarrena: lateral-esquerdo revelado pelo Boca, Rodolfo Arruabarrena jogou o fino da bola de 1992 até 2000 no Boca e virou ídolo da torcida. Subia constantemente ao ataque, era firme na marcação e até marcava gols, como os dois na primeira final da Libertadores de 2000, contra o Palmeiras. Foi uma das principais peças do esquema de Bianchi para o período de 40 jogos de invencibilidade no Argentino e na conquista da América.
Clemente Rodríguez: assumiu o posto deixado por Arruabarrena e mostrou muita qualidade no apoio ao ataque e nas disparadas em velocidade. Teve três passagens pelo Boca: de 2000 até 2004, 2007, e 2010 até os dias atuais.
Matellán: o defensor começou sua carreira profissional no Boca de Bianchi e foi logo mostrando serviço principalmente no ano 2000, quando foi titular no Mundial Interclubes. Jogava muito bem pela esquerda e despertou rapidamente o interesse do Schalke 04-ALE, para onde foi em 2001.
Cagna: chegou ao Boca em 1996 e foi um dos grandes meio campistas da equipe até 1999. Voltou ao time em 2003 para ser campeão da América e do Mundo. Muito forte na marcação, o volante foi muito querido pela torcida e faturou quatro Campeonatos Argentinos com a camisa azul e ouro, além de outros torneios internacionais de 2003 até 2005.
Battaglia: outro jogador mítico do Boca, o volante Sebástian Battaglia começou no próprio clube da capital em 1998 e ficou até 2003, abocanhando os mais diversos títulos. Voltou em 2005 para conquistar mais canecos e se tornou o maior vencedor de títulos da história do clube com 17 taças, se tornando, também, um dos jogadores com mais conquistas do mundo. Muito querido pela torcida.
Serna: chegou ao Boca em 1997 para fazer parte da histórica equipe campeã de tudo entre 1998 e 2000. Raçudo e muito eficiente, o volante fez 92 partidas pelo clube argentino.
Cascini: meio campista muito eficiente, com bom passe e visão de jogo. Ajudava na marcação para que o ataque do time fizesse os estragos necessários nas defesas naquele ano de 2003. Foi fundamental para o esquema tático de Bianchi na época.
Basualdo: era um meio-campista muito conhecido de Bianchi, que comandou o jogador no Vélez campeão da América e do Mundo em 1994. Basualdo voltou a fazer história ao lado do treinador no Boca, onde chegou em 1998 e faturou uma nova Libertadores e um novo Mundial, em 2000.
Traverso: foi bem tanto como zagueiro como volante e desempenhou um grande papel no time de Bianchi de 1997 até 2002. Conquistou duas Libertadores, um Mundial, e três Campeonatos Argentinos pelo Boca.
Riquelme: um dos maiores ídolos da história do Boca (se não for o maior…) Riquelme jogou o fino da bola no seu começo de carreira no time de Buenos Aires. Apaixonado pelo clube e revelado na Bombonera, Román encantou a Argentina e o mundo com seus passes espantosos, suas arrancadas, sua cadência e seus golaços. Camisa 10 nas conquistas da América em 2000 e 2001 e do mundo em 2000, Riquelme foi para a Espanha em 2002 e voltou ao Boca em 2007 para ser campeão novamente da Libertadores. Craque incontestável. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Donnet: foi o melhor jogador do Mundial Interclubes de 2003 e um dos grandes do meio de campo do Boca em 2003. Muito habilidoso, Donnet foi o 10 que o Boca precisava com a saída de Riquelme. Peça fundamental nas conquistas daquela temporada.
Guillermo Schelotto: um dos maiores atacantes da história do Boca, Schelotto era um atacante inteligentíssimo, que partia pela ponta-direita e se infiltrava nas zagas adversárias para marcar gols ou servir companheiros livres. Rápido, habilidoso e perigosíssimo (qualquer vacilo perto dele era fatal), Schelotto foi ídolo do time e um dos grandes jogadores da era Bianchi. Ficou 10 anos em La Bombonera e faturou 16 títulos com o clube, um recorde superado apenas pelo volante Battaglia.
Carlos Tevez: cria do Boca, o “Carlitos” jogou muito de 2001 até 2004 no clube xeneize, causando o terror nas zagas dos adversários, principalmente do River. Provocador, habilidoso e muito querido pela torcida, Tevez fez uma dupla de ataque memorável com Delgado na Libertadores de 2003, vencida pelo Boca. Em 2004, foi para o Corinthians, onde ficou até 2006, para depois seguir uma conturbada carreira na Europa. É ídolo até hoje na Bombonera.
