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Craque Imortal – Ruud Gullit

Ruud Gullit

Nascimento: 1º de Setembro de 1962, em Amsterdã, Holanda.

Posições: Atacante / Meia / Líbero

Clubes: Haarlem-HOL (1979-1982), Feyenoord-HOL (1982-1985), PSV-HOL (1985-1987), Milan-ITA (1987-1993 / 1994), Sampdoria-ITA (1993-1994 / 1994-1995) e Chelsea-ING (1995-1998).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Holandês da 2ª divisão (1981) pelo Haarlem (HOL).

1 Campeonato Holandês (1984) e 1 Copa da Holanda (1984) pelo Feyenoord (HOL).

2 Campeonatos Holandeses (1986 e 1987) pelo PSV (HOL).

2 Mundiais de Clubes (1989 e 1990), 2 Ligas dos Campeões da UEFA (1988-1989 e 1989-1990), 2 Supercopas da UEFA (1989 e 1990), 3 Campeonatos Italianos (1987-1988, 1991-1992 e 1992-1993) e 2 Supercopas da Itália (1992 e 1994) pelo Milan (ITA).

1 Copa da Itália (1993-1994) pela Sampdoria (ITA).

1 Copa da Inglaterra (1996-1997) pelo Chelsea (ING).

Principal título por seleção: 1 Eurocopa (1988) pela Holanda.

Principais títulos individuais:

Ballon d’Or: 1987

Onze d’Argent: 1988 e 1989

Jogador holandês do ano: 1984 e 1986

Artilheiro da Copa da Holanda: 1984 (9 gols)

Chuteira de ouro da Holanda: 1986 (27 gols)

Esportista holandês do ano: 1987

Jogador Mundial do ano pela Revista World Soccer: 1987 e 1989

Eleito para o time da Eurocopa: 1988 e 1992

Bola de Prata da Eurocopa: 1988

FIFA XI: 1991

Bola de Prata de jogador do ano no futebol inglês: 1996

FIFA 100: 2004

Golden Foot: 2011

Eleito para o Hall da Fama do Milan

Eleito para o Hall da Fama do Futebol Italiano

Eleito para a Seleção dos Sonhos da Holanda do Imortais: 2020

Eleito para o Time dos Sonhos do Milan do Imortais: 2021

 

“Dribles encantadores e muita bola na rede”

Por Guilherme Diniz

Ele foi um dos três brilhantes jogadores holandeses que encantaram o mundo na década de 1980 e início da de 1990. Junto com Rijkaard e Van Basten, ajudou a Holanda a conquistar a Eurocopa de 1988 e a fazer do Milan o maior e mais encantador esquadrão do planeta por mais de três anos. Ah, e foi também um dos mais versáteis jogadores da história, podendo ser um atacante fatal ou mesmo um líbero cheio de classe e presença física. Ruud Dil, nome de batismo de Ruud Gullit, era o terror para zagueiros, volantes e goleiros em sua época. Dono de uma impressionante força física, bem como extrema habilidade com a bola nos pés, Gullit conseguiu a proeza de ser ídolo e conquistar títulos em todos os clubes que jogou. Cheio de estilo e eclético, Gullit foi um dos maiores vencedores do futebol mundial e conhecido como o homem das decisões, por marcar gols importantes em finais. Perto do fim da carreira, ainda foi jogador e treinador do Chelsea, da Inglaterra, onde também conseguiu um título. É hora de relembrar a carreira vitoriosa desse mágico do futebol.

Começo e brilho precoces

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Gullit começou no futebol com 16 anos no pequeno clube Haarlem, da Holanda. Nessa época, deixou de usar o sobrenome da mãe (Dil) e adotou o sobrenome do pai, que, segundo Ruud, era mais importante. E foi mesmo! Em sua primeira temporada como profissional, Gullit foi o mais jovem jogador a disputar uma partida da Eredivisie, a Liga Holandesa. Porém, seu time foi rebaixado. No ano seguinte, jogou demais e ajudou o Haarlem a conquistar o título da segunda divisão do campeonato holandês, além de ser eleito o melhor jogador da competição. Em 1982, ajudou o Haarlem a conquistar pela primeira e única vez uma vaga para uma competição europeia, na ocasião, a Copa da UEFA. Seu grande desempenho despertou o interesse do Feyenoord, para onde iria no mesmo ano de 1982.

