Grandes feitos: Campeão da Copa Libertadores da América (2013), Campeão da Recopa Sul-Americana (2014), Campeão da Copa do Brasil (2014), Bicampeão Mineiro (2012-Invicto e 2013) e Vice-campeão do Campeonato Brasileiro (2012).
Time-base: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva (Gilberto Silva / Edcarlos), Réver (Jemerson) e Júnior César (Richarlyson / Douglas Santos / Emerson Conceição); Pierre (Rafael Carioca) e Leandro Donizete (Josué); Ronaldinho (Dátolo), Diego Tardelli (Rosinei / Maicosuel / Marion) e Bernard (Guilherme / Luan / Eduardo); Jô (Neto Berola / André / Alecsandro / Carlos). Técnicos: Cuca (2012-2013), Paulo Autuori (2014) e Levir Culpi (2014).
“Galo forte, vingador, alegre e libertador”
Por Guilherme Diniz
Foram mais de quatro décadas de espera. Dezenas de ídolos tentaram levar o Clube Atlético Mineiro a um grande e inesquecível título, mas nenhum conseguiu. Foram três derrotas nas finais dos Campeonatos Brasileiros de 1977, 1980 e 1999. Parecia que aquele sofrimento nunca iria acabar. Em 2012, um time rápido, rejuvenescido e competitivo nasceu, brilhou, mas também foi vice do campeonato nacional. Será que era praga? Que nada. Aquele jejum torturante estava com os dias contados. Em 2013, o Galo acordou. Forte. Ávido. Mais vingador do que nunca. Mais competitivo do que todos. Mais encantador do que qualquer equipe do Brasil. E da América do Sul. Em 2013, o Clube Atlético Mineiro foi milagreiro, goleador, encantador, temido, travesso e campeão. Ele não foi campeão de um torneio qualquer. Ele foi campeão da mais cobiçada, imponente e gigante taça do continente: a Copa Libertadores da América, a deusa dos sonhos de 10 entre 10 clubes sul-americanos.
Ele a venceu com categoria e justiça incontestável com a melhor campanha da primeira fase, sapeco homérico em um rival tradicional do futebol brasileiro e partidas eternas nas quartas, semis e finais, quando a categoria daqueles jogadores extremamente identificados com o Galo teve que andar de mãos dadas com a sorte, ao impossível e aos gols e defesas nos últimos minutos (ou até segundos) das partidas. Mas não foi só a América que o time alvinegro conquistou. Ele também fez história em 2014, quando levantou a Recopa e uma incrível Copa do Brasil com direito a viradas sensacionais e impressionantes e duas vitórias sobre o eterno rival Cruzeiro. Além de tudo isso, o Galo transformou um simples e acanhado estádio em seu terreiro e terra onde rival nenhum vence. E onde fica o Mineirão nessa história? Ora, ele é salão de festas sagrado e foi reformado especialmente para o Atlético ser campeão mineiro, da América e da Copa do Brasil. É hora de relembrar.
O futuro vem das incertezas
Muito antes de voltar a brigar por taças, o Atlético teve que enfrentar velhos fantasmas e contornar crises. Em 2011, a equipe apostava mais uma vez em nomes consagrados que eram fortes no papel, mas fracos em campo, tais como Lima, Dudu Cearense e Mancini. Depois de perder o título estadual para o Cruzeiro e não emplacar no Brasileiro, o clube demitiu o técnico Dorival Júnior e trouxe Cuca, que vinha do arquirrival e não gerava grandes expectativas na torcida por sua fama de “azarado” e “pé-frio”. O novo treinador quase pediu as contas quando acumulou seis derrotas seguidas em seu início no Galo, mas os próprios jogadores fizeram Cuca voltar atrás e continuar no time, que teria que brigar mais uma vez para não ser rebaixado. A união deu certo, o time conseguiu vitórias importantes e se livrou da degola graças à boa campanha no returno da competição. Porém, a temporada terminou da pior maneira possível: derrota por 6 a 1 para o Cruzeiro, que lutava para não cair. Um fim melancólico de mais um ano para o Galo esquecer.
No entanto, os maus momentos de 2011 fizeram com que o time alvinegro pensasse diferente para não repetir os erros de antes. Jogadores como Leonardo Silva, Réver, Richarlyson, Pierre e Bernard ganharam lugares cativos no esquema do técnico Cuca, que tratou de arrumar seu time para a disputa do Campeonato Mineiro. Na primeira fase, o alvinegro sobrou e ficou invicto, com nove vitórias e dois empates em onze jogos. Em seguida, vitória sobre o Tupi na semifinal (1 a 1 e 1 a 0) e triunfo sobre o América-MG na final (1 a 1 e 3 a 0), resultados que deram ao Atlético o título do campeonato, conquistado de maneira invicta – algo que não acontecia desde 1976. O caneco trouxe bons fluídos para o Galo, que começaria naquele final de primeiro semestre a juntar as peças para a formação de um esquadrão magnífico.
Casa nova e as apostas
Depois de ser campeão mineiro, o Atlético viu uma nova oportunidade surgir com a reinauguração do estádio Independência, no Horto Florestal, em Belo Horizonte. Moderno e com capacidade para mais de 20 mil pessoas, o estádio foi adotado como a nova casa do time para a sequência do Campeonato Brasileiro. Além do reforço do estádio, o clube foi às compras e apostou em atletas que enfrentavam problemas em suas ex-equipes. Chegaram ao alvinegro o goleiro Victor, o lateral-esquerdo Júnior César, o atacante Jô e a mais surpreendente das contratações: Ronaldinho, cercado de total desconfiança por parte da mídia e torcida por causa de sua turbulenta e improdutiva passagem pelo Flamengo. Ninguém apostava no craque e dava sua vinda como mais um fracasso do presidente Alexandre Kalil. Mas a aposta em Ronaldinho, e nos próprios Victor e Jô (que também haviam passado por maus bocados em seus clubes anteriores), iria queimar a língua de muita gente.
Irresistível
Com novas peças, um elenco jovem e muita determinação, Cuca foi dando uma nova e surpreendente cara ao Atlético. A equipe passou a ser perigosíssima nos ataques, jogar de maneira abusada e contar com a volta da alegria e genialidade de Ronaldinho. O craque da camisa 49 (em homenagem à sua mãe) mostrava que seu futebol sempre estivera consigo e que os ares de Belo Horizonte haviam feito muito bem para o seu espírito. Depois de perder para o São Paulo por 1 a 0 na sexta rodada do Campeonato Brasileiro, o Atlético emendou sete vitórias seguidas na competição: 5 a 1 no Náutico (em casa), 1 a 0 no Grêmio (fora), 2 a 0 na Portuguesa (em casa), 4 a 3 no Figueirense (fora), 3 a 1 no Internacional (em casa), 4 a 1 no Sport (fora) e 2 a 0 no Santos (em casa).
Mais do que vencer, o Galo deu show com partidas maravilhosas, gols sublimes e um entrosamento impecável entre Ronaldinho, Bernard, Jô, Danilinho, Escudero e muitos outros que compunham o sistema de ataque do time. Na defesa, Leonardo Silva e Réver formavam um verdadeiro paredão com categoria, segurança e até força de ataque em investidas pelo alto e nas jogadas de bola parada. A sequência de triunfos só foi quebrada no empate sem gols contra o Fluminense, fora de casa, equipe que se transformaria na maior pedra no sapato do Galo na competição. O primeiro turno terminou com o alvinegro imbatível contra Coritiba (1 a 0, em casa), Vasco (1 a 0, em casa), Atlético-GO (1 a 1, fora), Botafogo (3 a 2, em casa) e Cruzeiro (2 a 2, fora).
