Grandes feitos: Bicampeão da Liga dos Campeões da UEFA (1960-1961 e 1961-1962), Pentacampeão do Campeonato Português (1959–60, 1960–61, 1962–63, 1963–64 e 1964-65) e Bicampeão da Copa de Portugal (1961-1962 e 1963-1964).
Time base: Costa Pereira; Mario João (Humberto), Fernando Cruz, Germano de Figueiredo (Raul) e Angelo Martins (Jacinto); Mário Coluna e Domiciano Cavém (José Neto); António Simões, José Águas (José Torres), Eusébio e Joaquim Santana (José Augusto). Técnicos: Béla Guttmann (1960-1962), Fernando Riera (1962-1963) e Lajos Czeizler (1963-1964).
“Soberano português”
Por Guilherme Diniz
A Europa, no começo da década de 1960, já estava “cansada” da soberania do esquadrão do Real Madrid no continente, que já durava cinco longos anos. Desde 1955 a equipe merengue não deixava absolutamente ninguém vencer o então novo torneio continental, a Liga dos Campeões da UEFA (na época chamada de Taça dos Clubes Campeões Europeus ou mesmo Taça dos Campeões Europeus). Pentacampeões, parecia que aquela hegemonia do Real iria durar para sempre. Felizmente, só parecia. Já na temporada 1960-1961 o time espanhol sucumbiu logo na primeira fase da competição ao cair para o arquirrival Barcelona e deu adeus ao sonho do hexa.
Mas não seria o Barça que iria fazer a festa. Um time lusitano que começava a revelar uma das maiores joias do futebol mundial (Eusébio) acabaria com a farra da Espanha no continente e venceria a Liga duas vezes seguidas: o Benfica. O time português deu show ao mostrar um padrão de jogo extremamente ofensivo e bonito, com muitos gols, ótimos atacantes e uma soberania imensa em Portugal. O time de Lisboa colocou Portugal definitivamente no mapa do futebol e foi a base da ótima seleção portuguesa da década de 60, que conseguiu um histórico terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966. O Imortais relembra agora a melhor época da história do Benfica.
Pronto para fazer história
O Benfica já era um titã em Portugal no final da década de 50. O time passou a ser soberano no país a partir de 1954 com a inauguração do mítico estádio da Luz, construído graças ao apoio de associados e simpatizantes do clube. O estádio foi progredindo ao longo dos anos e chegou, em 1960, a uma capacidade para 70 mil torcedores (40 mil a mais que em 1954). Era a primeira deixa para o apogeu do esquadrão português. A segunda e a terceira foram as chegadas de dois símbolos do time: o treinador Béla Guttmann e do atacante de Moçambique Eusébio. Os dois seriam os principais responsáveis pelas glórias que viriam a partir de 1960 ao lado, claro, de outras estrelas como Costa Pereira, Mário Coluna, José Águas e Domiciano Cavém.
Passaporte para a Europa
O Benfica deu show no Campeonato Português de 1959-1960 e conquistou seu décimo título na história ao vencer 20 jogos, empatar cinco e perder apenas um. O time começava a mostrar seu poderio ofensivo ao anotar 75 gols em 26 jogos, uma média de quase 3 gols marcados por partida. O título garantiu o clube luso na Liga dos Campeões da UEFA de 1960-1961. Era hora de acabar de vez com a hegemonia madrilena no torneio.
Rumo à Europa!
O Benfica já tinha um plantel de respeito e jogadores muito técnicos e habilidosos. O treinador húngaro Béla Guttmann organizava de maneira plena o time com táticas extremamente ofensivas e coesas. O time estreou na competição europeia contra o Hearts, da Escócia, e venceu os dois jogos: 2 a 1 fora de casa (gols de Águas e José Augusto) e 3 a 0 em casa (dois gols de Águas e um de José Augusto). Na fase seguinte, o time de Guttmann encarou o Ujpest (HUN) e massacrou por 6 a 2 no primeiro jogo, em Lisboa, com gols de Coluna, Águas (2), Santana (2) e José Augusto. Na partida seguinte, a magra vitória do Ujpest por 2 a 1 não evitou a classificação portuguesa as quartas de final.
No caminho rumo a final o Benfica continuou a fazer gols, gols e gols. Contra o AGF, da Dinamarca, vitórias por 3 a 1 e 4 a 1, com o trio Águas, Santana e José Augusto responsável pelos gols do time. Os jogadores se entendiam de maneira perfeita e não davam chances para as redes rivais. Se o Benfica já dava show com o trio, imagine quando Eusébio estreasse? – O jogador ainda não podia jogar por conta de diversos processos burocráticos que envolviam sua contratação. Nas semifinais o Benfica despachou o Rapid Wien, da Áustria, com um 3 a 0 em Lisboa (gols de Águas, Coluna e Cavém) e 1 a 1 em Viena. O time estava, enfim, na final da maior competição europeia.
