Grandes feitos: Campeão Invicto do Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões (1948), Pentacampeão Carioca (1945-invicto, 1947-invicto, 1949-invicto, 1950 e 1952) e Tricampeão do Campeonato Municipal do Rio (1945-invicto, 1946 e 1947).
Time-base: Barbosa; Wilson (Augusto) e Rafagnelli; Danilo (Alfredo II), Jorge e Ely; Lelé (Ismael), Friaça (Nestor / Heleno de Freitas), Ademir (Jair), Djalma e Maneca (Dimas / Ipojucan / Chico). Técnicos: Ondino Viera (1945), Ernesto Costa (1946), Flávio Costa (1947-1950) e Gentil Cardoso (1952).
“O Expresso da Vitória”
Por Guilherme Diniz
Ao longo das décadas, o centenário Vasco da Gama reuniu grandes craques e conquistas memoráveis para o seu torcedor. Foram vários estaduais, Brasileiros e a inesquecível conquista da Libertadores, na década de 90. Mas, bem antes disso, o clube cruzmaltino construiu sua mística e força não só no Brasil, mas também em toda a América do Sul, com um time formidável que é considerado um dos melhores da história do futebol mundial: o Expresso da Vitória. De 1945 até 1952, o Vasco foi rei do Rio, do Brasil e da América (em 1948) com um esquadrão primoroso, habilidoso, rápido e letal no ataque, sendo o primeiro do país a utilizar o esquema 4-2-4, que chegava até a virar um 2-3-5, tamanha quantidade de (bons) atacantes do clube cruzmaltino. A qualidade do Vasco era tanta que o time foi base da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, quando oito jogadores mais o técnico Flávio Costa integraram a seleção vice-campeã mundial. Barbosa, Rafagnelli, Ely, Danilo, Jorge, Djalma, Maneca, Ademir, Friaça, Lelé e Chico causavam medo em todos os rivais, seja no Brasil, seja na América do Sul, quando em 1948 o clube se tornou o primeiro do Brasil a conquistar um torneio internacional fora do país, o Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, embrião da Copa Libertadores da América. Absoluto e multicampeão no período, o Vasco fez história e escola. É hora de relembrar.
“Desenterrando o sapo”
No começo da década de 40, o Vasco vivia um jejum de títulos. Muitos acreditavam que era culpa da “praga do Arubinha”, ponta do time do Andaraí que, no final da década de 30, supostamente teria enterrado um sapo em São Januário por conta de uma goleada de 12 a 0 do Vasco em cima do Andaraí. O jogador teria ficado indignado com o fato de o Vasco ter vencido o Andaraí por um placar tão elástico depois de a pequena equipe fluminense ter esperado o clube cruzmaltino por tanto tempo após um acidente com o time titular. Os reservas foram a campo, não ligaram para o apelo de Arubinha, e massacraram o Andaraí. O campo do estádio cruzmaltino foi até trocado e nunca se achou o tal sapo. Lenda ou não, o fato era que o Vasco não ganhava nada e não aguentava mais aquele jejum.
Em 1942, assumiu a presidência do clube Cyro Aranha com o objetivo de “desenterrar” o sapo de São Januário. Aranha adotou uma política de longo prazo, com a contratação de jovens talentos para o time. Vieram integrar o elenco vascaíno o goleiro Barbosa, o atacante Ademir, os meias/atacantes Lelé, Ely e Djalma e o ponta Chico. Para comandar aquele elenco, o uruguaio Ondino Viera, que já tinha tido destaque no comando do River Plate (ARG) e do Fluminense (BRA). O treinador rapidamente trouxe suas inovações táticas para o clube, com enfoque no ataque e no controle do jogo. Nascia ali o Expresso que colocaria o Vasco novamente na rota dos títulos. E da história.
Enfim, campeões
No ano de 1944, com um padrão de jogo bem consistente e um ataque primoroso, o clube conquistou o Torneio Relâmpago e o Torneio Municipal. Porém, no Campeonato Carioca, a equipe terminou com o vice ao ser derrotado pelo Flamengo na rodada final do torneio, num gol polêmico marcado pelo jogador Valido, que teria se apoiado no zagueiro vascaíno para cabecear. O juiz, comicamente, “validou o gol de Valido”, causando revolta e frustração nos vascaínos.
