Nascimento: 22 de janeiro de 1973, em Pato Branco, Paraná, Brasil.
Posição: Goleiro
Clubes: Sinop-BRA (1990) e São Paulo-BRA (1990-2015)
Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Matogrossense (1990) pelo Sinop.
2 Mundial de Clubes (1993 e 2005), 2 Copas Libertadores da América (1993 e 2005), 1 Copa Sul-Americana (2012), 2 Recopas Sul-Americanas (1993 e 1994), 1 Supercopa da Libertadores (1993), 1 Copa Conmebol (1994), 1 Copa Master da Conmebol (1996), 3 Campeonatos Brasileiros (2006, 2007 e 2008), 1 Torneio Rio-SP (2001), 3 Campeonatos Paulistas (1998, 2000 e 2005) e 1 Supercampeonato Paulista (2002) pelo São Paulo.
Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (2002) e 1 Copa das Confederações (1997) pelo Brasil.
Principais títulos individuais e recordes:
Bola de Ouro da revista Placar: 2008
Bola de Prata da revista Placar: 2000, 2003, 2004, 2006, 2007 e 2008
Melhor Goleiro do Mundo pela RSSSF: 2005
4º Melhor Goleiro do Mundo pela France Football: 2007
Melhor Goleiro da América do Sul pela IFFHS: 2005, 2006 e 2007
Bola de Ouro do Mundial de Clubes da FIFA: 2005
Melhor Jogador do Campeonato Brasileiro: 2006 e 2007
Eleito para o Time dos Sonhos do São Paulo pela revista Placar: 2006
Maior Goleiro Artilheiro de todos os tempos: 131 gols na carreira
Jogador que mais vestiu a camisa de um mesmo clube em todos os tempos: 1237 jogos
Jogador que mais vezes foi capitão de um mesmo clube em todos os tempos: 978 jogos
Jogador com mais jogos disputados na história do Campeonato Brasileiro: 575 jogos
Eleito para o Time dos Sonhos do São Paulo do Imortais: 2021
Artilharias:
Artilheiro do São Paulo na temporada 2005: 21 gols
Artilheiro do São Paulo na temporada 2006: 16 gols
Artilheiro do São Paulo no Campeonato Brasileiro 2006: 8 gols
Artilheiro do São Paulo no Campeonato Brasileiro 2007: 7 gols
“M1to Tricolor”
Por Rafael Abduche
Se todo ídolo é especial para o torcedor, alguns ídolos são mais especiais que outros. Mas o que é ser especial? Difícil explicar em uma só frase, um só adjetivo. Será que ser especial é vestir uma única camisa por 25 anos? Será que ser especial é se tornar o jogador que mais vestiu a camisa de um mesmo clube em toda a história do esporte? Será que ser especial é ser o jogador que mais vezes foi capitão de uma mesma equipe? Será que ser especial é esperar pacientemente durante seis anos até chegar a hora de ser titular? Será que ser especial é ousar, arriscar, e ajudar o time não só com defesas, mas também com gols? Será que ser especial é marcar 131 gols e se tornar o maior goleiro-artilheiro da história? Será que ser especial é entrar para o Guinness Book? Será que ser especial é vencer 18 títulos oficiais em toda carreira? Será que ser especial é fazer uma das maiores partidas da carreira justamente em uma final de Mundial de Clubes? Será que ser especial é lotar um estádio em sua despedida e arrancar lágrimas de todos?
A resposta para todas essas perguntas é uma só: Rogério Mücke Ceni, mais conhecido como Rogério Ceni, o ser especial, maior ídolo da história do São Paulo Futebol Clube e a personificação máxima do torcedor tricolor dentro de campo. Rogério foi tão importante que o único adjetivo encontrado para caracterizá-lo é o de mito: algo que nos remete ao transcendente, ao mágico e a tudo que não pode ser conhecido e entendido materialmente, mas que cria misteriosamente um elo de identificação imediato entre o povo, dando sentido e ordem a todas as coisas. Ora, só Rogério Ceni – um mito na acepção da palavra – para unir prontamente o povo que traz a armadura vermelha, preta e branca no coração. Durante a carreira, foi uma máquina de colecionar recordes, títulos e admiração. É hora de relembrar a história de um dos mais raros casos de fidelidade do futebol mundial.
Sumário
O começo no Sinop
Toda mitologia por trás de Rogério Ceni começou, ao contrário do que muitos imaginam, longe do Morumbi. Nascido em Pato Branco, no Paraná, no dia 22 de janeiro de 1973, o jovem Rogério se mudou para Curitiba aos 11 anos com seus irmãos mais velhos. No ano seguinte, devido à crise madeireira do Paraná, migrou com a família para Sinop, em Mato Grosso, uma cidade fundada justamente por paranaenses em meados dos anos 70. Foi em Sinop que Rogério vestiu suas luvas pela primeira vez, e reza a lenda que ele o fez de forma curiosa: durante uma pelada do banco em que trabalhava, o goleiro do time – chefe de Rogerio, à época com 14 anos – faltou e não tinha ninguém para substituí-lo. O jovem Rogério foi para debaixo das traves e se destacou na pelada, continuando no “time da firma”.
