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Craque Imortal – John Charles

John Charles

 

Nascimento: 27 de Dezembro de 1931, em Swansea, País de Gales. Faleceu em 21 de Fevereiro de 2004, em Wakefield, Inglaterra.

Posições: Zagueiro e Centroavante.

Clubes: Leeds United-ING (1948-1957 e 1962), Juventus-ITA (1957-1962), Roma-ITA (1962-1963), Cardiff City-WAL (1963-1966), Hereford United-ING (1966-1971) e Merthyr Tydfil-WAL (1972-1974).

Principais títulos por clube: 3 Campeonatos Italianos (1957-1958, 1959-1960 e 1960-1961) e 2 Copas da Itália (1958-1959 e 1959-1960) pela Juventus.

2 Copas Galesas (1963-1964 e 1964-1965) pelo Cardiff City.

 

Principais Títulos Individuais e artilharias:

3º Colocado no prêmio Ballon d´Or da revista France Football: 1959

Artilheiro do Campeonato Inglês da 2ª divisão: 1953-1954 (42 gols)

Artilheiro do Campeonato Inglês: 1956-1957 (38 gols)

Artilheiro do Campeonato Italiano: 1957-1958 (28 gols)

Eleito um dos 50 maiores jogadores da Juventus em todos os tempos

Eleito pelos torcedores da Juventus como o Melhor Jogador Estrangeiro da história do clube

Eleito um dos 100 Melhores Jogadores do Século XX pela revista World Soccer: 1999

Eleito o 44º Melhor Jogador do Século XX pelo Guerín Sportivo: 1999

Eleito o 87º Melhor Jogador Europeu do Século XX pela IFFHS

Eleito por País de Gales como o melhor jogador da história do país no UEFA Golden Player

Eleito para a lista dos 100 Maiores Jogadores da história do futebol inglês

Eleito para o Hall da Fama do futebol inglês: 2002

Ordem do Império Britânico: 2002

Eleito um dos 1000 Maiores Esportistas do Século XX pelo jornal The Sunday Times

Eleito pelos torcedores para o Time dos Sonhos do Leeds United: 2006

 

 

“O gigante que espantava zagueiros e atacantes”

Por Guilherme Diniz

Com quase 1,90m de altura e pura massa muscular, aquele galês imponente espantou a Europa no começo dos anos 50 com uma particularidade que o destoava da maioria dos jogadores de futebol: ele era impecável como zagueiro e também um letal centroavante. Como era possível? Oras, com técnica apurada, excelente preparo físico, velocidade, porte avantajado e o dom de ser talvez o único jogador da história a possuir virtudes iguais para duas posições tão distintas no esporte. Essas e muitas outras qualidades fizeram de William John Charles, mais conhecido como John Charles, um dos maiores craques da história do futebol mundial. Magnífico e inquestionável, Charles foi um ídolo instantâneo do Leeds United, causou enorme impacto em um futebol italiano tão acostumado com latinos e atletas de sua pátria e por pouco não levou a seleção de País de Gales a uma posição surpreendente na Copa do Mundo de 1958.

Extremamente leal e gentil dentro e fora de campo, Charles nunca precisou usar sua força para parar com violência um atacante ou mandar para longe um zagueiro carrapato. Por isso ele nunca levou um cartão amarelo no Calcio e jamais foi expulso. Até porque ele nem precisava, pois não existia adversário corajoso o bastante para encarar aquele gigante que, anos após pendurar as chuteiras, recebeu a Ordem do Império Britânico por seus serviços prestados ao esporte. É hora de relembrar a carreira de um dos mais icônicos atletas do futebol mundial.

 

Robustez juvenil

John Charles

John Charles cresceu na área residencial de Cwmbwrla, em Swansea, segunda maior cidade de País de Gales. Ele e seu irmão mais novo, Melvyn “Mel” Charles, tomaram desde cedo o gosto pelo futebol graças ao pai, que fora jogador profissional na juventude. Com apenas 14 anos, John Charles foi tentar a sorte no Swansea, clube local, e já chamava a atenção pelo porte físico privilegiado e pela notável técnica com a bola nos pés e a impulsão em jogadas aéreas. Aos 16 anos, foi chamado para fazer testes no Leeds United e acabou incorporado ao clube rapidamente. Nos treinamentos, o técnico Major Buckley percebeu que Charles era tão bom que podia jogar na defesa, no meio de campo e até no ataque.

E essas virtudes foram colocadas à prova em 1949, quando o jovem fez sua estreia contra o Queen of the South, da Escócia, que tinha como principal jogador o atacante Billy Houliston. A tarefa de Charles seria marcar o perigoso avançado escocês e ele o fez com absoluta precisão, garantindo o empate em 0 a 0. Ao fim do jogo, o próprio Houliston admitiu que aquele era o “melhor zagueiro que ele já havia enfrentado na carreira”.

