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Craque Imortal – Romário

Romário 1994

Nascimento: 29 de Janeiro de 1966, no Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Posição: Atacante

Clubes: Vasco-BRA (1985-1988, 2000-2002, 2005-2006 e 2007-2008), PSV-HOL (1988-1993), Barcelona-ESP (1993-1994), Flamengo-BRA (1995-1996, 1997 e 1998-1999), Valencia-ESP (1996-1997), Fluminense-BRA (2002-2003 e 2003-2004), Al-Saad-CAT (2003), Miami FC-EUA (2006), Adelaide United-AUS (2006) e America do Rio-BRA (2009).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Brasileiro (2000), 1 Copa Mersosul (2000) e 2 Campeonatos Cariocas (1987/1988) pelo Vasco.

1 Copa Mercosul (1999), 1 Copa Ouro Sul-Americana (1996), 1 Copa dos Campeões Mundiais (1997) e 2 Campeonatos Cariocas (1996/1999) pelo Flamengo.

3 Campeonatos Holandeses (1988-1989, 1990-1991 e 1991-1992), 2 Copas da Holanda (1988-1989 e 1989-1990) e 1 Supercopa da Holanda (1992) pelo PSV.

1 Campeonato Espanhol (1993-1994), 1 Supercopa da Espanha (1994) e 1 Troféu Tereza Herrera (1993) pelo Barcelona.

Títulos por seleção: 1 Copa do Mundo da FIFA (1994), 2 Copas América (1989 e 1997), 1 Copa das Confederações (1997) e 1 Medalha de Prata nas Olimpíadas de Seul (1988) pelo Brasil.

Principais Títulos Individuais:

Melhor Jogador do Mundo pela FIFA: 1994

Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1994

Onze d´Or: 1994

FIFA 100: 2004

Onze de Bronze: 1993

Melhor jogador do Campeonato Holandês: 1989, 1990 e 1991

Melhor atacante do Campeonato Holandês: 1989, 1990 e 1991

Melhor atacante da Liga dos Campeões da UEFA: 1990 e 1993

Melhor Jogador Íbero-Americano da Espanha: 1994

Melhor Jogador Estrangeiro da Espanha (Revista “El País”): 1994

Melhor Jogador do Campeonato Espanhol: 1994

Melhor Atacante do Campeonato Espanhol: 1994

Bola de Ouro Revista Placar: 2000

Bola de Prata Revista Placar: 2000 / 2001 / 2005

30º Maior Jogador Sul-americano do Século XX – IFFHS: 1999

11º Maior Jogador Brasileiro do Século XX – IFFHS: 1999

17º Maior Jogador do Século XX – Revista “France Football”: 1999

5º Maior Jogador do Século XX FIFA – Votação Internet: 2000

18º Maior Jogador do Século XX FIFA – Votação Grande Júri: 2000

Melhor Jogador do Campeonato Brasileiro: 2000

Melhor Jogador das Américas – Revista “El País”: 2000

Chuteira de Ouro – Revista Placar: 1999, 2000 e 2002

Chuteira de Ouro CBF: 2001  e 2005

Troféu Rei do Gol: 2005

Eleito para a Seleção dos Sonhos do Brasil do Imortais: 2020

Eleito para o Time dos Sonhos do Vasco do Imortais: 2021

Eleito para o Time dos Sonhos do Barcelona do Imortais: 2021

Eleito para o Time dos Sonhos do Flamengo do Imortais: 2020

 

Artilharias:

Artilheiro do Campeonato Mundial de Clubes da FIFA: 2000 – 3 gols

2 vezes artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA: 1989-90 (6 gols) e 1992-93 (7 gols)

3 vezes artilheiro do Campeonato Brasileiro: 2000 (20 gols), 2001 (21 gols) e 2005 (22 gols)

Artilheiro do Campeonato Espanhol: 1994 (30 gols)

3 vezes artilheiro do Campeonato Holandês: 1989 (19 gols), 1990 (23 gols) e 1991 (25 gols)

2 vezes artilheiro da Copa do Brasil: 1998 (7 gols) e 1999 (8 gols)

2 vezes artilheiro da Copa Mercosul: 1999 (8 gols) e 2000 (11 gols)

2 vezes artilheiro do Torneio Rio-São Paulo: 1997 (7 gols) e 2000 (12 gols)

7 vezes artilheiro do Campeonato Carioca: 1986 (20 gols), 1987 (16 gols), 1996 (26 gols), 1997 (18 gols), 1998 (10 gols), 1999 (16 gols) e 2000 (19 gols).

Artilheiro do Torneio Olímpico de Futebol: 1988 (7 gols)

Artilheiro da USL Soccer: 2006 (20 gols)

Artilheiro da Copa das Confederações: 1997 (7 gols). Ufa, haja gol!