“Quadras do mal” evitam caneco
Depois de encerrar o turno com apenas uma derrota em 19 jogos, o Atlético perdeu pontos preciosos nos empates contra Ponte Preta (2 a 2, em casa) e Bahia (0 a 0, fora), além de ser derrotado por 1 a 0 pelo Corinthians fora de casa. A recuperação veio nas vitórias em casa sobre Palmeiras (3 a 0) e São Paulo (1 a 0), mas outra sequência de quatro jogos sem vencer foi crucial para que o título do Campeonato Brasileiro ficasse cada vez mais distante.
Na 32ª rodada, o Atlético teve uma espécie de decisão contra o líder Fluminense, no Independência lotado. Os mineiros saíram atrás no placar, mas conseguiram uma virada heroica com dois gols de Jô e um de Leonardo Silva, o zagueiro artilheiro do time no torneio. O triunfo serviu para manter o Galo na briga pela taça, mas outra série de quatro jogos sem vitória foi determinante para o título ficar mesmo com os cariocas. Nas duas últimas rodadas, o time de Cuca garantiu o vice ao derrotar o Botafogo (3 a 2, fora) e o rival Cruzeiro (3 a 2, em casa). A equipe alvinegra terminou a competição com 20 vitórias, 12 empates e seis derrotas em 38 jogos, com 64 gols marcados (melhor ataque) e 37 sofridos. Bernard foi o artilheiro do time com 11 gols, um a mais que Jô.
Ronaldinho anotou nove e se tornou um dos símbolos do Atlético no campeonato. A torcida lamentou a perda do título, mas ficou claro para todo mundo que o Atlético jogou o futebol mais bonito do Brasil e recheado de jogadas de efeito, tabelinhas, movimentação e uma competitividade plena em qualquer lugar, seja em casa ou fora dela. Reflexo disso foi o desempenho do clube no ano: 57 jogos, 34 vitórias, 16 empates e apenas sete derrotas, com 106 gols marcados e 50 sofridos, um aproveitamento de 69%. O segundo lugar no Brasileirão deu ao Galo uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores, competição que a equipe mineira não disputava desde 2000. E que seria a grande vedete do alvinegro na temporada seguinte.
Reforços e amadurecimento
O ano de 2013 começou e o Atlético conseguiu manter seus jogadores para as disputas do Campeonato Mineiro e da Copa Libertadores. Melhor do que isso foram as chegadas de pontuais e importantes reforços: os atacantes Diego Tardelli, Luan e Alecsandro, o polivalente Rosinei, e o pentacampeão do mundo Gilberto Silva (além da chegada do volante Josué, em março). Com a manutenção do time de 2012 e a chegada dessa turma toda, o Atlético ganhou status de favorito para qualquer competição que disputasse na temporada. Mais do que isso, Cuca e seus jogadores já haviam aprendido com os erros do ano anterior e sabiam como fazer do Atlético um time ainda mais forte e vencedor: com intensidade, velocidade e um futebol ofensivo, sempre no 4-2-3-1 e com movimentação contínua de seu pelotão de frente. Com mais de um bom jogador para quase todas as posições, o torcedor alvinegro tinha as melhores perspectivas possíveis.
Bicampeões
o primeiro desafio do ano foi o Campeonato Mineiro e o Atlético não encontrou grandes dificuldades para chegar até a final. Na primeira fase, apenas duas derrotas e nove vitórias em 11 jogos e vitórias por 2 a 0 e 5 a 1 sobre a Tombense na semifinal. A decisão do título, claro, foi contra o Cruzeiro, que provou da força do caldeirão do Independência no primeiro jogo: 3 a 0, com gols de Marcos Rocha, Jô e Diego Tardelli. Na volta, os times brigaram para ver quem seria o primeiro campeão estadual do recém-inaugurado Mineirão. E o Galo mostrou que novos tempos estavam começando. Se lá nos anos 60 o Cruzeiro foi o grande papa-títulos do início da Era Mineirão, o Atlético fez questão de levantar a primeira taça do velho-novo estádio mesmo com a derrota por 2 a 1. O placar de 4 a 2 no agregado fez o Galo bicampeão mineiro, título mais do que bem vindo e celebrado para a sequência da temporada e da Copa Libertadores, competição que já havia proporcionado grandes alegrias ao time de Cuca.
Malandragem e arte: quem segura?
Paralelo à disputa do Mineiro, o Atlético encarou depois de 13 anos a Libertadores, dessa vez um sonho possível. O grupo do Galo era tido como um dos mais complicados da primeira fase, afinal, os atleticanos teriam pela frente o tradicionalíssimo São Paulo-BRA, os chatos argentinos do Arsenal e a altitude boliviana do The Strongest. A estreia foi o clássico contra o tricolor e o Atlético mostrou que não só era um adversário de qualidade e ótimo futebol, mas também cheio de malandragem. Logo aos 13´, Ronaldinho enganou o goleiro Rogério Ceni ao beber da água do são-paulino enquanto o jogo seguia. Porém, o Galo teve um lateral a seu favor perto da área tricolor e Ronaldinho ainda estava por lá. Como em lateral não existe impedimento, a cobrança do arremesso foi diretamente para o camisa 10, que armou a jogada do primeiro gol do jogo, marcado por Jô.
No segundo tempo, Ronaldinho foi outra vez decisivo ao cruzar na cabeça de Réver, que ampliou: 2 a 0. Aloísio ainda descontou para o São Paulo, mas a vitória foi mesmo do Galo. Na partida seguinte, os brasileiros mostraram brio e talento ao golear os argentinos do Arsenal em plena cidade de Sarandí por 5 a 2, com três gols de Bernard, um de Diego Tardelli e outro de Jô. Para encerrar o turno, vitória em casa sobre o The Strongest por 2 a 1 (gols de Jô e Ronaldinho).
No returno do grupo, o Atlético viajou até a Bolívia e teve fôlego para vencer os donos da casa por 2 a 1 e garantir com duas rodadas de antecedência a classificação para a segunda fase. Mas os alvinegros queriam manter a liderança geral do torneio e não tiraram o pé no quinto jogo, contra os argentinos do Arsenal. Novamente com o apoio maciço de sua torcida no Independência, o Atlético deu um novo show e goleou por 5 a 2, com dois gols de Ronaldinho (um deles um golaço), um de Diego Tardelli, um de Luan e outro de Alecsandro. Pronto. O primeiro lugar geral estava garantido.
A última partida da fase de grupos foi contra o desesperado São Paulo, no Morumbi. Os paulistas precisavam da vitória e de uma derrota do The Strongest para se classificar. Cheios de brio e contando com o pouco interesse do rival no jogo, os tricolores venceram por 2 a 0 e conseguiram a classificação. Naquela partida, Ronaldinho polemizou e disse que o duelo foi um “grande treino” para o Atlético se preparar para as oitavas de final. E seria exatamente contra o São Paulo que o craque jogaria na primeira etapa do mata-mata.
Quando é pra valer, é pra valer…
No primeiro duelo das oitavas, os são-paulinos estavam com “sangue nos olhos” para dar o troco em Ronaldinho e sua trupe após o “treino” da fase anterior. O São Paulo começou com tudo e abriu o placar logo aos oito minutos com Jádson. Mas a vontade dos paulistas era tanta que Lúcio foi expulso tempo depois e deixou as coisas bem mais fáceis para o Atlético. Aos 42´, Ronaldinho empatou, de cabeça. Na segunda etapa, Diego Tardelli virou e fechou a conta: 2 a 1. Bastava um empate aos alvinegros na partida de volta para a classificação se confirmar. Mas quem disse que o Atlético jogava no Horto para empatar?
