Grandes feitos: Campeã da Copa América (2011) e 4ª colocada na Copa do Mundo da FIFA (2010). Recolocou o Uruguai na elite do futebol mundial depois de quatro décadas.
Time-base: Muslera; Maxi Pereira, Diego Lugano (Scotti), Diego Godín (Victorino / Sebastian Coátes) e Jorge Fucile (Martín Cáceres); Diego Pérez (Álvaro González), Arévalo Ríos (Cristian Rodríguez) e Álvaro Pereira (Álvaro Fernández / Gargano / Gastón Ramírez); Edinson Cavani (Lodeiro), Diego Forlán e Luis Suárez (Sebástian Abreu). Técnico: Óscar Tabárez.
“O renascimento da Celeste”
Por Guilherme Diniz
Foram quatro décadas dormindo. Quatro décadas com pouquíssimos momentos para comemorar e campanhas desprezíveis em Copas do Mundo. Isso quando havia Copa para aquela seleção tão vitoriosa e com tanta história como a uruguaia. Mas, em 2010, a tão laureada Celeste Olímpica, bicampeã mundial e bicampeã olímpica, voltou à cena. E com pompa e brilho. Enquanto todos apostavam nos europeus e na dupla Brasil e Argentina na Copa do Mundo da África do Sul, eis que os uruguaios quebraram todas os prognósticos e chegaram entre os quatro melhores do planeta. Para provar que nada daquilo havia sido por acaso, um ano depois eles viajaram até a Argentina, despacharam os anfitriões e conquistaram a hegemonia na Copa América.
Era o auge de uma geração que ressuscitou uma instituição que vivia na periferia do futebol mundial e trouxe de volta o respeito e dignidade que tanto os uruguaios queriam. Nos anos seguintes, eles venceram grandes jogos e foram a mais uma Copa do Mundo na base da garra e da emoção, mas a geração de ouro de 2010 se mostrou envelhecida em 2014 e não conseguiu ir além das oitavas de final – ainda mais com uma inesperada ausência de última hora de seu bravo atacante Luis Suárez, que assumiu o protagonismo que fora de Forlán e virou o maior símbolo da Celeste em anos inesquecíveis. É hora de relembrar.
El maestro cambia todo
Sydney, Austrália, 16 de novembro de 2005. Após vencer por 1 a 0 no tempo normal, a Austrália força a decisão por pênaltis contra o Uruguai no duelo decisivo que colocaria ou o representante da Oceania ou o da América do Sul na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006. No primeiro jogo da repescagem, o Uruguai venceu por 1 a 0, mas não conseguiu segurar o empate do outro lado do mundo. Nos pênaltis, a Austrália fez a alegria das mais de 82 mil pessoas que lotaram o Telstra Stadium e voltou a um Mundial depois de 32 anos. Já o Uruguai amargava mais um tropeço para sua “coleção” de desprazeres em Mundiais ou em Eliminatórias para Mundiais.
O torcedor não sabia o que mais deveria ser feito para que a Celeste tão vencedora e imponente de antes parasse de perder jogos bestas ou se apequenar diante de times com tradição zero. O primeiro passo foi dado pela Federação Uruguaia, que chamou para o comando técnico Óscar Tabárez, que tinha no currículo uma Copa Libertadores da América com o Peñarol-URU, em 1987, um Campeonato Argentino com o Boca Juniors-ARG, em 1992, e a disputa de uma Copa do Mundo com o próprio Uruguai, em 1990, quando a equipe sul-americana caiu nas oitavas de final diante dos anfitriões italianos.
Conhecido em seu país como “El Maestro”, por ser professor quando não está treinando clubes ou seleções, Tabárez assumiu a equipe uruguaia com o principal objetivo de ver quais jogadores poderiam ser utilizados nos anos seguintes e quais peças mereciam chances no selecionado celeste. Após alguns amistosos e a disputa da Copa América de 2007 (competição na qual o Uruguai ficou na 4ª colocação, após perder nos pênaltis para o Brasil na semifinal), Tabárez mudou várias peças do elenco e começou a chamar jovens para diversas posições.
Do time que perdeu a vaga na Copa de 2006 para a Austrália, saíram o goleiro Carini, os zagueiros Dario Rodríguez, Guillermo Rodríguez e Paolo Montero, os meio-campistas Pablo García, Carlos Diogo e Álvaro Recoba, o ponta Gustavo Varela e os atacantes Mario Regreiro, Richard Morales e Marcelo Zalayeta. Apenas Diego Lugano, Diego Pérez e Diego Forlán, remanescentes daquela fatídica partida, foram mantidos nos planos de Tabárez, que trouxe mais juventude ao elenco com as entradas de Diego Godín, Jorge Fucile, Cristian Rodríguez, Walter Gargano e Maxi Pereira, todos estes presentes no elenco que disputou a Copa América de 2007.
