Nascimento: 14 de Setembro de 1921, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil. Faleceu em 08 de Fevereiro de 2002, em Niterói, Rio de Janeiro, Brasil.
Posição: Meia
Clubes: Flamengo-BRA (1939-1950), Bangu-BRA (1950-1957), São Paulo-BRA (1957-1958) e Audax Italiano-CHI (1961-1962).
Principais títulos por clubes:
3 Campeonatos Cariocas (1942, 1943 e 1944) pelo Flamengo.
1 Campeonato Paulista (1957) pelo São Paulo.
Principal título por seleção: 1 Campeonato Sul-Americano (1949) pelo Brasil.
Principais títulos individuais e artilharias:
Melhor Jogador da Copa do Mundo da FIFA: 1950
Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1950
4º Maior Jogador Brasileiro do Século XX pela IFFHS: 1999
10º Maior Jogador Sul-Americano do Século XX pela IFFHS: 1999
Eleito o 79º Melhor Jogador do Século XX pela revista Placar: 1999
Eleito o 83º Melhor Jogador da História das Copas pela revista Placar: 2006
Eleito para o Time dos Sonhos do Flamengo pela revista Placar: 2006
Eleito um dos 1000 Maiores Esportistas do Século XX pelo jornal Sunday Times
Artilheiro do Campeonato Carioca: 1952 (19 gols)
Ao lado do argentino Norberto, é o maior artilheiro da história da Copa América com 17 gols
Eleito para o Time dos Sonhos do Flamengo do Imortais: 2021
Eleito para o Time dos Sonhos do São Paulo do Imortais: 2021
“Mestre Ziza”
Por Guilherme Diniz
Todos, sem exceção, admiravam sua valentia, seu talento e sua genialidade em atacar, armar jogadas, cabecear, chutar e ver o jogo como ninguém poderia ver. Seu futebol era vistoso, bonito, vigoroso. Na Gávea ou no Maracanã, dava aula e se exibia para todos com seu jeito arisco de ser, sendo que neste último teve a atuação mais perfeita da história de um jogador com a camisa da seleção brasileira, na vitória por 2 a 0 contra a Iugoslávia, na Copa do Mundo de 1950. Foi o primeiro ídolo com a letra Z no Flamengo e o maior jogador brasileiro antes de Pelé, que sempre afirmou ser fã do futebol de Thomaz Soares da Silva, mais conhecido como Zizinho, um genial camisa 10 (ou 8, dependendo da época) em tempos que não havia números às costas dos jogadores.
Craque que ditava as ações do meio de campo e que não tirava a perna nas divididas, Zizinho conseguiu espaço em um time de feras do Flamengo na década de 40 e teve a honra de jogar ao lado de craques como Domingos da Guia e Leônidas da Silva. Deixou a Gávea em 1950, magoado, para brilhar no Bangu e, já experiente, no São Paulo campeão paulista de 1957. Com a camisa do Brasil, venceu apenas um Campeonato Sul-Americano, em 1949, e teve o vice da Copa de 1950 como o grande drama de sua carreira. Mesmo assim, Zizinho conseguiu escrever seu nome na história como um craque completo, ídolo e imortal. É hora de relembrar.
Sumário
“Corte o cabelo e volte amanhã”
Desde pequeno Zizinho demonstrava muita aptidão para o futebol com dribles, velocidade e precisão. Mas o seu problema era o físico franzino, que o deu logo de cara uma decepção: ser reprovado num teste feito no América do Rio, seu time de infância. Foi então que aos 18 anos o jovem tentou a sorte no Flamengo, comandado à época pelo célebre técnico Flávio Costa. Numa tarde, na Gávea, o Flamengo fazia um coletivo quando Leônidas da Silva, um dos craques do time, sofreu uma contusão. O técnico Flávio Costa olhou para o banco e chamou o garoto Zizinho. O moleque entrou, arrebentou, fez gols e no final do coletivo ouviu a frase: “corte o cabelo e volte amanhã”. Zizinho voltou, foi integrado ao time principal e assumiu a titularidade da equipe em 1942, no lugar deixado por Waldemar de Brito, que anos depois iria descobrir Pelé.