 

Sensação única

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Cruyff e Gullit, no Feyenoord.
 

 

No time de Roterdã, Gullit teve a experiência de jogar ao lado do maior gênio que o futebol holandês já teve: Johan Cruyff. Com 38 anos, o craque encerrava a sua carreira no Feyenoord justo quando Gullit estava apenas começando. No ano de 1984, ambos conquistaram os títulos da Copa da Holanda e do Campeonato Holandês. Era o fim de carreira perfeito para Cruyff e os primeiros grandes títulos de Gullit, que naquele ano foi eleito o melhor jogador do futebol holandês na temporada, além de ser artilheiro da Copa da Holanda com 9 gols.

 

Mais sucesso

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Depois de 103 partidas de 1982 a 1985 pelo clube de Roterdã, Gullit se transferiu para o PSV. Em Eindhoven, o craque continuou sua escalada ao estrelato e conquistou mais dois títulos do Campeonato Holandês, em 1986 e 1987. Ele se firmava de vez como um dos maiores jogadores do futebol holandês e europeu. No ano de 1986, venceu ainda a chuteira de ouro da Holanda como maior artilheiro do país com 27 gols em 38 jogos.

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O craque ergue o Ballon d’Or de 1987 diante da torcida do Milan, no San Siro: glória máxima individual!
 

 

Disputado por muitos clubes, Gullit assinou com o Milan, em 1987, ano que seria mágico para ele não só pelo contrato que selaria sua melhor fase na carreira, mas também pelos títulos individuais que ganhou: Esportista do Ano da Holanda, Jogador Mundial do ano pela Revista World Soccer e a cobiçada Bola de Ouro da revista France Football. O craque, enfim, se consagrava de vez como estrela do futebol mundial.

 

Pátria na ponta da chuteira

Ruud Gullit

Gullit comandou a Holanda na disputa da Eurocopa de 1988. O país, com grandes nomes surgindo e bem esperançoso, tinha chances de levar o título do torneio, que seria disputado na Alemanha. E Gullit chegava à disputa com a Bola de Ouro e o recente campeonato italiano ganho pelo Milan na bagagem. Cheio de moral, Gullit foi peça chave da Holanda na competição, mas seria ofuscado pelo desempenho sensacional de Van Basten. Se Ruud Gullit não marcava gols, ele dava passes para que seu compatriota estufasse as redes adversárias. Porém, começavam a perguntar: será que o melhor jogador da Europa passaria em branco na competição? O capitão holandês responderia na final.

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Consagração em laranja

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Parecia que Ruud Gullit queria deixar o melhor para o final. E deixou! Foi dele o primeiro gol da disputada decisão da Eurocopa, contra a URSS, que havia derrotado a própria Holanda na fase de grupos. O holandês marcou um lindo gol de cabeça, Van Basten fez o segundo (uma pintura) e a Holanda conquistou o seu primeiro grande título no futebol. A festa foi geral, e Gullit mostrava todo o entrosamento com Van Basten. Começava ali uma das parcerias mais brilhantes da história do futebol.

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Anos incríveis

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Van Basten e Gullit com uma das UCL que conquistaram pelo Milan.
 