Diante de mais de 20 mil pessoas no Independência, o Atlético fez uma de suas melhores partidas da era Cuca. Jogando de maneira espetacular, assídua, rápida e com um arsenal de jogadas para encher os olhos de qualquer amante do futebol, o time atropelou o São Paulo. Aos 17´, Jô chutou de fora da área e fez um golaço: 1 a 0. No segundo tempo, aos 13´, Jô fez o segundo. Dois minutos depois, Diego Tardelli aproveitou uma trapalhada da zaga tricolor e ampliou. Aos 20´, Jô fez mais um. Luís Fabiano ainda diminuiu, mas o placar foi todo do Galo: 4 a 1. E era para ter sido muito mais tamanha a superioridade do time mineiro, que jogou o fino e mostrou todas as suas armas para seguir firme rumo ao título da Libertadores. No fim do jogo, Ronaldinho voltou ao assunto do “treino” da fase de grupos e deixou bem claro:
“Quando tá valendo, tá valendo!”
Os tricolores entenderem muito bem o recado…
O nascimento de Victor Libertador
Depois do passeio pelas oitavas de final, o Atlético encarou um adversário complicado nas quartas: o Tijuana-MEX. O primeiro jogo foi no gramado sintético do estádio Caliente, no México. Os donos da casa mostraram força e abriram 2 a 0, resultado que deixaria as coisas bastante complicadas para o Galo. No entanto, aquele Galo era duro na queda e conseguiu o empate com gols de Diego Tardelli, aos 21´, e Luan, aos 47´do segundo tempo. O placar de 2 a 2 foi como uma vitória para os brasileiros, que nem precisariam vencer a partida de volta.
No Independência, tudo conspirava a favor do Atlético, mas o Tijuana era mesmo um time chato e perigoso, tão perigoso que abriu o placar aos 25´do primeiro tempo com Riascos. Aos 40´, Réver empatou. Na segunda etapa, muito nervosismo, pressão e a bola teimando em não entrar no gol mexicano. Foi então que nos acréscimos, quando a torcida já comemorava a classificação, o juiz Patricio Polic marcou pênalti para o Tijuana. Pânico no Horto. A invencibilidade do Galo estava prestes a cair. O sonho da América seria sepultado. Choro nas arquibancadas. Consternação geral em todos os jogadores do Galo. Quer dizer, quase todos, pois um estava sereno, concentrado e em profundo transe: Victor.
O goleiro atleticano era o único ser daquele estádio que poderia fazer alguma coisa para salvar o Galo de sua morte iminente em sua própria casa. Riascos, o mesmo que abriu o placar para os mexicanos, foi para a bola. Ele correu, bateu… E Victor defendeu! Com o pé! Ninguém acreditou! Foi histórico! Inacreditável! O Atlético estava na semifinal. E Victor imortalizado para sempre na história do Galo, que seguiu vivo e invicto no seu querido Horto.
Galo vingador
Depois de passar com muito suor pelo Tijuana, o Atlético teve pela frente um dos melhores times daquela Libertadores: o Newell´s Old Boys-ARG, que se apoiava na experiência de Heinze e no talento de Guzmán, Maxi Rodríguez e Scocco. Depois de se segurar no primeiro tempo, o Atlético não conseguiu segurar os argentinos, que fizeram 2 a 0 com Rodríguez e Scocco. Seria preciso mais uma dose extra de força na volta, no Independência, para o Atlético alcançar sua primeira final de Libertadores.
Antes da partida, a torcida do Galo criou o bordão “Yes, we C.A.M.”, em alusão à frase consagrada “Yes, we can” (Sim, nós podemos) do presidente americano Barack Obama. Em campo, Bernard inflou as esperanças do time brasileiro com um lindo gol logo aos dois minutos, após passe magistral de Ronaldinho. Todos pensaram que a parada seria fácil, mas os argentinos mostraram muita competência defensiva e se fecharam na defesa, evitando toda e qualquer investida atleticana. Os torcedores viam o relógio marcar mais de 45 minutos do segundo tempo e a vaga na decisão ir esmaecendo. Foi então que Guilherme, tão criticado pela torcida, aproveitou uma sobra na entrada da área aos 50´e fuzilou o goleiro argentino: 2 a 0. Explosão no Horto! A vaga seria decidida nos pênaltis!
Na marca da cal, Alecsandro e Guilherme fizeram para o Galo, enquanto Scocco e Vergini anotaram para os argentinos. Richarlyson, Jô, Casco e Cruzado desperdiçaram seus chutes e os últimos tiros de cada time seriam decisivos. Ronaldinho partiu pelo lado atleticano e fez. No Newell´s, Maxi Rodríguez tinha a missão de manter o time argentino vivo para as cobranças alternadas. Mas diante dele estava Victor, outra vez sereno, outra vez concentrado, e outra vez possuído pela chama da glória. O goleiro voou no canto esquerdo e espalmou com força, raça e fúria o chute do rival e colocou o Galo na final da América pela primeira vez na história. A vingança estava feita! E o time pronto para a sua mais importante “rinha”: contra os tricampeões continentais do Olimpia-PAR.
Cadê a sorte?
Se durante toda sua caminhada rumo à final o Atlético teve a sorte ao seu lado, no primeiro jogo da final da Libertadores ela simplesmente sumiu. No estádio Defensores del Chaco, em Assunção, o Galo teve gol anulado, Diego Tardelli jogou muito, mas o gol alvinegro não saiu. Para piorar, Ronaldinho foi anulado e não mostrou seu poder de decisão, Richarlyson foi expulso, Marcos Rocha levou cartão amarelo e suspenso da decisão em Minas Gerais e o Olimpia venceu o jogo por 2 a 0, com o segundo gol saindo após Victor ser prejudicado por Alecsandro em uma cobrança de falta nos minutos finais. Dias depois, o Independência, estádio onde a equipe estava imbatível, foi vetado para a segunda partida, que teria que ser disputada no Mineirão. Será que o estoque de sorte do Galo tinha se esgotado? A síndrome do vice ia voltar? Os velhos fantasmas de outrora iriam dar as caras? Para todas essas perguntas, a resposta foi uma só: não.
O templo jogou junto. E a massa também
Algo de estranho estava acontecendo às vésperas do jogo do Atlético contra o Olimpia pela decisão da Libertadores de 2013. Muitos se queixavam da impossibilidade do Galo em jogar no Independência e demonstravam insatisfação por ver o Atlético ter de decidir no Mineirão o título mais importante de sua história. Mas como assim?! Quando que o Galo iria ter receio e birra em jogar no estádio onde ele tanto deu show, tanto cantou e tanto maravilhou gerações e gerações com o desfile exuberante de craques como João Leite, Vantuir, Cincunegui, Luizinho, Oldair, Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Reinaldo, Marques, Dadá e Éder? Nunca! Quando que ele iria se apequenar diante de mais de 60 mil pessoas cantando e gritando a plenos pulmões “eu acredito!”, “eu acredito!”? Nunca! Quem deveria se preocupar (e muito) era o Olimpia, que teria o triplo de pessoas lhe azucrinando em um dos mais emblemáticos estádios do Brasil. Ao entrar em campo, o Atlético mostrava concentração, foco e a ânsia de fazer história como ele jamais havia feito. Era hora de exorcizar todos os fantasmas do passado e vices traumáticos. Era hora de conquistar a América.
O jogo começou e o time alvinegro percebeu a proposta do Olimpia: retranca e abuso de contra-ataques. Eram praticamente oito homens atrás, o goleiro e apenas dois na frente. Esse esquema dificultou as ações do Galo e ainda deu alguns sustos na torcida, mas em ambos o goleiro Victor mostrou sua habitual segurança. Mesmo com seu time encontrando dificuldades para furar a retranca paraguaia, a torcida não parava de apoiar e gritar. Ao apito do árbitro, o primeiro tempo acabou com o zero no placar e o Olimpia campeão. Mas ainda tinha o segundo tempo.