Após a disputa do torneio continental, Tabárez seguiu fazendo testes em seu time até a estreia nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, em outubro de 2007, quando a Celeste recebeu a Bolívia, em Montevidéu, e goleou por 5 a 0, um ótimo presságio que teve gols de Abreu, Forlán, Sánchez, Bueno e um brigador e habilidoso atacante chamado Luis Suárez, à época atleta do Ajax-HOL e que recebia muitos elogios por sua raça e grande qualidade na hora de finalizar ao gol. O treinador gostou do que viu naquela partida e deixou bem claro para a torcida e imprensa que aquela goleada não seria algo comum, mas sim os resultados:
“Nosso objetivo será vencer. O jeito como isso acontecer é secundário.”
E, nos jogos seguintes, os uruguaios entenderiam muito bem o recado.
Drama à vista
Nos três últimos compromissos pelas Eliminatórias, em 2007, o Uruguai perdeu para Paraguai (1 a 0, fora) e Brasil (2 a 1, fora), e empatou em 2 a 2 com o Chile, em casa. Em 2008, a equipe conseguiu se recuperar e manteve-se invicta por oito jogos entre fevereiro e setembro, com duas vitórias (3 a 2 sobre a Turquia, fora, e 3 a 1 no Japão, fora) e dois empates (2 a 2 com a Colômbia, em casa, e 2 a 2 com a Noruega, fora) em amistosos e duas vitórias (6 a 0 sobre o Peru, em casa, e 1 a 0 na Colômbia, fora) e dois empates (1 a 1 com a Venezuela, em casa, e 0 a 0 com o Equador, em casa) pelas Eliminatórias. No entanto, o embalo foi quebrado com dois empates (0 a 0 com o Equador, em casa, e 2 a 2 com a Bolívia, fora) e uma derrota (2 a 1, para a Argentina, fora).
A torcida começava a ficar ressabiada pela inconsistência do time e pela quantidade de pontos perdidos nos jogos em casa – que começavam a fazer falta na tabela de classificação e sugeriam um novo playoff para a Celeste disputar. As críticas aumentaram ainda mais quando a equipe disputou quatro jogos entre abril e setembro e não venceu nenhum. Foram três derrotas e um empate, com direito a uma goleada de 4 a 0 sofrida para o rival Brasil em pleno estádio Centenário, resultado que por pouco não custou o cargo de Tabárez. A torcida reclamava da falta de empenho dos jogadores e da ausência da famosa “garra uruguaia”, que acabava ficando nos clubes do futebol europeu, onde grande parte dos jogadores atuava, e deixada de lado nas partidas da seleção. Foi então que o treinador uniu o grupo para os três últimos jogos e deixou bem claro que seria preciso fazer de tudo para manter a equipe na zona de classificação para a Copa.
No dia 9 de setembro, os uruguaios encararam a Colômbia e venceram por 3 a 1, em casa, com gols de Suárez, Scotti e Eguren. No duelo seguinte, contra o Equador, em Quito, o 1 a 1 persistia no placar até que Forlán, no finalzinho, fez 2 a 1 e deixou a decisão para a última rodada, em casa, contra a rival Argentina. Na quarta posição, o time precisava da vitória para não depender de outros resultados nem cair para o quinto lugar, que forçaria a famigerada repescagem. No entanto, nem a mística do estádio Centenário e a força da torcida ajudaram a Celeste contra os Hermanos, que venceram por 1 a 0 e mandaram o vizinho para o confronto decisivo contra o representante da CONCACAF, a Costa Rica. Haveria mais drama. Como em 2005…
Bendito seja o capitão!
Para evitar o filme que eliminou o Uruguai da Copa de 2006, Tabárez concentrou seu grupo na necessidade de uma vitória por qualquer placar no duelo de ida, em San José, para que a volta, em casa, fosse mais tranquila e sem os riscos passados contra a Austrália, em 2005. Dito e feito, os uruguaios jogaram com a raça que sua torcida tanto gosta e venceram por 1 a 0, com um gol do capitão Lugano ainda no primeiro tempo. Na volta, o estádio Centenário recebeu mais de 62 mil pessoas, que encheram os céus de fumaça e apoiaram sua equipe à classificação. No segundo tempo, Abreu fez 1 a 0. Logo em seguida, Centeno empatou, mas o placar manteve-se assim até o final e o Uruguai conseguiu a última vaga na Copa da África do Sul. Com sofrimento, a Celeste estava de volta. E pronta para apagar de uma vez por todas os fiascos anteriores.