Europa portuguesa
O timaço goleador do Benfica tinha pela frente o igualmente forte Barcelona, comandado pelos húngaros Kubala, Kocsis e Czibor, além do brasileiro Evaristo de Macedo e do espanhol Luis Suárez. O jogo foi disputado na cidade de Berna, na Suíça, e era a primeira final de Liga dos Campeões da UEFA sem o Real Madrid na disputa. Apenas por esse fato o confronto já ganhou muito mais visibilidade e atenção da imprensa e público, pois teríamos, enfim, um campeão inédito. O jogo foi muito aberto e disputado, com o Benfica tendo algumas das principais chances de gol.
O húngaro Kocsis abriu o placar para o Barça aos 21´, mas o artilheiro da Liga de 1961, José Águas, empatou aos 30´. Apenas um minuto depois Ramallets, contra, virou para o Benfica. No segundo tempo, Coluna ampliou para o time luso aos 55´, e Czibor diminuiu para os espanhóis. O jogo era tenso, o Barça tentou chegar ao empate, mas o Benfica soube neutralizar as investidas do adversário e manteve o placar em 3 a 2. O Benfica era, pela primeira vez em sua história, campeão europeu de futebol. Foi a coroação do ótimo trabalho feito pelo técnico Béla Guttmann em uma equipe que entupia os adversários de gols. De quebra, o time teve ainda o artilheiro do torneio, José Águas, com 11 gols. O matador português só não marcou em uma partida ao longo da campanha do Benfica.
Soberania mantida em casa
Também na temporada 1960-1961 o Benfica conquistou mais um título português, com uma campanha ainda mais notável: 22 vitórias, dois empates e duas derrotas em 26 jogos. O time marcou incríveis 92 gols, média de 3,53 gols por jogo! Confirmando sua boa fase, José Águas foi o artilheiro do torneio com 27 gols. Mais ainda faltava um título para o Benfica no ano: o Mundial Interclubes.
Aurinegros tiram o sonho mundial
O Benfica disputou seu primeiro Mundial Interclubes em 1961 contra o Peñarol, do Uruguai, então vice-campeão mundial. Na época, ainda aconteciam as partidas de ida e volta, uma em cada país. O primeiro jogo foi em Portugal, com o Benfica ainda sem o craque Eusébio. Coube à Coluna marcar o único gol do jogo e garantir a vitória por 1 a 0 dos portugueses. Na volta, no Centenário, um massacre do Peñarol de Spencer, Joya e Sasía: 5 a 0. Os portugueses não acreditaram que haviam levado um chocolate tão grande e sem ter ao menos marcado um golzinho. O jogo desempate aconteceu também no Uruguai, e o Peñarol venceu por 2 a 1, com o gol do Benfica marcado, enfim, por Eusébio, que pôde jogar. O Benfica perdia seu primeiro Mundial, e teria que conquistar a Europa novamente se quisesse disputar o torneio de novo. Impossível? Não quando se tem Eusébio.
O “Pantera Negra” mostra as garras
A temporada 1961-1962 marcou a ascensão do grande craque Eusébio. O jogador pôde, enfim, jogar com mais regularidade e começou a mostrar que iria bem longe com seu talento incrível, sua força e uma explosão fantástica. Em casa, o Benfica não foi bem no Campeonato Português, mas conquistou a Copa de Portugal ao vencer o Vitória de Setúbal por 3 a 0 na final. O grande objetivo do esquadrão vermelho era, sem dúvida, o bicampeonato da Liga dos Campeões.
O Benfica estreou na competição europeia já nas oitavas de final, contra o Austria Vienna. Depois de um empate em 1 a 1 na partida de ida, o time português goleou os austríacos em casa por 5 a 1, gols de Santana (2), Águas (2) e Eusébio. Nas quartas de final um duro duelo contra os alemães do Nuremberg. No primeiro jogo, vitória alemã por 3 a 1. O Benfica teria que vencer por mais de dois gols se quisesse avançar às semifinais. Mas cá entre nós: com Eusébio, Águas e companhia a tarefa seria bem fácil. E foi! O time português meteu 6 a 0 no Nuremberg, um show de Águas, Eusébio (2), Coluna e José Augusto (2).
Na final!
