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Craque Imortal – Marcos

Goleiro Marcos será homenageado pelo Palmeiras

Nascimento: 04 de Agosto de 1973, em Oriente, São Paulo, Brasil.

Posição: Goleiro

Clubes: Lençoense-BRA (1990-1992) e Palmeiras-BRA (1992-2012).

 

Principais títulos por clubes:

1 Copa Libertadores da América (1999), 2 Campeonatos Brasileiros (1993 e 1994), 1 Copa do Brasil (1998), 1 Copa Mercosul (1998), 2 Torneios Rio-SP (1993 e 2000), 1 Copa dos Campeões (2000), 3 Campeonatos Paulistas (1994, 1996 e 2008) e 1 Campeonato Brasileiro da Série B (2003) pelo Palmeiras.

 

Principais títulos por seleção:

1 Copa do Mundo (2002), 1 Copa das Confederações (2005) e 1 Copa América (1999) pelo Brasil.

Principais títulos individuais:

Melhor Jogador da Copa Libertadores da América: 1999

Revelação da Copa Libertadores da América: 1999

Melhor Goleiro do Campeonato Paulista: 1999

Melhor jogador da final da Copa Libertadores da América: 1999

Melhor goleiro da Copa Libertadores da América: 1999

3º Melhor goleiro da Copa do Mundo: 2002

4º Melhor goleiro do mundo pela IFFHS: 2002

3º Melhor goleiro no Prêmio Craque do Brasileirão: 2008

2º Melhor goleiro no Prêmio Craque do Brasileirão: 2009

Eleito para o Time dos Sonhos do Palmeiras do Imortais: 2021

 

 

“Uma Santidade no gol”

Por Guilherme Diniz

Ele foi um dos maiores jogadores de seu tempo, um goleiro acima da média e um craque que conseguia ter muita, mas muita sorte em determinados momentos e azares tremendos em outros. Ele foi leal a uma só camisa, a um só número, a uma só torcida. Vestindo o manto da seleção nacional, ganhou para sempre a admiração e carinho de milhões de torcedores, de flamenguistas a vascaínos, de são-paulinos até mesmo corintianos. Mas, para a torcida do Palmeiras, ele foi transformado em santo, o São Marcos Roberto Silveira Reis, o Marcão, ou simplesmente Marcos, um dos maiores goleiros que nosso futebol já produziu e um dos maiores da história também. Depois de anos na reserva, o goleiro foi conquistando seu espaço com muito trabalho, defesas fantásticas e, claro, sorte. Os anos foram passando e Marcos foi ganhando títulos, fazendo história, construindo seu mito em disputas de pênaltis e se transformando no maior pesadelo do Corinthians desde a chegada da era Parmalat do início dos anos 90. Mesmo nos períodos difíceis pelos quais passou e as seguidas contusões, Marcos nunca se abalou e seguiu no clube até o ano de 2012, quando decidiu pendurar as luvas. O Imortais relembra agora a carreira, as glórias e façanhas de um dos mais carismáticos e adorados jogadores do futebol brasileiro.

 

Espectador de uma era de ouro

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Marcos nasceu na pequenina cidade de Oriente, interior de São Paulo. Antes de se arriscar no futebol, o futuro craque vivia com os amigos azarando as garotas e construindo a fama de “pegador” principalmente pelo porte físico. O tempo foi passando e o jovem decidiu investir na carreira de goleiro nas categorias de base do Lençoense, em 1990, ficando no clube até 1992. Nesse período, por pouco ele não vestiu a camisa do Corinthians, já que treinou no clube do Parque São Jorge por poucos meses, mas foi boicotado e voltou ao Lençoense. Em seguida, o Palmeiras se interessou pelo jogador e aí sim o jovem foi para o Palestra Itália para virar profissional.

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No Verdão, Marcos (com apenas 18 anos) fez sua estreia com a camisa alviverde num amistoso contra o Guaratinguetá em maio de 1992, garantindo a meta intacta na goleada por 4 a 0. Depois daquele jogo, ele teve de ver do banco a ascensão e consagração de um Palmeiras mágico com Roberto Carlos, Mazinho, Rivaldo, Edmundo, Evair e companhia que simplesmente destruía os rivais nos anos de 1993 e 1994. O goleiro não tinha como disputar posição com Sérgio ou Velloso, absolutos naquele tempo. Porém, Marcos sabia esperar e utilizou aquela vivência com grandes craques como experiência e estímulo para poder brilhar em breve. Ainda em 1992, o goleiro venceu o paulista sub-20 com o Palmeiras e o Sul-Americano da categoria pela seleção brasileira.