Em 1945, porém, o Vasco foi para a desforra e fez história. Com goleadas (como um 5 a 1 sobre o Bangu e 9 a 0 sobre o Bonsucesso), a equipe conquistou o título de campeão carioca invicto, se tornando o primeiro clube no Rio a levantar o troféu dessa maneira na era do profissionalismo. A campanha invicta do Vasco teve 13 vitórias e 5 empates, com 58 gols marcados e 15 gols sofridos em 18 jogos.
Perdas e ganhos
Em 1946, o Vasco perdeu o atacante Ademir momentaneamente, que foi para o Fluminense, e o técnico uruguaio Ondino Vieira, que foi comandar o Botafogo. No seu lugar, assumiu Ernesto dos Santos, que levou o Expresso aos títulos do Torneio Início e do Municipal. No Carioca, porém, a equipe não foi bem e terminou na quinta posição. Naquela temporada, estreava no time titular o goleiro Barbosa, que começaria a fazer história como o melhor do clube em todos os tempos. O ano de jejum serviu apenas para o Vasco ganhar fôlego para brilhar novamente em 1947.
Imbatíveis
Em 1947, já comandado pelo técnico Flávio Costa, que colocava a equipe para jogar num 2-3-5 extremamente ofensivo, o Vasco foi campeão do Municipal (com 40 gols marcados em 10 jogos) e levou mais um Campeonato Carioca de maneira invicta, com um ataque fabuloso composto por Djalma, Maneca, Friaça, Lelé e Chico. Foram 68 gols marcados em 20 jogos, com destaque para a maior goleada da história de São Januário: 14 a 1 no Canto do Rio, com Dimas no topo da artilharia do torneio com 18 gols. Depois de mais uma temporada brilhante, e com a volta de Ademir, o Vasco se consagraria de vez no ano de 1948, ao participar da competição que seria o embrião da Libertadores.
Debute na América
Em dezembro de 1947, o Vasco recebeu um convite do clube chileno Colo-Colo para participar do 1º Campeonato Sul-Americano de Clubes Campeões, que iria reunir times da América do Sul consagrados e campeões em seus países, a ser realizado no primeiro semestre de 1948. O Vasco foi o participante brasileiro pelo fato de ser o melhor time do Brasil e ser multicampeão do Campeonato Carioca, principal torneio estadual do país na época, já que o Rio de Janeiro era a capital federal. Além do Vasco e do Colo-Colo, participaram Emelec (EQU), Litoral (BOL), Municipal (PER), Nacional (URU) e River Plate (ARG). Mesmo sendo soberano no país, o Vasco não era apontado como favorito pela imprensa internacional. Os gigantes do torneio eram o Nacional, campeão uruguaio, e o River Plate, conhecido como “La Maquina” que tinha, entre outros craques, Di Stéfano. Até mesmo o Colo-Colo era uma das forças por ser o anfitrião e poder jogar todos os jogos em casa.
No primeiro jogo, o Vasco venceu o Litoral por 2 a 1, com dois gols de Lelé. Na partida seguinte, um show contra o Nacional: 4 a 1, com gols de Ademir, Maneca, Danilo e Friaça. Naquele jogo, Ademir sofreu uma contusão no tornozelo que o tirou do restante da competição. Mesmo sem o talentoso atacante, a equipe manteve a vocação ofensiva e fez 4 a 0 no Municipal (gols de Lelé, Friaça-2 e Ismael) e 1 a 0 no Emelec (Ismael). O primeiro leve tropeço foi contra o Colo-Colo, quando o Vasco empatou em 1 a 1 (gol de Friaça). O último jogo seria contra o River Plate, que também brigava pelo caneco.
Expresso da América
Um empate bastava para o Vasco levantar o título. E foi o que aconteceu. Os times não saíram do zero durante os 90 minutos, e o time brasileiro fez história: pela primeira vez, um clube brasileiro conquistava um troféu internacional fora do Brasil, além de ser a primeira conquista do futebol brasileiro no exterior (as Copas América de 1919 e 1922, vencidas pela seleção, foram realizadas no Brasil). Com quatro vitórias e dois empates em seis jogos, com 12 gols marcados e apenas três sofridos, os comandados de Flávio Costa eram os melhores da América. Invictos! Os mais de 37 mil torcedores presentes em Santiago aplaudiram os emocionados jogadores vascaínos, que não seguraram as lágrimas ao escutarem o hino nacional. Por décadas, o clube brasileiro tentou reconhecer o torneio junto a Conmebol como a primeira Copa Libertadores, mas as tentativas nunca se concretizaram pelo fato de as competições terem sido bem distintas e sem o aval da Confederação.