Cuca foi para o tudo ou nada na segunda etapa e colocou Rosinei no lugar do volante Pierre. A mudança deu certo, o Galo voltou mais ofensivo e com menos de um minuto a sorte voltou a aparecer. Rosinei cruzou, Pittoni furou, e Jô, o artilheiro da Libertadores, marcou: 1 a 0. Era tudo o que o Atlético precisava! O gol incendiou o time e fez o Olimpia se fechar ainda mais em seu próprio campo. O Galo atacava de todas as maneiras, abusava do chuveirinho, mas a trave e o inspirado goleiro Martín Silva evitavam gols e mais gols alvinegros. Mesmo acuado e pressionado, o Olimpia conseguia levar alguns perigos. Até que o grandalhão Ferreyra, aos 37´, teve o gol escancarado para fazer o possível gol do título paraguaio após driblar Victor, mas o Mineirão derrubou o jogador rival. Isso mesmo. Ferreyra só precisava chutar para o gol vazio, mas ele quis dominar e escorregou no gramado mineiro, que jogava junto com o Atlético Mineiro.
Minutos depois, Manzur foi expulso e o Galo tinha mais uma dose extra para tentar o gol que ele tanto precisava. Aos 42´, cruzamento na área paraguaia. E lá estava o zagueiro artilheiro de 2012. Lembra-se dele? Leonardo Silva, gigante, subiu e tocou para o fundo do gol: 2 a 0. Delírio no Mineirão. As lágrimas de tristeza que já escorriam nos rostos de dezenas de torcedores evaporaram e deram lugar às novas e quentes gotas do choro da alegria. Haveria prorrogação. E mais drama para o Galo e sua nação.
Galo libertador!
Nos 30 minutos de prorrogação, o Atlético tentou marcar um gol e se lançou totalmente ao ataque, jogando com praticamente sete homens no campo rival, mas estava escrito que a primeira Libertadores deveria ser com garra e com sofrimento. Ronaldinho se desesperava por não conseguir marcar um golzinho sequer, Bernard era a mais pura exaustão física e a torcida já não tinha mais unhas para roer. Ao término dos 120 minutos, o Mineirão reinaugurado veria uma tensa decisão por pênaltis decidir a Copa Libertadores de 2013.
Coube ao Olimpia começar a disputa. E a Victor, o sereno, concentrado e possuído libertador atleticano defender (outra vez com os pés!) o primeiro chute do rival paraguaio. Na sequência, os jogadores do Atlético foram convertendo suas cobranças e apagando qualquer chance do “chato” goleiro Silva tentar aprontar novamente. Na última cobrança do Olimpia, um erro de Giménez dava o título para o Atlético. Ele partiu, bateu… E a bola explodiu na trave! Atlético 4×3 Olimpia. Pela primeira vez em sua história, o Clube Atlético Mineiro era campeão da Copa Libertadores da América. Estavam exorcizados os fantasmas. Os vices. As chacotas. As famas de fracasso. Era o ressurgimento do Galo forte, vingador, alegre e libertador. Do time competitivo e campeão. Do esquadrão do jogo bonito, ofensivo e goleador.
Era a consagração de Cuca, brilhante treinador e responsável por montar um time para a história. E a redenção de Victor, Leonardo Silva, Guilherme, Jô e Ronaldinho, outrora criticados e execrados, mas campeões da América e libertados pelo preto e branco do único time que poderia ter sido campeão da Libertadores em 2013, dono do melhor ataque do torneio com 29 gols marcados em 14 jogos e aproveitamento de quase 70% dos pontos: o Clube Atlético Mineiro.
Decepção marroquina
Depois de gastar tanta energia para conquistar o título continental, o Atlético viajou para o Marrocos, para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA, com estoque zero. Sem brio, sem intensidade e com o técnico Cuca já de malas prontas para o futebol chinês, o time brasileiro não jogou nada na semifinal e perdeu por incríveis 3 a 1 para os donos da casa, o Raja Casablanca. Na disputa pelo terceiro lugar, a equipe alvinegra voltou a jogar mal, mas conseguiu vencer o Guangzhou Evergrande, da China, por 3 a 2, com gols de Diego Tardelli, Ronaldinho, de falta, e Luan, no penúltimo minuto do jogo. O tropeço gerava uma grande dúvida na cabeça do torcedor: será que aquele time ainda teria pique para mais títulos em 2014?
Em busca do semestre perdido
Após a inesperada e precoce queda no Mundial de Clubes, o Atlético-MG começou 2014 com a expectativa de manter sua coroa tanto em Minas quanto na América, afinal, a equipe conseguiu manter boa parte dos atletas campeões de 2013. No entanto, o primeiro semestre do Galo não foi nada animador. Comandado por Paulo Autuori (que desde 2005 não fez um único bom trabalho em clube algum), a equipe perdeu a intensidade e a plasticidade demonstradas anteriormente e acabou vice-campeão no Campeonato Mineiro (após dois empates insossos com o Cruzeiro) e caiu já nas oitavas de final da Libertadores diante do Atlético Nacional-COL, após derrota por 1 a 0 fora de casa e empate em pleno Independência em 1 a 1. Antes favorito, o clube começou a ser contestado pela imprensa e muitos já diziam que a boa fase do time já havia terminado. Autuori deixou o clube e deu lugar a Levir Culpi, velho conhecido da torcida e desde 2007 longe do Brasil.
O novo treinador percebeu que faltava mais garra e vontade a um time acostumado aos bons resultados recentes e visivelmente acomodado com sua situação (a tradicional “zona de conforto” que acomete muitos times campeões de grandes torneios). A primeira chance de sacudir aquela equipe e entrar no segundo semestre com o fogo aceso seria a final da Recopa Sul-Americana, que seria disputada entre os dias 16 e 23 de julho, contra os argentinos do Lanús. Levir começou a moldar o time à sua maneira dando espaço para o zagueiro Jemerson, o lateral-esquerdo Emerson Conceição e o volante Leandro Donizete, além de manter Diego Tardelli e Jô como principais referências no ataque. Ronaldinho, perto de seu adeus ao Galo, comandava as ações no meio de campo como sempre e também era peça intocável.
No primeiro jogo, na Argentina, o Galo mostrou personalidade e venceu por 1 a 0, gol de Tardelli. Na volta, em um Mineirão lotado, todos tinham certeza de mais um título inédito, mas dessa vez sem dramas como na Libertadores. No entanto, novos filmes dramáticos esperavam os torcedores alvinegros naquele segundo semestre. Tardelli abriu o placar logo aos seis minutos de jogo, mas Ayala empatou em seguida. Ainda no primeiro tempo, Santiago Silva virou, e Maicosuel empatou para os brasileiros. No segundo tempo, o Lanús manteve a pressão e o Atlético não conseguiu reverter os espaços cedidos pelo clube argentino em gols. Com isso, a partida seguiu dramática até os acréscimos, quando Acosta aproveitou um rebote do goleiro Victor e fez o gol da vitória dos argentinos, que levaram o duelo para a prorrogação.
Nela, Luan mostrou faro de decisão e cruzou a bola que desviou em Gómez e traiu o goleiro Marchesín: 3 a 3. O empate devolvia a taça ao Galo. Mas o time da casa não quis mais brincar com a sorte e, em nova contribuição da zaga, Ayala cabeceou contra seu próprio gol decretando a vitória por 4 a 3 e o título da Recopa ao Atlético há exato um ano após a conquista da Libertadores. No meio daquela festa toda, mal sabia a torcida atleticana que os bons fluídos continentais iriam embalar uma nova e incrível epopeia nos meses seguintes.
