Nascimento: 1º de Abril de 1927, em Budapeste, Hungria (ele nasceu no dia 01 de abril e foi registrado no dia 02, fato comprovado em sites húngaros, inclusive). Faleceu em 17 de Novembro de 2006, em Budapeste, Hungria.
Posições: Atacante e centroavante.
Clubes: Budapest Honvéd-HUN (1943-1957) e Real Madrid-ESP (1959-1967).
Principais títulos por clubes: 5 Campeonatos Húngaros (1949-1950, 1950-especial, 1952, 1954 e 1955) pelo Budapest Honvéd.
1 Mundial Interclubes (1960), 3 Ligas dos Campeões da UEFA (1958-1959, 1959-1960 e 1965-1966), 5 Campeonatos Espanhóis (1960-1961, 1961-1962, 1962-1963, 1963-1964 e 1964-1965) e 1 Copa do Rei (1961-1962) pelo Real Madrid.
Principal título por seleção: 1 Medalha de Ouro Olímpica (Helsinque-1952) pela Hungria.
Principais títulos individuais:
Jogador Europeu do Ano: 1953
Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1954
Eleito para o All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1954
Jogador Europeu do Século XX pelo jornal L´Equipe
Maior Artilheiro do Século XX pela IFFHS
FIFA 100: 2004
Jogador de Ouro da UEFA
Eleito para o Top 10 dos melhores jogadores do século XX pela revista World Soccer
Eleito para o Top 10 dos melhores jogadores do século XX pela IFFHS
Eleito para o Top 10 dos melhores jogadores europeus do século XX pela IFFHS
Eleito para o Time dos Sonhos do Real Madrid do Imortais: 2021
Artilharias:
Artilheiro do Campeonato Húngaro: 1947–48 (50 gols), 1949–50 (31 gols), 1950 (25 gols) e 1953 (27 gols).
Artilheiro da Liga Espanhola: 1959-60 (25 gols), 1960–61 (28 gols), 1962–63 (26 gols) e 1963–64 (21 gols).
Artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA: 1960 (12 gols) e 1964 (7 gols).
Chuteira de Ouro do Mundo: 1948 (50 gols)
“O Major Galopante”
Por Guilherme Diniz
Pode alguém baixinho, gordinho, sem nenhuma pinta de atleta se tornar um dos maiores goleadores de todos os tempos do futebol mundial, com um faro de gol fantástico e de ter a melhor média de gols por seleções, maior até mesmo que Pelé? Sim. Não só pode como existiu, sob nome Ferenc Purczeld Biró (ou Ferenc Puskás), o maior jogador que a Hungria produziu, responsável direto pelo sucesso do Budapest Honvéd dos anos 1940 e 1950, da seleção húngara de 1952-1954 e do Real Madrid multicampeão espanhol dos anos 1960. Líder natural, carismático, goleador e talentoso, Puskás encantou a todos por onde passou, escreveu seu nome para sempre em livros, enciclopédias e reportagens e foi, infelizmente, o último sopro de talento a jogar um futebol exuberante com sangue húngaro. Dono de recordes e façanhas memoráveis, o baixinho deu show e ganhou quase tudo o que disputou. Só faltou ela: a Copa do Mundo, perdida para a “zebra” Alemanha em 1954. É hora de relembrar a carreira dessa lenda incontestável do futebol.
Sumário
As origens
Puskás começou a jogar futebol com 16 anos no time do Kispest, de Budapeste, em plena Segunda Guerra Mundial no ano de 1943. Por conta da guerra, o pai de Puskás (que fora jogador de futebol e viraria técnico do próprio filho tempo depois) decidiu mudar o sobrenome da família (de origem alemã) para Puskás, fazendo o garoto ganhar o apelido de “Öcsi Puskás”, algo como “Puskás Júnior”. Disciplinado e membro do exército de seu país, Puskás ganharia anos depois o título de major, daí o apelido que lhe ficou mais tradicional, o “Major Galopante”.