Campeões e vítimas do “cafezinho”
Depois da conquista histórica no Chile, o Vasco ganhou ainda mais o status de clube do momento e de “melhor time de todos”. Os jogadores receberam diversas homenagens, foram recepcionados com uma enorme festa no aeroporto e estenderam o carnaval pela cidade naquele mês de março. A temporada só não foi melhor pelo fato de a equipe ter perdido o título estadual para o Botafogo, no episódio cômico do “cafezinho batizado”. Antes do jogo decisivo, um servente do Botafogo foi ao vestiário do Vasco servir um singelo café. Porém, diz a lenda que o tal café estava batizado com algum sonífero, pelo fato de os jogadores cruzmaltinos terem sentido uma extrema sonolência no primeiro tempo do jogo. Não bastasse isso, antes do intervalo, membros da comissão técnica do Botafogo espalharam pó de mico no vestiário do Vasco. Resultado: os jogadores vascaínos, no segundo tempo, não sabiam se jogavam futebol ou se se coçavam! No final do jogo, deu Botafogo, claro, que venceu por 3 a 1 e ficou com o caneco. Mas o Esquadrão iria recuperar o posto em 1949.
Sob a batuta de Heleno
Na temporada de 1949, o Vasco ganhou o reforço do genial Heleno de Freitas em seu ataque. O resultado foi o melhor possível: shows e recorde de gols no Campeonato Carioca: 84 tentos marcados em apenas 20 jogos, recorde que permanece intacto até hoje. Pra variar, o time foi campeão estadual invicto, com direito a um jogo inesquecível contra o maior rival, o Flamengo. A equipe perdia para o rubro-negro por 2 a 0 no primeiro tempo e conseguiu uma virada sensacional de 5 a 2, com show de Maneca e Nestor. A vitória foi tão incrível que desencadeou uma crise no Flamengo, com uma imensa revolta da torcida, que não suportava mais levar tanta sacolada do rival. O Vasco dominou o “Clássico dos Milhões” entre 13 de maio de 1945 e 25 de março de 1951 com a maior invencibilidade da história do confronto: 20 partidas, sendo 15 vitórias e cinco empates, além de oito vitórias seguidas nesse período. O rubro-negro só voltaria a vencer o Vasco em 1951.
No mesmo ano, o Expresso da Vitória venceu o todo poderoso Arsenal, da Inglaterra, primeiro time da primeira divisão inglesa a visitar o Brasil. A equipe do Reino Unido chegou com pompa por ser a atual campeã da Inglaterra e por despachar o Corinthians, empatar com Palmeiras e São Paulo e derrotar um combinado Fluminense-Botafogo. Porém, quando encontraram o Expresso pela frente… Não conseguiram fazer nada e perderam por 1 a 0, gol de Nestor. E foi é pouco, tamanha superioridade do Gigante da Colina.
Base da seleção
Em 1950, com todos os holofotes voltados para a realização da primeira Copa do Mundo pós-guerra, no Brasil, o Vasco teve a honra de ser a base da seleção brasileira que foi vice-campeã mundial, ao perder para o Uruguai na final. Foram oito jogadores vascaínos: Barbosa, Augusto, Danilo, Maneca, Ademir (artilheiro da Copa) e Chico (todos titulares), e Eli e Alfredo entre os reservas, além de dois craques que já haviam jogado pelo Vasco: Friaça e Jair. Para comandar todo mundo, o técnico também era vascaíno: Flávio Costa.
A seleção fez um Mundial impecável, com goleadas e partidas memoráveis que encantaram a todos no recém-inaugurado Maracanã. Porém, os brasileiros subestimaram os uruguaios, cantaram vitória antes da hora e o Uruguai calou as mais de 200 mil pessoas na grande final, no Maracanã. Depois da tragédia na Copa, o Vasco lavou a alma dos brasileiros em 1951 ao derrotar o Peñarol (base da Celeste que foi campeã mundial), em excursão pelo Uruguai, por 3 a 0, e ao ganhar por 2 a 0 tanto do Nacional quanto do Peñarol, novamente, em jogos realizados no Rio de Janeiro.
Pioneiro no Maracanã
Depois do Mundial, o Maracanã recebeu pela primeira vez jogos do Campeonato Carioca. Depois de um início ruim, o time se recuperou, embalou, e faturou o bicampeonato, ao derrotar o América por 2 a 1, com dois gols de Ademir. O time teve a honra, diante de 121.765 pagantes, de ser o primeiro clube campeão da era Maracanã.