Em 1989, fez testes no clube da cidade, o Sinop, mas não foi aceito. Voltando à peneira no ano seguinte, Rogério finalmente conseguiu uma vaga para ser o terceiro goleiro do clube que disputaria o campeonato mato-grossense de 1990. E parecia que Rogério nasceu predestinado a ser mito, já que só o destino ilógico dos deuses do futebol poderia fazer os dois goleiros do Sinop, Marília e Valdir Braga, machucarem-se ao longo do campeonato, e Ceni, com apenas 17 anos, virar titular. E tem mais: logo em sua primeira partida, contra o Cáceres, o goleiro pegou um pênalti garantindo o 1 a 1 no placar. Naquele mesmo ano, Rogério foi um dos destaques do título do Sinop, o primeiro clube campeão mato-grossense do interior, ao derrotar o Dom Bosco, o Mixto e o Independente em um quadrangular final. Após a conquista, Rogério, por intermédio de José Acras, conselheiro do São Paulo, viajou para São Paulo, na viagem que mudaria o rumo não só de sua vida, mas como de todos os são paulinos.
Expressinho e a reserva
Rogério desembarcou na capital paulista em 1990 com o sonho de vestir a camisa do São Paulo. O primeiro passo foi passar em uma peneira, sendo integrado às categorias de base do tricolor em 07 de setembro daquele ano. Nessa época, a história do futuro camisa 1 já se entrelaçava com a do clube, uma vez que Rogério morou no Morumbi durante seus primeiros anos de São Paulo.
“Quando cheguei à cidade, uma das primeiras coisas que eu vi foi o estádio do Morumbi. E era algo de outro mundo, gigante, impressionante. Principalmente porque, três dias depois do teste, foi lá que fui morar por quatro anos. Hoje, como moro perto, passo todo dia em frente e acho a coisa mais normal do mundo”. – Rogério Ceni, em entrevista ao Globo Esporte, 07 de setembro de 2010.
Sérgio Rocha, preparador físico, e Valdir Joaquim de Moraes, treinador de goleiros, desde cedo viam potencial no jovem paranaense. Valdir convenceu Telê Santana, treinador do tricolor à época, que o jovem goleiro poderia ser incorporado junto ao elenco profissional. Como concorrente de posição, era quase impensável desbancar Zetti, sinônimo de segurança para os tricolores e titular inquestionável. Dessa forma, Rogério teve que esperar até 1992 para ter sua primeira oportunidade no banco – um empate em 0 a 0 contra o Guarani – e até o ano seguinte para a estreia como profissional, em uma partida contra o Tenerife, da Espanha, pelo torneio Santiago de Compostela.
Já ali o goleiro parecia um predestinado, a quem a idolatria tricolor já estava reservada: assim como em sua estreia no Sinop, Rogério pegou um pênalti na vitória de 4 a 1 em seu primeiro jogo pelo São Paulo. Nesse meio tempo, no início de 1993, Rogério conquistou seu primeiro título pelo tricolor: a Copa São Paulo de Juniores. A decisão foi um jogo épico contra o Corinthians, em um 4 a 3 que levou os 50 mil torcedores que lotaram o Pacaembu a uma montanha-russa de emoções. A conquista foi ainda mais emblemática por ter sido a primeira do São Paulo na competição.
Se para jogar no time titular àquela altura era quase impossível para o goleiro de 21 anos, Rogério e outros garotos do São Paulo se destacaram com a equipe conhecida como “Expressinho”. Para a Copa Conmebol de 1994, o São Paulo decidiu testar vários garotos em uma equipe alternativa, em que até o técnico era reserva – era o começo da carreira de Muricy Ramalho, contratado como auxiliar de Telê Santana seis meses antes. Ao lado de Rogério, outros jovens como Caio Ribeiro, Juninho Paulista e Denílson surpreenderam o continente ao conseguirem um título mais que improvável. Não só por ser um time recheado de garotos, mas levando em conta os adversários que enfrentou.
Dentre eles, vitórias nos pênaltis contra Grêmio e Corinthians, que à época contava com os experientes Casagrande, Viola, Branco e Tupãzinho – herói da Fiel no título brasileiro de 1990, justamente contra o São Paulo. No segundo jogo contra o Timão – derrota por 3 a 2 que, culminada com a vitória tricolor na partida de ida por 4 a 3, levou a decisão para os pênaltis – Rogério teve sua primeira grande provação e foi decisivo ao defender as cobranças de Gralak e Leandro, garantindo a vitória de 5 a 4 do São Paulo e a vaga na final.
“Eu sempre gostei de bater pênalti. O Telê e o Valdir de Morais, que era o preparador de goleiros, pediam para eu treinar as cobranças”. Rogério Ceni, em entrevista ao jornal A Gazeta Esportiva, 09 de dezembro de 1994.