No Kispest, Puskás mostrou muito talento e vocação natural para o gol, sendo artilheiro e titular desde cedo do time. Dois anos depois, vestiu pela primeira vez a camisa da Hungria e marcou um gol na vitória por 5 a 2 sobre a Áustria. Estrela única numa equipe que não era párea para os grandes times do país na época, como o Ferencvaros, Puskás anotou absurdos 50 gols na Liga de 1947-1948, mais da metade dos 82 gols marcados pelo time na temporada – o que não foi o bastante para dar ao Kispest nada além de um quarto lugar. Mas tudo mudaria em 1949. Sem nenhuma conquista do campeonato nacional, com Puskás e Bozsik como únicos craques e Béla Guttmann no comando, a política, quem diria, mudou completamente a sorte do clube suburbano da capital.
A Hungria vivia sob uma intensa ditadura comunista e sempre ávida por interesses em quaisquer que fossem os campos, até mesmo os de futebol. As forças armadas decidiram criar um time forte o bastante para representar o país no campeonato nacional, mostrando, claro, a “supremacia do governo”. Só que, ao invés de começar um clube do zero, os militares decidiram “adotar” um clube do país. A primeira opção seria, claro, o Ferencvaros, maior da Hungria e multicampeão nacional. Porém, as raízes do clube estavam cravadas na independência e no fascismo. Com isso, os militares decidiram escolher o tímido Kispest, que teve seu nome prontamente modificado para Kispest-Honvéd.
Além do time, os militares queriam que a própria seleção da Hungria fosse forte para competir com a concorrência europeia recheada de grandes equipes como Itália, Inglaterra, Áustria, URSS e Alemanha. O treinador da seleção, Gusztav Sebes, pediu para que os grandes jogadores da seleção fossem concentrados apenas em duas equipes, como forma de dar mais entrosamento e facilitar o trabalho como um todo. Com isso, as maiores estrelas do país foram divididas entre o Honvéd, time dos militares, e o MTK Hungária, equipe da polícia secreta da Hungria. Essa divisão acabou por beneficiar apenas um time: o Honvéd. Por quê? Porque a população húngara simplesmente odiava a polícia secreta! Com isso, o Honvéd ganhou o apoio da massa, aumentou sua torcida e sua popularidade, deixando de levar apenas “moscas” ao seu estádio e contar com casa cheia para ver os novos craques do time: Grosics, Kocsis, Czibor e Budai, além de Puskás e Bozsik. Pronto. O Honvéd estava formado. E pronto para servir a nação.
Puskás comanda os gols, os títulos e a fama
Pouco tempo foi necessário para o Honvéd de Puskás engatar seu esquema de jogo e partir para o estrelato no país. Com craques em campo e um futebol extremamente ofensivo, o clube levantou já na temporada 1949-1950 o seu primeiro título nacional, com 23 vitórias, quatro empates e apenas três derrotas, marcando 84 gols e sofrendo 29. Puskás foi o grande responsável pelo desempenho do time ao anotar 31 gols e ser novamente artilheiro do torneio. Ainda em 1950, o time venceu o bicampeonato, dessa vez em disputa acirrada com o MTK (que se chamava Textiles na época).
Foram apenas três pontos de diferença entre as duas equipes, com o Honvéd tendo perdido apenas um jogo e vencido o maior rival por acachapantes 6 a 3. O time marcou 67 gols em apenas 15 jogos, com Puskás como artilheiro novamente com 25 gols. Cheio de talentos, o Honvéd começava a se tornar popular no país pela força de jogo e pelo talento de seus craques, que serviam como a espinha dorsal da super seleção da Hungria, que disputaria as Olimpíadas de Helsinque, em 1952, como grande favorita.