Bom presságio
Antes de o Mundial começar, a seleção uruguaia venceu os dois amistosos que disputou no começo de 2010 e os torcedores perceberam que o momento de alguns atletas do elenco era especial. Contra a Suíça, Cavani, Suárez e Forlán fizeram os gols da vitória por 3 a 1 e Tabárez viu que o trio seria de mais valia para a disputa da Copa por aliar velocidade, técnica, força e uma dose extra de qualidade com as bolas paradas de Forlán, que gastava a bola jogando pelo Atlético de Madrid-ESP (que seria campeão da Liga Europa naquele ano com dois gols do atacante na final). Contra Israel, a goleada de 4 a 1 teve dois gols de Abreu, um de Álvaro Pereira e outro de Forlán. Foi o último teste antes da Copa, e Tabárez viu com bons olhos que o Uruguai não iria apenas viajar até a África para passear ou fazer safaris. A Celeste poderia ir mais longe e até ficar em primeiro lugar do grupo, algo que não acontecia desde a Copa de 1954. Ninguém apostava naquilo, mas algo de diferente rondava Montevidéu: a tal da mística…
Los primeros
A estreia uruguaia no Mundial foi contra a França, vice-campeã na Copa anterior e bastante reformulada. O jogo foi frio e sem grandes emoções, como foram os duelos anteriores entre as equipes na Copa de 2002 e em um amistoso em 2008. E, como nestas duas vezes, o placar foi o mesmo: 0 a 0. A torcida presente em Cape Town não gostou nada do que viu, muito menos o torcedor uruguaio, que já temia pelo confronto seguinte, contra os anfitriões da África do Sul, que teriam toda a torcida a favor.
Mas, em Pretória, Forlán começou a mostrar seu brilho ao marcar um golaço de fora da área e abrir o placar para o Uruguai, aos 24´do primeiro tempo. Na segunda etapa, o mesmo Forlán fez o segundo, de pênalti, e ele mesmo começou a jogada que terminou no terceiro gol, de Álvaro Pereira, já nos acréscimos. O placar de 3 a 0 embalou os sul-americanos, que foram para o duelo contra o México em busca da classificação e do primeiro lugar no grupo.
Em Rustenburg, Guardado, Giovani dos Santos e Blanco eram os perigos para a zaga uruguaia, mas Lugano e o ótimo sistema de marcação do meio de campo armado por Tabárez conseguiram dar tranquilidade à equipe, que venceu por 1 a 0 graças a um gol de Suárez, de cabeça, aos 43´do primeiro tempo, após belo cruzamento de Cavani. A vitória, aliada ao triunfo da África do Sul sobre a França, colocou os uruguaios na primeira posição, com sete pontos e nenhum gol sofrido em três jogos, campanha que levou a equipe a uma fase de oitavas de final pela primeira vez desde a Copa de 1990, curiosamente com o mesmo Óscar Tabárez no comando. Mas, diferente do Mundial da Itália, aquele Uruguai iria muito mais longe.
Com garra e com sorte
Nas oitavas, o Uruguai encarou a Coreia do Sul, do capitão Park Ji-Sung, e dominou as ações desde o apito inicial do árbitro Wolfgang Stark (ALE). Logo aos 8´, Suárez aproveitou uma bola levantada na área e abriu o placar para os sul-americanos. A Coreia tentou responder, mas a zaga uruguaia se mostrava muito eficiente e sem apelar para as faltas duras (tanto é que nenhum uruguaio levou cartão no jogo). Na segunda etapa, depois de tanto martelar, a Coreia chegou ao empate com Lee Chung-Yong, e muitos acreditavam que haveria prorrogação. Mas, aos 35´, Luis Suárez chamou a responsabilidade, invadiu a área e desferiu um lindo chute que resultou no gol da vitória da Celeste por 2 a 1. Debaixo de chuva, a festa tomou conta do banco de reservas e dos fanáticos uruguaios, que celebravam a vaga nas quartas de final.
Entre os oito melhores do planeta, o Uruguai entrou com enorme força para encarar a única seleção africana remanescente no Mundial: Gana, de Gyan, Muntari e Boateng. O duelo que tinha tudo para ser equilibrado e sem grandes acontecimentos acabou se tornando a partida mais emocionante e angustiante de todo o torneio. Gana abriu o placar com Muntari, nos acréscimos do primeiro tempo, e Forlán, de falta, empatou logo aos 10´da segunda etapa. Após os 90 minutos, o duelo foi para a prorrogação e a torcida que lotou o estádio Soccer City presenciou momentos de delírio puro nos minutos finais, com uma “defesa” de Suárez em cima da linha, pênalti perdido por Gyan e cavadinha de Loco Abreu nas disputas de pênaltis, que acabaram classificando o Uruguai. O Imortais dedicou um capitulo especial sobre esse duelo para que você possa entender melhor aquele jogo eterno. Leia mais clicando aqui.
O capitão uruguaio, Diego Lugano, comentou em entrevista à revista Placar sobre aquele embate histórico:
“Esse jogo foi incrível, por tudo o que aconteceu. Saí machucado logo no começo, e ver todo aquele drama do banco foi tão duro quanto emocionante. A mão milagrosa do Suárez, a cavadinha do Loco Abreu, que é um filho da mãe. Como é que ele me bate um pênalti daquele jeito?!” – Diego Lugano, em entrevista à revista Placar, janeiro de 2011.
Embora a vitória dramática tenha deixado a torcida africana irada pela maneira como transcorreu, os uruguaios já sabiam que tinham feito história pelo fato de estarem de volta a uma semifinal depois de 40 anos – e ser o único representante do futebol sul-americano na Copa, já que Brasil, Argentina e Paraguai caíram todos nas quartas de final. A decisão estava próxima. Mas seria preciso derrotar a embalada Holanda de Sneijder, Robben e Van Persie.