Passado o clássico na semifinal, a decisão foi contra o Peñarol-URU, gigante sul-americano que sucumbiu para o Expressinho. Uma vitória acachapante no Morumbi da garotada tricolor por 6 a 1 praticamente garantiu o título. Nem a derrota por 3 a 0 no Centenário, no jogo de volta, estragou a festa de um dos títulos mais improváveis do São Paulo. Mesmo assim, o jovem teria que esperar mais dois anos até conseguir, enfim, uma chance no time titular.
Titularidade, gols e tempos difíceis
Rogério só ganhou a titularidade com a venda de Zetti para o Santos, em 1996, e não saiu desse posto até sua aposentadoria, em 2015. O curioso é que, logo antes de assumir a camisa 1, Rogério quase foi para o Goiás, que ofereceu um salário três vezes maior do que o goleiro ganhava no Morumbi. “Eu respeitava muito o Zetti, mas queria jogar. Fui ao presidente Fernando Casal de Rey e apresentei a proposta. Ele me disse para ter paciência que, no final do ano, o Zetti ganharia passe livre como uma forma de reconhecer tudo de bom que ele fez para o clube. E que, quando isso acontecesse, eu viraria titular. Nessa conversa, renovei meu contrato por dois anos e tudo que o presidente havia dito, aconteceu.’’
Foi nessa época que Rogério deixou de ser apenas Rogério, um goleiro como os outros. ‘‘Ganhou’’ o sobrenome Ceni e mudou o paradigma dos goleiros ao se destacar não só debaixo das traves, mas também pelo jogo com os pés. Com ele, os zagueiros poderiam recuar a bola sem medo que ele sabia o que fazer com a bola. Nada de chutões, mas sim passes precisos e até lançamentos. A qualidade com a bola era tanta que Ceni começou a treinar faltas. Depois de mais de “15 mil chutes” em treinos, segundo o próprio, no dia 15 de fevereiro de 1997, Muricy Ramalho – então técnico da equipe principal – deu a chance de o goleiro bater uma falta contra o União São João, pelo Campeonato Paulista. O próprio Muricy revelou que a atitude não foi aceita logo de cara:
“Na preleção, no momento que eu falei ‘quem bate falta é o Rogério’, um conselheiro que estava junto quase caiu da cadeira. Falou: ‘esse treinador é louco’. E eu estava começando também, só podia ser coisa de maluco mesmo”.
E, na primeira oportunidade que teve – uma falta na meia-lua – colocou a bola no canto esquerdo do goleiro Adnam, abrindo o caminho para a vitória de 2 a 0 do tricolor paulista. Naquele ano, balançaria as redes mais duas vezes, contra Botafogo e Paraná. Em 1998 – ano em que Rogério conquistou seu primeiro título estadual -, foram mais três gols, e, na temporada seguinte, mais cinco, quando, além de faltas, o goleiro começou a bater pênaltis.
Apesar de Ceni ser um destaque do time, a virada do século foi um período difícil para o São Paulo, devido a um hiato de títulos importantes que só se encerraria em 2005. Além disso, os torcedores são paulinos ainda viam seus rivais Corinthians e Palmeiras montarem equipes recheadas de craques e conquistarem, respectivamente, um bicampeonato brasileiro e uma Libertadores. Em 2000, o jogador viveu o céu com a conquista do Paulistão, com direito a um gol de falta na final contra o Santos, mas foi ao inferno quando o tricolor perdeu a Copa do Brasil de maneira dramática para o Cruzeiro e a chance de voltar a uma Copa Libertadores, competição que o clube não disputava desde 1994 (leia mais clicando aqui).
Em 2001, mesmo com a conquista do Torneio Rio-SP, um caso quase encerrou a relação Ceni-São Paulo. O presidente do clube à época, Paulo Amaral, acusou o goleiro de inventar uma proposta do Arsenal, da Inglaterra, com o intuito de aumentar seu salário. A tal proposta teria sido feita em uma loja de instrumentos musicais de um amigo de Rogério, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Rogério se revoltou com a situação, e ficou afastado durante 29 dias, não recebendo remuneração durante esse período. Dessa forma, a sua saída do clube ficou iminente, e o Cruzeiro iria contratá-lo em uma troca pelo goleiro André mais uma compensação financeira. No fim, a ida para Belo Horizonte não se concretizou muito graças à eleição de Marcelo Portugal Gouvêa, que assumiu o lugar de Paulo Amaral, em 2002. Mesmo com essa polêmica, Rogério era um dos melhores goleiros do país e ganhava chances, inclusive, na Seleção Brasileira.
A camisa que não caiu bem
Ceni estreou pela Seleção em 1997, substituindo Dida na vitória de 3 a 2 sobre o México na Copa das Confederações. O goleiro era reserva do time de Zagallo que levantou pela primeira vez o caneco da competição. Mas foi com Luxemburgo com quem Rogério teve, ao mesmo tempo, a maior oportunidade e a maior frustração com a amarelinha. Luxemburgo assumiu a seleção em 1998 e Rogério era seu goleiro de confiança, sendo titular em quatro dos primeiros cinco jogos do treinador. Apenas na estreia de Luxa, o empate de 1 a 1 contra a Iugoslávia, é que o titular foi André, do Internacional. Chegava, então, o teste de fogo para Luxemburgo e Rogério na Seleção: um amistoso contra o Barcelona, em comemoração ao centenário do time catalão.