Craque de ouro
Puskás e sua Hungria estavam prontos para disputar as Olimpíadas de Helsinque, na Finlândia, em 1952. O time era o favorito ao título e na fase preliminar não encontrou problemas para derrotar a Romênia por 2 a 1, gols de Czibor e Kocsis. Na sequência, vitória sobre a Itália por 3 a 0. No mata-mata, começou o show. Nas quartas de final, massacre contra a Turquia: 7 a 1, com dois gols de Puskás. Na semifinal, 6 a 0 contra a Suécia, com novo show do trio mágico Hidegkuti, Puskás e Kocsis. A Hungria estava na decisão. O adversário seria a Iugoslávia, que havia eliminado URSS, Dinamarca e Alemanha. Na final, no estádio Olímpico, vitória por 2 a 0 dos magiares com gols de Puskás e Czibor. O time conquistava a primeira de suas três medalhas de ouro na história do futebol olímpico. O ouro consagrava a campanha impecável do time, com cinco vitórias em cinco jogos, 20 gols marcados e apenas dois sofridos. A Europa e o mundo conheciam, enfim, a força daquele time mágico.
No mesmo ano, depois de ficar com o vice em 1951, Puskás faturou mais um campeonato nacional com o Honvéd, dessa vez de maneira invicta, com 21 vitórias e cinco empates em 26 jogos. Foram 88 gols marcados e apenas 21 sofridos. Em 1953, Puskás foi de novo artilheiro com 27 gols, mas o Honvéd não ficou com a taça, que voltou ao clube em 1954, com o tetracampeonato do ataque dos 100 gols, que marcou a conta redonda em 26 partidas. Paralelo a isso, o time passou a excursionar pelo continente e esbanjar sua força para todos, que sabiam que eles eram os melhores do mundo.
Mito em Wembley
Antes do Mundial da Suíça em 1954, Puskás protagonizou com sua Hungria um feito histórico. Em novembro de 1953, a seleção enfrentou a Inglaterra em um amistoso no mítico estádio de Wembley. Os ingleses nunca haviam sido derrotados em casa por nenhuma seleção fora da Grã-Bretanha. Pois o esquadrão magiar enfiou 6 a 3 nos ingleses, num jogo que ficou marcado na história, com dois gols de Puskás (leia mais clicando aqui). O mundo se assombrou ao ver aqueles craques colocarem os ingleses na roda. Ninguém esperava que os inventores do futebol perdessem em Wembley, ainda mais de goleada. Pois perderam. Inapelavelmente, como bem publicou o jornal The Times na época:
“Wright passou por ele (Puskás) como um caminhão de bombeiros indo para o incêndio errado”, trecho que descreveu o drible de Puskás sobre o capitão inglês Billy Wright, antes de o craque húngaro marcar um dos seus dois gols.
Favoritos únicos
A Copa de 1954 ficou marcada como a com melhor média de gols da história: absurdos 5,4 gols por jogo! Isso mesmo! Foram 140 gols em 26 jogos! Essa média astronômica de gols foi beneficiada, claro, pela Hungria. Na primeira fase, duas vitórias: 9 a 0 na Coreia do Sul (dois gols de Puskás) e 8 a 3 na Alemanha (um gol do craque). Porém, esse jogo contra a Alemanha representou a grande baixa da Hungria para o restante da Copa e até crucial para a conquista ou não do título. Puskás levou uma entrada violenta do alemão Liebrich e teve uma contusão que o tirou das quartas de final (vitória sobre o Brasil por 4 a 2) e das semifinais (vitória épica sobre o Uruguai por 4 a 2). O baixinho voltou ao time na final, novamente contra a Alemanha. Mas não 100%…
O milagre de Berna
O time mais temido e formidável do mundo sucumbiu inexplicavelmente para a Alemanha de Fritz Walter e perdeu de virada por 3 a 2 na final da Copa do Mundo de 1954, com Puskás marcando um gol e entrando para a história como um dos três atletas a marcar gol em finais de Olimpíadas e Copa do Mundo (os outros foram o compatriota Czibor e o uruguaio Pedro Cea). Como podia um time daqueles, recheado de craques, perder uma Copa ganha? Vários fatores podem explicar. Na primeira fase, a Alemanha levou um chocolate da Hungria, lembra? Pois é, só que naquele jogo os alemães pouparam cinco titulares na derrota para os magiares, pensando no jogo seguinte. Ou seja, a Hungria não enfrentou a força máxima dos alemães. Outro ponto foi o já destacado, a contusão do maior craque da Hungria que jogou “baleado” a final.