Jejum, caneco derradeiro e o fim
Com as principais estrelas já em idade avançada, o Vasco começou a cair de rendimento no segundo semestre de 1951. O time passou a se reformular e não levantou caneco algum na temporada. Em 1952, a equipe calou críticos e adversários, que diziam que a equipe era “velha” ao conquistar de maneira antecipada o Campeonato Carioca, sob o comando do técnico Gentil Cardoso. Depois da conquista, o Vasco apostaria em novos talentos e daria adeus aos nomes que fizeram história. O time seguiu forte até o final da década, mas o protagonismo no estado passaria a ser dos rivais, principalmente do Botafogo. Era o fim do Expresso da Vitória, uma das equipes mais sublimes e competitivas que o Brasil já teve, um time que encantou a torcida vascaína, deixou os rivais loucos de raiva e inveja e deu ao futebol talentos primorosos como o elástico Barbosa, os encantados da linha média Ely, Danilo e Jorge, e uma safra de irresistíveis no ataque como Djalma, Maneca, Ademir, Friaça, Nestor, Heleno de Freitas, Ipojucan, Lelé e Chico. Aquele Vasco é, até hoje, tido como o melhor já formado pelo clube. E é mesmo. As façanhas do Expresso da Vitória, um time que renegava a derrota e buscava a vitória sempre, é mesmo um imortal do futebol.
Os personagens:
Barbosa: o maior goleiro da história do Vasco foi um dos jogadores mais injustiçados do futebol brasileiro, pela suposta falha no gol que deu ao Uruguai o título da Copa do Mundo de 1950. Ao contrário do que pensava (e pensa) a maioria das pessoas, Barbosa foi um senhor goleiro, ágil, exímio pegador de pênaltis e um gigante na pequena área. Foi ídolo do Vasco, marcou época e escreveu seu nome como um dos grandes do futebol nacional. É o 5º na lista dos que mais jogaram pelo clube, com 485 partidas. Um craque imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Wilson: zagueiro muito técnico e impecável na marcação, Wilson conseguiu frear o craque Di Stéfano no embate contra o River Plate na decisão do Campeonato Sul-Americano de 1948. Venceu sete títulos com o Vasco e foi referência na zaga cruzmaltina.
Augusto: outro bom zagueiro do Vasco, Augusto compôs a brilhante zaga vascaína daquele fim dos anos 40. Preciso no posicionamento e dono do lado direito da equipe, o jogador fez história e caiu nas graças da torcida ao lado dos companheiros Wilson e Rafagnelli.
Rafagnelli: o argentino foi outro grande talento na zaga do Expresso, com a tradicional raça e garantia de segurança no setor. Ao lado de Augusto, conseguia frear os atacantes adversários mesmo com o esquema super ofensivo do time.
Ely: ao lado de Danilo e Jorge, compôs a famosíssima linha média do Expresso da Vitória, responsável por municiar o ataque do time com passes primorosos, construir jogadas fabulosas e abusar da técnica com a bola nos pés. Ely era a raça pura da linha, com vigor físico e muita disciplina, ganhando o apelido de xerife. Foi um dos principais líderes do time naquele período e também da seleção brasileira. Jogou de 1943 até 1954 no Vasco, conquistando diversos títulos. Foi ídolo, também, no Sport.
Danilo: ganhou o apelido de “O Príncipe” tamanho estilo refinado que tinha em campo. Danilo Alvim era a criatividade pura no meio de campo do Vasco, capaz de dar passes milimétricos, dribles fabulosos e ainda marcar gols. Ídolo vascaíno, Danilo é nome certo em qualquer lista de melhores da história do clube. Craque.
Alfredo II: era um polivalente no clube do Vasco, jogando como lateral, volante, meia e até atacante. Alfredo II era apaixonado pelo Vasco, tinha técnica e muita garra e paixão por São Januário. Jogou praticamente toda a carreira no clube, de 1937 até 1956, com uma rápida passagem pelo Flamengo, em 1949.
Jorge: era o terceiro membro da linha média impecável do Expresso da Vitória, com uma aplicação tática impressionante, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Marcava demais os adversários, sempre com muita eficiência, conquistando a torcida vascaína. Ídolo imortal do clube.