 

Depois de vencer o Campeonato Italiano de 1988, Gullit e os grandes craques do Milan de Arrigo Sacchi destroçaram os adversários no ano de 1989. Na Liga dos Campeões, vitória, com Gullit marcando 4 gols, sendo dois na final contra o Steaua Bucareste (ROM), onde o Milan goleou por 4 a 0. O craque vencia seu primeiro título europeu por clube e mostrava mesmo o faro para decisões. O Milan ainda venceria a Supercopa da UEFA e o Mundial Interclubes naquele ano, além de Gullit ser eleito pela segunda vez na carreira o melhor jogador do mundo pela Revista World Soccer. Poderia ser melhor? Claro! No ano seguinte, Gullit e companhia repetiram a dose e venceram a Liga dos Campeões da UEFA, a Supercopa da UEFA e o Mundial Interclubes, consagrando definitivamente o Milan como um dos maiores esquadrões que o mundo já viu. O único fato triste de 1990 para o craque foi a campanha pífia da Holanda na Copa de 1990, na qual era favorita. A equipe não venceu nenhum jogo e ainda foi eliminada pela grande rival, a Alemanha.

 

Retomando a supremacia nacional

 

Depois de dominar a Europa, o Milan voltou as atenções para o Campeonato Italiano. Gullit e companhia venceram a competição em 1992 de maneira invicta. Em 1993, mais um título italiano, porém, ele começava a perder espaço na equipe com o surgimento de Massaro e os ares de renovação pelo qual passava o time rossonero. Com isso, o craque foi jogar na Sampdoria, onde liderou o time na conquista da Copa da Itália, título que ele jamais venceu pelo Milan. Em 1994, Gullit voltou para a sua última temporada no Milan, sem brilho. Na seleção, brigou com o técnico Dick Advocaat e fechou de vez seu ciclo na Holanda, ficando de fora da Copa de 1994. Sempre ligado nos holofotes, queria “mudar de vida” e aceitou um convite do Chelsea, em 1995. Seria o seu “grand finale”.

 

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Estrela na Inglaterra

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Deixar o Milan depois de tanto tempo e ir para uma equipe então mediana do futebol inglês custaria menos títulos a já extensa galeria de Gullit, como o próprio craque admitiu anos mais tarde:

“Era difícil divertir-se (no Milan), mas também era difícil não ganhar. (…) Quando saí do Milan para a Sampdoria e depois ao Chelsea, desfrutei muito mais do futebol, me diverti mais, tive mais liberdade, me expressei muito melhor em campo. Mas nunca voltei a ganhar como no Milan. Ganhei partidas, ganhei em diversão, mas nunca voltei a ganhar em alto nível”, Ruud Gullit, em entrevista publicada na tradicional revista argentina “El Gráfico”, em 2010.

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No time londrino, Gullit viveu grandes momentos, além de ganhar a Bola de Prata de jogador do ano no futebol inglês em 1996. No mesmo ano, ele aceitou o desafio de desempenhar o papel de jogador e técnico do time azul. Surreal? Não para ele. O trabalho “pitoresco” deu resultado e ele levou o Chelsea ao título da Copa da Inglaterra de 1996/1997, o primeiro caneco do clube de Stamford Bridge em 26 anos. Era o estopim para a festa e para a consagração de Gullit como ídolo do time. Em 1997, ele deixaria o time e anunciaria sua aposentadoria.

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Fim de uma lenda

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Depois de devolver a alegria ao torcedor do Chelsea, Gullit pendurou de vez as chuteiras, e passou a se dedicar a uma breve carreira de técnico, mas sem grandes trunfos. Era o fim de um dos maiores jogadores do futebol mundial, dono de técnica e físico impressionantes, bem como carisma, estilo e faro de gol quando mais se precisava dele. Ruud Gullit marcou a única geração da seleção holandesa capaz de vencer um título e de poder fazer uma nação gritar “é campeão”. Ao lado dos compatriotas Rijkaard e Van Basten, fez os italianos amarem a Holanda com um futebol magnífico e vencedor, construindo o melhor Milan de todos os tempos. Não ter conquistado uma Copa do Mundo foi a única decepção na carreira de Gullit. Mas os outros tantos títulos que venceu, bem como a idolatria de seus fãs por todos os clubes que passou, fizeram dele um craque feliz, amado e eterno. Um imortal do futebol.

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Números de destaque:

Na carreira, disputou 641 jogos e marcou 236 gols.

Pela seleção da Holanda, foram 66 jogos e 17 gols.

Pelo Milan, foram 171 jogos e 56 gols.

 

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