Nas semis, o Benfica enfrentou os ingleses do Tottenham Hotspur e venceu por 3 a 1 no primeiro jogo, em Lisboa, com gols de Simões e José Augusto (2). Na partida de volta, na Inglaterra, o Tottenham fez dois gols, mas o golzinho salvador de Águas garantiu o time português em mais uma final europeia. O adversário? Simplesmente o Real Madrid…
Épico!
O Olympisch Stadium, em Amsterdã, na Holanda, presenciou uma das mais fantásticas finais de Liga dos Campeões de todos os tempos naquele dia 02 de maio de 1962. De um lado, o já mítico Real Madrid, que contava com remanescentes do pentacampeonato europeu da década de 50 como Santamaría, Di Stéfano, Puskás e Gento, além do técnico Miguel Muñoz. Do outro lado, a máquina de fazer gols do Benfica, que tinha uma linha de frente imponente com Augusto, Águas, Simões e o jovem Eusébio, que disputava sua primeira final de Liga. O jogo, como não poderia deixar de ser, foi sensacional. Puskás abriu o placar aos 17´para o Real e ampliou aos 23´.
Dois minutos depois Águas, sempre ele, diminuiu para o Benfica. Aos 34´, Cavém empatou. Quatro minutos depois o Real fez mais um com Puskás (era o terceiro dele no jogo…). Com a desvantagem no placar ainda no primeiro tempo, o Benfica precisava de pelo menos dois gols para virar o jogo. Foi então que surgiu a estrela de Eusébio. Depois do gol de empate marcado por Coluna aos 51´, o “Pantera Negra” virou para o Benfica aos 65´, de pênalti, e ampliou apenas cinco minutos depois: Benfica 5×3 Real Madrid.
O placar se manteve assim até o final e o Benfica impunha ao Real Madrid sua primeira derrota em uma final de Liga dos Campeões. Muita festa em Portugal e na Holanda! O Benfica era bicampeão europeu de maneira épica e histórica, goleando de maneira sublime o time mais temido do mundo. Era bom demais para ser verdade. Leia mais sobre essa grande final clicando aqui.
A maldição de Guttmann
Após a conquista europeia, o treinador Béla Guttmann pediu um aumento de salário para a diretoria do Benfica, que negou mesmo com o sucesso do húngaro a frente do time. Por conta disso, Guttmann deixou o Benfica e proferiu a frase que é tida como uma maldição pelas bandas do time português:
“Nos próximos 100 anos, o Benfica não voltará a ser campeão europeu”.
Na época, ninguém deu bola, mas o fato é que desde então o Benfica nunca mais venceu uma Liga dos Campeões nem qualquer outra competição continental. Foram oito finais (cinco da Liga dos Campeões e três da Copa da UEFA / Liga Europa). E oito derrotas…
Outra vez vice
O Benfica disputou novamente o Mundial Interclubes em 1962, dessa vez contra o Santos de Pelé. O primeiro jogo foi no Brasil, com o Maracanã lotado com mais de 90 mil pessoas. O jogo foi duro e disputado, mas o Santos venceu por 3 a 2, gols de Pelé (2) e Coutinho, com Santana (2) descontando para o time português. Na volta, em Lisboa, o Estádio da Luz estava lotado. Os portugueses, animados com a dureza que o Benfica impusera ao Santos no Brasil, tinham a certeza de que haveria uma terceira partida, tanto é que até os ingressos já estavam prontos. Eles estavam muito confiantes. Porém, esqueceram de avisar àquela torcida que do outro lado estava o Santos.
O peixe jogou muito, mas muito, e não deu chances ao rival em nenhum momento. Pelé fez logo dois gols aos 15´ e aos 25´. Coutinho fez o terceiro, Pelé fez o quarto e Pepe fechou o caixão: 5 a 0. O Benfica ainda fez dois gols, para não ficar tão feio, com Eusébio e Santana, no final do jogo, mas era tarde: Santos 5×2 Benfica. Ali seria a última vez que o esquadrão português disputaria um título mundial.
