Data: 02 de julho de 2010
O que estava em jogo: uma vaga na semifinal da Copa do Mundo da FIFA de 2010.
Local: Estádio Soccer City, Johannesburgo, África do Sul.
Juiz: Olegário Benquerença (POR)
Público: 84.017 pessoas
Os Times:
Uruguai: Muslera; Maxi Pereira, Lugano (Scotti, aos 38´do 1ºT), Victorino e Fucile; Diego Pérez e Arévalo Rios; Álvaro Fernández (Lodeiro, aos 1´do 2º T), Forlán e Cavani (Sebástian Abreu, aos 31´do 2º T); Luís Suárez. Técnico: Óscar Tabárez.
Gana: Kingson; Paintsil, Vorsah, Mensah e Sarpei; Annan; Inkoom (Appiah, aos 29´do 2º T), Kwadwo Asamoah, Kevin-Prince Boateng e Muntari (Adiyiah, aos 43´do 2º T); Asamoah Gyan. Técnico: Milovan Rajevac.
Placar: Uruguai 1×1 Gana (Gols: Muntari-GAN, aos 47´do 1º T; Forlán-URU, aos 10´do 2º T).
Nos pênaltis, Uruguai 4×2 Gana: Forlán, Victorino, Scotti e Abreu fizeram para o Uruguai. Maxi Pereira perdeu. Gyan e Appiah fizeram para Gana. Mensah e Adiyiah perderam.
“A epopeia da Celeste contra um continente”
Por Guilherme Diniz
Fazia tempo, mas muito tempo, que o Uruguai não chegava tão longe em uma Copa do Mundo. Para ser mais preciso, 40 anos. Naquele mês de julho de 2010, o time celeste entrava no mais portentoso estádio da África do Sul para enfrentar não só a Seleção de Gana, mas também um continente inteiro. Era o Uruguai contra a África. Gana era a única seleção que restara para representar o futebol africano. E os sul-americanos, vindos de um país minúsculo com pouco mais de 3 milhões de habitantes, teriam que jogar tudo o que sabiam para sair com a vaga para a semifinal. E, como já havia feito em diversas ocasiões, o Uruguai foi valente. Foi bravo. Suportou a correria dos africanos e um gol no finalzinho do primeiro tempo para igualar tudo com seu maestro e iluminado Forlán. Os onze guerreiros se inflaram diante do mundaréu africano e provaram que a Celeste Olímpica tinha mesmo renascido das cinzas. Tal Celeste se fez lendária e mítica sempre jogando em território inimigo e encantando (e calando) torcedores distintos.
Foi assim nos anos 1920, em solo europeu, na era do bicampeonato olímpico. Foi assim no Maracanazo, em 1950, no Brasil. E também foi assim em diversos países da América do Sul nas conquistas de tantas Copas Américas. Após o empate no tempo normal, os times foram para a prorrogação e o gol não queria sair. Pênaltis? Não, pênalti! Nos acréscimos, em um último suspiro de Gana na grande área uruguaia, a bola foi em direção ao gol e Muslera não estava lá. Num lapso de pânico, Suárez não pensou duas vezes e espalmou a bola. O atacante levou cartão vermelho e viu dos corredores para os vestiários Asamoah Gyan chutar incrivelmente na trave. Eram os pênaltis! Neles, a Celeste renasceu de novo, fez 4 a 2, e carimbou sua vaga para a semifinal com direito a cavadinha de um louco conhecido como Loco, Abreu. Que desfecho! E quanta emoção. É hora de relembrar a partida mais dramática e comentada da Copa de 2010.
Pré-jogo
Na primeira Copa da história realizada no continente africano, seis nações iniciaram a disputa com o objetivo de superar as quartas de final, máximo estágio já alcançado por uma equipe africana na competição. Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana, Nigéria e África do Sul eram os candidatos, mas, para a decepção de milhões de torcedores, cinco deles caíram ainda na primeira fase. Só restou um: Gana, que venceu a Sérvia por 1 a 0, empatou em 1 a 1 com a Austrália e perdeu de 1 a 0 para a Alemanha, e se classificou em segundo lugar no Grupo D. Nas oitavas de final, a equipe encarou os EUA e venceu por 2 a 1, na prorrogação, com o gol da vitória marcado por Asamoah Gyan. A exemplo de Camarões, na Copa de 1990, Gana alcançava as quartas de final, mas com o reforço de ter a torcida praticamente toda a seu favor para o duelo contra um adversário que transbordava tradição – o Uruguai.