A partida acabou empatada em 2 a 2, mas Rogério, apesar de fazer boas defesas, deixou a bola – molhada devido à chuva que durou o jogo inteiro – escapar nos dois gols do Barça. Contudo, não foram as falhas que deixaram Luxemburgo chateado com o goleiro, e sim as declarações no pós-jogo. Rogério minimizou seus erros em seguidas entrevistas, dizendo:
“Acho que fiz uma boa partida, mas por dois lances isolados ninguém percebeu isso. As bolas poderiam ter escapado das minhas mãos e algum dos zagueiros ter tirado de cabeça. Mas, infelizmente, saíram dois gols. Foi uma boa atuação e, se não tivesse saído esses dois gols, teria sido uma das melhores atuações de um goleiro nos últimos tempos pela seleção.”
Não era para tanto. Com 26 anos, o goleiro ainda buscava sua afirmação. Deveria ser mais humilde. Luxemburgo ficou furioso e deixou o jogador na “geladeira”. Dida assumiu a titularidade, e Rogério ficou fora dos convocados para a Copa América de 1999. O goleiro só voltou a ser chamado para integrar o grupo de jogadores da Seleção em 2001, já com Felipão. Foi o terceiro goleiro na conquista da Copa do Mundo na Coreia do Sul e no Japão, em 2002. Naquela época, já sabia ouvir mais. Na Copa seguinte, foi o reserva imediato de Dida, chegando, inclusive, a ganhar uma chance e entrar durante pouco mais de 10 minutos na vitória de 4 a 1 sobre o Japão. O fato é que a amarelinha nunca foi um objetivo para o goleiro, que se preocupava mais com o São Paulo e nas conquistas que poderia alcançar com o clube (ele disputou apenas 16 jogos com a Seleção na carreira). E elas não demorariam para aparecer.
Depois do drama…
Em 2003, o São Paulo conseguiu uma boa colocação no Campeonato Brasileiro e garantiu uma vaga na Copa Libertadores de 2004, após uma década de jejum. Na competição continental, o tricolor fez uma ótima campanha, passando bem pela primeira fase (cinco vitórias e uma derrota), pelas oitavas (vitória sobre o Rosário Central-ARG) e quartas de final (triunfos fáceis sobre o Deportivo Táchira) até a chegada à semifinal. Nela, Rogério viveu um drama. Após empate sem gols na ida, no Morumbi, o time tricolor viajou até a Colômbia e via o jogo empatado em 1 a 1 até que, no finalzinho do jogo, quando o técnico Cuca, do São Paulo, já escolhia quem iria bater as penalidades, o Once Caldas fez 2 a 1. E o sonho da final caiu por terra. Foi um baque enorme para o goleiro.
“A única coisa que faço desde que saímos da Libertadores é treinar e tentar dormir. Estou com um pouco de vergonha pelo que aconteceu. É mais difícil para mim do que para qualquer torcedor não conquistar um título. Primeiro porque sou são-paulino como qualquer outro. Segundo porque meu sucesso profissional depende das vitórias”. – Rogério Ceni, em entrevista à Folha de S. Paulo, 24 de junho de 2004.
Porém, o goleiro que tanto esperou para ser titular sabia aguardar para ser campeão da competição favorita da torcida. O São Paulo voltou a ficar entre os primeiros do Campeonato Brasileiro – Rogério venceu, em 2004, a Bola de Prata da revista Placar de melhor goleiro do torneio, repetindo as conquistas de 2000 e 2003 – e garantiu mais uma vez sua vaga para a competição no ano seguinte. E, curiosamente, começaria a melhor e mais incrível fase da carreira do camisa 1 e que ecoa na mente dos são-paulinos até os dias de hoje, descortinando a figura do mito e trazendo à tona o ídolo imaterial.
…a América!
No início de 2005, ninguém imaginaria que o time pudesse retomar o caminho das glórias após a sucessão de fracassos, mas logo um título do Campeonato Paulista já esboçava o ano que viria pela frente. O maior desafio era a Libertadores, a obsessão de Ceni e da torcida. E, após onze anos, o tricolor, através das mãos do capitão Rogério Ceni, voltaria a erguer a taça mais importante do continente. Mostrando força no Morumbi e sendo consistente longe de casa, o São Paulo deixou para trás gigantes como Palmeiras e River Plate, destroçou o Tigres-MEX com um inapelável 4 a 0 no Morumbi, com dois gols de falta de Rogério – que ainda perdeu um pênalti – até chegar à decisão e bater o Atlético Paranaense, com uma acachapante goleada por 4 a 0.
Na finalíssima, no momento mais tenso da partida, quando o Furacão teve um pênalti a seu favor e o placar mostrava apenas 1 a 0 para o São Paulo, no final do primeiro tempo, Rogério, concentrado, dizia: “eu vou pegar, eu vou pegar”. Quando Fabrício chutou, Rogério acertou o canto, a bola bateu na trave e aliviou a torcida, que viu um passeio do time no segundo tempo. Na comemoração, Ceni era a encarnação pura do torcedor dentro de campo, como se o mais fanático são-paulino tivesse a chance de erguer o troféu da América no lugar de um jogador comum.