 

Enfim, titular

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No ano de 1996, Marcos voltou a figurar entre os titulares do Palmeiras durante a campanha mágica do Campeonato Paulista, quando o Palmeiras foi campeão marcando mais de 100 gols na competição. Foi nesse torneio que o goleiro defendeu seu primeiro pênalti, na goleada por 4 a 0 sobre o Botafogo-SP. Nesse período, Marcos levou um susto quando teve uma lesão na tíbia e teve de ficar de molho por um tempo. Tempo depois, em outubro, mesmo sendo reserva de Velloso, ganhou a primeira convocação na seleção brasileira, reflexo direto das ótimas atuações do jogador no gol do Palmeiras de agosto até aquele mês, quando foi titular da equipe.

Nos anos de 1997 e 1998, Marcos alternou partidas como titular e outras como reserva e só entrava quando Velloso se machucava ou por opção técnica. O jogador, claro, queria ser o titular absoluto, mas era preciso paciência. Nesse período, vieram mais taças, como a Copa Mercosul e a Copa do Brasil de 1998, esta última responsável por garantir o Palmeiras na Copa Libertadores de 1999.

 

Agora ninguém tasca!

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O ano de 1999 foi, sem dúvida, um divisor de águas na carreira de Marcos. Cada vez melhor fisicamente e entrosado com todo o grupo, o goleiro contou com uma ligeira “sorte” para abraçar de vez a titularidade com uma nova contusão de Velloso já no primeiro semestre. Mas a titularidade veio com apresentações para se esquecer no Torneio Rio-SP, quando o goleiro levou 12 gols em três jogos após péssimos jogos do Palmeiras contra Vasco, Santos e Fluminense. Tempo depois, vieram as partidas pela Copa Libertadores e a classificação em segundo no grupo, atrás do rival Corinthians. O Verdão perdeu apenas dois jogos (para o Corinthians por 2 a 1 e para o Olimpia-PAR por 4 a 2, ambos fora de casa), venceu três jogos (1 a 0 no Corinthians, 5 a 2 e 2 a 1 no Cerro-PAR) e empatou em 1 a 1 contra o Olimpia.

 

Coração no bico da chuteira

O Palmeiras de Marcos não teve vida fácil na segunda fase da Libertadores de 1999. Pelo contrário: encarou apenas adversários dificílimos que serviram para testar se aquele grupo estava mesmo pronto para conquistar a América. Nas oitavas de final, o Verdão encarou o então campeão continental Vasco. No primeiro jogo, no Rio, empate em 1 a 1. Na volta, um show do ataque palmeirense e vitória por 4 a 2. A equipe estava nas quartas de final, onde enfrentaria, de novo, o maior rival: o Corinthians.

 

O início da “canonização”

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Os duelos entre Corinthians e Palmeiras tiveram, claro, muita catimba, jogo duro, provocações e todos os ingredientes necessários em uma partida eliminatória. No primeiro jogo, Marcos teve uma de suas melhores atuações na carreira ao defender tudo e mais um pouco na vitória do Verdão por 2 a 0 (gols de Oséas e Rogério). Marcelinho, Edílson, Ricardinho, Fernando Baiano, todos eles tentaram e não conseguiram furar a meta do goleiro, que estava inspiradíssimo naquela noite. Na volta, outra partida duríssima, mas o Corinthians fez 2 a 0 e levou a decisão da vaga para os pênaltis. E foi nela que brilhou a estrela de Marcos, que logo passaria a ser chamado de “São Marcos”. O goleirão, então desconhecido perto do titular Velloso, defendeu a cobrança de Vampeta, contou com a sorte na bola na trave de Dinei, e garantiu a vitória por 4 a 2 e a classificação às semifinais. Era a dose de entusiasmo que o Verdão precisava para continuar na disputa pelo cobiçado título. E o mérito que o goleiro tanto precisava para provar seu valor.

 

Jogo épico antes das decisões

O Palmeiras que estava na Libertadores também disputava a Copa do Brasil de 1999. O time encarou o Flamengo nas quartas de final e precisava da vitória, pois havia perdido o primeiro jogo por 2 a 1 (que poderia ter sido 3 não fosse Marcos, que defendeu um pênalti de Romário). Mas o Palmeiras perdia novamente o segundo jogo por 2 a 1 e estava dando adeus à competição. Até que o improvável aconteceu. O time empatou logo após o segundo gol flamenguista e virou de maneira épica nos últimos minutos do confronto com dois gols de Euller: 4 a 2. Essa vitória é considerada histórica pelos torcedores até hoje pela dose absurda de dramaticidade e também por ser a síntese do que foi a equipe na era Felipão. Pena que o time seria eliminado nas semifinais para o Botafogo…

 

Na final!

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O Palmeiras encarou mais uma pedreira no caminho até a final da Libertadores: o River Plate, da Argentina. No primeiro jogo, em Buenos Aires, vitória dos “hermanos” por 1 a 0, mas com Marcos outra vez operando milagres. Na volta, em SP, o Verdão não tomou conhecimento dos argentinos e venceu por acachapantes 3 a 0. O time chegava à final da competição. Era a hora da tão sonhada batalha pelo título.

 

Haja coração!