Faltou fôlego
A Holanda estava invicta e com 100% de aproveitamento. E o Uruguai vinha também sem derrotas, mas com um desgaste físico e emocional enorme por causa do embate contra Gana, além de não ter o capitão Lugano, contundido. Por conta disso, os europeus aproveitaram para abrir o placar logo no começo do jogo, com Van Bronckhorst, e abusaram da velocidade para tentar liquidar a fatura o quanto antes. Mas o Uruguai foi valente e chegou ao empate com Forlán, em mais um lindo chute, aos 41´. No segundo tempo, Sneijder e Robben ampliaram para 3 a 1 e tornaram a virada uruguaia quase impossível. Nos acréscimos, Maxi Pereira ainda descontou, mas já era tarde. A Holanda venceu por 3 a 2 e ficou com a vaga na final. Na disputa pelo terceiro lugar, o jovem time da Alemanha venceu a Celeste pelo mesmo placar, mas não sem Forlán deixar mais um gol e se tornar um dos artilheiros do Mundial com cinco gols, além de ser eleito pela FIFA como o Melhor Jogador da Copa.
Na volta para casa, os jogadores e a comissão técnica do Uruguai foram recebidos com enorme festa pela torcida em reconhecimento à campanha marcante que recolocou o país no mapa do futebol. Antes do 4º lugar de 2010, a Celeste era esquecida em especiais sobre a história dos Mundiais, em debates e em grandes feitos no futebol. Depois da Copa, o mundo inteiro voltou a admirar a equipe e percebeu que aquela colocação representava o renascimento de uma seleção tão tradicional no esporte. E, para ratificar a boa campanha na África, os uruguaios já traçaram uma nova meta: a Copa América de 2011.
Em busca da hegemonia
Após alguns amistosos no começo do ano – incluindo um empate em 1 a 1 com a Holanda, algoz da Copa de 2010, com vitória nos pênaltis por 4 a 3 – o Uruguai viajou até a Argentina para a disputa da Copa América, torneio que a Celeste não vencia desde 1995. Com a mesma base do Mundial da África, os uruguaios eram os favoritos ao título ao lado da anfitriã, Argentina, e do Brasil. Na estreia pelo Grupo C, os comandados de Tabárez empataram em 1 a 1 com o Peru, com o gol celeste marcado por Suárez. Na sequência, novo empate, em 1 a 1, contra o Chile (o gol uruguaio foi de Álvaro Pereira). No último duelo, a equipe precisava da vitória diante do México para conseguir a classificação sem sustos. Com a zaga muito bem postada e firme graças ao capitão Lugano e a jovem promessa Sebastián Coates, a Celeste venceu por 1 a 0, gol de Álvaro Pereira, e garantiu o segundo lugar do grupo. Mas a vice-liderança significou algo indigesto: enfrentar a Argentina já nas quartas de final…
O dia de Muslera
No dia 16 de julho (data favorita dos uruguaios no calendário por causa do Maracanazo…), a cidade de Santa Fe recebeu os tradicionais rivais sul-americanos no estádio Brigadier General Estanislao López, conhecido como “El Cementerio de Los Elefantes”, por ter abrigado várias vitórias do Club Atlético Colón contra grandes equipes. E o Uruguai, como adora aprontar arruaça na casa de vizinhos, fez da partida uma batalha épica em busca da vaga mesmo sem Cavani, contundido, e Coates, suspenso. Logo aos 5´, Pérez abriu o placar para a Celeste, mas Higuaín empatou, aos 17´.
O que se viu a partir dali foi um jogo disputado e repleto de lances perigosos e com muita catimba. Foram nove cartões amarelos, dois vermelhos (Mascherano e Pérez) e um show a parte do goleiro Muslera, que fez um punhado de defesas sensacionais que garantiram o empate à Celeste até o final do jogo. Mesmo com um ataque composto por Di María, Agüero, Higuaín e Messi, a Argentina não conseguiu furar a meta do camisa 1 uruguaio, que transformou aquele jogo em sua volta por cima pessoal pelas críticas que recebeu após as falhas durante o Mundial de 2010.
Após a prorrogação e mais salvações, Muslera garantiu a vaga uruguaia nos pênaltis, ao defender o tiro cobrado por Tévez. O 5 a 4 classificou o Uruguai e eliminou a Argentina, que mais uma vez sucumbiu na tentativa de conquistar um título de expressão. E aumentou ainda mais a fama de que o 16 de julho é o dia da Celeste.