Enfim, depois de anos de angústia, tempos difíceis e xingamentos, Rogério calava críticos e escrevia seu nome na história do clube. De quebra, foi o artilheiro do time na competição com cinco gols. Além dos dois contra o Tigres, ele fez um de pênalti contra o Palmeiras, nas oitavas, um de pênalti contra o River, nas semis, e outro de falta contra a Universidad de Chile, na primeira fase.
O título da América carimbou o passaporte para a viagem mais importante da vida de Rogério. O goleiro agora cruzaria o mundo em busca de trazer ao Morumbi o Mundial de Clubes da FIFA, que passaria a ser organizado pela entidade máxima do futebol em definitivo exatamente naquele ano de 2005 (leia mais clicando aqui). O primeiro adversário tricolor era o desconhecido Al Ittihad, da Arábia Saudita, que deu trabalho e obrigou Rogério a fazer uma defesa decisiva no final do primeiro tempo, quando a partida estava empatada em um a um. Depois, se tornou o primeiro – e até hoje único – goleiro a marcar um gol em um Mundial de Clubes, ao converter seu pênalti e ajudar na vitória do São Paulo por 3 a 2. Com sufoco, o tricolor estava na final. Era hora de encarar o Liverpool-ING.
O jogo da vida
No dia 18 de dezembro de 2005, Rogério entrou em campo para o jogo mais importante de sua carreira. Naquele dia, ele tinha a chance de conseguir o título máximo para um clube, a glória inigualável, inquestionável. Ele poderia colocar o seu São Paulo num patamar único e transformá-lo no primeiro clube brasileiro tricampeão mundial. O problema é que o capitão não estava 100%. Rogério estava com uma lesão no menisco. Durante um dos treinamentos no Japão, o arqueiro sentiu o joelho esquerdo, limitando alguns movimentos e causando preocupação nos bastidores do clube.
O preparador físico Sérgio Rocha confirmou o temor de quem acompanhou a situação, dizendo que o joelho do craque poderia “travar” a qualquer momento. Mas Rogério não queria perder aquele jogo por nada. Como ele poderia ficar de fora de uma final de Mundial? O São Paulo precisava dele. E o camisa 1 não só jogou, mas fez, justamente naquele jogo, a atuação mais assombrosa de sua carreira diante do campeão europeu. Rogério foi o melhor em campo, fez pelo menos três defesas incríveis e pegou tudo em grandes momentos de pressão dos ingleses tanto em arremates de perto quanto de longe da área.
Mas uma defesa, em cobrança de falta de Gerrard, foi especial. O inglês conseguiu a batida perfeita, no ângulo. Só que Rogério parou no ar e a bola esbarrou em sua mão esquerda, desenhando a imagem que ficou gravada na memória de todo são-paulino. Rogério não era mais apenas um humano, o mito tinha sido construído. Foi a defesa mais incrível de sua vida.
Ele voou, foi no ângulo mais impossível pegar a bola mais improvável, que tinha destino certo e poderia mudar a partida de figura. Ao apito do árbitro, o São Paulo sacramentou o 1 a 0 (gol de Mineiro) e Rogério era campeão do mundo. Seu São Paulo era campeão do mundo. Era a taça que coroava uma temporada impressionante do craque: ele foi o artilheiro do time (!) na temporada com 21 gols – 2005 foi a temporada mais prolífica da carreira do jogador, conquistou três títulos, disputou 75 jogos, foi eleito o craque da Libertadores, ganhou a Bola de Ouro do Mundial de Clubes (foi o primeiro goleiro a ter a honraria), ganhou diversos prêmios individuais, virou um dos atletas mais populares do planeta, jogava até como líbero em alguns jogos, driblava adversários, dava chapéu… Enfim, ele não precisava provar mais nada. Mas ele queria mais…
A volta por cima do maior goleiro-artilheiro do mundo
Em 2006, o São Paulo manteve boa parte do time que ganhou quase tudo em 2005 e não queria outra coisa que não fosse o tetra da Libertadores. A equipe seguiu firme e foi para a segunda fase. Nela, Ceni foi mais uma vez decisivo em uma disputa de pênaltis contra o Estudiantes, nas quartas de final, pegando um e convertendo sua cobrança, além de marcar o único gol, de pênalti, na importantíssima vitória por 1 a 0 do tricolor contra o perigoso Chivas-MEX em pleno estádio Jalisco, na semifinal. Na volta, no Morumbi, o Chivas teve um pênalti a seu favor no começo do primeiro tempo e com o placar em 0 a 0. Momento crítico. Mas Rogério Ceni ficou parado, em cima da linha, só esperando o chute adversário. Na batida, o goleiro voou e defendeu magistralmente. O Morumbi explodiu. E o São Paulo foi no embalo para fazer 3 a 0 e se garantir na decisão mais uma vez (vale lembrar que desde 2006 um time brasileiro não chega em uma final continental duas vezes seguidas).