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A atuação de gala logo na estreia colocou Charles na lista dos titulares do Leeds e uma importante peça tática do time. Em vários jogos, era comum o jogador atuar no ataque e, em momentos do segundo tempo, ajudar a defesa ou o meio de campo com sua marcação e enorme presença física de 1,88m e 90 kg. Quando atuava no ataque, Charles quase sempre deixava sua marca (no final de 1952, foram 11 gols em apenas seis jogos como centroavante), e, como defensor, o craque demonstrava enorme maturidade roubando bolas, marcando como poucos e distribuindo a redonda com muita classe. Suas atuações no Leeds o levaram já em 1950 para a seleção de País de Gales, pela qual disputou 12 jogos entre março de 1950 e novembro de 1954 e marcou sete gols. Nesse período, o atleta serviu às forças armadas e fez uma pequena operação de raspagem de cartilagem nos joelhos.

 

Talento para a elite ver

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Na temporada 1953-1954, Charles anotou incríveis 42 gols na campanha do Leeds na segunda divisão do futebol inglês. O talento do jogador chamou a atenção de todos por ser a primeira vez que um jogador alcançava semelhante quantidade de gols com a camisa do Leeds em um torneio nacional (façanha que segue intacta até hoje). Na temporada 1955-1956, John Charles virou capitão do clube e comandou o time rumo ao acesso à primeira divisão do futebol inglês com o vice-campeonato e mais 29 gols para o currículo.

Muitos duvidavam da capacidade do gigante na elite do futebol nacional, mas a resposta de Charles veio com estilo: 38 gols e a artilharia do campeonato de 1956-1957, competição que o Leeds terminou na 8ª posição. Sublime pela terra e pelos ares, Charles só recebeu elogios da imprensa britânica e foi tido como uma das maiores joias do futebol europeu na época. Sua qualidade também contagiou os rivais, incluindo Danny Blanchflower, do Tottenham, que dizia que “meus pés não respondem ao meu pensamento como os de John Charles”.

Com a camisa de País de Gales, em 1954.
Com a camisa de País de Gales, em 1954.

 

Foi inevitável surgir já no final daquela temporada uma proposta de um grande clube de fora do país para levar o galês embora. Tal proposta veio da Itália, quando a Juventus não mediu esforços nem dinheiro para desembolsar 65 mil libras (o dobro do recorde de uma transferência do futebol inglês da época) para levar o craque polivalente até Turim. Durante as negociações, o agente de Charles foi o famoso locutor da BBC Kenneth Wolstenholme, que narraria a decisão da Copa do Mundo de 1966. A grana ajudou como nunca a vida financeira do Leeds e fez a alegria da Juventus, que esperava se apoiar no talento de Charles para voltar a conquistar um Scudetto, algo que não acontecia há seis temporadas.

 

Quem precisa de adaptação?

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Era uma novidade para os amantes do Calcio ver um jogador britânico pelos gramados italianos naquela época (ele foi um dos primeiros a jogar por um clube de fora do Reino Unido na época). E, por causa disso, muitos acreditavam que John Charles só se adaptaria ao estilo de jogo do país depois de duas ou três temporadas. Mas, quando se é um craque, tudo se torna fácil. Nos três primeiros jogos da Juve, o astro galês fez nada mais nada menos que os três gols decisivos que deram as vitórias à equipe alvinegra contra Hellas Verona (3 a 2), Udinese (1 a 0) e Genoa (3 a 2). Letal na frente e seguro na defesa quando preciso, John Charles encantou os torcedores da Velha Senhora e, já em sua primeira temporada pelo clube, em 1957-1958, levantou o título do Campeonato Italiano e, de quebra, se tornou o artilheiro da equipe e do torneio com 28 gols.

A conquista representou o décimo troféu da Juventus na história da Serie A e deu ao clube de Turim o direito de estampar em sua camisa uma estrela em alusão às dez taças, algo inédito no Calcio e que só seria igualado por Inter e Milan nas décadas seguintes.  Charles foi uma das estrelas de um time histórico que contava, também, com Omar Sívori e Giampiero Boniperti, nomes que viraram o “Trio Mágico” da Juventus.

O "Trio Mágico" da Juventus: Charles, Sívori e Boniperti.
O “Trio Mágico” da Juventus: Charles, Sívori e Boniperti.

 

Na Juve campeã da Itália em 1958, Charles era o principal nome do irresistível ataque bianconeri.
Na Juve campeã da Itália em 1958, Charles era o principal nome do irresistível ataque bianconeri.