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Por ter melhor campanha que o rival (o Deportivo Cali, da Colômbia) na decisão, o Palmeiras iria fazer o segundo jogo da final em casa. Na primeira partida, em Cali, muita pressão dos mais de 37 mil torcedores do Deportivo, que ajudaram a equipe a vencer os comandados de Felipão por 1 a 0, gol do artilheiro Bonilla. Na volta, o Palestra Itália estava transbordando de alviverdes que viam ali a maior chance da história para o Palmeiras conquistar, enfim, sua primeira Libertadores. A equipe jogou completinha e tinindo com Marcos; Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio, Rogério, Alex e Zinho; Paulo Nunes e Oséas. Era um timaço, que ainda contava com Euller, Evair, Galeano e Cléber no banco de reservas.

O Deportivo não tinha uma grande equipe e contava mais com a empolgação e determinação do que com a habilidade. O Palmeiras tentou impor seu ritmo logo no início, com o Deportivo perigoso nos contra-ataques (sempre defendidos por Marcos). Depois de tanta pressão, coube ao talismã Evair abrir o placar aos 65´, de pênalti. Cinco minutos depois, um susto. Pênalti para o Deportivo e gol de Zapata. A torcida temia pelo pior, mas Oséas, aos 76´, deixou o Palmeiras na frente. O placar permaneceu assim até o final: 2 a 1. A decisão seria nos pênaltis.

 

Campeããããão!

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Nas penalidades, todos confiavam no goleirão Marcos para que o Palmeiras se saísse bem. Mas a torcida levou um susto com o erro de Zinho na primeira cobrança do Verdão. Os três primeiros batedores do Deportivo acertaram e os dois seguintes do Palmeiras também. Foi então que a noite palmeirense começou a brilhar, bem como a estrela da sorte de Marcos, com o chute na trave de Bedoya. Rogério e Euller anotaram para o Palmeiras. O último chute era do Deportivo. Se Zapata fizesse, começariam as cobranças alternadas. Se errasse, a Libertadores ficaria pela terceira vez seguida no Brasil (Cruzeiro, em 1997, e Vasco, em 1998, eram os campeões anteriores). Zapata correu… Bateu… E mandou pra fora! O Palestra Itália quase veio abaixo! Palmeiras campeão da América pela primeira vez!

Era a coroação definitiva de uma equipe aguerrida, técnica, imponente e mágica, que fazia jus ao hino do clube letra por letra, estrofe por estrofe. A imagem de Marcos correndo após o erro do jogador colombiano entrou para a história do clube e do futebol brasileiro, como a mais clássica e pura do que foi aquela competição para o goleiro e para o Palmeiras. Ninguém podia com o Verdão! De quebra, Marcos conquistaria naquela temporada o prêmio de melhor jogador da Libertadores, um feito inédito para um goleiro e que desde então não foi igualado. Era hora de se preparar para o Mundial, em dezembro, no Japão.

 

Título com a seleção

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Antes de partir para o Japão em busca do título Mundial contra o Manchester United-ING, o Palmeiras disputou a decisão do Campeonato Paulista, jogou o Brasileiro e a Copa Mercosul. No paulista, derrota para o Corinthians em uma tumultuada final com direito a embaixadinha de Edílson. No Brasileiro, uma saborosa goleada por 4 a 1 sobre o maior rival e alguns bons momentos, mas que não foram suficientes para levar a equipe à final. Na Copa Mercosul, o Verdão fez uma partida memorável contra o sempre chato Cruzeiro ao fazer 7 a 3 no primeiro jogo das quartas de final. O time chegou até a final, mas perdeu para o Flamengo por 4 a 3 no primeiro jogo e empatou o segundo em 3 a 3, dando adeus ao sonho do bicampeonato da competição. Pela seleção, Marcos ganhou uma vaga no grupo que conquistou a Copa América, depois de contar com a sorte mais uma vez graças à contusão de Carlos Germano.

 

Quando a sorte muda de lado

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Marcos embarcou com o Palmeiras para Tóquio crente de que poderia conquistar o título mundial. Pesava a favor da equipe o certo desprezo que os europeus tinham com relação ao Mundial Interclubes, que na época não era organizado pela FIFA. Porém, o fator negativo era que desde 1994 um time da América não vencia o torneio (o último havia sido o Vélez, ao bater o Milan). Desde então, somente europeus levavam o caneco. O último fator de destaque (negativo, diga-se de passagem) era que o rival do Verdão, o Manchester United, tinha um timaço. Os ingleses contavam com jogadores renomados como Giggs, Scholes, Roy Keane, Beckham, Solskjaer, Yorke, Neville e Stam.

