Grandes feitos: Campeão Mundial Interclubes (1991), Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (1990-1991), Bicampeão do Campeonato Iugoslavo (1989-1990 e 1990-1991) e Campeão da Copa da Iugoslávia (1989-1990). Foi o primeiro e único clube sérvio (ex-iugoslavo) a vencer a Liga dos Campeões da UEFA.
Time base: Stojanovic (Milojevic); Marovic (Radinovic), Belodedici e Najdoski; Sabanadzovic (Vasilijevic), Mihajlovic, Jugovic e Binic (Ratkovic); Prosinecki (Stosic); Savicevic e Pancev. Técnicos: Ljupko Petrovic (1990-1991) e Vladica Popović (1991).
“Quando a maior estrela da Europa (e do mundo) era vermelha”
Por Guilherme Diniz
Até o ano de 1991, o único clube do leste europeu que havia conseguido conquistar a Liga dos Campeões da UEFA era o Steaua Bucareste, da Romênia, na célebre final de 1986, quando derrotou ninguém mais ninguém menos que o Barcelona. Desde então, a normalidade havia voltado ao torneio, com os títulos de clubes localizados em países tradicionais do continente como Porto (Portugal, 1987), PSV (Holanda, 1988) e Milan (Itália, 1989 e 1990). Foi então que, após o pontapé inicial da Liga de 1990-1991, um esquadrão que era a base da fortíssima seleção da Iugoslávia do começo da década de 90 despontou como a mais nova “zebra” do continente, derrotando qualquer rival que passasse pelo seu caminho até chegar à final, contra o crescente Olympique de Marselha (FRA). Após uma decisão sem gols, os iugoslavos derrotaram os franceses nos pênaltis e fizeram história como os primeiros do país a conquistar a glória máxima do futebol europeu.
Não contentes, os vermelhos ainda conquistaram o mundo naquele ano de 1991, goleando o Colo-Colo (CHI) por 3 a 0. Mas quem pensa que aquilo foi uma zebra, se engana completamente. Como dizer que um time com Najdoski, Jugovic, Mihajlovic, Prosinecki, Savicevic e o matador Pancev era zebra? Só um maluco. Os craques do Estrela Vermelha, “a” estrela que mais brilhou no mundo por dois anos, esbanjaram categoria, eficiência e um organizado sistema de jogo aliado a um poderio ofensivo formidável. É hora de relembrar as façanhas do maior clube de um país que não existe mais.
Construindo uma base de futuro
Da segunda metade da década de 80 em diante, o Estrela Vermelha passou a figurar entre os grandes clubes do continente graças às ótimas campanhas na Liga dos Campeões da UEFA e aos títulos do Campeonato Iugoslavo. A equipe investia forte nas categorias de base e pincelava talentos de pequenos clubes do país, como forma de construir um esquadrão que desse frutos num futuro bem próximo. Tal política trouxe ao mundo da bola talentos como Marovic, Stojkovic, Binic, Stojanovic, Prosinecki, Sabanadzovic, Savicevic e Pancev. A maioria dos craques já havia passado pela seleção iugoslava, além das seleções de juvenis. Uma das grandes mostras do sucesso que reservava o futuro àqueles jogadores foi nas quartas de final da Liga de 1987, quando o time venceu o poderoso Real Madrid de Butragueño e Hugo Sánchez por acachapantes 4 a 2 jogando em casa. Uma pena que a derrota por 2 a 0 em Madrid tenha eliminado o time, pelo critério de gols fora. Mas ali, os torcedores já tinham uma noção de que em breve muita coisa iria acontecer.
Sufocanco o temível Milan
Na Liga dos Campeões de 1988-1989, o Estrela Vermelha por pouco não eliminou o poderoso Milan de Gullit, Rijkaard, Van Basten, Baresi e Maldini nas oitavas de final. No primeiro jogo, em Milão, os iugoslavos empataram em 1 a 1, calando os mais de 70 mil torcedores do clube italiano. Na volta, em Belgrado, com mais de 90 mil torcedores no estádio Marakana, o Estrela Vermelha vencia por 1 a 0, gol de Savicevic, quando a partida teve que ser interrompida aos 65´do segundo tempo por conta de uma intensa névoa que cobriu o campo. O jogo foi remarcado, para desespero dos jogadores e comissão técnica. Na nova partida, empate em 1 a 1, com vitória do Milan nos pênaltis por 4 a 2. Foi uma derrota amarga para o Estrela, que viu a classificação escapar por culpa da névoa…
Campeões nacionais
Na temporada 1989-1990, o Estrela Vermelha chegou ao seu ápice de qualidade e venceu a Copa da Iugoslávia, derrotando o Hajduk Split por 1 a 0 na final (gol de Pancev) e o Campeonato Iugoslavo, com 11 pontos de vantagem sobre o vice-campeão, Dinamo Zagreb. O time, mesmo com as constantes trocas de técnicos, seguia forte com um sistema de jogo bem definido, com exímios goleadores, um meio de campo criativo e marcador, que usava a inteligência para cercar os adversários e reduzir os espaços no campo, aliados a um sistema defensivo seguro e bem organizado. Com esse esquema, e com a chegada do técnico Ljupko Petrovic, o Estrela estava tinindo para fazer bonito na Liga dos Campeões de 1990-1991.