Mais um fator: a Hungria vinha de uma partida duríssima contra o Uruguai, que só foi decidida na prorrogação, e estava visivelmente cansada. Já a Alemanha vinha de uma goleada fácil sobre a Áustria por 6 a 1. E por último: o jogo final foi disputado debaixo de um dilúvio, uma chuva torrencial. Isso prejudicou demais o futebol recheado de toques de bola dos magiares, prevalecendo a força e robustez dos alemães. Um pequeno fato não comprovado é que no intervalo do jogo, com a partida empatada em 2 a 2 e os alemães no vestiário, Adi Dassler, fundador da marca Adidas, trocou as travas das chuteiras dos jogadores para que escorregassem menos. Verdade ou não, o fato é que a Alemanha estava muito mais preparada para aquele jogo que os mágicos húngaros. Foi a primeira derrota da Hungria após 31 partidas, de maio de 1950 até o fatídico 4 de julho de 1954.
Nuvens negras
A derrota na Copa representou uma virada na carreira de Puskás e do futebol húngaro para sempre. O craque ainda venceu mais um título nacional, em 1955, mas em 1956 teve que tomar uma decisão em prol do seu futuro. O Honvéd participou pela primeira vez naquele ano da Liga dos Campeões da UEFA (competição criada em 1955), e enfrentou o Athletic Bilbao (ESP). No primeiro jogo, na Espanha, vitória espanhola por 3 a 2, com os gols do Honvéd marcados por Budai e Kocsis. Na volta, porém, os jogadores receberam a notícia da eclosão da Revolução Húngara. Os cidadãos do país, revoltados com a crescente imposição soviética na Hungria, saíram às ruas para protestar contra ao governo da URSS.
Foram semanas de tiros, brigas, tanques nas ruas e um clima total de guerra civil. Justamente naquele período, o Honvéd precisava disputar sua partida de volta da Liga, contra o Athletic. Sem condições de viajar para um país sob o caos, o Honvéd mandou o jogo para Bruxelas (BEL), e apenas empatou em 3 a 3 (um de Puskás). Eliminados, os jogadores sofriam mais um baque e alguns deles decidiram não voltar para o país, casos de Puskás, Kocsis e Czibor. Sem seus principais jogadores, com o campeonato nacional cancelado e sob tensão, o clube perdeu totalmente o rumo e só não caiu para a segunda divisão em 1957 por uma mudança no regulamento, que acrescentou mais equipes ao torneio. E Puskás teve de esperar um ano até voltar a jogar futebol.
Do exílio a Madri
O craque viveu o limbo em 1957. Sem time nem perspectiva, morou na Áustria e não conseguiu permissão da UEFA para jogar por conta de sua recusa a voltar ao Honvéd, vendo times como Milan e Juventus não poderem contratá-lo por causa disso. Acima do peso e com a idade chegando, o interesse dos clubes passou a cair e o craque via sua aposentadoria precoce chegar. Foi então que em 1958, com 31 anos, Puskás foi levado ao Real Madrid por Emil Östreicher, seu colega nos tempos de Honvéd. O Major chegou a Madri repleto de desconfiança por parte da já imponente e crítica torcida merengue, que via o jogador muito longe de superar estrelas como Di Stéfano, Kopa e Gento no comando do esquadrão que ganhava todas as Ligas dos Campeões da UEFA desde seu início, em 1955. Mas com sua preciosa perna esquerda, Puskás provaria que ainda era, sim, um craque fantástico.
A eterna e mítica parceria com Di Stéfano
Já na temporada 1959-1960 Puskás mostrou um entrosamento memorável com a maior estrela do Real, Di Stéfano, e começou a transbordar gols em Madri. O craque foi o artilheiro do Campeonato Espanhol com 25 gols e crucial para o tetracampeonato europeu do time, principalmente nas semifinais, contra o rival Atlético de Madrid. No primeiro jogo, no Santiago Bernabéu, vitória dos merengues por 2 a 1, gols de Rial e Puskás. Na volta, vitória do Atlético por 1 a 0, forçando uma nova partida, em campo neutro, na cidade de Zaragoza. Di Stéfano abriu o placar para o Real, mas Collar empatou dois minutos depois. Ainda no primeiro tempo, Puskás mostrou porque era gênio e fez o gol da vitória do Real, que colocou a equipe pela 4ª vez seguida na final. Uma pena o craque ter perdido a chance de jogar a decisão, por conta de uma lesão.