Sede por ineditismo
Após o título da Recopa, o Atlético perdeu Ronaldinho para o futebol mexicano e voltou suas atenções para o Campeonato Brasileiro e, acima dele, a Copa do Brasil. A equipe iria disputar a competição a partir das oitavas de final pelo fato de ter participado da Libertadores. Além disso, era mais do que vantajoso ir além e almejar o título por ele significar duas coisas: taça inédita e vaga na Liberta de 2015. O longo campeonato nacional seria disputado com seriedade, mas sem a obrigação de título pela distância que o Cruzeiro já abria perante os rivais àquela altura. Porém, os azuis não conseguiriam vencer o Galo em nenhum dos turnos: vitória alvinegra por 2 a 1, no turno, e triunfo por 3 a 2, no segundo.
Em agosto, o Atlético estreou na Copa do Brasil contra o Palmeiras, que passava por um péssimo momento e fortes flertes com o rebaixamento na Série A. Muito superior aos paulistas e já habituado ao novo estilo de jogo com dois homens mais à frente e quatro no meio de campo, o Galo não teve dificuldades e eliminou os paulistas com duas vitórias: 1 a 0, no Pacaembu (gol de Luan), e 2 a 0, em Minas, com gols de Jemerson e Luan. O adversário seguinte seria outro paulista: o Corinthians, rival indigesto e que sempre trouxe problemas para o Galo em duelos eliminatórios. E tal fama aumentou ainda mais após a vitória corintiana por 2 a 0, no Pacaembu, no dia 1º de outubro, resultado que obrigava o Atlético a vencer por mais de dois gols no tempo normal se quisesse avançar até as semifinais. Será que mesmo sem o futebol vistoso de 2013 seria possível evocar o “eu acredito”?
Simplesmente futebol – parte 1
No dia 15 de outubro, o Mineirão recebeu pouco mais de 30 mil pessoas para o duelo de alvinegros. O Atlético precisava da vitória a qualquer custo e viu Levir Culpi colocar pelo menos quatro homens no setor ofensivo: Guilherme, Diego Tardelli, Luan e Carlos, com Dátolo e Leandro Donizete mais recuados e Marcos Rocha e Douglas Santos como opções pelas laterais. Já o Corinthians foi a campo com uma postura mais defensiva e a tranquilidade dos 2 a 0 no placar. Quando a bola rolou, essa tranquilidade se elevou à mais alta potência quando Guerrero, aos 4´, abriu o placar para o Corinthians.
O placar agregado estava 3 a 0 para os paulistas. Era uma vantagem homérica se pensarmos que o time do Parque São Jorge dificilmente levava muitos gols num único jogo e que o Atlético poderia tropeçar no nervosismo habitual que surgia em uma situação como aquela. Mas existia um porém. Aquele Atlético era calejado. Era o Atlético forte, vingador e libertador. Era o Atlético que passava a limpo a história e queria vingar ocorrências passadas. E era um time muito, mas muito habituado com dramas, placares indigestos e adversários chatíssimos.
Aos 23´, Luan empatou o jogo e, aos 31´, Guilherme virou. Pronto. O Galo estava na briga outra vez. A torcida começou a jogar junto, o time se enervou e foi com tudo em busca do improvável. O gol não saiu mais no primeiro tempo, mas a segunda etapa chegou e o time mineiro mostrou suas qualidades e uma vontade impressionante. Depois de obrigar Cássio a realizar grandes defesas e carimbar a trave, o Atlético chegou ao terceiro gol, aos 29´, quando Guilherme concluiu no canto após cruzamento de Douglas Santos e escorada de Carlos: 3 a 1. Faltava só mais um gol. O relógio corria, mas os jogadores do Atlético também. O Corinthians tentava se defender a todo custo, mas o Galo se multiplicava.
Aos 42´, Dátolo cobrou escanteio, Edcarlos veio lá de trás e cabeceou para fazer o quarto gol e enlouquecer o Mineirão: 4 a 1. Virada! E quase teve gol de meio de campo quando Marcos Rocha chutou e Fágner tirou de cabeça. Já imaginou? A vitória épica mostrou o quão imponderável pode ser um jogo de futebol. E do que aquele time era capaz. O triunfo ascendeu de vez a esperança de mais um título inédito. E deixou feliz da vida os alvinegros que ainda tinham o Corinthians entalado na garganta pela perda do título brasileiro de 1999. Se valia como uma doce vingança, era o momento de desfrutá-la.
Simplesmente futebol – parte 2
Na semifinal, o Atlético teria pela frente outro rival histórico: o Flamengo, campeão do torneio em 2013, mas bem mais fácil (na teoria) do que o Corinthians. O problema é que na primeira partida, no Maracanã, o Galo levou dois gols no segundo tempo e viu o mesmo filme das quartas de final se repetir: derrota por 2 a 0 e necessidade de triunfo por mais de dois gols na partida de volta. Será que ainda restavam ingredientes no estoque de milagres do time? Pode apostar que sim!
No dia 05 de novembro, o Mineirão recebeu um público maior (mais de 41 mil pessoas) e o Galo foi para a briga contra o Urubu. Após meia hora sem gols, Éverton fez boa jogada e abriu o placar para o… Flamengo. Sim, por mais incrível que pudesse parecer, o Atlético estava outro vez perdendo por 3 a 0 no placar agregado e precisava de quatro gols para se classificar. No entanto, o tempo para a proeza era ainda menor que no duelo contra o Corinthians! Aos 41´, Carlos fez o gol do empate. Aos 11´ do segundo tempo, Maicosuel fez o gol da virada: 2 a 1. Nos minutos seguintes, mais ataques do Galo e lances duvidosos não marcados pela arbitragem (dois possíveis pênaltis) que deixaram o torcedor alvinegro temeroso por novas decepções em duelos contra o Flamengo. Levir Culpi mexeu no time, colocou Marion e Leandro Donizete e a tática deu resultado.
Aos 36´, Dodô cruzou, Marion ajeitou e Dátolo encheu o pé para incendiar o Mineirão: 3 a 1. Apenas três minutos depois, um bate-rebate danado na área fez com que a bola sobrasse para Luan, o talismã, que fez o quarto e sacramentou mais um milagre do Atlético: 4 a 1. O Galo estava na final. E um rival histórico e entalado na garganta desde 1980 era batido com malícia, garra, determinação e esperança na vitória sempre. Dava gosto ver aquele Galo batalhar pelo resultado e ser empurrado por sua torcida. E era de se espantar os jogos que o Mineirão sediava naquele ano de 2014. Depois dos inesquecíveis 7 a 1 (leia mais clicando aqui), haviam os dois 4 a 1 do Galo!