Soberania continental
Nas semifinais, o Uruguai liquidou o Peru por 2 a 0 com dois gols de Suárez, que mostrou oportunismo para abrir o placar no segundo tempo e habilidade quando driblou o goleiro e fechou a conta. Na grande final, no estádio Monumental, a Celeste teve pela frente um time que era uma verdadeira “aberração”: o Paraguai, que havia empatado todos os jogos da primeira fase e todos os da fase de mata-mata, avançando tanto nas quartas quanto nas semifinais graças às disputas de pênaltis. E, para piorar, a equipe poderia ser campeã empatando de novo (!) e vencendo nos pênaltis (!!). Ou seja, sem vencer um jogo sequer (!!!). Para evitar uma aberração ainda maior, o Uruguai mostrou toda a imponência de um time vencedor e que vivia grande fase e massacrou os rivais: 3 a 0.
O primeiro gol foi uma pintura de Suárez, que deixou o marcador no chão e bateu de canhota sem chance alguma para o goleiro. O segundo veio após uma roubada de bola do valente Arévalo Rios na entrada da grande área, que tocou para Forlán encher o pé de primeira. No segundo tempo, um contra-ataque sublime fechou a conta com participação do tridente de ouro da Celeste: Cavani recebeu na esquerda, inverteu o jogo na direita para Suárez, que deixou de cabeça para Forlán fazer outro belo gol.
Foi a vitória da consagração e que provou de uma vez por todas que o time uruguaio era, de fato, o melhor do continente. Jogando com inteligência, marcação feroz e genialidade no ataque, a equipe de Tabárez alcançava um grau de maturidade fascinante. A 15ª taça transformou o Uruguai no maior vencedor da história da Copa América e o prêmio de fair play à equipe mostrou, também, que aquela mentalidade de brigas e provocações de outrora havia ficado para trás, como disse o técnico Tabárez na época:
“Há uma formação interessante de novos jogadores no país, um processo de profissionalização que ajuda a montar uma seleção forte. Além disso, estamos trabalhando nesse sentido também (de cometer menos faltas e praticar jogo limpo). Em torneios sub-20, também ganhamos o prêmio”. – Óscar Tabárez, em entrevista à Folha de S. Paulo, 25 de julho de 2011.
Feitos que inspiram
Não foi só a seleção principal do Uruguai que fez bonito naquele ano de 2011. O time sub-23 da Celeste conseguiu a façanha de terminar o campeonato sul-americano na segunda posição, eliminar a poderosa Argentina e se classificar depois de 84 anos para uma Olimpíada. Desde os tempos do esquadrão bicampeão olímpico de 1924 e 1928 que a equipe não disputava o torneio. Em Londres, em 2012, o time não conseguiu ir longe e caiu na primeira fase, mas a vaga foi bastante comemorada pela torcida charrúa.
No embalo de Suárez e uma nova queda
Ainda em 2011, o Uruguai disputou mais cinco jogos, venceu quatro e empatou um. Os duelos mais lembrados foram os amistosos contra a Ucrânia (vitória por 3 a 2, com gols de Álvaro González, Lugano e Hernández) e Itália (vitória por 1 a 0, gol de Hernández, em pleno estádio Olímpico de Roma), e as vitórias pelas Eliminatórias para a Copa de 2014 sobre Bolívia (4 a 2, em casa, com dois gols de Lugano, um de Suárez e outro de Cavani) e sobre o Chile, em casa, por 4 a 0, com quatro gols de Suárez, que começava a assumir o protagonismo do time e ofuscar o então líder do ataque, Forlán. Em 2012, a equipe manteve-se invicta por mais cinco jogos, totalizando 18 partidas sem perder entre junho de 2011 e início de setembro de 2012, até ser derrotada por 4 a 0 para a Colômbia, em Barranquilla, e começar uma nova era de tropeços pelas Eliminatórias – para desespero da torcida!
Em 2013, os uruguaios tropeçaram três vezes e só voltaram a vencer em um amistoso contra a França, em casa, por 1 a 0 (gol de Suárez), vitória que inspirou um novo triunfo por 1 a 0, contra a Venezuela, pelas Eliminatórias. Em junho, a Celeste disputou a Copa das Confederações no Brasil e se classificou em segundo lugar após derrota por 2 a 1 para a Espanha e vitórias sobre Nigéria (2 a 1) e Taiti (8 a 0). Na fase de mata-mata, duelo tenso contra o Brasil e derrota por 2 a 1, resultado que levou a equipe para a disputa pelo terceiro lugar, contra a Itália, que acabou ficando com a vitória nos pênaltis após empate em 2 a 2 no tempo normal.
De volta à batalha por uma vaga na Copa, o Uruguai venceu Peru (2 a 1, com dois gols de Suárez) e Colômbia (2 a 0, com gols de Cavani e Stuani), mas perdeu para o Equador por 1 a 0, em Quito, e foi para a última rodada precisando desesperadamente de uma vitória sobre a Argentina para sonhar com (adivinhe?) a repescagem. Parecia brincadeira, mas a Celeste outra vez flertava com a eliminação do Mundial mesmo com a fama construída nos anos anteriores.
Muitos diziam que o time estava cansado e que a ausência de Forlán, longe de sua melhor forma, e a dependência excessiva de Suárez fragilizava um time antes tão competitivo. Contra os Hermanos, no dia 15 de outubro de 2013, Cristian Rodríguez, Cavani e Suárez fizeram os gols da suada vitória por 3 a 2 que classificou o Uruguai para a repescagem contra a Jordânia. Suárez terminou como artilheiro das Eliminatórias com 11 gols, um a mais que Messi.