Na temporada seguinte, o Real partiu em busca do penta e estreou contra o fraquíssimo Jeunesse Esch, de Luxemburgo, e simplesmente humilhou: 7 a 0 em Madri, com 3 gols de Puskás, e 5 a 2 em Luxemburgo (um de Puskás). Nas quartas de final, derrota para o Nice, na França, por 3 a 2, e vitória por 4 a 0 em Madri (um de Puskás), garantindo lugar nas semifinais. O adversário seria ninguém mais ninguém menos que o Barcelona de Kocsis e Evaristo.
Eternos
O Real começou o mata-mata contra o Barça em casa e venceu por 3 a 1, gols de Di Stéfano (2) e Puskás. Na volta, em Barcelona, o time podia até perder que mesmo assim estaria na final. Mas quem disse que Puskás, Gento e Di Stéfano queriam perder? O trio de ouro conduziu o Real a mais uma vitória, 3 a 1, com dois gols de Puskás e um de Gento, levando o Real a 5ª final consecutiva de Liga dos Campeões. Era hora de escrever definitivamente o nome na história. E escreveram. A equipe decidiu com os alemães do Eintracht Frankfurt, em Glasgow, Escócia, a quinta edição da Liga dos Campeões da UEFA. Quando a bola rolou, porém, nem parecia uma decisão tão importante. O que a Europa viu foi um baile de gala dos maiores jogadores da história do Real Madrid, Puskás e Di Stéfano.
Os craques marcaram todos os gols da maior goleada em uma final de Liga dos Campeões da UEFA na história: 7 a 3 para os merengues, com 4 gols de Puskás e 3 de Di Stéfano. Os dois, ao lado do italiano Pierino Prati, foram os únicos a conseguir um hat-trick em uma decisão de Liga. O Real encerrava de maneira brilhante o seu pentacampeonato europeu, um feito incrível, inimaginável e impagável, com Puskás como artilheiro com 12 gols e encerrando uma temporada brilhante com 35 gols em 39 partidas. Mas ainda haveria outro caneco a ser conquistado: o Mundial Interclubes.
O primeiro Mundial
A primeira edição do Mundial Interclubes, criado em 1960, foi uma iniciativa do presidente do Real Madrid, Santiago Bernabéu. O torneio reunia o campeão da Liga dos Campeões da UEFA (Real Madrid) e o campeão da Copa Libertadores (Peñarol), que iriam decidir em dois jogos o título de melhor equipe do mundo. No primeiro jogo, no Uruguai, o Real segurou o empate em 0 a 0. Na volta, em Madri, Puskás (2), Di Stéfano, Gento e Herrera anotaram os gols do baile: 5 a 1, resultado que deu aos merengues o primeiro título do torneio na história. Era a coroação definitiva de um esquadrão que dominou a Europa por mais de cinco anos e protagonizou bailes memoráveis. Porém, a hegemonia estava perto do fim.
Queda na Liga e domínio nacional
O Real reconquistou a Liga Espanhola na temporada 1960/1961, com show de seus brilhantes atacantes, em especial Puskás, que marcou 28 gols e foi o artilheiro. Porém, na Liga dos Campeões, os merengues foram eliminados pelo maior rival, o Barcelona, logo na primeira fase da competição, após empatar em 2 a 2 em Madri e perder por 2 a 1 em Barcelona. Acabava ali a soberania brancaleone na Europa. Mas, em casa, o time começou um show e faturou cinco campeonatos espanhóis consecutivos, com Puskás como artilheiro em 1962–63 (26 gols) e 1963–64 (21 gols). Nesse período, o craque chegou até a disputar uma Copa do Mundo com a camisa da Espanha, em 1962, aos 35 anos, mas sem brilho. Com sua perna esquerda sempre letal, Puskás continuou jogando em alto nível, mesmo com algumas contusões pelo caminho. Na temporada 1965-1966, com cinco gols, o craque ajudou o Real Madrid a reconquistar a Europa, no triunfo sobre o Partizan-IUG na decisão. Foi o último título de Puskás com a camisa do Real. Ele estava prestes a dizer adeus ao futebol.