A caminhada europeia
O Estrela Vermelha fez sua estreia na Liga contra o Grasshopper, da Suíça. No primeiro jogo, em casa, o time não passou de um empate em 1 a 1, com o gol iugoslavo marcado por Binic. Na volta, goleada por 4 a 1, com gols de Pancev, Prosinecki (2) e Radinovic. Nas oitavas de final, o time liquidou o Rangers (ESC) logo no primeiro jogo, com uma vitória por 3 a 0, com gols de Brown (contra), Prosinecki e Pancev. Na volta, o empate em 1 a 1 (gol de Pancev) levou o time as quartas de final.
Na fase seguinte, o Estrela não teve dificuldades para bater o Dynamo Dresden, da Alemanha, por 3 a 0 no primeiro jogo, em Belgrado, com gols de Prosinecki, Binic e Savicevic. Na volta, na Alemanha, quando o jogo estava 2 a 1 para o Estrela Vermelha (gols de Savicevic e Pancev), a torcida local, revoltada, começou a jogar objetos no campo, fazendo o árbitro encerrar a partida. A UEFA decidiu dar a vitória para o Estrela Vermelha por 3 a 0 e o time se classificou para as semifinais.
Na sonhada final
Na semi, duelo complicado contra o Bayern München de Kohler, Augenthaler, Effenberg, Thon, Brian Laudrup e Christian Ziege. Quando todos esperavam uma vitória dos alemães, no primeiro jogo em Munique, o Estrela mostrou que não estava mesmo para brincadeiras. O Bayern até abriu o placar, com Wohlfarth, aos 22´ do primeiro tempo, mas Pancev, aos 45´, e Savicevic, aos 70´, decretaram a vitória por 2 a 1. Com a vantagem do empate, o time foi mais tranquilo para a volta, em Belgrado, com mais de 80 mil torcedores. O Estrela abriu o placar com um golaço de Mihajlovic, aos 25´do primeiro tempo. Na segunda etapa, o Bayern fez três gols… Mas um deles contra! Resultado: 2 a 2, e Estrela Vermelha classificado para a grande final da Liga. O adversário seria o poderoso Olympique de Marselha de Amoros, Di Meco, Mozer, Boli, Waddle, Abedi Pelé e o goleador Papin.
A final perfeita (?)
A cidade de Bari, na Itália, foi o palco da grande final da Liga dos Campeões da UEFA de 1991. O continente estava em polvorosa pelo fato de a decisão reunir, sem dúvida alguma, os dois melhores times da Europa à época: Estrela Vermelha e OM, duas equipes que jogavam pra frente, sempre em busca do gol, esbanjando talento em todos os setores do campo. Porém, ao contrário do que todos esperavam, a final teve tanto equilíbrio que os gols, vejam só, não saíram. Os goleiros se destacaram, os técnicos foram receosos demais e os goleadores Pancev e Papin passaram em branco. Depois de 120 minutos sem nem o vento balançar as redes do estádio San Nicola, o continente teve que conhecer o novo campeão europeu na marca da cal.
Reis da Europa!
Na decisão por pênaltis, o goleiro e capitão do Estrela, Stojanovic, brilhou ao defender logo de cara a primeira cobrança do OM, do craque francês Amoros. Na sequência, ele viu todos os seus companheiros (Prosinecki, Binic, Belodedici, Mihajlovic e Pancev) converterem suas cobranças, garantindo o 5 a 3 no placar e o inédito título da Liga dos Campeões da UEFA ao clube iugoslavo. Era a coroação de um trabalho iniciado lá na segunda metade da década de 80, e do futebol magistral de craques encantadores. O Estrela Vermelha era o melhor da Europa. E invicto.
Novas mudanças, título e revés na Supercopa
O Estrela viveu altos e baixos após a conquista da Liga. O time levantou, antes da Europa, o Campeonato Iugoslavo com oito pontos de vantagem sobre o Dinamo Zagreb. O artilheiro foi Pancev, com enormes 34 gols em 32 jogos. Tempo depois, o time perdeu o técnico Petrovic, o craque Prosinecki e o goleiro e capitão Stojanovic. Na final da Supercopa da UEFA, os iugoslavos não foram páreos para o Manchester United de Schmeichel, Irwin, Paul Ince, McClair e Mark Hughes, que venceram por 1 a 0 e conquistaram o torneio. Mas ainda tinha um último desafio para os campeões da Europa: o Mundial Interclubes.