Preparação para o maior clássico da história
Após a classificação para a final, a torcida do Atlético ficou ainda mais entusiasmada com aquele momento por causa do adversário que o alvinegro iria enfrentar: o Cruzeiro, campeão estadual e brasileiro e em busca de sua segunda Tríplice Coroa. A equipe azul não era brilhante como a mídia insistia em dizer, mas seria o adversário perfeito para o Galo encerrar o ano com um título inédito no maior de todos os clássicos mineiros. Afinal, aquela seria a primeira decisão nacional entre ambos na história. E, claro, o duelo teve vários ingredientes para esquentar ainda mais o duelo, como a escolha dos mandos de campo, que deixou de ser os dois jogos no Mineirão para que o primeiro, com mando do Galo, fosse no Independência. A torcida sabia que no Horto a história era diferente. Lá, o Galo tinha um aproveitamento de quase 80%, com 58 vitórias, 21 empates e apenas três derrotas. Contra o Cruzeiro, quatro vitórias e três empates em sete jogos. Em Minas, a fábula já era conhecida: Cruzeiro e Atlético conhecem muito bem o Mineirão, mas ninguém conhece tão bem o Horto como o Atlético…
O título da consagração
No dia 12 de novembro, mais de 18 mil pessoas transformaram o estádio Independência em um caldeirão para cozinhar sem dó a Raposa. Com um time muito bem escalado e embalado ao máximo, o Atlético abriu o placar logo aos oito minutos, com Luan, e ampliou a conta no comecinho do segundo tempo, com Dátolo. Era o filme inverso das duas etapas anteriores na competição nacional. Agora era o Galo que vencia por 2 a 0 e era o rival que tinha que correr atrás na volta. Antes da finalíssima, o alvinegro teve tempo de golear o Flamengo, pelo Brasileiro, por 4 a 0, e contabilizar 8 a 1 nos dois últimos jogos contra o rival rubro-negro!
No dia 26 de novembro, no Mineirão com quase 40 mil pessoas (público bem abaixo das expectativas), o Atlético provou que não só conhecia o Mineirão como tinha o estádio como seu histórico salão de festas. O Cruzeiro até entrou em campo de branco, tentando relembrar a goleada que aplicara no rival trajando essa cor em 2011, mas tal superstição não adiantou nada. A Raposa não jogou, o Atlético foi superior durante os 90 minutos e mostrou que a Copa do Brasil de 2014 deveria, por justiça plena, ser sua. Diego Tardelli, no final do primeiro tempo, fez o gol solitário que decretou a vitória por 1 a 0 e o terceiro título inédito do Galo em dois inesquecíveis anos.
Mais do que isso, dava ao time alvinegro o triunfo no maior clássico mineiro da história e a invencibilidade contra o rival na temporada ano: quatro vitórias e três empates. No ano em que a Alemanha venceu com todos os méritos a Copa do Mundo, o Atlético vencia a Copa do Brasil com os méritos de um time que jogou simplesmente futebol e que jamais deixou de acreditar que era capaz de tudo. Foi a taça para coroar o período mais brilhante do clube e que recolocou o Galo entre os grandes titãs do futebol.
Para sempre
O Atlético 2012-2014 ficou marcado para sempre pela beleza de seu futebol, pela intensidade, pela malandragem e pela trajetória brilhante que conseguiu escrever nos mais diversos torneios. Houve a decepção marroquina, mas os momentos de alegria conseguiram superar esse tropeço com muitos juros. A quantidade de milagres, grandes jogos e gols plásticos feitos pelo esquadrão alvinegro foi simplesmente formidável.
Quem acreditava que eles iriam passar pelo Tijuana? Quem acreditava que eles superariam o Newell´s? Quem acreditava que eles teriam forças contra o tricampeão Olimpia? Quem acreditava na invencibilidade deles diante do rival azul? Quem acreditava na volta por cima após o balde de água fria contra o Lanús? Quem acreditava que eles fariam quatro gols na retranca do Corinthians? Quem acreditava que eles fariam quatro gols em tão pouco tempo contra o Flamengo? Quem acreditava que eles iriam impedir a Tríplice Coroa do Cruzeiro? Pois é. Acreditar é preciso. E o Clube Atlético Mineiro ensinou isso e muito mais. Um esquadrão imortal.
Números de destaque:
Até 25 de julho de 2013, o Atlético acumulou 38 jogos no estádio Independência, com 29 vitórias e 9 empates.
Em 2012, foram 23 jogos no Independência, com 16 vitórias, sete empates, 50 gols marcados e 9 sofridos. Aproveitamento de 79%.
Até 25 de julho de 2013, foram 15 jogos no Independência, com 13 vitórias, dois empates, 45 gols marcados e 13 sofridos. Aproveitamento de 91%.
Até 25 de julho de 2013, o Atlético acumulou uma invencibilidade de 54 jogos como mandante. São 44 vitórias, 10 empates, 131 gols marcados e 39 sofridos. Aproveitamento de quase 88%.
Os personagens:
Victor: depois de Kafunga, Mazurkiewicz, João Leite e Taffarel, o torcedor do Galo ganhou mais um grande goleiro para adorar e idolatrar. Victor chegou em 2012 e se identificou ao extremo com a torcida e o clube. Autor de defesas marcantes no Brasileiro de 2012, Victor fez da Libertadores a competição de sua vida. Em três grandes atos, o jogador foi simplesmente mítico nos jogos contra o Tijuana, Newell´s e Olimpia. Herói eterno de qualquer torcedor alvinegro.
Marcos Rocha: muito habilidoso, o lateral se tornou uma das maiores armas de Cuca no setor ofensivo do time. Apoiava muito bem o ataque pela direita e tinha muita qualidade nos passes e tabelas. Foi essencial nas ótimas campanhas do time.
Leonardo Silva: chegou cercado de desconfiança por ter defendido o arquirrival Cruzeiro, mas provou com um grande futebol e gols decisivos que poderia entrar na galeria de imortais do Galo. Leonardo Silva fez com Réver uma das melhores duplas de zaga do futebol brasileiro em 2012 e em 2013, sendo muito eficiente nas jogadas aéreas e arma de ataque para as jogadas de chuveirinho do time nos campos rivais. Marcou gols inesquecíveis no Brasileiro de 2012 e, claro, na Libertadores, quando fez o segundo gol da decisão contra o Olimpia.
Gilberto Silva: o veterano volante mostrou que também rende na zaga e teve grandes atuações pelo time desde sua chegada, no começo de 2013. Não tinha mais o vigor dos tempos áureos de Arsenal e seleção brasileira, mas sua experiência foi muito importante para manter o Galo forte durante as disputas do Mineiro e da Libertadores.
Edcarlos: o zagueiro foi titular em vários jogos, mas acabou perdendo a vaga para Jemerson no decorrer de 2014. Mesmo assim, cumpriu seu papel e marcou o gol épico da classificação contra o Corinthians.
Réver: técnico, seguro e líder, o capitão Réver é um dos grandes ídolos recentes do Atlético e um símbolo do sucesso do time nos últimos tempos. Com várias convocações para a seleção brasileira e atuações impecáveis com a camisa alvinegra, foi quase intocável no esquema tático do técnico Cuca e responsável direto pela espantosa eficiência defensiva de um time puramente ofensivo. Em 2014, sofreu uma grave contusão e ficou de fora do restante da temporada.
Jemerson: ganhou a vaga na zaga titular após a lesão de Réver, em 2014, e não saiu mais do time. Bom nos desarmes, eficiente na marcação e forte no jogo aéreo, ganhou a confiança da torcida e do técnico Levir Culpi. Foi tido como uma das gratas revelações daquela temporada.
Júnior César: emprestado pelo Flamengo, o lateral Júnior César deu mais força ofensiva ao setor esquerdo do time e teve boas atuações desde sua chegada, em 2012. Não tinha tanta eficiência na marcação, mas superava esse quesito com velocidade e qualidade nos passes e cruzamentos.
Richarlyson: polivalente, podia atuar na lateral ou no meio de campo do time alvinegro e tinha na entrega e na força de vontade suas maiores virtudes, além da qualidade nos passes. Foi um dos destaques do time em 2012 e durante a campanha da Libertadores em 2013.
Douglas Santos: lateral muito promissor que sabia marcar e também ajudar o setor ofensivo. Revelado pelo Náutico, teve passagens pelo futebol europeu e chegou por empréstimo ao Galo no meio de 2014. Conseguiu a vaga de titular aos poucos e foi muito bem na reta final da Copa do Brasil.