 

A única Copa

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Ao fim da temporada, John Charles concentrou suas atenções na Copa do Mundo de 1958, torneio que País de Gales iria disputar pela primeira (e até hoje única) vez após superar os desafios das Eliminatórias. O craque, ao lado do irmão, o defensor Mel Charles, era a grande esperança do time galês e foi a estrela do time comandado por Jimmy Murphy em solo sueco. Na estreia, contra a Hungria – que já não era mais a mesma de 1954, Charles viu os húngaros abrirem o placar logo no começo do jogo, mas o gigante empatou aos 26´ após cabecear firme para o gol de Grosics. Marcar daquela maneira fez com que o time britânico abusasse das jogadas aéreas para que Charles, com seus 1,88m de altura, levasse vantagem sobre os pequeninos húngaros. No entanto, o craque foi constantemente derrubado durante a partida (cerca de 20 vezes!) e não pôde ajudar o time a virar o jogo.

No duelo seguinte, Charles fez toda a jogada do gol galês no empate em 1 a 1 com o México e quase marcou um ao chutar uma bola por cima do travessão de Carbajal. No terceiro jogo da primeira fase, novo empate, sem gols, contra a Suécia, e necessidade de uma partida extra contra a Hungria, que terminou com vitória galesa por 2 a 1. Naquele jogo, Charles foi mais uma vez decisivo com seus passes e presença de área, mas foi outra vez caçado sem dó pelos húngaros e deixou o campo contundido, algo raríssimo em sua carreira. Sem Charles, País de Gales não teve forças para vencer o futuro campeão Brasil, nas quartas de final, e perdeu por 1 a 0.

Muitos dizem que se John Charles tivesse jogado, os sul-americanos talvez não tivessem tanta superioridade. Nos anos seguintes, o craque disputou vários jogos por seu país, mas não voltou a disputar uma Copa do Mundo. Os ingleses torciam para que ele se naturalizasse, mas isso jamais passou pela cabeça do gigante galês, que sempre foi fiel à sua pátria. Na carreira, Charles disputou 38 jogos e marcou 15 gols por País de Gales.

 

Ídolo juventino

John Charles e seus fãs: cena comum em Turim no período em que o galês esteve por lá.
John Charles e seus fãs: cena comum em Turim no período em que o galês esteve por lá.

 

Na temporada 1958-1959, Charles continuou sua brilhante trajetória pela Juventus e comandou a equipe na conquista da Copa da Itália, vencida após goleada de 4 a 1 sobre a Internazionale na final, com gols de Charles, Cervato (2) e Sívori. No Campeonato Italiano, a Juve não faturou o bi, mas Charles anotou 19 gols em 29 jogos e foi mais uma vez um dos destaques do torneio. Na eleição da Bola de Ouro ao Melhor Jogador da Europa, da France Football, Charles ficou na 3ª posição em 1959, atrás apenas de Alfredo Di Stéfano e Raymond Kopa.

Na temporada 1959-1960, o galês anotou mais 23 gols em 34 jogos (ele foi o 3º na artilharia, atrás de Sívori, com 28, e Hamrin, com 26) e ajudou a Juventus a recuperar o Scudetto, com 25 vitórias, cinco empates, quatro derrotas, 92 gols marcados (melhor ataque) e 33 sofridos em 34 jogos. Na Copa da Itália, mais um título e outra atuação decisiva de Charles, que fez dois gols na vitória por 3 a 2 sobre a Fiorentina na final.

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Ídolo e jogando um futebol cada vez melhor, o craque venceu na temporada 1960-1961 seu último título com a Juventus: o Campeonato Italiano, com mais 15 gols em 32 jogos de Charles. Foi naquela campanha que Charles e Sívori protagonizaram um dos maiores chocolates da história do Calcio ao humilharem a Internazionale no clássico do dia 10 de junho de 1961, em Turim, que terminou 9 a 1 para a Velha Senhora. Charles, incrivelmente, não marcou nenhum gol, mas fez questão de dar os passes para que o artilheiro do dia, Omar Sívori (ele marcou seis gols!), fizesse o segundo, terceiro e quinto gols. Foi de Charles, também, a cabeçada na trave que resultou no oitavo gol, marcado por Mora. Após a conquista de mais um título nacional, o famoso Trio Mágico se desfez com a aposentadoria de Boniperti e a Juve perdeu força diante dos rivais de Milão, que colecionariam taças nacionais e internacionais nos anos seguintes.

Charles ficaria na Juventus até 1962, quando decidiu voltar ao Leeds United em prol da alfabetização em inglês de seu filho pequeno. O retorno ao futebol inglês foi comemorado por todos, mas Charles não viveu bons momentos e acabou voltando à Itália ainda em 1962, quando assinou com a Roma e não rendeu o esperado ao sofrer com contusões. Em 1963, o craque assinou com o Cardiff City e voltou ao País de Gales, onde iria retomar, enfim, os bons tempos.