Mundo vermelho
Na final do Mundial, em Tóquio (JAP), o Estrela teve pela frente o campeão da Libertadores de 1991, o Colo-Colo (CHI), comandado curiosamente por um iugoslavo, o treinador Mirko Jozic. A decisão foi toda do Estrela, que não deu chances ao rival. Jugovic, talentoso meia do time, abriu o placar aos 19´. No final do primeiro tempo, Savicevic foi expulso, dando uma dose de esperança ao Colo-Colo. Mesmo com um jogador a mais, os chilenos continuaram a não ver a cor da bola e Jugovic, aos 58´, e Pancev, aos 72´, deram números finais ao placar: 3 a 0. O Estrela Vermelha se tornava o primeiro clube do leste europeu Campeão do Mundo, entrando de vez no rol dos grandes clubes do futebol mundial. Mas ali, no Japão, acabaria o período mais brilhante do clube.
Quando a estrela deixa de brilhar
Depois do ano maravilhoso de 1991, o Estrela Vermelha deixou de figurar entre os melhores do continente e nunca mais um clube do leste europeu voltou a conquistar a Liga dos Campeões, que foi ficando cada vez mais competitiva e restrita aos grandes clubes do centro do continente. Desde então, o time viu a Iugoslávia sumir, sua casa virar a Sérvia e suas glórias ficarem restritas ao território nacional. Mesmo assim, a torcida jamais esquecerá os feitos da melhor geração que o país já produziu. Um time imortal.
Os personagens:
Stojanovic: foi o primeiro goleiro capitão de um clube a levantar o troféu da Liga dos Campeões da UEFA na história do torneio. Extremamente eficiente, alto (1m89cm) e líder, foi uma das referências do time na conquista da Europa, além de herói na final. Só teve um momento ruim na campanha, quando levou um frango na semifinal contra o Bayern.
Milojevic: assumiu a meta do Estrela Vermelha após o título europeu, com a saída de Stojanovic. Não comprometeu e continuou a dar segurança ao time, principalmente no título mundial.
Sabanadzovic: foram cinco anos de Estrela Vermelha e muita qualidade no setor defensivo do time, com grandes atuações. Conquistou quatro taças com a camisa do clube.
Vasilijevic: muito bom defensor pelo lado direito do Estrela, que ajudava na marcação e também no apoio ao meio de campo. Jogou a final do Mundial, em 1991.
Najdoski: podia jogar na lateral esquerda ou na zaga com a mesma eficiência. Esteve no Estrela de 1988 até 1992, participando de todos os principais títulos do clube no período.
Belodedici: o romeno foi um dos principais jogadores do setor defensivo do Estrela naqueles anos mágicos, sendo fundamental para a conquista da Liga dos Campeões da UEFA. Era impecável nos desarmes e teve a proeza de se tornar o primeiro jogador a conquistar a Liga dos Campeões da UEFA por dois clubes diferentes e, acima de tudo, ambos do leste europeu (Steaua Bucareste e Estrela Vermelha)! Foi um dos jogadores mais vitoriosos no final dos anos 80 e início da década de 90 na Europa.
Marovic: outro grande defensor do lado esquerdo ou direito do Estrela, atuando como lateral ou mesmo zagueiro. Jogou cinco temporadas no clube de Belgrado.
Radinovic: era baixo para um defensor (tinha 1m76cm), mas mesmo assim dava conta do recado com muita eficiência pelo lado esquerdo. Foi titular na final do Mundial.
Jugovic: com uma visão de jogo fantástica e passes incríveis, Jugovic foi sem duvida alguma um dos maiores meio-campistas que o futebol sérvio já produziu em toda história. Revelado pelo próprio Estrela Vermelha, foi um dos personagens mais marcantes do clube de 1989 até 1992, com passes, gols e títulos. Foi o homem do jogo na final do Mundial de 1991, quando marcou dois gols e ganhou o prêmio de melhor jogador da partida (MVP). Ídolo incontestável no clube.
Mihajlovic: foram apenas dois anos no Estrela Vermelha, mas o suficiente para ganhar os maiores títulos da história do clube e ficar marcado como um dos maiores craques que já vestiram a camisa alvirrubra do time de Belgrado. Tinha um chute poderosíssimo e foi um dos maiores cobradores de faltas na década de 90, ao lado de Ronald Koeman e Roberto Carlos. Craque. Leia mais sobre ele clicando aqui.