Emerson Conceição: revelado pelo Corinthians do Paraná, viveu seu melhor momento fora do país, quando foi peça fundamental no Lille, da França, por cinco anos, conquistando um campeonato nacional e uma Taça da França. Chegou ao Galo no primeiro semestre de 2014 e foi titular em alguns jogos da equipe, como os da decisão da Recopa Sul-Americana. No entanto, não se firmou e perdeu a vaga para Douglas Santos.
Pierre: o volante foi o dono do meio de campo do Galo e responsável pela proteção que a zaga necessitou quando algum dos zagueiros do time se mandava ao ataque. Muito eficiente na marcação, Pierre foi um dos jogadores mais importantes para a construção da identidade do time lá em 2011.
Rafael Carioca: passou por Grêmio, Vasco e pelo futebol russo antes de chegar ao Atlético, em 2014. Foi titular em alguns jogos e alternativa para o meio de campo. Eficiente na saída de bola, deu qualidade aos passes da equipe quando atuou.
Leandro Donizete: outro volante de muita qualidade no Galo, Leandro Donizete tem nas saídas de bola e nos desarmes suas principais virtudes em campo. Teve ótimos momentos no Brasileiro de 2012 e também nos títulos estaduais conquistados no período. Na Libertadores, foi um dos melhores em sua posição e peça fundamental para o time durante a competição. Perdeu espaço na reta final da competição por causa de uma contusão. Em 2014, voltou a jogar com mais regularidade.
Josué: experiente e consagrado por causa dos tempos vitoriosos no São Paulo, o volante chegou ao Galo em 2013 e confirmou as expectativas de todos com seu velho e eficiente futebol. Motorzinho no meio de campo, deu conta do recado em todos os jogos que disputou, principalmente na reta final da Libertadores.
Ronaldinho: execrado quando deixou o Flamengo, Ronaldinho estava literalmente acabado quando foi resgatado pelo Atlético em 2012. Sua chegada foi cercada de desconfiança, mas o craque provou em campo que ainda podia render muito. Jogando com sua habitual técnica, alegre e virtuoso, Ronaldinho proporcionou momentos de pura magia ao torcedor alvinegro, além de mostrar poder de decisão com assistências fantásticas para os companheiros e gols inesquecíveis. Teve uma simetria incrível com Jô e foi um dos grandes símbolos da ressurreição do Galo no futebol brasileiro. Ídolo e craque indiscutível. Deixou saudades quando saiu do clube, em 2014. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Dátolo: chegou no segundo semestre de 2013, mas só virou o xodó da torcida por sua raça e eficiência em 2014. Foi um dos maiores nomes do time no ano e fundamental na conquista da Copa do Brasil com gols, passes e grandes atuações. Experiente e calejado por causa de seus bons tempos de Boca Juniors-ARG, foi um dos diferenciais do time de Levir Culpi.
Diego Tardelli: o atacante retornou ao Galo para ganhar o título de expressão que lhe faltou em sua primeira passagem, entre 2009 e 2011. Habilidoso, preciso nas conclusões e com a fama de bad boy enterrada de vez, Tardelli confirmou ainda mais sua condição de ídolo no clube e foi decisivo nas conquistas de 2013. Na Libertadores, fez partidas marcantes, principalmente na reta final da competição. Em 2014, foi o astro do ataque e manteve o faro artilheiro na Copa do Brasil e no Brasileirão.
Rosinei: um dos coringas do técnico Cuca para o meio de campo e ataque do time. Habilidoso e muito rápido, Rosinei mudou a história do segundo tempo da decisão da Libertadores quando deu o cruzamento para o primeiro gol de Jô.
Maicosuel: não foi titular absoluto, mas nas vezes que entrou mostrou velocidade, força e oportunismo para marcar gols importantes, como na final da Recopa e na semifinal contra o Flamengo. Revelado pelo Paraná, teve passagens por Cruzeiro e Palmeiras até chegar ao Galo, em 2014.
Marion: cria das bases, o atacante disputou dezenas de jogos em 2014 e foi uma boa alternativa ofensiva pelo seu estilo de jogo rápido, cheio de dribles e ousado.
Bernard: uma das maiores revelações do futebol brasileiro no começo dos anos 2010, Bernard é cria do Galo e se tornou um dos maiores símbolos do time entre 2012 e 2013 com agilidade, habilidade, técnica, dribles desconcertantes e um apurado faro para gols decisivos. Ídolo e xodó da torcida, brilhou intensamente em 2012 e na campanha do título da Libertadores de 2013. Ganhou seu espaço na seleção brasileira e no coração de todo torcedor alvinegro.
Guilherme: outro que acabou com a desconfiança e críticas da torcida com atuações decisivas e importantíssimas para o Atlético na campanha da Libertadores. Marcou o gol que salvou o Galo na semifinal, contra o Newell´s, e virou um talismã do time. Habilidoso e rápido, mantém a força ofensiva da equipe quando entra no segundo tempo.
Luan: depois de passar por equipes de São Paulo e até pelo futebol suíço, o atacante encontrou no Atlético espaço para poder mostrar em definitivo seu futebol. Foi outro talismã na campanha da Liberta ao marcar o gol de empate na partida de ida contra o Tijuana, nas quartas de final. É rápido e tem qualidade nos passes e tabelinhas. Em 2014, virou titular absoluto e fez grandes jogos, em especial na Copa do Brasil, na qual marcou cinco gols e voltou a ser o talismã de sempre.
Eduardo: volante revelado pelo Galo, foi outro que entrou em alguns jogos e manteve o nível no meio de campo.
Jô: matador, goleador, decisivo, gigante da grande área, ídolo. Qualquer semelhança histórica com Dadá Maravilha é mera coincidência… Jô chegou ao Galo em 2012 e se transformou no atacante que o torcedor pediu a Deus há muito tempo. Grandalhão, mas muito técnico, ganhou a titularidade absoluta do time e formou uma dupla inesquecível com Ronaldinho no comando de ataque do Galo. Foi o artilheiro da Libertadores com sete gols, fez gol na final e foi fundamental para o sucesso do time no torneio. Uma pena que tenha caído de rendimento em 2014.
Neto Berola: no Galo desde 2010, o atacante teve destaque nas campanhas do Galo em 2011 e 2012, principalmente nos estaduais e no Brasileiro de 2012. Perdeu espaço no time titular com a chegada de Tardelli.
André: era o matador do Atlético na conquista do Mineiro de 2012 e foi um dos artilheiros do time naquela temporada com 14 gols. Com a chegada de Jô, acabou perdendo espaço, teve problemas burocráticos e deixou a equipe no decorrer do Brasileiro.
Alecsandro: outra opção para o ataque, Alecsandro chegou ao Galo em 2013 e marcou gols no Mineiro e na Libertadores. Quase fez um gol na decisão contra o Olimpia, mas anotou o seu na disputa por pênaltis. Tem qualidade na finalização e boa movimentação.
Carlos: outra cria das bases, o atacante aproveitou a má fase de Jô em 2014 para se firmar como titular no ataque atleticano. Rápido, oportunista e driblador, fez uma ótima parceria com Tardelli e marcou gols importantes como os dois na vitória por 3 a 2 sobre o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, e um dos gols no triunfo por 4 a 1 sobre o Flamengo, pelo Copa do Brasil.