Porém, na decisão, Rogério viveu momentos terríveis. No primeiro duelo, no Morumbi, viu o Internacional-BRA de Fernandão e Rafael Sóbis vencer por 2 a 1. Na finalíssima, todos tinham certeza de que Ceni seria grande, como fora no ano anterior em todos os momentos e durante aquela mesma Libertadores. Mas, após uma bola alçada na área, o camisa 1 falhou. Ele subiu, não segurou a bola e o Inter abriu o placar no Beira Rio. O jogo terminou 2 a 2 e os colorados acabaram campeões. Foi um baque terrível para o craque. O São Paulo perdia o tetra justo no dia em que seu capitão falhou. Naquela vez, Ceni assumiu a culpa.
“Se alguém pode levar a culpa, esse alguém sou eu. Infelizmente o erro aconteceu num dia que não podia acontecer”. – Rogério Ceni, em entrevista ao UOL Esporte, 17 de agosto de 2006.
Três dias depois, no dia 20 de agosto de 2006, pouco mais de 12 mil pessoas foram ao Mineirão certas de que veriam uma fácil vitória do Cruzeiro sobre um triste e pálido São Paulo. Com 34 minutos de jogo, os mineiros já venciam por 2 a 0 e o enredo já tinha contornos consolidados. Pouco tempo depois do segundo gol, pênalti para o Cruzeiro. Mas, na cobrança, Rogério Ceni, tão criticado e ferido, defendeu. Começava ali a reviravolta tricolor. O voo da Fênix. Aos 42´, em uma falta magistral, Rogério marcou o primeiro gol do São Paulo.
Aos 16´do segundo tempo, de pênalti, o camisa 1 empatou e se tornou o maior goleiro-artilheiro de todos os tempos com 64 gols, quebrando o recorde anterior do paraguaio Chilavert, com 62. Foi uma atuação de gala que provou a força daquele time em superar as adversidades e seguir em frente rumo ao objetivo final. E uma atuação simplesmente sensacional de Ceni, como bem descreveu Juca Kfouri, em sua coluna na Folha de S. Paulo (leia mais clicando aqui).
Líder do primeiro turno, o São Paulo manteve o posto e sagrou-se campeão brasileiro de 2006, um título que não vinha desde 1991. Em 2006, o goleiro foi um dos artilheiros do time no campeonato, ao lado de Lenílson, com 8 gols. Foi, assim como em 2005, artilheiro do time no ano com 16 gols e ganhou mais uma Bola de Prata e eleito o melhor jogador da competição nacional.
Três é demais
Após o tetra de 2006, Rogério e seu São Paulo engatilharam uma sequência impressionante de três títulos brasileiros. Em 2007, o goleiro teve à sua frente uma das melhores defesas da história do torneio – Miranda, Breno e André Dias compunham o esquema de três zagueiros do técnico Muricy – e o São Paulo só levou incríveis 19 gols em 38 jogos. A fase mais marcante dessa jornada aconteceu entre a 17ª e a 25ª rodadas, quando o São Paulo não levou um gol sequer dos adversários. A equipe conseguiu a proeza de ficar inteiros nove jogos sem ver os rivais vazarem Rogério Ceni uma única vez.
Foi uma marca histórica que chegou aos 988 minutos no clássico contra o Santos, que terminou 2 a 1 para o São Paulo. Vivendo uma fase magnífica, Rogério Ceni se consagrou como o melhor goleiro do país mais uma vez e foi o único a atuar na América do Sul a ser indicado, em 2007, ao prestigiado prêmio “Ballon d´Or” da revista France Football.
Em 2008, o título veio após um primeiro turno ruim e um segundo turno de recuperação, com um período de 18 jogos sem perder. Ceni foi menos goleador e mais “defensor”, garantindo resultados com grandes atuações debaixo das traves. Por isso, o camisa 1 ganhou naquele ano a Bola de Ouro da revista Placar de craque do torneio, a primeira (e única) da carreira. No total, a campanha do tricampeonato tricolor foi composta por 114 jogos (99 deles com Ceni), 66 vitórias, 32 empates, 16 derrotas, 187 gols marcados, 87 gols sofridos, num aproveitamento de pontos de 67%.
O livro dos recordes em pessoa
Após 2008, Rogério havia atingido seu ápice com a camisa do São Paulo. Em termos de conquistas, o goleiro só não tinha levantado o caneco da Copa do Brasil. Mas quando alguém podia pensar que Rogério, já com 36 anos, não tinha mais motivação, o camisa 1 virou uma máquina de quebrar recordes, sendo sempre um dos destaques quando o São Paulo entrava em campo.
Em 2011, tornou-se o primeiro goleiro a chegar à marca de 100 gols, em um jogo com sabor especial: contra o rival Corinthians. Rogério marcou um golaço de falta na vitória por 2 a 1 no campeonato estadual daquele ano. Além de marcar justamente seu gol de número 100 contra o alvinegro, Ceni o fez de frente para a torcida tricolor, que viu em sua plenitude aquele momento histórico e inesquecível. Dois anos mais tarde, tornou-se o jogador com mais jogos por um único clube, superando Pelé, no Santos.