 

“O gênio da grande área”

Por Guilherme Diniz

 

O maior baixinho que o futebol mundial já viu foi Romário de Souza Faria, marrento como poucos e brilhante como nenhum outro. A frase acima deste texto é de autoria de Johan Cruyff, técnico do Barcelona na passagem de Romário pelo clube catalão. Foi a melhor expressão que ele encontrou para definir o jogador brasileiro. E não foi pouco. Romário foi realmente um gênio na grande área, driblava com extrema rapidez, tinha uma explosão devastadora e marcava gols em abundância. Foi ídolo em três dos quatro grandes clubes do Rio, na Holanda, na Espanha, e, claro, no Brasil todo, afinal, se a Copa de 94 teve um craque, ele foi Romário. O Brasil dificilmente chegaria ao título sem ele. Aliás, poderíamos até nem ir para aquela Copa sem ele. O que Romário jogou nas eliminatórias, no jogo decisivo contra o Uruguai… Ele foi, também, polêmico, e se auto proclamava “o melhor jogador da história depois de Pelé“. Será que foi mesmo? Só lendo um pouco da história desse gênio da bola para saber…

O despertar de um craque

Roberto Dinamite e Romário: encontro de ídolos nos anos 1980.

 

 

Com infância pobre, Romário começou no Olaria (RJ), até ser descoberto por um olheiro do Vasco. Tempo depois, estava na equipe cruzmaltina e fez sua estreia como profissional em 1985. Naquele mesmo ano, despontou como vice-artilheiro do campeonato carioca, e os torcedores perceberam que aquele garoto baixinho (1,69) e invocado tinha futuro. Depois de um bom ano, Romário jogou em 1986 como profissional legítimo, de contrato assinado, e fez parte de uma equipe que mesclava a juventude dele, Mazinho, Bismarck e Donato, com a experiência de Acácio, Tita e o grande ídolo vascaíno Roberto Dinamite (leia mais clicando aqui). O próprio Dinamite uma vez definiu a experiência em jogar com o baixinho em início de carreira:

“Você sabe o que é jogar ao lado do Romário com 20 anos de idade? Era só jogar a bola para ele. Das três que chegavam no pé, duas ele colocava dentro do gol!”

 

O Vasco de 1987. Em pé: Paulo Roberto, Acácio, Fernando Henrique, Mazinho e Donato. Agachados: Tita, Geovani, Roberto Dinamite, Luís Carlos e Romário.

 

 

Nos anos seguintes, brilhou intensamente e ajudou o Vasco a conquistar o bicampeonato carioca de 87 e 88, em ambas contra o maior rival, o Flamengo. Em 88, a decisão teve um gosto ainda melhor, com Romário marcando um golaço após chapelar o goleiro rubro-negro e entrar com bola e tudo no gol. Naquela época, já dizia que iria chegar aos mil gols, tal como Pelé. Seu desempenho no Vasco, bem como na seleção, onde levou a equipe à medalha de prata nas Olímpiadas de Seul, em que foi artilheiro com seis gols, despertou o interesse do PSV, da Holanda, então campeão europeu. Uma nova era começava para o craque.

 

Rei da Holanda

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A primeira temporada de Romário foi de altos e baixos. Os pontos de glória foram a artilharia e o título no campeonato holandês, além do caneco da Copa da Holanda. As decepções ficaram nos torneios continentais, quando o PSV foi eliminado da Liga dos Campeões de 88/89 pelo Real Madrid, nas quartas de final, e quando perdeu a decisão da Supercopa Europeia para o Mechelen, da Bélgica. No mundial de clubes de 1988, nova derrota, dessa vez para o Nacional, do Uruguai, nos pênaltis. Não seria pelo clube holandês que Romário ganharia um título continental. Mas sim pelo Brasil, em 1989.

 

A América é do Brasil

Romário marca o seu e encerra o jejum de títulos do Brasil no aniversário do Maracanazo.
 

 

Romário, já estrela na Europa, voltou ao Brasil e ao Maracanã para disputar a Copa América, sediada no país. E o baixinho entraria de vez no coração da torcida ao ajudar a seleção a conquistar um título que ela não vencia há mais de 50 anos. No quadrangular decisivo, ele deu show na vitória contra a Argentina de Maradona ao marcar um gol e meter uma bola entre as pernas do ídolo argentino, fez um dos tentos na vitória por 3 a 0 contra o Paraguai, e marcou o único gol da vitória contra o Uruguai de Francescoli, Sosa e outros craques do Nacional, que em 88 tiraram de Romário a chance de ser campeão mundial pelo PSV. Era a revanche pessoal do baixinho e a nomeação dele como novo ídolo brasileiro. Naquele torneio, nascia uma parceria promissora que renderia muitas alegrias ao torcedor: Bebeto e Romário.