Palermo: outro ídolo imenso do Boca, Martín Palermo, o El Loco, surgiu com tudo no Boca em 1997, onde marcou gols em profusão e virou o matador do time, graças a parceria com Schelotto e com os passes açucarados de Riquelme. Foi o maior artilheiro em uma edição curta do Campeonato Argentino, em 1998, quando marcou 20 gols em apenas 19 jogos. É o maior artilheiro da história do Boca com 235 gols marcados. Pendurou as chuteiras em 2011.
Delgado: foi outro talentoso atacante do Boca nos anos 2000, fazendo uma memorável dupla com Tevez na Libertadores de 2003, quando foi o artilheiro com 9 gols. Muito oportunista e ótimo no posicionamento, fez a alegria da torcida de 2000 até 2003 e, também, de 2005 a 2006.
Iarley: o atacante brasileiro chegou em 2003 após sua boa passagem pelo Paysandu e foi um talismã do Boca com grandes atuações no Campeonato Argentino e no Mundial Interclubes. Porém, sofreu com contusões e acabou deixando a equipe já em 2004.
Carlos Bianchi (Técnico): sem sombra de dúvidas, Carlos Bianchi foi o maior treinador da história do Boca. O mago foi o responsável por fazer o clube da Bombonera ressurgir para o cenário internacional e incorporar no clube a importância e mística de uma Copa Libertadores. Só no Boca, Bianchi faturou três Copas em um período de quatro anos, além de ter alcançado a final em 2000, 2001, 2003 e 2004. Notável por sua inteligência tática e por conseguir neutralizar os melhores jogadores do time rival, ou até mesmo anular um time rival que seja superior que o dele próprio, Bianchi foi célebre, brilhante e imortal. Um dos maiores treinadores do futebol mundial. Leia mais sobre ele clicando aqui.
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Que matéria sensacional!!!!!!!
Muito obrigado! 🙂
Nessa época os europeus tremiam perante os grandes clubes sul americanos. Era Riquelme Alex crespo tevez Arce Luizão Juninho Pernambucano entre muitos outros todo mundo jogava aqui
Caramba, meu conhecimento sobre futebol cresceu muito, quando me recomendaram esse site!
Agora passo horas lendo sobre times,seleções, técnicos imortais! Parabéns mesmo
Muito obrigado pelos elogios e pelo prestígio, Daniel! Abraços!
Parabéns Imortais do Futebol! A página é sensacional!
Passei um tempo na Argentina, e um de meus amigos me contou essa história sensacional. Um adendo àquela grande vitória do Boca contra o River na quartas de final da Libertadores em 2000, por 3 a 0 em La Bombonera.
O Palermo vinha de lesão, e estava há um bom tempo sem jogar. Um dia antes do jogo da volta, Tolo Gallego, treinador do River Plate declarou: “de Boca no me preocupa nada. Y otra cosa: si ellos ponen a Palermo en banco, yo lo pongo a Enzo (Francescoli), a si que no hay problemas.” (do Boca nada me preocupa. E outra coisa: se eles colocarem o Palermo no banco, eu coloco o Enzo, aí não tem problemas).
Em uma só frase ironizou o Boca Juniors e Martin Palermo, já que Enzo Francescoli, ídolo do River Plate já havia se aposentado.
E o final da história vocês já sabem… El Titán mais uma vez deixa o dele contra o arquirrival. Desde que conheci essa história me arrepio ao ver esse gol. Esse cara tem uma história fantástica.
Ta aí o vídeo mostrando esses fatos: http://www.youtube.com/watch?v=wJQXXk9_Xqw
Abraço!
Muito bem lembrado, Luis! Aquilo mexeu demais com os brios dos xeneizes, que fizeram um jogo fantástico. Obrigado pelos elogios e pela participação! Abs!
Pô bicho… falar o quê? hehehe
Sensacional!
Ficou o “quero mais” que virá com o próximo perfil boquense.
Eu não sei como vocês vão bolar isso, mas de uma coisa eu tenho certeza:
Não sairei decepcionado.
Parabéns rapaziada.
Hehehe muito obrigado Willians! Fique ligado que publicaremos em breve! Abração!
O Boca teve um time de respeito no início da última década, que deitava em cima dos adversários dentro e fora de casa. Depois da saída de Bianchi, o boca teve um time bom, que voltou a vencer a libertadores. Hoje já não é mais o mesmo time, os adversários temem mais a sua camisa e seu estádio do que seu próprio time.