A Celeste, após anos e anos de campanhas medíocres e até ausências em Copas, voltava a brilhar com um primeiro lugar no Grupo A após empatar com a França sem gols e vencer a África do Sul, por 3 a 0, e o México, por 1 a 0. Nas oitavas, a equipe sul-americana bateu a Coreia do Sul por 2 a 1 e se garantiu entre as oito melhores da Copa, embalada pelo trio de ataque Suárez, Forlán e Cavani, um meio de campo combatente e uma zaga liderada pelo capitão Diego Lugano. Bem organizados, os uruguaios mostravam muita competitividade, assim como Gana, que apostava em nomes como o goleiro Kingson, o capitão Mensah, o meia Kevin-Prince Boateng e o artilheiro Gyan. Outros que também contribuíam para a boa campanha do time eram Stephen Appiah e Sulley Muntari.
No dia do jogo, as mais de 80 mil pessoas presentes no belo estádio Soccer City entoavam suas vuvuzelas em prol de Gana, a nação que representava as outras 53 da África. Todos queriam ver os “Black Stars” entre os quatro melhores, ainda mais pelo fato de o Uruguai ter ajudado a eliminar os anfitriões lá na primeira fase. Mesmo com uma camisa pesadíssima e dono de dois títulos mundiais, o Uruguai não era favorito. Mas sua torcida acreditava em mais uma prova de superação, garra e entrega tão características do selecionado celeste na história das Copas.
Primeiro tempo – Desperdícios e castigo
Sob o barulho uníssono das vuvuzelas, a bola rolou no Soccer City com o Uruguai vestido com seu tradicional e inconfundível uniforme azul-celeste, branco e preto de um lado e Gana flamejando energia em vermelho e amarelo do outro. Mas quem mostrou mais força nos primeiros minutos foi o Uruguai, que queria liquidar o jogo rapidamente antes que as pernas pesassem no segundo tempo. Forlán, maestro do time no ataque e vivendo uma fase simplesmente incrível, ditava as ações com habilidade, visão de jogo e muita qualidade nos passes. Suárez e Cavani atraíam as atenções dos zagueiros de Gana e exigiram boas defesas de Kingson já aos 10´, quando Suárez avançou pela esquerda e chutou com perigo.
Três minutos depois, Forlán arriscou de muito longe em uma cobrança de falta e o goleirão deu de munheca para fora da área. Acuados, os africanos não esboçavam reação e o gol uruguaio parecia questão de tempo. Aos 17´, após cobrança de escanteio, Cavani cabeceou e outra vez Kingson espalmou. O Uruguai chegava, cercava, tocava, chutava, mas a bola não entrava. Já eram passados 25 minutos e Muslera era um mero espectador de uma partida comandada por sul-americanos e sonorizada pelos africanos e suas vuvuzelas.
A partir dos 28´, quando o Uruguai tinha pleno controle e seis escanteios a seu favor contra nenhum do adversário, Gana acordou. Aos 30´, Vorsah subiu mais alto que Lugano e mandou a bola rente à trave de Muslera, na primeira chance real do time africano. Um minuto depois, Boateng passou pelo marcador e tocou para Gyan, que chutou com perigo. O técnico Milovan Rajevac percebeu que as investidas em velocidade poderiam ser o caminho para o gol de Gana. Com toques rápidos e incisivos, os africanos dominaram as ações de ataque e mostravam mais fôlego e físico que os sul-americanos. Para facilitar ainda mais o trabalho de Gana, Lugano, machucado, teve de sair para a entrada de Scotti. A braçadeira de capitão da Celeste ficou com Forlán, que teria mais um papel além de arquitetar as jogadas de ataque do time: liderar seus companheiros em busca da vitória.