Tais façanhas levaram o craque ao Guinness Book, o Livro dos Recordes. No ano seguinte, na vitória de 3 a 0 contra o Goiás, Rogério se tornou o jogador a ter mais vitórias por um único time. Ele ultrapassou, naquela data, as 589 vitórias do galês Ryan Giggs, um dos maiores ídolos da história do Manchester United. Ceni também se tornou o jogador que mais vezes foi capitão de um time no mundo, com 957 jogos vestindo a braçadeira de capitão.
Quando parar?
Após todo auge, vem a queda. E, com Rogério, não foi diferente. Após os anos de glória pelo São Paulo, o camisa 1 viu o time definhar, fazer péssimas contratações e não ganhar nada a partir de 2009. Na Libertadores, só fracassos e eliminações, incluindo uma para o Internacional, na semifinal, em 2010, que fez o goleiro chorar copiosamente – aquela foi a última vez que ele chegou tão longe com o tricolor na competição.
Em 2012, porém, um quase “quarentão” Rogério liderou um time recheado de garotos ao título da Copa Sul-Americana. Sem contar Rogério, que tinha 39 anos, a média de idade do time que entrou em campo na final com o Tigre-ARG era de pouco mais de 23 anos. E essa não foi uma final comum. Após empatar por zero a zero na Argentina, brasileiros e argentinos pisaram no Morumbi em clima bélico: no jogo de ida, o zagueiro Donatti e Luís Fabiano foram expulsos. Em um primeiro tempo tão arrasador quanto violento, o São Paulo abriu 2 a 0.
No vestiário, o time argentino se recusou a voltar para o gramado com o argumento de que a Polícia Militar teria ameaçado os jogadores com revólveres e cassetetes. Na versão da PM, foram os argentinos que tentaram invadir o vestiário do São Paulo, causando confusão generalizada. No fim, não teve segundo tempo e o São Paulo foi campeão. Na hora de levantar a taça, Ceni cedeu a honraria a Lucas, revelação do time na temporada. A Sul-Americana foi o último título de Rogério com o São Paulo.
No ano seguinte, Ceni passou por vários apuros. O goleiro se machucou de forma grave, ficando mais de dois meses fora da equipe, que lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Era difícil imaginar que Rogério, com 40 anos, ainda pudesse voltar em alto nível. Muitos já comentavam sua aposentadoria. Mas o goleiro ainda não queria parar, voltou a atuar naquele ano e ajudou o São Paulo a escapar da degola. E, pela Copa Sul-Americana, o goleiro, tal qual uma fênix, renasceu das cinzas para fazer uma das maiores atuações de sua carreira contra a Universidad Católica, pela Copa Sul-Americana. Na partida em Santiago, os são-paulinos lembraram o Rogério do Japão, do Mundial de Clubes. Sem se importar com a idade, o camisa 1 assombrou os chilenos com defesas incríveis e garantiu a vitória do São Paulo por 4 a 3, resultado que classificou o tricolor para as quartas de final. O time chegaria até a semifinal, onde perdeu a vaga para a Ponte Preta.
Em 2014, Ceni anunciou que aquela seria a última temporada dele com a camisa do São Paulo. Mas, após a boa campanha do time no Campeonato Brasileiro (o time foi vice-campeão) e consequente vaga na Libertadores de 2015, Ceni decidiu estender sua permanência para mais um ano. Mas a alegria durou pouco: o São Paulo parou nas oitavas de final e foi eliminado nos pênaltis para o Cruzeiro. Mais uma vez, uma lesão atrapalhou Ceni, que ficou fora de boa parte dos jogos no segundo semestre daquele ano. Seu último jogo oficial foi diante do Santos, na derrota por 3 a 1 pelas semifinais da Copa do Brasil. O adeus estava por vir. E seria no Morumbi, estádio onde ele viveu os grandes momentos de sua carreira e que construiu uma geração inteira de novos torcedores, fãs e admiradores.
O adeus do M1to
No dia 11 de dezembro de 2015, um Morumbi lotado presenciou o último momento de Rogério Ceni com a camisa 1. Em um amistoso entre os campeões mundiais de 1992-1993 contra os de 2005, Rogério jogou no gol e na linha, um antigo sonho do torcedor, que sempre quis ver seu arqueiro com a bola nos pés. O jogo foi mero detalhe para a festa de Rogério, que ainda se arriscou cantando e tocando guitarra no intervalo. Ao som de rock – ritmo preferido do goleiro –, encerrava-se a trajetória que ser humano algum sequer imaginou trilhar. Após 25 anos, 1237 jogos, 131 gols e 18 títulos, Ceni disse adeus. Como não poderia deixar de ser, se emocionou, como emocionou todos os presentes ao estádio. Em seu discurso, disse para jogarem suas cinzas no Morumbi.
“É meu último pedido, talvez o mais difícil, mas um dia vai acontecer. Quero que meu corpo seja cremado, que as cinzas possam ser jogadas no Morumbi, para que eu me lembre sempre do que aconteceu aqui”.