Prosinecki: mais um craque do Estrela, Prosinecki era a virtuose no meio de campo do time, com inteligência, gols e assistências. Brilhou tanto pela seleção da Iugoslávia quanto pela Croácia, quando foi um dos destaques na Copa do Mundo de 1998. Foi decisivo na conquista da Liga dos Campeões de 1991. Pena que não ficou para ser campeão mundial.
Stosic: meiocampista revelado pelo clube, Stosic teve seu papel no sucesso do time, mas era ofuscado pelo talento dos companheiros ao seu redor. Jogou no Estrela de 1984 até 1991.
Binic: compunha o ataque do Estrela na conquista da Liga dos Campeões, ao lado de Pancev e Savicevic. Marcava seus gols, mas não tanto quanto seus companheiros.
Ratkovic: jogava como meia no time e atuou na decisão do Mundial de 1991, contribuindo para a conquista.
Pancev: foi um dos maiores goleadores do futebol mundial no final da década de 80 e início da de 90. Ganhou a Chuteira de Ouro da Europa em 1991 ao marcar 34 gols na temporada iugoslava, além de ter sido o artilheiro do Campeonato Iugoslavo em três temporadas seguidas: 1990 (25 gols), 1991 (34 gols) e 1992 (25 gols). Fez 94 gols em 91 jogos pelo Estrela nos torneios nacionais, uma média superior a um gol por jogo. Fundamental para o sucesso do time no período e, claro, para as conquistas. Matador nato.
Savicevic: com ele e Pancev no ataque, o Estrela tinha a certeza de que pelo menos um dos dois marcaria ao menos um gol. Tinha faro de gol apurado e fez a dupla de ataque mais famosa e importante da história do Estrela Vermelha. Fundamental nos títulos do período de ouro do clube, brilhou, também, no Milan, ao marcar um dos gols (golaço, diga-se de passagem) da vitória por 4 a 0 sobre o Barcelona na final da Liga dos Campeões de 1994.
Ljupko Petrovic e Vladica Popović (Técnicos): o Estrela Vermelha tinha o vício de trocar de treinadores quase que anualmente naqueles anos 80 e 90. Em meio a tantos treinadores, Petrovic e Popovic se destacaram pelo simples fato de manterem a sina e o padrão de jogo da equipe intactos e por conquistarem os maiores títulos para um clube europeu: a Liga dos Campeões da UEFA (Petrovic) e o Mundial Interclubes (Popovic). Apenas por isso, eles já são imortais, como seus comandados.
Leia mais sobre o Estrela Vermelha e seu rival, o Partizan, no especial Os 10 Maiores Clássicos do Mundo
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O leste europeu tradicionalmente sempre revelou grandes futebolistas para as grandes ligas da Europa .
Parece que dificilmente veremos equipes “reveladoras de jogadores” como o Estrela Vermelha, Ajax, PSV, Benfica, Porto, etc. ganharem ou ao menos chegarem a uma final de Champions League.
infelismente deixou de ser uma equipe grande como era
Timaço, um dos 3 melhores times europeus que eu vi jogar!
Esse timaço do Estrela Vermelha era uma amostra do poderio do futebol iugoslavo, e a seleção da Iugoslávia da época tinha tanto talento que se não houvesse tantos conflitos políticos teria ganhado uma Copa Do Mundo
Um dos melhore times que existiu! Qual time tinha um Savicevic, Prosinecki, Jugovic, Mihajlovic, Pancev… ???? Pena que a Guerra na Iugoslávia acabou com uma geração( talvez várias ) de craques montenegrinos, croatas e sérvios. Nunca mais veremos um time do Leste Europeu ganhar novamente a Champions League, infelizmente.
Timaço!!!! Eu creio que a estrela deixou de brilhar muito mais por causa das turbulências políticas e guerras separatistas no país. Isso fez com que também a seleção iugoslava caísse de padrão mas marcaram a história com grandes times e grandes jogadores, tanto que se pegarmos o campeonato italiano de 1992, 1993 em diante, existe uma grande quantidade de craques iugoslavos, sérvios, montenegrinos atuando na Serie A da Itália.
Lembremos ainda que a Iugoslávia havia sido campeã mundial de juniores anos antes (creio que no ano de 87), derrotando inclusive o Brasil. Aquele time já tinha Prosinecki e Boban (do Dínamo Zagreb). Pena a Iugoslávia não ter, por razões políticas, disputado a Copa do Mundo de 1994 – quando teria formado um timaço digno de fazer frente ao Brasil de Romário e Bebeto.
Sim. Atualmente se destacam na Juventus o bósnio Pjanic e o croata Mandzukic; na Roma tem o bósnio Dzeko e o sérvio Kolarov; na Lazio tem o também sérvio Savic; no Genoa o macedônio Pandev… São os que lembro agora. Daria uma seleção legal. Fora os de outras gerações que já se aposentaram