A saída de Lugano custava ao Uruguai menos força nas jogadas aéreas e menos um jogador de personalidade para inflar o time. Aos 39´, Muntari assustou Muslera com uma cabeçada que passou à esquerda do gol. Aos 43´, Fucile caiu de mau jeito e ficou desacordado, para desespero do banco uruguaio e apreensão de todos. Após algum tempo, o lateral voltou a si e ao jogo. Mais perigosa, a seleção de Gana queria sair para o intervalo com a vantagem no placar. E conseguiu. Já nos acréscimos, Muntari recebeu pouco a frente do meio de campo, olhou e chutou. A ação parecia despretensiosa, mas Muslera estava mal posicionado e, quando percebeu que a redonda tinha como endereço o canto do gol, já era tarde: 1 a 0 para Gana! Era a vantagem que os africanos queriam para ir com tranquilidade para o intervalo. E a ducha de água fria nos uruguaios, que tiveram várias chances no começo do jogo, mas nenhuma aproveitada.
Segundo tempo – Golaço e precaução
Com a bola rolando na segunda etapa, o Uruguai tentou colocar mais qualidade na troca de passes com a entrada de Lodeiro no lugar de Fernández. Além disso, o brio uruguaio contrastava com um certo relaxamento dos africanos, que estavam em uma perigosa zona de conforto naquele recomeço de jogo. E foi exatamente naquele momento que a Celeste chegou ao empate. Após falta na entrada da área, Forlán, aos 9´, foi para a bola e olhou adiante. O craque viu uma bagunça na grande área e o goleiro Kingson ensaiando um passo a frente que poderia ser traiçoeiro. E foi. Forlán decidiu bater direto, no ângulo, Kingson andou quando não deveria andar e a bola foi parar no fundo do gol. Golaço! E 1 a 1 no placar.
Era o gol que o Uruguai precisava para voltar à cena novamente. E o baque para que Gana acordasse de novo. Três minutos depois, Gyan recebeu na esquerda e chutou para a defesa de Muslera. No rebote, Muntari apareceu, mas Scotti chegou firme e evitou o gol. Aos 15´, Kingson demonstrou estar nervoso ao receber uma bola recuada, não conseguir dominar e deixar a redonda passar por entre suas pernas. Felizmente, para ele, a bola foi para a linha de fundo. Aos 18´, Forlán cruzou, Kingson saiu mal do gol e Suárez perdeu um gol sem goleiro, ao chutar de primeira para fora. Um minuto depois, o camisa 9 teve mais uma chance, mas a arbitragem, erroneamente, marcou impedimento.
O Uruguai voltava a dominar a partida, mas pecava na hora de finalizar. Para tentar reverter o jogo, Gana tirou Inkoom para a entrada do veterano Appiah. Já o Uruguai apostava em um centroavante mais fixo com a entrada de Loco Abreu no lugar de Cavani, bem apagado e que não havia se encaixado bem no lado esquerdo do ataque como quisera o técnico Tabárez. Aos 33´, Suárez, sempre perigoso, cabeceou e obrigou Kingson a espalmar para escanteio. Na cobrança, a confusão na área quase levou perigo ao goleirão de Gana. Aos 37´, num contra-ataque, Maxi Pereira teve a grande chance para o Uruguai matar o jogo.
O lateral avançou e teve Abreu e Suárez livres. Um dos dois poderia fuzilar Kingson. Mas, fominha, o camisa 16 chutou e a bola saiu pela linha de fundo, para desespero dos uruguaios. Nos minutos finais, o Uruguai tentou, mas não conseguiu o gol da vitória. Já Gana abusou dos passes errados e da falta de criatividade na hora de atacar. Aos 48´, o juiz português apitou o final do jogo. Haveria prorrogação. A primeira do Uruguai na Copa. E a segunda seguida de Gana.
Prorrogação – A “defesa” da Copa e o inacreditável
Comedidos, os dois times pouco fizeram nos 30 minutos extras. Culpa do natural cansaço e do receio de se expor demais ao inimigo. A única grande chance aconteceu aos 8´do 2º tempo, quando Forlán chutou por cima da meta de Kingson já dentro da área. Todos se preparavam para a disputa de pênaltis quando Gana teve uma falta a seu favor no último minuto. Pantsil cobrou para a área pensando em alguém com uma cabeçada certeira, um voleio ou um suspiro de esperança. A torcida, barulhenta, ficou apreensiva. A bola viajou até a grande área, Boateng desviou e ela foi para trás. Muslera tentou espalmar, mas a bola escapou. O goleiro estava fora do gol e um bate-rebate épico começou. Todos procuravam a bola. Eram pernas, braços, corpos e nada da redonda.