Voltando a dominar Portugal e vice na Europa
O Benfica voltou a conquistar o título de campeão português na temporada 1962-1963 com outra boa campanha e com José Torres sendo o artilheiro do campeonato com 26 gols. Na mesma temporada o time voltou a brilhar na Liga dos Campeões da UEFA e alcançou novamente a final da competição, contra o Milan. Mas o que era para ser o tricampeonato continental dos portugueses virou um pesadelo. Eusébio abriu o placar aos 18´do primeiro tempo para o Benfica. O time parecia que venceria fácil, mas uma lesão de Coluna deixaria o time frágil para o restante do jogo. Com isso, o Milan aproveitou, virou o jogo com dois gols do artilheiro Altafini, e faturou sua primeira competição europeia. O Benfica conhecia pela primeira vez a derrota em uma final de Liga. Era a profecia de Guttmann se tornando realidade…
Fim do brilho
O Benfica voltou nos anos seguintes a algumas finais de Liga dos Campeões, mas nunca mais venceu o torneio. O time fez história, contudo, em casa, ao colecionar diversos títulos nacionais. Na temporada 1963-1964 o esquadrão vermelho venceu o Campeonato Português com 21 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, e estrondosos 103 gols marcados em 26 jogos! Eusébio foi o artilheiro do torneio com 28 gols e começaria ali sua hegemonia como maior goleador do país nas temporadas seguintes (na época 1964-65, os encarnados venceram outro título nacional). Na Copa de Portugal do mesmo ano, o Benfica conquistou o torneio com acachapantes 6 a 2 no maior rival, o Porto. Um fato em destaque é que os encarnados permaneceram 48 jogos sem perder entre meados de 1963 e 1965, maior série invicta da história do futebol europeu no século XX e que só foi igualada em 2023-2024, pelo Bayer Leverkusen de Xabi Alonso!
Mesmo com os títulos nacionais, o time que encantou a Europa quando comandado por Béla Guttmann nunca mais foi o mesmo. Tivemos outros grandes Benficas, mas aquele bicampeão europeu permanece intacto como o mais vencedor e mais notório esquadrão já formado pelo clube na história. O time tenta desde então acabar com a maldição de Guttmann e deve se arrepender profundamente por não ter aumentado o salário do húngaro… Polêmica de lado, o que importa é que aquele Benfica é, e sempre será, um esquadrão imortal.
Os personagens:
Costa Pereira: chegou ao Benfica em 1954 e foi o grande goleiro do time português até o ano de 1967. Ágil e muito leal ao time, só vestiu a camisa do Benfica em sua carreira, além do manto da seleção de Portugal em 22 ocasiões.
Mário João: ótimo defensor pelo lado direito do Benfica, Mário João ficava sobrecarregado pelo fato do time ser muito ofensivo. Mesmo assim, deu conta do recado nas muitas partidas que disputou de 1957 até 1962.
Humberto: cria das bases do clube, jogou de 1959 até 1970 como zagueiro e também volante, mas nunca foi titular absoluto por causa da concorrência no setor com Jacinto, Cruz e Germano, além de Raul. Mesmo assim, foi bem quando entrou e fiel aos encarnados.
Germano de Figueiredo: eleito melhor zagueiro da Liga dos Campeões da UEFA de 1961, Figueiredo era a referência no centro da zaga do grande Benfica bicampeão europeu. Jogou no time de 1960 até 1966 sendo peça chave nas diversas conquistas do time no período. Vestiu a camisa de Portugal em 24 partidas.
Raul: jogou de 1962 até 1969 no Benfica e conseguiu se destacar com muita regularidade no setor defensivo do time. Após uma contusão de Germano na temporada de 1962, ganhou mais chances no time titular e foi um dos principais nomes do time na década. Disputou ainda 11 jogos pela seleção portuguesa.
Angelo Martins: o lateral esquerdo português jogou 14 anos no Benfica e foi um dos grandes jogadores no período mais brilhante da história do clube de Lisboa. Não era de marcar gols, mas ajudava muito a defesa e por vezes o ataque. Jogou 20 partidas pela seleção.
Jacinto: defensor, podia atuar também como volante mais recuado. Não foi titular absoluto naquele início de anos 1960, conseguindo a titularidade apenas nos anos seguintes, principalmente após 1966.
Domiciano Cavém: um dos mais versáteis jogadores da história do futebol português, Domiciano Cavém era o coringa para qualquer ocasião do Benfica e podia atuar como lateral, meio campista e até mesmo atacante. Habilidoso e goleador, Cavém marcou mais de 100 gols em 420 partidas pelo Benfica, de 1955 até 1969. Na carreira, jogou em 9 posições diferentes no futebol, um feito notável. Vestiu a camisa de Portugal 18 vezes e marcou 5 gols. Foi um dos maiores jogadores da história do Benfica.
José Neto: outro bom defensor do Benfica, que se desdobrava para cobrir os espaços que o time deixava pela faceta ofensiva. Esteve presente nas maiores conquistas do time na década de 60.
Fernando Cruz: defensor muito eficiente pela esquerda e pelo meio, Fernando Cruz atuou de 1959 até 1970 no Benfica, participando de todas as conquistas do time no período. Pela seleção, Cruz jogou 11 partidas.