Nervoso, o Palmeiras não foi nem sombra do que a torcida estava acostumada a ver e Marcos viu sua tão habitual sorte mudar de lado justo quando ela não poderia lhe abandonar. O Manchester venceu o Palmeiras por 1 a 0 exatamente por conta de uma falha do goleiro, que não conseguiu cortar um cruzamento de Giggs e viu a bola sobrar livre para o gol de Keane. Para o Manchester, era a conquista do primeiro título intercontinental da equipe, que havia perdido na década de 60 para o Estudiantes, da Argentina. Para o Palmeiras, era o fim do sonho do título mundial. E uma amarga e longa viagem de volta pra casa para tentar tudo de novo.

 

Rumo à América novamente

Marcos e seu Palmeiras entraram no ano 2000 abalados pela perda do título mundial, mas confiantes no bicampeonato da Libertadores. O goleiro era o titular indiscutível e fez com que Velloso procurasse outro clube, já que não teria mais chances. Na Liberta, a equipe foi líder em seu grupo na fase inicial com três vitórias, um empate e duas derrotas. Nas oitavas de final, contra o Peñarol-URU, depois de uma derrota por 2 a 0 fora de casa e vitória por 3 a 1 em casa, o time teve que encarar mais uma disputa de pênaltis na Libertadores. Nela, Marcos foi essencial ao defender a cobrança de Aguirregaray e ver Pacheco acertar a trave, garantindo a vitória por 3 a 2. Nas quartas de final, duas vitórias sobre os mexicanos do Atlas por 2 a 0 e 3 a 2. Vaga na semifinal garantida. O adversário seria, de novo, o Corinthians.

 

A maior defesa da história

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Palmeiras e Corinthians protagonizaram dois duelos sensacionais e disputadíssimos nas semifinais da Libertadores de 2000. Na primeira partida, vitória do Corinthians por 4 a 3. No jogo seguinte, duas viradas e vitória do Palmeiras por 3 a 2. Novamente, o jogo foi para os pênaltis, como em 1999. As estrelas, todos pensavam, seriam Dida e Marcos, goleiros exímios pegadores de pênalti, mas os cobradores é que deram show. Todos foram convertendo suas cobranças até o placar apontar 5 a 4 para o Palmeiras.  O Corinthians ainda tinha a última cobrança, com a estrela Marcelinho. Se ele fizesse, cobranças alternadas. Se errasse, Palmeiras na final. Foi então que o “pé de anjo” partiu, bateu… E… Marcos defendeu!

Épico! O Palmeiras eliminava pelo segundo ano consecutivo seu maior rival da Libertadores! Pelo segundo ano consecutivo nos pênaltis! E pelo segundo ano consecutivo com Marcos sendo o herói. O torcedor palmeirense era o mais feliz do universo naquele dia 6 de junho de 2000. Quem poderia esfriar tanta empolgação daquele time e daquela torcida?

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E os pênaltis viraram inimigo…

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Na final da Libertadores de 2000 o Palmeiras encarou o fortíssimo Boca Juniors de Carlos Bianchi, que tinha no elenco talentos como Córdoba, Ibarra, Samuel, Battaglia, Riquelme, Schelotto, Palermo, Burdisso e Gimenez. Era um timaço que estava determinado a acabar com o jejum de 22 anos sem uma conquista de Libertadores. Como não poderia deixar de ser, o duelo entre brasileiros e argentinos foi cheio de emoção. No primeiro jogo, em La Bombonera, empate em 2 a 2. Na volta, no Morumbi, novo empate, dessa vez sem gols, que levou a decisão para os pênaltis. A torcida esperava mais um show de Marcos, mas o show ficou por conta dos batedores do Boca, que anotaram todas as suas cobranças. Asprilla e Roque Júnior perderam e o Palmeiras viu o Boca comemorar sua terceira Libertadores no Brasil com a vitória por 4 a 2. Começaria ali, naquela derrota, o início de muitos dramas para o Verdão. E para Marcos.

 

A primeira contusão e o único gol

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Depois da derrota para o Boca, Marcos sofreu sua primeira lesão no pulso esquerdo e ficou afastado dos gramados durante todo o segundo semestre de 2000. Pela televisão, o goleiro viu seu Palmeiras chegar a mais uma final de Copa Mercosul, outra vez contra uma equipe carioca (o Vasco). E foi nessa decisão que o time perdeu seu título mais ganho da história. O Palmeiras vencia o Vasco por 3 a 0 apenas no primeiro tempo. A torcida já gritava “é campeão” quando Romário, Viola e Juninho Paulista comandaram uma das maiores reações da história do futebol brasileiro, que terminou com vitória vascaína por 4 a 3 em pleno Palestra Itália. Era mais um drama em um ano para esquecer. O Palmeiras só venceu os inexpressivos Torneio Rio-SP e a Copa dos Campeões naquela temporada. Em 2001, Marcos voltou a entrar em campo no mês de março, pelo Campeonato Paulista, contra a Inter de Limeira.