O fim de uma lenda
Em 1967, com 40 anos, Puskás decidiu se aposentar do futebol e seguir caminho como técnico, tendo bons momentos, inclusive com o Panathinaikos (GRE), em 1971, ao levar o clube grego a uma inédita final de Liga dos Campeões da UEFA (perdida para o Ajax de Cruyff). Puskás seguiu no mundo esportivo, foi condecorado com inúmeros prêmios até falecer, aos 79 anos, em 2006, vítima de Mal de Alzheimer, deixando órfã uma nação que o tinha como filho número um, mas ficando eternamente marcado na história do futebol com feitos impressionantes: 242 gols em 262 partidas pelo Real Madrid e 84 gols em 85 jogos pela seleção da Hungria. Há uma confusão com seus números no tempo de Honvéd, por conta dos tempos da Segunda Guerra Mundial e da época em que o clube se chamava Kispesti.
O craque marcou 375 gols em 356 jogos – contabilizando Kispest e Honvéd. Porém, no site da FIFA, o perfil do jogador traz 154 gols em 179 partidas. O craque foi eleito o artilheiro do século XX por suas médias estrondosas pela IFFHS, que contabilizou 512 gols em 528 partidas, o que nos dá 104 gols em 71 partidas pelo Honvéd, um número bem abaixo do normal. Na RSSSF, o craque tem registrado 806 gols em 793 jogos. O número mais perto do real que temos e consideramos após várias pesquisas é de 703 gols em 707 jogos e uma média de 0,99 gol por jogo. Enfim, os números não importam. O que ficou foi a magia e o talento daquele baixinho matador e incrível, com um repertório infinito de habilidade, força e técnica com a perna esquerda e que brilhou em todos os cantos do mundo, levou multidões aos estádios e deu nome, a partir de 2009, ao gol mais bonito da temporada pela FIFA, o Prêmio FIFA Ferenc Puskás. Uma homenagem mais do que merecida a esse craque imortal do futebol.
Números de destaque:
Disputou 356 jogos e marcou 375 gols pelo Budapeste Honvéd / Kispest.
Disputou 262 jogos e marcou 242 gols pelo Real Madrid
Disputou 85 jogos e marcou 84 gols pela Seleção da Hungria.
Disputou 4 jogos e não marcou gols pela Seleção da Espanha.
Total na carreira: 707 jogos e 703 gols.
Leia mais sobre o Real dos anos 1950 clicando aqui.
Leia mais sobre a Hungria dos anos 1950 clicando aqui.
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quem foi melhor puskas ou di stefano? por favor me respondam
Di Stéfano.
Caso non tivessem anulado um gol da Hungria no fim jogo, que seria do empate, como seria a prorrogação,gol anulado injustamente, porque foi legitimo,e desde esse tempo as seleções socialista começaram a serem prejudicadas nos mundiais.
Grande Puskás!
Com certeza um dos maiores jogadores de todos os tempos, facilmente está no top 6, com nomes como Di Stéfano, Maradona, Pelé, Cruyff e o Kaiser. Participou do maior time que o mundo já viu, Madrid penta campeão europeu, e que por coisas sobrenaturais, e até mesmo covarde por conta dos alemães irem para machucar o gênio na primeira fase, ficou sem vencer a copa do mundo, ou melhor, a copa do mundo ficou sem ter Puskás como um dos seus campeões.
Grande trabalho do site! Parabéns!
Gostaria de saber se há previsão para adicionarem Adolfo Pedernera.
Previsão não tenho, mas ele será adicionado em breve. Fique ligado e obrigado pelos elogios! 🙂
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