Djalma: vindo do Flamengo, Djalma brilhou no meio e no ataque do Vasco naquele final de década de 40. Tinha um papel tático muito importante no time, fechano o meio de campo para as investidas de Ademir pelo meio e de Isaías pela direita.
Maneca: ponta-direita arisco, Maneca fazia muitos gols pelo Vasco e era um dos endiabrados do ataque fulminante cruzmaltino. Fazia ótimos lançamentos.
Dimas: outro bom atacante vascaíno, Dimas foi o artilheiro do Campeonato Carioca de 1947 com 18 gols marcados. Tinha boa presença de área.
Ademir: o “queixada” como ficou conhecido, foi um dos maiores atacantes da história do Vasco, sendo por anos o maior artilheiro do clube na história com 301 gols marcados (foi superado por Romário e por Roberto Dinamite). Era um matador absoluto, oportunista e muito técnico. Foi soberano no ataque do Vasco por muitos anos, artilheiro de vários campeonatos e artilheiro da Copa do Mundo de 1950. Outro sempre lembrado em listas de melhores da história do clube. Ídolo imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Jair: outro ídolo do Vasco, Jair Rosa Pinto levou criatividade e técnica no meio de campo e ataque do Vasco na temporada de 1945, quando o time conquistou de maneira brilhante o Campeonato Carioca. Brilhou, também, no Flamengo, Palmeiras e Santos.
Friaça: versátil, Friaça podia ser brilhante em qualquer posição no ataque do Expresso da Vitória. Rápido e dono de um chute certeiro, Friaça teve várias passagens pelo Vasco, mas nenhuma tão marcante como a primeira, de 1943 até 1949. Foi o autor do único gol da seleção brasileira na final da Copa de 1950.
Nestor: muito bom atacante, viveu seu melhor momento em 1949, ao lado de vários craques. Marcou gols importantes e decisivos.
Heleno de Freitas: o primeiro “craque problema” do futebol brasileiro já havia vivido o auge da carreira, no Botafogo, mas mesmo assim teve sua contribuição em 1949, ao ajudar o Vasco a conquistar o título Carioca, seu único por um clube em toda a carreira. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Lelé: ganhou o apelido de “Canhão da Colina”, pela potência de seu chute de perna direita, que sempre tinha endereço certo: o gol adversário. Exímio atacante e muito bom tecnicamente, Lelé fez história no Vasco com atuações brilhantes, gols, títulos e a conquista do coração da torcida. É 9º maior artilheiro da história do clube com 147 gols marcados.
Ismael: preciso dizer que ele era mais um bom atacante do Vasco? Ismael viveu seu melhor momento no Campeonato Sul-Americano de 1948, quando participou de todos os jogos do Vasco no torneio e marcou dois gols, o mais importante deles o que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Emelec.
Ipojucan: do alto de seu 1,90m, Ipojucan era o terror dos zagueiros com sua habilidade e criatividade. Abusava das jogadas de efeito e marcava muitos gols, mais precisamente 225 com a camisa cruzmaltina, sendo o 6º na lista de artilheiros do clube. Foram 10 anos de Vasco e a idolatria eterna da torcida.
Chico: ponta-esquerda do super ataque vascaíno, Chico era o velocista do time, valente, ótimo com as duas pernas e dono de uma notável visão de jogo. Foi peça mais do que crucial para o sucesso do Expresso da Vitória, além de compor a espinha dorsal da seleção brasileira na Copa de 1950. Ídolo e craque.
Ondino Viera, Ernesto Costa, Flávio Costa e Gentil Cardoso (Técnicos): maestros do Expresso da Vitória, os treinadores do Vasco no período ajudaram a construir a mística do clube da colina, desempenharam com perfeição suas condições e fizeram do clube o melhor do Brasil por mais de cinco anos. Ondino Viera, por ter iniciado o Expresso, e Flávio Costa, pelos títulos, são sempre os mais lembrados e idolatrados. Mas Ernesto Costa e Gentil Cardoso foram mais do que importantes para manter a hegemonia cruzmaltina no período.
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Boa noite,gostaria de saber sobre o jogador do Vasco anos 40 Valdemar de freitas(o Caçula)
Gosto muito do seu blog. Faz um sobre o vasco de 77, pfv
Vi esse e o Do Inter 75/76
Que trabalho primoroso vc faz
Parabéns!
Muito obrigado!
As menções dos torneios intercontinentais foram muito bem feitas.
É importante lembrar que nessa época o Brasil ainda não havia sido campeão…
ou seja, ainda não ostentava todos os títulos e fama.