Como o exótico regulamento da época não permitia empates, o jogo foi para os pênaltis depois do 0 a 0 no placar, e nas cobranças Marcos marcou seu primeiro e único gol com a camisa alviverde, além de defender um pênalti. Os meses se passaram e mais uma vez Marcos foi santo em uma Libertadores. No reencontro com Felipão, que dirigia o Cruzeiro à época, o Verdão disputou contra os mineiros uma vaga na semifinal da competição. Na primeira partida, jogo eletrizante e empate em 3 a 3. Na volta, no Mineirão, novo empate, em 2 a 2, e decisão… Adivinhe… Nos pênaltis. Nela, Marcos defendeu três cobranças (Luisão, Ricardinho e Marcos Paulo), viu Jackson chutar para fora e o Palmeiras vencer por 4 a 3. Na semifinal, o algoz do ano anterior reencontrou o Verdão, o Boca Juniors, e mais uma vez os argentinos saíram vencedores após dois empates em 2 a 2 e vitória argentina nos pênaltis por 3 a 2 (Marcos não defendeu nenhum).

 

Titular na seleção

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Se no Palmeiras as coisas começavam a ir de mal a pior, na seleção Marcos brilhava. Com a chegada do técnico Felipão o goleiro ganhou a vaga de titular pela lealdade do treinador e pela confiança, principalmente, mesmo numa época em que Dida era um dos queridinhos de todos, principalmente da mídia, além do talentoso Rogério Ceni. O jogador, assim como toda a seleção, sofreu um bocado durante as eliminatórias e quase viu a vaga na Copa escapar pela primeira vez na história. Mas o Brasil superou as adversidades e conseguiu a vaga no Mundial da Coreia do Sul e Japão de 2002. Nele, Marcos teria o maior desafio de toda a sua carreira.

 

A Copa começa

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Cabeça de chave no Grupo C da Copa, o Brasil esteve ao lado de Turquia, Costa Rica e China. A estreia foi contra os turcos e a seleção teve muita dificuldade. Os turcos não se intimidaram com o Brasil e abriram o placar com Hakan Sas, após bobeada de Juninho Paulista no meio de campo. O gol assustou o Brasil, mas não abalou a equipe, que conseguiu a volta por cima no segundo tempo. Logo aos cinco minutos, Ronaldo aproveitou cruzamento de Rivaldo e empatou o jogo para o Brasil. A seleção acordou de vez e dominou os turcos, mas a bola teimava em não entrar.

Foi então que aos 39´, Luizão, que tinha entrado no lugar de Ronaldo, partiu em direção à área, foi derrubado fora dela, e viu o árbitro sul-coreano Young Joo Kim marcar pênalti para o Brasil. Rivaldo cobrou com categoria e virou o jogo para o Brasil: 2 a 1. No jogo seguinte, contra a fraca China, o Brasil não encontrou dificuldades e garantiu a vaga nas oitavas de final com uma goleada por 4 a 0, com gols marcados pelos “erres” da seleção: Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo. Na partida seguinte, jogando com vários reservas, o Brasil deu mais um show e goleou a Costa Rica por 5 a 2, com direito a gol de bicicleta de Edmílson (os outros gols foram marcados por Ronaldo, duas vezes, Rivaldo e Júnior).

 

São Marcos garante a vaga

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Nas oitavas de final, o Brasil enfrentou um páreo duríssimo: a Bélgica. Os belgas deram um trabalho imenso ao Brasil, com Van Buyten marcando sem dó Ronaldo e Peeters e Wilmots dando sustos no jogo aéreo, fazendo o goleiro Marcos suar muito para defender bolas dificílimas. Com o paredão brasileiro pegando tudo, o ataque do Brasil conseguiu fazer sua parte apenas no segundo tempo. Ronaldinho cruzou na área, e Rivaldo, com seu talento de sempre, chutou forte, marcando o primeiro gol do Brasil: 1 a 0. Perto do final do jogo, com a Bélgica partindo para o tudo ou nada, o Brasil engatou um contra-ataque, Kléberson cruzou rasteiro na área e Ronaldo bateu de canhota, decretando a vitória por 2 a 0.

 

Bestial e uma besta

Nas quartas de final, num jogo visto apenas pelos “madrugueiros” aqui no Brasil (foi às 2h), o Brasil encarou a forte seleção inglesa, que tinha Ashley Cole, Scholes, Beckham e Owen. O jogo começou de igual para igual, até que aos 22´do primeiro tempo, Lúcio dominou mal a bola, que sobrou para Owen fazer Inglaterra 1 a 0. O Brasil não se abalou, mostrou frieza e contou com o início de uma atuação bestial de Ronaldinho. Nos acréscimos da etapa inicial, o craque fez uma jogada divina, driblou Ashley Cole e rolou para Rivaldo, sempre ele, marcar o gol de empate:  1 a 1. No começo do segundo tempo, Ronaldinho foi novamente bestial. Falta na intermediária para o Brasil.