Após alguns milésimos de segundos, a bola apareceu nos pés de Appiah, que chutou fraco demais, mas o suficiente para marcar um gol. Só que Suárez apareceu, fincou-se sob a linha do gol e tirou incrivelmente com as pernas. A bola voltou para Adiyiah, que cabeceou. A bola, mais uma vez, tinha destino certo. Ainda sem Muslera na meta celeste, Fucile fez companhia a Suárez. Eram dois guardiões para tentar evitar um gol certo. A bola ia passar sobre a cabeça de Suárez. Mas o atacante, num lapso de desespero, pânico e devoção à sua pátria, evitou o gol da maneira que mais lhe era cabível: com as mãos. O camisa 9 espalmou, literalmente, a jabulani para longe de sua meta. Imediatamente, o árbitro paralisou o lance e marcou pênalti.
Ninguém contestou. Afinal, não havia argumentos. Suárez foi expulso e Gyan pegou a bola para si. Gana tinha a chance de colocar a África pela primeira vez em uma semifinal de Copa do Mundo. Era um momento histórico. E único. Com lágrimas nos olhos e sem rumo algum, Suárez se dirigiu ao túnel dos vestiários sozinho e longe de seus companheiros. Muitos uruguaios lá em Montevidéu certamente já planejavam as mais diversas iras contra ele. Por que raios ele havia colocado a mão na bola!? Na esperança de Gyan perder o gol? Qual a chance!? Antes de ir tomar banho e se preparar para o pior, Suárez esperou a cobrança. Gyan, artilheiro do time na competição e um dos destaques de Gana, foi para a bola. Ele correu e bateu alto, forte, no ângulo, como manda a cartilha do bom pênalti. Mas a jabulani subiu, subiu e explodiu no travessão de Muslera. Inacreditável! E o arbitro apitou o final do jogo.
Haveria mais pênaltis. O Soccer City entrou em choque. As vuvuzelas pararam, por instantes, de tocar (e voltaram segundos depois, porque elas tinham praticamente vida própria!). Muslera, em êxtase, apontou para o travessão e o reverenciou. Lá no túnel, Suárez viu o momento do erro adversário e vibrou como se houvesse marcado o gol da vitória e da classificação com um sorriso que não cabia em seu rosto. Era impressionante o que acontecia naquela noite em Johannesburgo. Algo que ninguém conseguia explicar. E que só o futebol poderia proporcionar.
Pênaltis – Loucura total!
Na marca da cal, as vaias tomaram conta das arquibancadas toda vez que um jogador uruguaio ia em direção à bola. Culpa de Suárez, que já era o “inimigo nº 1” da África pela “defesa” que havia feito. Forlán, craque do Uruguai, tratou de esfriar os africanos com o primeiro gol. O primeiro por Gana era Gyan. Ele mesmo! O atacante mostrava frieza e a vontade de dar a volta por cima. Ele bateu forte, alto e no ângulo, exatamente como o planejado no final da prorrogação. E, dessa vez, ele marcou um golaço: 1 a 1. Victorino bateu o segundo do Uruguai e também fez, num chute forte indefensável. Appiah mandou para as redes o segundo pênalti de Gana. Scotti, substituto de Lugano, bateu rasteiro o terceiro chute e fez mais um para a Celeste. Mensah foi o incumbido da terceira cobrança de Gana, não tomou distância e facilitou as coisas para Muslera, que defendeu sem problemas. Na sequência, Maxi Pereira, o fominha, foi castigado e mandou para longe seu chute. Gana ainda tinha esperança.