Começo promissor
O ano de 1942 ficou marcado pelas primeiras glórias de Zizinho. Primeiro, veio a convocação para a seleção brasileira que disputou o Campeonato Sul-Americano do Uruguai (atual Copa América). Naquela competição, Zizinho marcou os primeiros de seus 17 gols no torneio, feito que o tornou o jogador com o maior número de gols marcados na competição, ao lado do argentino Norberto. O Brasil não foi campeão, mas a experiência internacional ajudou Zizinho a melhorar cada vez mais seu futebol. No mesmo ano, ajudou o Flamengo a conquistar o Campeonato Carioca de 1942, quando o rubro-negro capengou no início, mas deslanchou no segundo e terceiro turnos com vitórias espetaculares e pontuais: 4 a 3 e 8 a 5 no América, 6 a 0 e 3 a 0 no Bangu, 4 a 0 no Botafogo, 1 a 0 no Fluminense e 1 a 0 no Vasco. Domingos da Guia, Biguá, Valido, Perácio, Pirilo e Zizinho eram os grandes nomes daquele esquadrão que venceu 20 dos 27 jogos disputados, com o melhor ataque (87 gols) e a melhor defesa (29 gols). Zizinho marcou 11 gols e foi um dos destaques do Flamengo na competição.
O primeiro meia do Brasil
Em 1943, Zizinho começou a jogar mais recuado num esquema que lembrava muito o 4-2-4, que iria vigorar mais nos anos 50 principalmente com a seleção brasileira campeã mundial em 1958. O craque passou a ser um autêntico meia-armador, seguramente o primeiro da história do futebol brasileiro, fazendo lançamentos precisos para os companheiros de ataque e construindo jogadas de efeito. Jogando muito, Zizinho foi outra vez essencial para mais um título estadual do Flamengo, com direito a goleadas inesquecíveis pra cima do Vasco (6 a 2), Botafogo (4 a 2) e Bangu (5 a 0), além de um 2 a 0 sobre o Fluminense, com um gol de Zizinho, que marcou sete naquele ano.
Paralelo ao Flamengo, Zizinho vivia disputando partidas pela seleção brasileira e pela carioca, fazendo vários jogos contra rivais sul-americanos e, principalmente, contra os paulistas no Campeonato Brasileiro de seleções. Foi nesse torneio que o craque teve que conviver com a fama de violento após, acidentalmente, quebrar a perna do jogador Augustinho, da seleção paulista. Além disso, tinha sempre que provar, no campo, que dava conta do recado pelo fato de gostar de sair com os amigos. Muitos dirigentes do Flamengo tachavam ele de boêmio, mas Zizinho nunca deixou de cumprir com suas obrigações, tendo o apoio, inclusive, do técnico Flávio Costa.
Tricampeonato histórico
Em 1944, Zizinho participou ativamente do inédito e histórico tricampeonato estadual do Flamengo. O time não era o mesmo dos anos anteriores e estava enfraquecido principalmente por conta da saída do mítico zagueiro Domingos da Guia e da ausência de Perácio, convocado para servir o exército brasileiro na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Depois de colecionar vitórias marcantes ao longo da competição, incluindo um 6 a 1 sobre o Fluminense e um 4 a 1 sobre o Botafogo, o rubro-negro foi para a partida decisiva contra o Vasco, na Gávea, precisando da vitória para ficar com o caneco. O problema era que o time de São Januário era imensamente favorito por conta de seus craques que formariam muito em breve o chamado Expresso da Vitória.
Mas o Flamengo tinha Zizinho, que comandou com maestria as ações da equipe naquela tarde de 29 de outubro de 1944 diante de 20 mil pessoas. O confronto seguiu equilibrado até o final do segundo tempo quando a quatro minutos do fim, o Flamengo conseguiu o gol solitário da partida com o veterano argentino Valido, que subiu mais alto que todo mundo na área do Vasco para marcar de cabeça. Os vascaínos ficaram loucos da vida pelo fato de o argentino ter se apoiado em Argemiro para marcar o gol. Mas o chororô não adiantou. E o Mengo foi campeão. Zizinho comentou a histórica conquista:
“O choro vascaíno tornou ainda mais emocionante a conquista. Aquele título foi uma verdadeira epopeia de paixão e garra, pois o Vasco tinha o melhor time, mas nós nos superamos por puro amor à camisa”. – Zizinho, à revista Placar no final dos anos 80, sobre o tricampeonato de 1944.
O craque do Brasil
O tricampeonato carioca levou Zizinho ao mais alto patamar do futebol brasileiro. No Flamengo, ele já era ídolo e celebridade, sendo um dos mais admirados jogadores da época não só pelos companheiros, mas também pelos adversários, que elogiavam o espírito esportivo do jogador e seu jeito de atuar. Uma pena que o título de 1944 foi o último de Zizinho no Rio. Culpa do Vasco, que monopolizou o campeonato na época com seu timaço que seria a base da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1950, no Brasil.