O camisa 11 percebeu Seaman adiantado, chutou direto pro gol e marcou um golaço antológico: Brasil 2×1 Inglaterra. O estádio explodiu em festa. Porém, o que era uma partida perfeita para Ronaldinho quase virou um drama quando o jogador foi… Uma besta. Num acesso de fúria, o jogador fez falta dura em Mills, foi expulso, e deixou o Brasil na fogueira com o jogo ainda nos 11´da etapa final. Foi aí que Marcos fechou novamente o gol, não deixou os ingleses assustarem e garantiu a vitória e a vaga na semifinal pela terceira vez consecutiva. Mas tinha chumbo grosso pela frente: os fortes e chatos turcos. De novo.

 

De bico, na final!

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Dúvida pouco antes da partida semifinal, por estar com um leve desconforto na perna esquerda, Ronaldo foi a campo para o jogo contra a Turquia. O adversário estava mordido pela derrota na primeira fase, pela encenação de Rivaldo e pelo pênalti polêmico marcado pelo árbitro naquela ocasião. O jogo era tido como uma “guerra”. E foi praticamente isso. O Brasil usou a mesma tática do jogo contra a Bélgica, ao apostar nos contra-ataques rápidos, no talento dos laterais Cafu e Roberto Carlos e em Rivaldo e Ronaldo. Sem Ronaldinho, Edílson fez dupla de ataque com Ronaldo. No primeiro tempo, as melhores chances de gol foram da Turquia, que assustava o goleiro Marcos. Mas o Brasil também teve chances claras, impedidas pelo ótimo goleiro Rüstü, que operava milagres. Foi então que o talento e a estrela de Ronaldo fizeram a diferença. Aos 3´do segundo tempo, o craque recebeu na esquerda, foi driblando, levando e chutou de bico, fazendo a bola resvalar na mão do goleiro turco e entrar no canto esquerdo do gol: 1 a 0 para o Brasil.

O estádio fez festa, e o banco do Brasil um carnaval! O jogo ficou dramático, a Turquia pressionava, o Brasil perdia gols incríveis, Denílson fazia suas firulas e prendia a bola, protagonizando, no final do jogo, a hilária cena em que metade do time turco correu atrás dele em busca da bola (sem sucesso). Mas aquela vitória era do Brasil. A seleção fazia história ao chegar pela terceira vez seguida em uma final de Copa do Mundo, como a Alemanha em 1982, 1986 e 1990. E, curiosamente, seriam os alemães os rivais do Brasil, num confronto inédito na história das Copas.

 

A consagração

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Copeiros e recheados de títulos, Brasil e Alemanha fizeram uma final de Copa do Mundo memorável no Japão em 2002. De um lado, o talento de Rivaldo, Ronaldinho e Ronaldo. Do outro, a frieza de Neuville, Frings, Klose e o goleiro eleito o craque da Copa, Oliver Kahn. A Alemanha apostava justamente em seu arqueiro, já que o craque do time, Michael Ballack, não jogaria a final. A Alemanha ocupava bem os espaços, virava o jogo constantemente e não deixava aflorar o talento brasileiro. Já o Brasil tentava aproveitar as poucas chances que tinha, mas faltava pontaria.

No segundo tempo, o Brasil passou a ser mais incisivo e a pressionar mais a Alemanha. Tanta pressão resultou em gol, aos 22´, quando Rivaldo chutou forte, Kahn, o então paredão da Copa, não segurou, e Ronaldo aproveitou a falha para fazer Brasil 1 a 0. Festa em Yokohama! O Brasil seguiu absoluto e impecável, principalmente na zaga, com Roque Júnior fazendo um partidaço ao lado de Lúcio e Edmílson. No gol, Marcos seguia fantástico e pegando tudo, numa resposta à FIFA sobre quem realmente era o melhor goleiro do Mundial.

Aos 34´, o golpe final: Kléberson puxou um contra-ataque pela direita, passou para Rivaldo, que deixou a bola passar por debaixo de suas pernas e ir de encontro a Ronaldo, que chutou no cantinho de Kahn: Brasil 2×0 Alemanha. O gol foi um balde de água fria em qualquer esboço de reação dos alemães, que tiveram que tentar parar Denílson e suas firulas, e os constantes ataques do Brasil. Quando o árbitro italiano Pierluigi Colina apitou o final do jogo, o mundo ficou, pela quinta vez, verde e amarelo: Brasil Pentacampeão mundial!

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Era a consagração e a volta por cima da seleção mais vitoriosa do planeta, responsável por reinventar o futebol. Ronaldo, com oito gols, entrava para a história como o primeiro artilheiro da Copa a marcar mais de seis gols desde 1974. E o Brasil repetia o filme de 1970 ao vencer simplesmente todas as suas partidas, com o detalhe de que em 1970 foram seis, e não sete como em 2002. Quem esperava uma atuação de gala de Oliver Kahn naquela partida viu Marcos ser outra vez incrível e fechar o gol, fazendo defesas fantásticas, como no chute de Neuville e no tiro de primeira de Bierhoff, ambos no segundo tempo. O goleiro se firmava ali como um dos maiores da história, além de ser eleito por muitos como o verdadeiro melhor daquela Copa.