Isso demonstra a importância desses resultados internacionais por parte do Vasco da Gama.
E se as décadas seguintes foram boas para o futebol brasileiro,
certamente esse Vasco contribuiu muito!
* Parabéns pelo blog.
Obrigado pelos elogios, Luís Henrique!
Boa tarde! Gostaria de saber se essa faixa do título de 1948 que aparece em uma foto acima é original da época ou uma comemorativa feita recentemente. Se é recente, de quando? Grato pela ajuda.
Olá Fábio. Olha, não sei ao certo, mas tenho quase certeza que ela é recente pelo fato de estar limpinha e bem conservada.
ESSE VASCO AINDA FOI CAMPEÃO MUNDIAL EM 1953 .
Esse expresso atropelava todo mundo. Melhor Vasco de todos os tempos!
O. Vasco tem q voltar a ser esse vasco. O expresso, de 87,88,74,89,tri 92,93,94. 97,2000 ….vamos nos unir e levantar o vascao de novo e. botar a mulambada no lugar deles , eles q são. Os verdadeiros vices, só tem a era de 80 à 83. Pra contar história. Vamos reagir vascao!
VALE LEMBRAR QUE DEPOIS DESTE GRANDE FEITO DO EXPRESSO DA VITÓRIA EM 1948 O VASCO FEZ MAIS 2 GRANDES FEITOS NOS ANOS 50 QUE FOI A COPA RIO RIVADAVIA CORREIA MÉIER INTERCONTINENTAL DE CLUBES 1953 [ 3 E ULTIMA EDIÇÃO ] E O TORNEIO INTERCONTINENTAL DE CLUBES CAMPEÕES DE PARIS 1957 [ 1 EDIÇÃO COM VALOR DE MUNDIAL DE CLUBES ATÉ 1959 ] QUE FORAM OS ANTECESSORES DO MUNDIAL DE CLUBES DA FIFA . VASCO BICAMPEÃO MUNDIAL DE 53/57 .
perfeito! mas, todavia o Vasco da Gama, também nos anos cinquenta escreveu uma página inesquecível em sua história: a equipe de São Januário voltou a abrir novos caminhos ao derrotar o Real Madrid, por 4 a 3 na final e levantou a taça da primeira edição do Torneio de Paris (França), com uma apresentação perante o Real Madrid com a qual o Vasco encantou o público e imprensa franceses e prestigiou a si e ao futebol brasileiro perante o público europeu. Os gols foram marcados por Válter, Vavá, Livinho e Sabará. Di Stefano, Mateos e Kopa fizeram para o Real. O Real Madrid era considerado simplesmente o melhor time do mundo por ter vencido as duas edições da Liga dos Campeões da UEFA que já haviam ocorrido (1955/1956 e 1956/1957). Uma máquina, que tinha o “péssimo” hábito de golear seus adversários. Se a defesa era uma muralha, o ataque era avassalador, com destaque para o francês Raymond Kopa, o espanhol Paco Gento e sobretudo para o hispano-argentino Alfredo Di Stéfano. Não era à toa que o Real, bicampeão europeu àquela altura, seguiria vencendo a Copa dos Campeões europeus seguidamente até 1960.
Muito bom.
um dos melhores artigos sobre o expresso que ja li.
Vale lembrar que a Conmebol ja reconheceu o titulo de 48 e lhe deu o mesmo peso de Libertadores. apenas não considera uma libertadores , mas isso não é mesmo são torneios distintos, sendo que o Sulamericano de 48 foi superior a libertadores de 1960 em praticamente todos os aspectos. como por exemplo média de público, quantidade de jogos e gols, público total e até mesmo o cast de times. além de ter sido embrião tanto da própria libertadores quanto da Champions league citada no livro da Uefa .
esqueceu tb de citar o grande Tesourinha.
mas é tanta história desse esquadrão que fica dificil.
Aproveitando o embalo da ”Ataque Irresistivel” do Vasco, poderia fazer um post sobre o craque Jair da Rosa Pinto, que brilhou no Vasco, Flamengo, Palmeiras e Santos.
Jogou 25 anos e foi um Gigante do futebol brasileiro.
Muito bom o teu blog, parabéns!!
Infelizmente não existiam títulos nacionais nessa época
Obrigado pelo elogio! Verdade, se houvesse torneios nacionais à época, esse Vasco com certeza teria feito ainda mais história…