Falando em seleção, entre 1945 e 1950 o jogador viajou constantemente pela América a serviço do esquadrão nacional, sempre com foco no Campeonato Sul-Americano. Mas Zizinho e companhia sofriam à época nas mãos de argentinos e uruguaios, que quando não ganhavam na bola, partiam para a selvageria. O craque foi vítima de uma dessas brigas na “Batalha de Núñez”, quando os argentinos partiram pra cima dos brasileiros num jogo pela Copa Roca revidando um jogo em que Ademir de Menezes havia quebrado a perna de Batagliero, zagueiro dos Hermanos.
O episódio gerou muita revolta em Zizinho, que ficou três anos longe da seleção depois do incidente, sofreu contusões sérias no período e só retornou ao escrete brasileiro em 1949, para a disputa do Sul-Americano do Brasil. Na estreia, goleada de 9 a 1 sobre o Equador. Em seguida, 10 a 1 na Bolívia. No primeiro jogo mais equilibrado, vitória por 2 a 1 sobre o Chile. Mas foi apenas um “acidente de percurso”.
Na sequência, os comandados de Flávio Costa bateram Colômbia (5 a 0), Peru (7 a 1) e Uruguai (5 a 1). Os dois últimos jogos foram decisivos, contra o Paraguai. Na primeira partida, derrota por 2 a 1. Na segunda, um vareio de 7 a 0 confirmou mais um título continental para o futebol brasileiro. A seleção era campeã com seis vitórias e uma derrota em sete jogos, com 39 gols marcados (cinco de Zizinho) e apenas sete sofridos. Aquele foi o primeiro título de Zizinho com a camisa do Brasil. Ele esperava levantar, no ano seguinte, o maior de todos: a Copa do Mundo.
Alvirrubro
Em 1950, Zizinho teve alguns momentos de alegria e muitos de decepção. O primeiro deles foi sua saída do Flamengo, que aconteceu sem sua consciência após uma aposta entre os presidentes do Bangu e do rubro-negro. Dario de Melo Pinto, presidente do Flamengo, teria dito em um jantar com Guilherme da Silveira Filho, do Bangu, que “não existia jogador inegociável”. Silveira Filho perguntou, então, quanto o mandatário rubro-negro queria por Zizinho. Melo Pinto disse a quantia, Silveira Filho pagou os 800 mil cruzeiros (fortuna astronômica na época) e Zizinho se tornou jogador do Bangu já em 1950. No primeiro jogo que disputou contra seu ex-clube, Zizinho não teve dó e contribuiu com o melhor de seu futebol na impiedosa goleada de 6 a 0 do Bangu sobre o Flamengo. Era a doce vingança pra cima do clube que o menosprezou e o vendeu sem ao menos consultá-lo. No Bangu, Zizinho não faturou nenhum troféu e teria que esperar longos sete anos até voltar a celebrar um título por clube. Mas, antes, era preciso disputar a Copa.
Alegrias e a maior das tristezas
Na Copa, Zizinho ficou de fora das duas primeiras partidas do Brasil (contra México e Suíça) por causa de uma contusão no joelho. O craque entrou em campo somente no terceiro jogo, contra a Iugoslávia. E foi exatamente nele que o meia realizou, naquele 1º de julho de 1950, a considerada melhor atuação de um jogador com a camisa do Brasil em todos os tempos. Zizinho fez de tudo. Marcou gol, deu passe para outro (o Brasil venceu por 2 a 0), driblou, lançou, correu freneticamente e acertou todos os passes durante o jogo. O Maracanã aplaudiu de pé a atuação de gala do craque que fez tanta falta nas partidas anteriores da seleção. Depois daquele jogo, Zizinho recebeu elogios rasgados do jornalista italiano Giordano Fattori, da Gazzetta dello Sport, que disse: “O futebol de Zizinho faz recordar Da Vinci pintando alguma obra rara”. Foi o bastante para o craque ganhar o apelido que tanto o consagrou: Mestre Ziza.
A entrada em cena de Zizinho mudou completamente o modo de atuar do Brasil. A equipe ficou mais leve, confiante e artística. Na fase final da Copa, Zizinho foi fundamental para a goleada de 7 a 1 pra cima da Suécia e nos históricos 6 a 1 sobre a Espanha, com um gol do craque. Todos já cantavam a vitória do Brasil na Copa e o clima de já ganhou, claro, tomou conta do país. Na final contra o Uruguai, porém, aconteceu aquilo que já foi contado aqui e em dezenas de milhares de livros: derrota do Brasil de virada por 2 a 1, mais de 200 mil pessoas chorando e o Maracanazo consolidado como o maior pesadelo da história do futebol brasileiro (até a chegada de um tal 7 a 1…).