 

Nuvens negras

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Depois do Mundial, todos pensavam que Marcos seguiria soberano no Palmeiras e ajudando uma equipe que cambaleava pela falta de bons jogadores e de dinheiro. Ledo engano. O goleiro, por mais incrível que pudesse parecer, entrou numa zona de nuvens negras e não saiu mais dela. Primeiro, veio o fundo do poço com o rebaixamento do Palmeiras para a Série B do Campeonato Brasileiro, após derrota para o Vitória, na Bahia, por 4 a 3, partida esta sem a presença do goleiro. Num ano em que Marcos conseguiu a glória máxima com a camisa da seleção, ele via o seu querido Palmeiras viver o pior momento da história.

“Me arrependo até hoje de não ter atuado no jogo da queda (contra o Vitória, em 2002). Na época, falavam que eu estava vendido, o que não era verdade. Em 2003, resolvi ficar para subir e não me arrependo de maneira alguma. Talvez a maior moral que eu tenha com o torcedor seja por causa disso”. Marcos, em entrevista para o site do Palmeiras.

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Tempo depois, já em 2003, veio uma de suas piores partidas da carreira, bem como da história do Palmeiras: a derrota por 7 a 2 para o Vitória em pleno Palestra Itália, com o famoso chute no vácuo do goleiro que resultou no sétimo gol da equipe baiana, comandada na época por Dudu Cearense e Nádson (que marcou quatro gols nesse jogo).

 

A maior prova de amor

 

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Em janeiro de 2003, especulações na imprensa indicavam que Marcos iria deixar o Palmeiras para jogar no Arsenal-ING, que buscava um goleiro para suprir o lugar de David Seaman. O clube inglês, de fato, fez uma proposta milionária ao goleiro, que até visitou as instalações do time londrino, mas, por mais incrível que pudesse parecer, Marcos disse “não” e permaneceu no Palmeiras, numa das maiores provas de amor de um jogador a um clube na história.

“Jogador que pula de time em time faz seu pé-de-meia, mas aquele que fica por mais tempo vai ser sempre lembrado. Quando falarem do Marcos do Palmeiras, todos vão saber que sou eu. Eu nunca vou me arrepender disso e seria legal se os jogadores de hoje em dia pensassem assim”, Marcos, em entrevista à Gazeta Press.

Com essa atitude, o goleiro ganhou para sempre o respeito e amor da torcida alviverde. Naquele ano, Marcos conviveu ainda mais com contusões e problemas como bronquite, lesão no quadril e até um acidente de moto. Mesmo ausente de vários jogos, o goleirão pôde celebrar a conquista da Série B do Brasileiro que levou o Palmeiras de volta à elite com um show à parte da torcida, que compareceu em peso em todos os jogos da equipe no Palestra Itália.

 

Dores e mais dores

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Depois do acesso, Marcos achou que estava de volta aos bons tempos, mas não foi bem isso que aconteceu. O goleiro continuou a sofrer com lesões, principalmente no punho, que o tirou de jogos do Brasil e do Palmeiras. Em 2004, o goleiro se submeteu a mais uma cirurgia, mas não foi o suficiente. Marcos sofreu pelo menos mais três lesões nos anos seguintes e ficou de molho praticamente três temporadas, quando nada pôde fazer para o Palmeiras ganhar algum título. Nesse período, o time alviverde acumulou apenas eliminações dolorosas, como na Libertadores de 2005 e de 2006, ambas para o São Paulo, e derrotas nada agradáveis nos torneios que a equipe disputou. O único momento agradável foi a conquista da Copa das Confederações de 2005 pela seleção brasileira, quando fez parte do grupo que goleou a Argentina na final por 4 a 1. Mas as lesões o tiraram da disputa de uma vaga para a Copa de 2006, fazendo do Mundial de 2002 o único da carreira do goleiro.

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Volta por cima com título

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Em 2008, Marcos conseguiu dar um basta nas lesões com a chegada do fisioterapeuta Nilton Petroni ao Palmeiras e com uma pequena superstição, quando passou a usar somente a camisa 12, número que o “livrava das contusões”. O goleiro conseguiu retomar a titularidade no clube e ajudou o Verdão na conquista do Campeonato Paulista, o primeiro da carreira de Marcos como titular, com duas vitórias sobre a Ponte Preta na decisão: 1 a 0 em Campinas e 5 a 0 no Palestra Itália, além de um saboroso triunfo por 2 a 0 sobre o São Paulo na semifinal. Com o título, Marcos ficou muito emocionado e se lembrou dos períodos difíceis e da volta por cima que havia conseguido dar.