Mário Coluna: ficou conhecido como “Monstro Sagrado” pela incrível eficiência e técnica em campo. Mário Coluna foi um dos maiores jogadores da história do futebol português e mundial. Meio campista de extremo talento, Coluna foi referência do Benfica multicampeão de 1954 até 1970. Em 677 partidas pelo clube, marcou 150 gols. Foi o capitão de Portugal na brilhante campanha na Copa de 1966, em que a equipe alcançou o 3º lugar. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Joaquim Santana: outro ótimo meia do time do Benfica, Santana municiava o ataque do time com passes precisos e ainda marcava muitos gols. Muito habilidoso, o português foi estrela nas conquistas europeias do time em 1961 e 1962. Em 226 jogos pelo Benfica, marcou 94 gols.
José Augusto: o Benfica abusava em ter ótimos jogadores ofensivos, e José Augusto era um deles. Muito técnico e goleador, foi outra peça marcante do time que encantou Portugal e a Europa em 1961 e 1962. Em 308 jogos pelo clube vermelho, marcou 138 gols. Vestiu a camisa de Portugal em 45 partidas e marcou 9 gols. Um dos grandes de seu tempo.
José Águas: o “Cabecinha de Ouro” como ficou conhecido foi um dos maiores atacantes de Portugal e ídolo eterno do Benfica. Goleador absoluto, Águas marcou 438 gols em 514 jogos pelo time vermelho, uma média incrível de 0,98 gols por jogo. Foi capitão do Benfica nas conquistas da Liga dos Campeões de 1961 e 1962 e a maior referência no ataque do time antes da chegada de Eusébio. Uma pena a parceria com Eusébio tenha durado tão pouco, pois já em 1963 Águas deixou o time para jogar na Áustria, até encerrar a carreira em 1964. Foi genial.
José Torres: ganhou o apelido de “O Bom Gigante” pela altura (1,91m) e pela ótima presença de área, principalmente no jogo aéreo. Jogou no Benfica de 1959 até 1971 e balançou as redes 226 vezes em 259 partidas, outro atacante com ótima média de gols no clube de Lisboa. Pela seleção, marcou 14 gols em 33 partidas.
António Simões: pequenino, mas pequenino mesmo, com apenas 1,58m de altura, António Simões virava gigante com a camisa do Benfica. Muito rápido e habilidoso, fazia várias tabelas no ataque do time e ajudava muito na ótima média de gols do esquadrão português. Atuou em 46 jogos pela seleção, mas não teve destaque em número de gols: só anotou 3. Pelo Benfica, fez 90 gols em 611 jogos.
Eusébio: o que dizer do “Pantera Negra”, maior jogador da história de Portugal, maior jogador da história do Benfica, artilheiro da Copa do Mundo de 1966 com 9 gols e maior ídolo do futebol português em todos os tempos? Eusébio é um mito do futebol e aterrorizou os adversários pela Europa por mais de uma década. Forte, rápido, habilidoso e muito, mas muito goleador, o craque é o maior artilheiro da história do Benfica com estrondosos 638 gols em 614 jogos pelo clube, uma fantástica média de 1,03 gols por jogo. Foi durante muitos anos o maior artilheiro, também, da seleção de Portugal com 41 gols em 64 jogos, até ser superado por Pauleta, que chegou aos 47 tentos, e por Cristiano Ronaldo, claro, que tem 99 gols. Eusébio é, também, o segundo maior artilheiro da história do Campeonato Português com 319 gols marcados. Vencedor de inúmeros prêmios na carreira e um mito em campo, Eusébio foi épico. E imortal. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Béla Guttmann, Fernando Riera e Lajos Czeizler (Técnicos): foi Béla Guttmann o grande responsável pelas duas maiores glórias da história do Benfica, as Ligas dos Campeões da UEFA de 1961 e 1962, além de dar o padrão de jogo ofensivo e tão marcante ao time no começo da década de 1960. Com ele no comando, o Benfica deixou de ser apenas um clube português para virar um gigante do futebol europeu. Porém, após sua saída, o time luso não conseguiu mais brilhar no continente, apenas em casa, com o talento de Riera e de Czeizler. Culpa, dizem os entendidos, da “maldição” que Guttmann lançou quando deixou o Benfica em 1962 ao dizer que o time vermelho não venceria mais a Liga dos Campeões sem ele. O pior é que a profecia segue intacta… Mesmo assim, os torcedores são eternamente gratos ao mago húngaro, que foi um dos maiores treinadores do futebol mundial. Leia mais sobre ele clicando aqui.
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