Contra os rivais asiáticos, a Celeste viajou até Amnan e não se importou com a torcida local para fazer 5 a 0 (gols de Maxi Pereira, Stuani, Lodeiro, Rodríguez e Cavani) e praticamente selar a classificação. Na volta, em Montevidéu, os jogadores entraram com muito conforto e seguraram o empate sem gols que carimbou o passaporte uruguaio para a Copa no Brasil, país que inspirava a façanha de um Maracanazo 2, ainda mais por tudo o que o time havia passado.
Susto pré-Copa
Antes do Mundial começar, o técnico Óscar Tabárez levou um susto imenso ao saber que Suárez, seu principal jogador, havia se contundido seriamente no joelho. Muitos duvidavam da presença do craque na Copa e a esperança de classificação para a fase seguinte seria ainda mais difícil após o sorteio das chaves que colocou a Celeste no “grupo da morte”, ao lado de Itália, Inglaterra e Costa Rica. Mas, contra todos os prognósticos, Luisito operou, se recuperou e viajou com o grupo para o Brasil com condições de jogo para a segunda partida. Era o bastante, afinal, a vitória contra a desconhecida Costa Rica era tida como natural. Era…
A zebra, o retorno do astro e o iluminado
Em Fortaleza, no estádio Castelão, o Uruguai iniciou sua campanha com muita confiança e certo desprezo pelo adversário. Parecia que a vitória viria a qualquer momento, e tal fato se mostrou ainda mais verídico quando Cavani, de pênalti, abriu o placar aos 24´do primeiro tempo. Mas, na segunda etapa, os costa-riquenhos surpreenderam a todos com um toque de bola envolvente, muita velocidade e enorme talento vindo de Campbell e Bryan Ruiz, que comandaram a virada histórica de 3 a 1 que tirou três pontos tidos como certos do Uruguai.
No compromisso seguinte, em São Paulo, a Celeste teria que derrotar a Inglaterra se quisesse continuar com chances de classificação. E, com o retorno de seu ídolo, a tarefa ficou mais fácil. Aos 39´, Suárez abriu o placar de cabeça. No segundo tempo, a Inglaterra empatou e encurralou os sul-americanos em busca da virada. Mas, aos 35´, Suárez recebeu um lançamento longo e mostrou que estava devidamente recuperado ao correr, ajeitar a bola, recuperar o equilíbrio e emendar um chutaço: golaço! O 2 a 1 deu mais esperanças à Celeste e rechaçou a imensa importância do craque para o esquema do técnico Tabárez.
No último duelo, o Uruguai encarou a Itália, também com três pontos, num jogo que era como uma final. Quem vencesse, estaria nas oitavas. Se desse empate, a Itália avançaria. Ou seja: só restava a vitória aos sul-americanos, que fizeram uma partida tensa e com chances escassas de gol. No segundo tempo, a Itália perdeu Marchisio, expulso, e a Celeste se mandou em busca do gol, que saiu no finalzinho após cobrança de escanteio e escorada de costas de Godín, o zagueiro iluminado que tanto decidiu jogos para seu clube naquela temporada – o Atlético de Madrid. A vitória classificou o Uruguai, mas a comemoração seria esfriada rapidamente após a repercussão de um lance daquele jogo protagonizado justamente pela estrela do time: Luis Suárez.
A falta que ele fez…
Durante os minutos finais do jogo contra a Itália, Luis Suárez teve a “proeza” de morder o italiano Chiellini em uma disputa dentro da área, mas o ato não foi visto pelo árbitro mesmo após o zagueiro mostrar as marcas da fera celeste. As imagens pós-jogo comprovaram o ocorrido e a FIFA não perdoou: Suárez foi expulso da Copa, penalizado em nove jogos internacionais e um gancho de quatro meses sem atuar por seu clube. Foi a maior penitência aplicada pela FIFA na história das Copas e que causou enorme repercussão na mídia internacional pelos antecedentes do jogador, que já havia mordido outros rivais atuando pelo Ajax e pelo Liverpool. A comissão técnica uruguaia tentou, mas a decisão não foi revertida. Com isso, o Uruguai foi para o confronto contra a Colômbia, no Maracanã, “mordido”, mas sem o brilho necessário para vencer.
Com uma atuação de gala do meia James Rodríguez, autor de dois gols, os colombianos venceram por 2 a 0 e se classificaram. Era o fim do sonho do tricampeonato justamente no estádio onde a Celeste vencera sua última Copa 64 anos antes. Sem Suárez, o time se mostrou envelhecido, sem poder de fogo e com nenhuma inspiração. Forlán, substituto do camisa 9, não foi nem sombra do líder que empurrou a seleção na Copa de 2010. Cabisbaixos, os uruguaios lamentavam profundamente a ausência de sua estrela. E sabiam que uma era de ouro tinha acabado de terminar.