 

Celebrações em casa e aposentadoria

John Charles e Bobby Robson, em 1960.
John Charles e Bobby Robson, em 1960.

 

Pelo Cardiff, Charles celebrou duas Copas de País de Gales, em 1964 e 1965, e voltou a marcar seus gols em jogadas aéreas ou em potentes chutes de fora da área, além de ser um grande garçom quando jogava mais recuado ou um seguro zagueiro impedindo as investidas dos atacantes rivais. Em 1966, o craque foi atuar no Hereford United, onde cumpriu papel de jogador e técnico entre 1967 e 1971 e marcou 130 gols, feito que o colocou entre os 10 maiores goleadores da história do clube. Na temporada 1971-1972, Charles decidiu pendurar as chuteiras, aos 41 anos, pelo Merthyr Tydfil, de País de Gales.

Mesmo fora de ação, Charles seguiu nos anos seguintes torcendo pelo Leeds e acompanhando de perto o clube no futebol inglês e ganhou até um busto no estádio Elland Road, que teve o lado oeste de suas arquibancadas batizado com o nome do craque. Em 2001, o craque se tornou o primeiro estrangeiro a ser eleito para o Hall da Fama do futebol italiano, ficando à frente de Maradona, Platini, Van Basten e Zidane. Além desse prêmio, ele também recebeu a Ordem do Império Britânico por seus serviços prestados ao esporte, uma honraria imensurável que só fez aumentar sua importância e embalou várias outras premiações posteriores.

 

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Em fevereiro de 2004, após sofrer um ataque cardíaco e ter problemas de circulação, o craque faleceu em Wakefild, Inglaterra, aos 72 anos, causando enorme comoção em torcedores espalhados por País de Gales, Inglaterra e Itália. Em Turim, o craque chegou até a ser eleito pelos torcedores da Juventus como o mais brilhante jogador estrangeiro de toda a história do clube, superando o mito Michel Platini.

 

Gigante cavalheiro

Boniperti (à dir.) tenta medir uma camisa comum da Juve no gigante Charles.
Boniperti (à dir.) tenta medir uma camisa comum da Juve no gigante Charles.

 

Além das qualidades técnicas e a polivalência que o tornaram um dos maiores de todos os tempos, John Charles deixou para sempre um lado humano pouco comum no esporte. Todos os que o conheceram e compartilharam grandes momentos no futebol sempre o trataram como cavalheiro e de bom coração. Bobby Robson, inglês que foi jogador e técnico por muitos anos, foi categórico ao se referir ao astro galês:

“Charles não foi apenas um dos melhores jogadores de todos os tempos. Ele foi um dos maiores homens que já jogaram futebol”.

Outro que também foi enfático sobre John Charles foi o árbitro inglês Clive Thomas, que disse certa vez que “se tivéssemos 22 jogadores com o caráter de John, não haveria necessidade de árbitros no futebol, apenas pessoas para cronometrar o tempo”. Boniperti, colega de Charles nos tempos de ouro na Juventus, também definiu com perfeição o jeito de Charles:

“Ele era de outro mundo pelas qualidades como ser humano. Ele foi uma das pessoas mais honestas e leais que eu já conheci. Qualquer discussão se encerrava quando ele aparecia no campo ou no vestiário”.

De fato, John Charles foi brilhante não só com a bola nos pés, mas também com sua educação, espírito esportivo e lealdade incomparável. Um craque imortal. E lendário cavalheiro da gigante figura.

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Números de destaque:

Disputou 327 jogos e marcou 157 gols pelo Leeds United.

Marcou 93 gols em 150 jogos do Campeonato Italiano pela Juventus.

Marcou 12 gols em 18 jogos da Copa da Itália pela Juventus.

Disputou 182 jogos e marcou 105 gols pela Juventus.

Disputou 38 jogos e marcou 15 gols por País de Gales.

Disputou cerca de 702 jogos e marcou 334 gols na carreira.

 

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Comentários encerrados

9 Comentários

  1. Parabéns pelo blog, sou fã incondicional. Neste artigo,você relata que John Charles jamais recebera um cartão amarelo. Mas nesta época ainda não tinha sido introduzida a aplicação dos cartões amarelo e vermelho, o que aconteceu a partir da Copa de 70 no México. Abs..

  2. Seu blog é sensacional! Parabéns pelo trabalho realmente é um show de conteúdo, se possível gostaria de ver um artigo sobre um craque imortal Paul Scholes.

Craque Imortal – Labruna

Craque Imortal – Gunnar Nordahl