Cuca, Paulo Autuori e Levir Culpi (Técnicos): tachado de azarado, Cuca calou tudo e todos com o histórico título da Libertadores e fez do Atlético a mais pura simbiose histórica entre clube e treinador. Ambos estavam precisando de uma taça de prestígio e acabar com velhos fantasmas. E ambos alcançaram seus objetivos com raça, determinação, planejamento e um futebol vistoso, ofensivo e exuberante. Perito em montar times competitivos, Cuca provou no Galo seu talento e entrou no seletíssimo rol dos treinadores campeões da América. E na galeria de imortais do Clube Atlético Mineiro. Mereceu demais a conquista. Depois dele, Autuori quase pôs tudo a perder, mas Levir Culpi chegou com apetite e comandou com maestria um Atlético que fez uma boa campanha no Brasileiro, levou a Recopa e simplesmente deu show na Copa do Brasil. Após sete anos longe do país, o treinador mostrou que ainda tem muita lenha para queimar. A torcida alvinegra agradece.
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Espero que este ano (2015) este artigo tenha uma atualização pra adicionar o titulo do brasileirão, rs. Mas de tudo, parabens não só por este como tb pelos outros artigos.
Obrigado pela resposta, mas se perguntar para qualquer tricolor acho que um título conquistado na última rodada depois de tudo o que o time passou na série C, em 2009 e depois de 26 anos acho que a torcida considera imortal sim. Mas de qualquer modo é lógico que cada um tem sua opinião e eu respeito muito a de vocês. Mantenham a pegada pessoal, excelente trabalho o de vocês!
Grande abraço!
Obrigado, Mateus! Admiro muito o Fluminense e gostei muito quando ele venceu aqueles Brasileiros. Outra coisa que gostaria de frisar é que lamento até hoje aquele time de 2008 não ter vencido a Libertadores. Se tivesse, com certeza estaria por aqui! Abs.
Boa tarde pessoal!
Primeiramente parabéns pelo ótimo trabalho que vocês fazem aqui, estou terminando de ler todos os textos.
Vocês não pensaram em fazer sobre o Fluminense 2010 – 2012 não?
2010 (campeão brasileiro), 2011 (terceiro colocado) e 2012 (campeão carioca e brasileiro)
Acho que seria uma boa.
Abraço à todos!
Olá Mateus! Obrigado pelos elogios. Aquele Fluminense foi um time bom, mas não a ponto de ser imortal. Abs.
Galo , sensacional, vibrante, guerreiro e IMORTAL!
É impossível entendermos como um time praticamente eliminado das competições nas quais disputava, vendo taças escapar por um fio, dar a a volta por cima e saborear viradas marcantes ou conquistas nas penalidades máximas, quando muitos diziam que o Galo já estava pronto para servir à mesa.
Em 2012 foi a primeira fase, na qual o Clube Atletico Mineiro, lançou o jargão, Caiu no Horto, tá Morto! E realmente amigos, os adversários estavam. Com um futebol envolvente, extremamente técnico e competitivo, sob a batuta do mestre Cuca no comando e R10 em ótima fase, o Atlético quase levou o Brasileirão.
Já em 2013, foi o ano da consagração de São Vítor, do Galo Mineiro dar um baile no engasgado São Paulo (77) , e superar Tihuana, o fortíssimo News de Tata Martino e o tradicional Olímpia-PAR, na grande final da Libertadores e dar a volta olímpica no emblemático estádio do Mineirão.
No ano de 2014, após as saídas de Ronaldinho, Cuca e a revelação Bernard, muitos disseram chegou ao fim os tempos áureos do Atlético, porém após superar a eliminação da Libertadores, com a chegada de Levir Culpi, o Galo Ressuscitou e foi atrás dos troféus, exorcisando todos os adversários que fizeram a fanática torcida atleticana chorar, por longos anos. Na Recopa, os rivais argentinos do Lanús ficaram para trás e dá-lhe Galo campeão e na Copa do Brasil, fez jus ao seu belo hino VINGANDO primeiramente o Corinthians, quando àquele esquadrão de 99 (Guilherme, Marques,Veloso e cia) merecia o brasileiro e depois o Flamengo que nos anos 80 tiveram embates históricos, com o clube de Belo Horizonte, sendo prejudicado na Libertadores de 81 e por fim o maior rival Cruzeiro, se em 2003 este não teve o Atlético como adversário, desta vez o jogo virou, agora o Atlético fora absolutamente superior nas finais desta competição e provou isso levantando a conquista inédita da Copa do Brasil. Aos tricolores gaúchos, perdão, pelo Atletico ter tornado para si o título de Imortal.
Excelente!!! Parabéns ao site!!!
E vai pra cima deles GALO!!!
as viradas protagonizadas em cima de Corinthians e flamengo foram as maiores da historia 2 maiores viradas da historia . mais logo atras da do Liverpool 2005 claro
esse time seus foi o time mais aguerrido e mais raçudo da que já vi jogar pelos campos de futebol brasileiro .
enfim digno de imortal . e peço que continuemos o nosso trabalho com minas polarizando o futebol brasileiro e já que sonhar nunca e demais , imagina uma FINAL MINEIRA TRANSMITIDA EM REDE NACIONAL ( INCLUINDO SP E RJ ) ENTRE CRUZEIRO X ATLÉTICO-MG . SERIA ENFIM A CONSAGRAÇÃO MÁXIMA DO NOSSO FUTEBOL QUE SEMPRE FOI E SERA O MELHOR DO BRASIL .
IMORTAIS : AGORA E OBRIGAÇÃO O RIQUELME VIU . O RECORDISTA COM MAIS ASSISTÊNCIAS DA HISTORIA DO FUTEBOL NÃO PODE FICAR DE FORA DO HALL DE CRAQUES ETERNOS . UM MITO
AGRADEÇO AO IMORTAIS PELOS TEXTOS MARAVILHOSOS QUE POSTAM . POIS FICO MARAVILHADO , AO LER SOBRE O QUE MEU PAI E MEU AVO ME FALAVAM SOBRE JOGOS , TÉCNICOS E JOGADORES QUE CONTEMPLARAM COM OS OLHOS , E QUE HOJE POSSO LER DE FORMA TAO LUCIDA , ENGRAÇADA , ROMANCEADA ACIMA DE TUDO ESPETACULAR FEITA POR VOCÊS .
ENFIM OBRIGADO POR EXISTIREM E ESTAREM NA INTERNET NOS AGRACIANDO COM LEMBRANÇAS DE PESO E VALOR INCOMENSURÁVEIS .
OBRIGADO IMORTAIS .
Muito obrigado pelos elogios e comentário, Lucas! Pode deixar que o Riquelme estará por aqui em breve! Abs!
Eu ia pedir justamente um perfil do Riquelme…um do Henry e do Giggs tmb seria uma boa
Excelente o post.Mas vocês podiam citar também o Lille de 2011-12 que foi campeão francês e jogava de maneira muito parecida com o Atlético Mineiro
Essa foi umas das maiores equipes da história do futebol brasileiro mas se apequenou no mundial. O fator psicológico foi determinante para o fracasso do galo em marrocos
Legal demais. Só espero que em pouco tempo esse texto fique desatualizado. Já que o time se encontra em plena atividade.
Essa equipe merecia ter conquistado o mundial infelismente eles foram para marrocos achando que ja estavam na final
Fiquei emocionado pela homenagem que vocês do site fizeram ao Galão da massa,que venha o titulo mundial e muitos outros, pois essa trocida mais apaixonada e fiel do planeta, depois da defessa do Victor contra o Tijuana tudo é possivel.
Show!!! como atleticano me sinto lisonjeado… dava pra escrever mais, mas são tantas estórias que faltaria caracteres hehe. Espero que em dezembro o texto seja atualizado como um dos maiores times da história do futebol brasileiro, com os títulos da Copa do Brasil, Brasileiro e Mundial. Sei que é um sonho, mas libertadores também era. Abraço e parabéns pelo blog, o melhor da net.