No mapa novamente
Embora tenha tido uma queda de rendimento após o título da Copa América, o Uruguai de Tabárez entrou para sempre na história do futebol do país por ter ressuscitado uma camisa que estava estagnada e repleta de pó. O time 4º colocado na Copa de 2010 e campeão continental teve o cuidado de tirar a celeste do fundo do baú, limpado com os mais nobres produtos e mostrar para o mundo o valor e a força que aquela camisa multicampeã tinha. Mais do que isso, a geração de Forlán, Suárez e companhia fez o torcedor voltar a torcer por sua equipe e esperar as mais inesperadas façanhas e os mais sobrenaturais gols. Uma Celeste que já ficou na história. E no coração dos uruguaios.
Os personagens:
Muslera: o goleiro foi titular absoluto no gol da seleção e sempre teve o respaldo do técnico Tabárez mesmo com as falhas que cometeu na Copa de 2010 e em vários outros jogos. Muslera alternou partidas maravilhosas com outras péssimas, mas sempre esteve presente quando a Celeste precisou. Seu melhor momento foi na Copa América, quando fechou o gol, mostrou enorme agilidade e garantiu uma caminhada que só terminou com o título continental.
Maxi Pereira: lateral-direito ídolo do Benfica-POR, foi titular em vários jogos do Uruguai no período e teve como principal característica a marcação e o apoio à defesa. Não era muito de ir até a linha de fundo, mas quando o fez cumpriu bem a tarefa. Tem mais de 90 jogos com a camisa da seleção.
Diego Lugano: o grande capitão foi um notável líder em campo e empurrou seus companheiros na base do grito e personificando a garra uruguaia como ninguém. Um dos poucos zagueiros do futebol atual a ainda ter a faceta de “xerife” da área, Lugano não tirava o pé de divididas e parava como fosse preciso os atacantes rivais. Seu maior problema foi a quantidade de cartões amarelos que recebeu e o tirou de partidas importantes. Se machucou na Copa de 2010 e fez falta na partida contra a Holanda, pela semifinal. Ídolo também no São Paulo-BRA, onde conquistou títulos importantes como Libertadores e Mundial de Clubes, tem mais de 90 jogos pela seleção.
Scotti: zagueiro muito bom no jogo aéreo e concentrado taticamente, não foi titular absoluto, mas atuou em várias e decisivas partidas da Celeste no período. Sempre lembrado pelo técnico Tabárez, teve grande importância na partida contra a Argentina na Copa América de 2011, tanto no tempo regulamentar como na disputa de pênaltis, quando marcou um gol.
Diego Godín: começou a se destacar principalmente após a Copa de 2010, quando assumiu mais vezes a titularidade e esbanjou segurança na zaga com desarmes, boas subidas nas bolas aéreas e até presenças surpresas no ataque. Virou peça de destaque no elenco principalmente em 2013 e 2014, assumindo diversas vezes a braçadeira de capitão. É o jogador com mais jogos pela Celeste na história: 135 partidas.
Victorino: foi titular em algumas partidas da Copa de 2010 e presence constante nas convocações de Tabárez até 2011. Regular, fazia o simples. Acabou perdendo espaço com as aparições de Coates e o crescimento técnico de Godín.
Sebastian Coátes: surgiu como grata revelação em 2011, quando fez dupla de zaga com Lugano e jogou muito durante a conquista da Copa América com desarmes precisos, excelente cobertura e grande impulsão no jogo aéreo. Depois disso, foi para o Liverpool-ING e perdeu o encanto.
Jorge Fucile: foi o lateral-esquerdo titular na Copa de 2010 e fez um ótimo Mundial com regularidade na marcação e no apoio ao ataque. Após o torneio, alternou bons e maus momentos, mas seguiu entre os convocados de Tabárez.
Martín Cáceres: foi o mais polivalente dos jogadores de Tabárez no período ao atuar como zagueiro, lateral-esquerdo ou lateral-direito. Fez grandes partidas com sua velocidade e bons passes em profundidade.
Diego Pérez: volante de muita pegada na marcação, Pérez fez uma dupla de grande talento ao lado de Arévalo Ríos naquela era de ouro. Desarmava com precisão e iniciava contra-ataques com muita eficiência. Tem mais de 80 jogos pela seleção. Fundamental na Copa de 2010 e na Copa América de 2011.
Álvaro González: outro multifuncional do setor defensivo, atuou mais vezes como meio-campista na equipe celeste. Seguro, fez o simples e foi bem quando exigido.
Arévalo Ríos: por clubes, ele pode até não ter ido bem, mas pela seleção… Arévalo se transformava. O volante virava um bicho e foi uma peça essencial nos times que Tabárez armou principalmente em 2010 e 2011. Com velocidade, fôlego de dar inveja e ótimo senso de colocação, foi o motor de marcação da Celeste na Copa da África e, principalmente, na conquista da Copa América. Um leão que ganhou o respeito do torcedor.