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No Campeonato Brasileiro, Marcos viu o Palmeiras almejar a primeira posição e até o título, mas a taça escaparia em uma partida contra o Grêmio, quando o time perdeu por 1 a 0 em casa e o goleiro foi quatro vezes (!) na área adversária tentar marcar um gol de cabeça, sendo a primeira vez aos 30 minutos do segundo tempo! Mesmo sem a taça, o Verdão conseguiu uma vaga na Libertadores de 2009.

 

O santo volta ao continente

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Em 2009, o Palmeiras travou duelos eletrizantes contra o forte Sport (então campeão da Copa do Brasil de 2008) pelas oitavas de final da Libertadores da América. No primeiro jogo, em SP, vitória alviverde por 1 a 0. Na volta, no caldeirão da Ilha do Retiro, vitória pernambucana pelo mesmo placar e decisão nos pênaltis. Nela, São Marcos voltou e defendeu os chutes de Fumagalli, Luciano Henrique e Dutra, garantindo a vitória por 3 a 1 do Palmeiras e a classificação para as quartas de final. Mas, na fase seguinte, o time foi vítima do regulamento e, após empatar em 1 a 1 em casa e 0 a 0 fora, foi eliminado pelo Nacional-URU. Aquela foi a última Libertadores do goleiro, que se tornou o jogador com mais jogos pelo Palmeiras na competição: 57 jogos em seis edições. No Brasileiro, o Palmeiras liderou o torneio por várias rodadas, mas perdeu força e não beliscou sequer uma vaga na Libertadores.

 

500 vezes Marcos e a aposentadoria

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Em 2010, Marcos deu os últimos ares de sua santidade com defesas em cobranças de pênalti pela Copa do Brasil e pelo Campeonato Paulista, mas o Palmeiras esteve longe de brigar por algum título. O goleiro voltou a sofrer com dores e começou a cogitar a aposentadoria, além de ir perdendo a titularidade para os novos goleiros da equipe. No dia 19 de junho, o goleiro completou 500 jogos pelo Palmeiras na vitória por 3 a 0 sobre o Vitória, no Pacaembu, pela Copa Sul-Americana. Em 2011, Marcos disputou suas últimas partidas como profissional e teve que conviver novamente com fracassos. O Palmeiras foi eliminado na semifinal do Paulista pelo Corinthians e na Copa do Brasil levou um baile histórico do Coritiba nas quartas de final: 6 a 0. O revés foi crucial para que o ídolo sacramentasse de vez o desejo de parar. Marcos disputou ainda algumas partidas no decorrer da temporada, até jogar o último jogo oficial em novembro, pelo Brasileiro, no empate em 1 a 1 contra o Avaí, no Pacaembu.

 

Um santo eterno

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Marcos se despediu oficialmente da torcida palmeirense em 2012, num amistoso festivo entre Seleção Brasileira de 2002 e Palmeiras de 1999, os dois esquadrões mais emblemáticos e que marcaram a carreira do goleiro. A festa foi enorme e lágrimas correram nos rostos de todos no Pacaembu, tanto do próprio goleiro quanto dos mais de 30 mil palmeirenses. Terminava ali a trajetória de um dos maiores ídolos do clube e de um dos grandes responsáveis pela maior taça do Palmeiras até hoje: a Libertadores de 1999. Hoje, o craque segue no clube como torcedor símbolo e embaixador.

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Os feitos de Marcos não se resumiram apenas aos gramados. O craque deixou claro para todo mundo que o Palmeiras era e é a vida dele, a ponto de recusar uma proposta do Arsenal e de fazer parte de um dos maiores times que os ingleses já montaram com Henry, Campbell, Ashley Cole, Ljungberg, Gilberto Silva, Robert Pirès, Bergkamp e Fàbregas. Ele preferiu ajudar o Palmeiras a voltar à primeira divisão, em ser leal ao verde e mostrar sua devoção àqueles que tanto o aclamaram e o transformaram em santo. Ele conseguiu ganhar a simpatia de uma nação de torcedores com seu desempenho impecável na Copa de 2002 e ser o boa praça carismático, atencioso e alegre que sempre deu boas entrevistas e se mostrou solícito a qualquer um. Jogador eterno, ser humano incontestável, Marcos foi, é e sempre será um craque imortal. E santo.

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Números de destaque:

Disputou 532 partidas com a camisa do Palmeiras, sendo o com mais jogos na história do clube.

Das 9 decisões por pênaltis que disputou na Libertadores, venceu 7.

Defendeu 36 cobranças de pênalti pelo Palmeiras na carreira, além de ver os batedores rivais chutarem ou para fora ou na trave em 16 oportunidades.

Disputou 29 partidas pela seleção brasileira e ficou 13 jogos sem levar gols.

Disputou 202 jogos do Campeonato Brasileiro com a camisa do Palmeiras.

Disputou 57 jogos em 6 edições da Copa Libertadores da América, um recorde no Palmeiras.

1,93m de altura.

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