Terminava com show, palmas e emoção a impressionante trajetória do mito tricolor. Era o fim de um jogador conhecido em todo mundo e até por quem nem sequer acompanha futebol – pergunte para alguém: “conhece o Rogério Ceni?” ou “lembra do goleiro do São Paulo?”. A resposta será: “ah, aquele que fazia gol? Lembro!”.
No final de 2016, Ceni não aguentou ficar longe do São Paulo e virou técnico do time. Porém, a falta de experiência, maus resultados e atritos com a diretoria culminaram na sua demissão, em julho de 2017. Mesmo assim, ele segue na carreira de treinador e espera ter o mesmo sucesso que teve como jogador.
O fato é que Ceni foi um ícone, copiado por muitos, mas jamais igualado. Nunca um jogador foi tão odiado pelos rivais como ele. Motivo? Ele era a personificação de seu clube, oras. Vencê-lo era vencer o São Paulo, por isso os rivais se empenhavam tanto. Mas, lá no fundo, todos queriam era ter um goleiro como ele, que, no auge, defendia como poucos e marcava gols com precisão cirúrgica e rara até mesmo para muitos camisas 10 espalhados pelo mundo afora. Sozinho, ganhou em 25 anos mais do que muitos, mas muitos clubes grandes do futebol brasileiro e até mundial. Sozinho, marcou mais gols que muitos atacantes.
E sozinho, lá no gol, sempre teve milhões de tricolores ao seu lado, nas arquibancadas, com os olhos vidrados na TV, ouvidos colados no rádio ou com atenção aos alertas do placar instantâneo na internet. Afinal, todos tiveram goleiros. Mas só eles tiveram Rogério Ceni, um ídolo na mais pura acepção da palavra. E uma figura que, com a camisa do São Paulo, jamais terá uma definição. Afinal, só escapando do mundo em que vivemos para definir Rogério Ceni. E, enquanto vivermos nesse mundo, Rogério Ceni será sempre imortal.
“Na partida, nem precisou mostrar a outra face, igualmente prodigiosa, de sua notoriedade. Não há, no mundo, outro exemplo de goleiro com tamanha lucidez jogando com os pés. Pés que pensam. Pés que, por onde passam, vão deixando pela grama rastros de mãos.” – Armando Nogueira, Jornalista.
“O São Paulo é o único time do mundo que joga no esquema 1-3-5-2.” Paulo Vinícius Coelho, Jornalista.
“Mineiro garantiu o 1. Rogério garantiu o 0”. – Lito Cavalcanti, Jornalista e comentarista esportivo, sobre a final do Mundial de Clubes de 2005.
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Números de destaque:
Disputou 1237 jogos e marcou 131 gols pelo São Paulo
Ficou 418 jogos sem sofrer gols pelo São Paulo (242 deles no Morumbi), ou seja, ⅓ dos jogos ou 33,79%
Em sua trajetória, acumulou 648 vitórias, 275 empates e 314 derrotas
Defendeu 51 pênaltis na carreira
Goleiro com mais gols de falta: 62
Goleiro com mais gols de pênalti: 69 (contando somente durante o tempo normal)
Goleiro com mais gols de pênalti, incluindo disputas de pênalti: 80
Goleiro que mais cobrou pênaltis, incluindo disputas de pênalti: 101
Goleiro com mais gols em uma única temporada: 21 (2005)
Goleiro com mais gols na Copa Libertadores: 14 gols
Atleta com mais jogos e vitórias na Copa Libertadores: 90 jogos e 51 vitórias
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Uma carreira brilhante, simplesmente brilhante!! Um atleta nota 10 com uma carreira incrivel que poucos podem sequer comparar e com uma historia linda.
E hoje eu acabei de ver o Rogério Ceni levantar seu terceiro troféu em 1 ano e meio como técnico do Fortaleza. O cara é ídolo aonde passa. Ainda vai fazer muita história como técnico.
Brilhante texto, apenas faço um adendo quanto ao seu período na Seleção: após a saída do Luxemburgo, o Leão o tinha como seu goleiro de confiança já em 2000. Inclusive jogando partidas de Eliminatórias para a Copa de 2002. Desse período constam a maioria dos jogos disputados pelo Rogério na Seleção. E no jogo Brasil 5 x 0 Bolívia no Maracanã em 2000, ainda com o Luxa no comando, ele foi o titular. Abraço!
Sua trajetória foi no mínimo curiosa, cheia de altos e baixos, muito mais altos que baixos. Tem momentos eternos outros para se esquecer, mas com certeza seu histórico como goleiro é eterno.
Como o colega Davi disse, a diretoria poderia ter confiado mais nele, mas o São Paulo não se ajudou.
Legal esse texto. E o do Marcos também.
Otimo texto!!Rogério foi o homem que me fez amar o São Paulo e sentir o que é ser São Paulino. Foi sacaneado pela diretoria que não o respaldou mas tenho certeza que vai fazer o ótimo trabalho do outro tricolor do meu coração do