Cristian Rodríguez: veloz e muito habilidoso, atuou pelo setor esquerdo do meio de campo da Celeste no período e foi uma importante arma de ataque do time com passes, lançamentos e gols. Tem mais de 70 jogos com a seleção.
Álvaro Pereira: atuou como meio-campista e também como lateral-esquerdo nos times de Tabárez e demonstrou muita qualidade e garra em campo. Bom nos passes, no desarme e nos cruzamentos, viveu grandes momentos entre 2010 e 2012 e foi titular em diversas partidas, marcando gols na Copa da África e na Copa América.
Álvaro Fernández: atuou em alguns jogos da Copa de 2010 no meio de campo e deu conta do recado marcando bem e ajudando o sistema defensivo. Acabou perdendo espaço no time nos anos seguintes.
Gargano: outro volante pegador e eficiente na marcação, foi titular em vários jogos da Copa de 2010 e peça importante do time celeste no período. Perdeu espaço após o Mundial com a grande quantidade de bons jogadores no setor.
Gastón Ramírez: surgiu como promessa em meados de 2013 na seleção, mas nunca provou a fama com a camisa celeste. Meia armador, seria uma importante peça para o time na Copa de 2014, mas não chamou a responsabilidade e sumiu das listas de titulares do técnico Tabárez.
Edinson Cavani: um dos principais atacantes uruguaios do século XXI, Cavani cresceu de produção após a Copa de 2010 e virou uma das grandes armas da Celeste e dos clubes por onde passou. Rápido, com precisão cirúrgica no arremate ao gol e frio, fez a torcida recordar os atacantes de outrora da seleção charrúa. É o segundo maior artilheiro da seleção com 50 gols em 116 jogos.
Lodeiro: brigador e com bom toque de bola, foi outro avançado a ter espaço com o técnico Tabárez no período. Foi titular em vários jogos, marcou gols e ajudou no ataque com suas investidas e boas jogadas individuais.
Diego Forlán: esqueça os anos de 2012, 2013 e 2014. Diego Forlán foi a alma e o coração do ataque da Celeste em 2010 e 2011, os anos de puro brilho da seleção do renascimento. No Mundial da África, o atacante marcou golaços de todos os jeitos, chamou o jogo para si e incorporou a mística uruguaia como poucos jogadores da história haviam feito. Tanta qualidade contagiou até a FIFA, que o presenteou com o prêmio de Melhor Jogador da Copa. Em 2011, o craque seguiu com a boa fase e anotou dois gols na vitória por 3 a 0 que deu o título da Copa América ao Uruguai, taça merecidíssima e que Forlán não poderia deixar de vencer. Ídolo incontestável no país e presente em três Copas, Forlán disputou 112 jogos e marcou 36 gols pela seleção.
Luis Suárez: se Forlán foi “o cara” em 2010, Suárez pegou para si o protagonismo nos anos seguintes. E olha que em 2010 o atacante ainda beliscou a popularidade do companheiro com a “defesa do século” no jogo contra Gana, pelas quartas de final da Copa. Habilidoso, rápido, oportunista e talentoso, Suárez emendou gols e mais gols nas diversas campanhas da Celeste no período e virou o maior artilheiro da história da seleção com 40 gols em 79 jogos. Na Copa de 2014, o astro ressurgiu após uma grave lesão e marcou os dois gols da vitória sobre a Inglaterra, na fase de grupos, que deu sobrevida à Celeste para o duelo decisivo contra a Itália. Mas, quando tudo era para sair bem, o atacante perdeu a cabeça e aprontou mais uma das suas ao morder um italiano e ser expulso do Mundial. Ele fez falta, o Uruguai sentiu e voltou para casa mais cedo. Mesmo assim, segue ídolo no país. É o maior artilheiro da Celeste com 59 gols em 113 jogos.
Sebástian Abreu: “El loco” foi presença constante nas listas de Tabárez até 2010 e um dos destaques na classificação heroica contra Gana, no Mundial daquele ano, ao converter o pênalti decisivo com uma abusada cavadinha. Após aquele feito, perdeu espaço no time e não foi mais chamado depois de 2012. Disputou 70 jogos e marcou 26 gols pela seleção.
Óscar Tabárez (Técnico): El Maestro foi, sem dúvida, o principal responsável por remontar o Uruguai e devolvê-lo ao topo do futebol mundial com campanhas maravilhosas e irrepreensíveis entre 2010 e 2011. Inteligente e inspirador, comandou com brilho seus jogadores e criou um grupo coeso e conhecido por todos os torcedores, que souberam depois de muitos anos escalar seu time do goleiro ao último atacante sem pestanejar. Mesmo com a queda de rendimento após 2013, o treinador cumpriu seu papel por renascer a Celeste. E trazer de volta ao esporte uma das mais vitoriosas e místicas seleções que existem. O que dizer? Apenas “muito obrigado, professor. O esporte agradece!”.
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O Uruguai sempre renascendo.Pena que outro time(no meu ver ) imortal com um futuro jogador imortal resolveu parar o renascimento desse time.