Zizinho presenciou naquele fatídico dia 16 de julho o auge e a queda da seleção. Vibrou com o gol de Friaça, no começo do segundo tempo, e viu, ao término da partida, o fosso do Maracanã completamente tomado por bombas, rojões e todo tipo de artifício que seria utilizado na festa do título mundial brasileiro – mas que ficou lá, jogado, inutilizado. O craque ficou extremamente abalado e, como todos os seus companheiros, seria sempre lembrado pela derrota. Mas, ao contrário de muitos dos titulares daquela final, Zizinho não caiu no ostracismo. Pelo contrário, foi eleito o melhor jogador da Copa pela imprensa internacional, para o All-Star Team do mundial e uma das maiores estrelas do esporte mundial da época. Nem esses prêmios serviram para consolar o Mestre Ziza, que passou muito tempo com os pesadelos daquela derrota rondando sua cabeça.
Sem espaço na seleção e glória tricolor
Depois da Copa, Zizinho ainda foi convocado outras vezes para a seleção, mas a busca por novos jogadores – e as lembranças de 1950 – prejudicou o craque, que ficou ausente da Copa de 1954 e passou longe da de 1958. Na carreira, Mestre Ziza disputou 53 partidas pelo Brasil e marcou 30 gols. Em 1957, Zizinho aceitou o desafio de jogar no São Paulo. Já veterano e com 35 anos, Ziza era visto com desconfiança pela imprensa paulista, mas mostrou que ainda tinha lenha para queimar. O craque conduziu o tricolor de Poy, Mauro Ramos, Gino Orlando e Canhoteiro ao título do Campeonato Paulista daquele ano com uma vitória decisiva por 3 a 1 sobre o Corinthians de Gilmar e Cláudio no Pacaembu. Zizinho disputou 67 jogos pelo São Paulo e marcou 27 gols. Aquele, no entanto, seria o último título do camisa 10 na carreira.
Inspiração para um rei
Foi pelo São Paulo que Zizinho enfrentou, sem saber, um fã: Pelé, então com 17 anos, que viu seu grande ídolo naquele ano de 1957 em uma goleada de 6 a 2 do tricolor pra cima do Peixe. Naquele jogo histórico, acontecia a troca de majestade no futebol brasileiro: saía Ziza, melhor brasileiro dos anos 40 e 50, e entrava Pelé, melhor dos anos 60, 70 e da eternidade.
Os últimos lampejos e o fim
Zizinho deixou o São Paulo em 1958 e teve uma breve experiência como jogador e treinador do Audax Italiano, do Chile. Por lá, não conseguiu títulos e encerrou a carreira em 1962, ano do bicampeonato mundial da seleção. Depois de pendurar as chuteiras, Zizinho seguiu brevemente no mundo do futebol, jogou basquete, foi fiscal de renda do Estado do Rio de Janeiro e ficou sossegado depois dos 60 anos. O ex-craque recebeu diversas homenagens ao longo da vida e o reconhecimento como um mito do esporte nacional. Em 2002, Mestre Ziza não resistiu a problemas do coração e faleceu aos 79 anos. Ziza se foi, mas seu legado segue intacto por ter sido um dos maiores jogadores do futebol brasileiro em todos os tempos e maior atleta antes de Pelé. Meia infernal, habilidoso e decisivo, Zizinho foi um ícone por onde passou e despertou os mais nobres elogios de todos os futebolistas do país e do mundo. Como bem dizia o craque: “a bola tem vida própria. Ela gosta de ser bem tratada”. Sob seus pés, ela foi, Mestre Ziza. E como foi…
Números de destaque:
Disputou 329 jogos pelo Flamengo e marcou 146 gols. É o nono na lista dos maiores goleadores do clube.
Disputou 53 jogos pela seleção brasileira e marcou 30 gols.
O que disseram sobre Zizinho:
“Esse era o Mestre” – Pelé.
“Melhor não vai ter. É difícil definir o mestre. O mestre não tem explicação” – Gérson.
“Não há bola no mundo que seja indiferente a Zizinho” – Nelson Rodrigues.
“Eu lia Zizinho, todo domingo, no Maracanã” – Armando Nogueira.
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Se possível escreva um texto sobre a seleção brasileira de 1949-50. Apesar do doloroso vice mundial essa seleção tinha muitos craques como o Mestre Ziza, Barbosa e outros. Parabéns pelo ótimo texto
Se não fosse o “Maracanazo” de 16/07/1950, Zizinho estaria na copa de 1954 ao lado de Ademir Marques de Menezes e Jair da Rosa Pinto. Poderíamos vencer a Hungria e tornar-nos- iamos bi- campeões mundiais de futebol. O problema era o treinador Flávio Costa, sem visão de jogo,que, naquela tarde fatídica, preferiu escalar o limitado e violento lateral Bigode para marcar Ghigia, quando tinha Nilton Santos pronto para jogar.
Antes de Pelé o “Mestre” Zizinho foi o maior jogador do mundo.