Adiyiah foi o quarto cobrador dos Black Stars e chutou no mesmo canto que Mensah. Muslera, de novo, voou para pegar. Faltava uma cobrança para o Uruguai. Se Loco Abreu fizesse, a equipe estava em uma semifinal de Copa depois de 40 anos. O camisa 13 ajeitou a bola com tranquilidade, preparou sua perna esquerda e foi até a meia-lua. Kingson se preparava para uma bomba. E a torcida por um chute bem longe e nas alturas. Mas o atacante da celeste mostrou aos milhões de telespectadores pelo mundo um pouco de sua loucura ao bater de cavadinha, com estilo, no meio do gol. E que gol! Uruguai 4×2 Gana. A Celeste estava na semifinal. E Gana eliminada. Era a confirmação do renascimento de uma seleção tão histórica, mas que dormia profundamente há tanto tempo. E uma nova decepção para os africanos, que mais uma vez não conseguiam superar uma fase de quartas de final.
Enquanto os sul-americanos festejavam, os ganeses choravam, em especial Gyan, que desabou em lágrimas e ficou inconsolável a ponto de ter que ser carregado de campo. Foi uma judiação, mas também o mais nobre tempero de emoção àquela Copa, que não teve outra partida tão dramática, tão imprevisível e tão surpreendente como aquela. Um jogo que entrou, definitivamente, para a eternidade dos Mundiais.
Pós-jogo: o que aconteceu depois?
Uruguai: após a vitória épica, os uruguaios se tornaram os únicos representantes da América do Sul em uma semifinal dominada por três europeus. A Celeste encarou a Holanda de Sneijder e Robben, lutou até o fim, mas os desfalques e o cansaço pesaram para que os holandeses vencessem por 3 a 2. Na disputa pelo terceiro lugar, a equipe repetiu 1970 e perdeu para a Alemanha, também rival naquela ocasião, por 3 a 2. Embora tenha amargado duas derrotas cruciais, o Uruguai foi recebido com uma imensa festa por sua torcida na volta para casa pela excelente campanha e pela bravura demonstrada em solo africano.
Um ano depois, a equipe confirmou a boa fase e faturou o título da Copa América, taça que transformou a Celeste na maior campeã do torneio com 15 títulos. E adivinhe o que teve no meio do caminho da conquista dos comandados de Tabárez? Um duelo contra a anfitriã Argentina, nas quartas de final, que terminou empatado em 1 a 1 e teve vitória Celeste por 5 a 4 na disputa por pênaltis. É a mania uruguaia de saborear o silêncio das multidões rivais…
Gana: muito elogiados mesmo com a eliminação, os ganeses se tornaram apenas a terceira nação africana a alcançar uma fase de quartas de final de uma Copa do Mundo. Tal campanha colocou a equipe em um patamar acima dos rivais continentais e inflou a seleção na disputa das Eliminatórias da Copa de 2014. A equipe passou bem pela fase de grupos e trucidou o Egito na fase final com direito a uma goleada de 6 a 1 em um dos jogos. Classificados, os africanos esperaram repetir o desempenho de 2010, mas caíram já na primeira fase. Ausente do Mundial de 2018, o país se classificou para a Copa de 2022 e, adivinhe, reencontrou o Uruguai logo na fase de grupos.
O roteiro foi dramático, pois ambos tinham chances de classificação. Gana teve uma oportunidade de ouro em cobrança de pênalti, mas o goleiro uruguaio defendeu. A Celeste foi pra cima e abriu 2 a 0, mas a vitória de nada adiantou, pois no outro jogo do grupo a Coreia do Sul venceu Portugal (já classificado) por 2 a 1 com um gol no finalzinho e ficou com a segunda vaga, resultado que eliminou Gana e Uruguai da Copa. O adeus foi sofrido para os africanos, mas eles bem que gostaram de ver o choro e desalento dos sul-americanos do outro lado, principalmente de Suárez, presente naquele dia e personagem do duelo épico de 12 anos atrás…
Relembre as façanhas do Uruguai de 2010-2014 clicando aqui.
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Ótimo artigo, Guilherme!
Esse jogo foi, sem dúvida alguma, o melhor jogo da Copa de 2010 (uma Copa que não me deixa muita saudades, para ser sincero…)!
Muitas pessoas crucificam o Suárez até hoje por causa desse lance, mas quem teria feito diferente naquela hora? Bancar o “bom moço” significaria deixar por livre e espontânea vontade que o seu país fosse eliminado.
Além do mais, ele não quis enganar o árbitro, como quis fazer – e conseguiu – o Henry um ano antes (contra a Irlanda), ele sabia que seria expulso. Se o Gyan não foi competente na hora de bater o pênalti, já é outra história.
Todo mundo por aqui estava torcendo por Gana, só eu estava torcendo pelo Uruguai. Poucas vezes comemorei tanto o resultado de um jogo, porque a Celeste merecia aquela classificação. Pena que não conseguiram chegar à final, porque mereciam mais do que a Holanda (que ainda teve uma mãozinha da arbitragem em um dos gols que marcou), que nem de longe lembrava aquela fantástica seleção de 1998.
O melhor jogo da Copa de 2010 , parabens imortais por relembrar esse jogo , o melhor site de futebol , todo dia lendo uma grande materia sobre futebol..
Uruguay eternamente gigante !! Seleção mais foda do Mundo !!!
Muito obrigado pelos elogios e comentário, Carlos! Adoro a seleção uruguaia também! Abs!
O jogo.
Sensacional.
Sem sombra de dúvidas foi o melhor jogo daquela Copa tão horrível.
E esse lance do Luís Suárez (que também é chamado de Lucho Suárez 🙂 ) foi um dos lances mais bonitos que eu já vi na minha vida. O cara, para ver o seu país seguir a frente numa competição, foi capaz de jogar todo e qualquer tipo de ego, orgulho e vaidade para os quintos dos infernos e se sacrificar em prol do bem maior. E ainda por cima foi arriscadíssimo, pois o ganês poderia ter feito o gol, eliminado o Uruguai e aquele sacrifício não valeria de nada. Os pagodeiros mercenários da seleção brasileira jamais que fariam tal coisa. JAMAIS!!
E “Loco” Abreu justificou o apelido dele. O que ele tem de carismático tem de maluco.
Esse foi o jogo mais louco que vi, exceto talvez as finais de 1999 e 2005 da Chaampions
Cara, ótimo artigo, como todos do blog! Primeiro que li foi sobre o mito, Bergkamp, sempre que posso passo aqui pra ver se tem novas publicações, parabéns.
E realmente, esse dia foi “loco”.
Obrigado pelo elogio, Luiz! Abs!
Absolutamente incrível este jogo e extremamente bem lembrado. Esses dias lembrei desse jogo maravilhoso e sobretudo a melhor definição é que jogo Louco ou “Loco” né! Muito bem lembrado.
E uma pergunta vc pretende fazer algum artigo em Craques Imortais sobre Gianni Rivera. Os rossoneri necessitam.
Olá Edmílson! O Rivera será um dos próximos craques! Ele será relembrado nas próximas semanas. Fique ligado! Abs!
A partir desse mão esperta de Suárez,comecei a respeitar ele.Ele é o espírito sul-americano de amor e raça no futebol moderno,apesar dos pesares é bom ver um jogador que se entrega,tanto à camisa celeste quanto a à camisa vermelha do Liverpool.E espero que nessa temporada ele vá desfilar sua técnica e raça em Madrid…
Como adepto do Liverpool não posso deixar de idolatrar o Suarez! Ele morde adversários, insulta, faz 30 por uma linha, etc. etc. mas vive o futebol como poucos. E o quanto joga esse jogadorazo que venceu, conjuntamente com o Cristiano Ronaldo, a Bota de Ouro para melhor marcados dos campeonatos europeus 2013/2014 e quase guiou o Liverpool ao título, 23 anos depois…
Aquela mão salvadora quase no finalzinho da partida perdurará para sempre na minha memória. O instinto de sobrevivência em classe pura! Como vibrei nesse jogo. Pena não terem ido à final pois teria sido merecido! Mas a Holanda também era um timazo… Mas foi o regresso do grande Uruguai, culminado com a conquista da copa América e o estatuto de selecção mais laureada do mundo, com vitórias em mundiais, competições continentais e Jogos Olímpicos! Para um país com cerca de 3 milhões de pessoas, segundo julgo, é obra…