 

Brilhando no Barcelona

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Devido a uma contusão, Romário só jogou uma partida na Copa de 90, e viu a seleção ser eliminada precocemente, justo pela Argentina. Depois disso, seguiu brilhando no PSV e despertou o interesse do Barcelona, treinado por Johan Cruyff. O negócio é concretizado em 1993, e o baixinho inicia uma era com títulos importantes, e, claro, muitos gols, com destaque para um clássico contra o Real Madrid, em que ele marca 3 e dá uma assistência na goleada por 5 a 0 na temporada 93/94, em que o Barça conquistou o título espanhol. Logo ele cai nas graças do técnico Cruyff, e consegue uma boa amizade com o holandês. O sucesso na Espanha não foi o mesmo na Liga dos Campeões, onde Romário nada pôde fazer para evitar a derrota de sua equipe na final de 94 para o poderoso Milan, por 4 a 0. Naquela partida, o baixinho teria pela frente o italiano Baresi, que ele mesmo definiu como o maior marcador que tivera na carreira. Eles se encontrariam meses depois, dessa vez na Copa do Mundo.

 

Herói nacional

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Depois de uma briga com Carlos Alberto Parreira, técnico do Brasil à época, Romário foi deixado de lado durante boa parte das eliminatórias. Porém, a pirraça de Parreira voltou contra ele mesmo, e a seleção fazia jogos ruins e corria até o risco de não se classificar. Depois de muito clamor popular, o baixinho é chamado para o jogo derradeiro contra o Uruguai, no Maracanã. Se perdesse, o Brasil estaria fora pela primeira vez de uma Copa do Mundo. Foi então que ele chamou a responsabilidade para si, e teve uma de suas maiores (se não a maior) atuações na carreira pela seleção. Romário driblou, chutou, correu, cabeceou, infernizou durante os 90 minutos a zaga uruguaia. Tanta habilidade e excelência com a bola nos pés deu resultado: 2 gols do baixinho, e vitória do Brasil por 2 a 0. Estávamos na Copa. E ele seria a peça chave para a seleção conquistar um título que não vinha há 24 anos, desde os tempos de Pelé.

A Copa do Baixinho

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Pela primeira vez uma Copa era disputada nos EUA, país com nenhuma tradição no “soccer”. A realização do mundial na terra do Tio Sam foi um sucesso e fundamental para a promoção do esporte no país, que passou a acompanhá-lo mais e a profissionalizar sua liga. Foi também a Copa com a maior audiência da história à época. O único ponto negativo ficou por conta dos horários das partidas, que, para favorecer os europeus e outros países, eram realizadas bem no pico entre 11h e 14h do horário americano. Detalhe: era pleno verão, e algumas partidas superavam a casa dos 40oC. Coisas da FIFA…

Calor à parte, a seleção mostrou que tinha um grupo muito unido e competente, mesmo longe do brilho das seleções de outras épocas. Romário estava com fome de bola, e marcou gol nos três jogos do Brasil na primeira fase, nas vitórias contra Rússia e Camarões, e no empate contra a Suécia. Nas oitavas de final, um adversário complicado, os donos da casa, bem no dia 4 de julho, dia da independência americana. Com dose extra de motivação, os americanos deram trabalho para Taffarel. Com o Brasil pecando demais nas finalizações (até Romário, que perdeu um gol feito após driblar o goleiro) e com um jogador a menos (Leonardo foi expulso e não jogou mais naquele mundial, por ter dado uma cotovelada no adversário), o torcedor brasileiro temia pelo pior. Mas aí o baixinho brilhou, e fez a jogada que resultou no passe preciso para Bebeto marcar o gol da vitória e dizer “eu te amo” para o baixinho. O Brasil amava Romário! Seleção nas quartas de final.

 

A revanche contra a Holanda

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As quartas de final colocaram frente a frente Brasil e Holanda, duas ótimas equipes naquela Copa. Se o primeiro tempo não teve grandes emoções, o segundo foi um estrondo. O Brasil abriu 2 a 0, gols de Bebeto, e, claro, Romário. Mas a Holanda empatou com Winter e Bergkamp. Mas, faltando 9 minutos para o final do jogo, falta pra o Brasil. Branco, contestado por muitos naquele mundial, cobrou… Romário desviou da bola de maneira provençal e enganou o goleiro. Golaço! Brasil 3 a 2. A revanche pela eliminação na Copa de 74 estava garantida. A vaga nas semifinais era brasileira. O adversário seria a surpreendente Suécia. E, de novo, Romário mostrou seu poder de decisão e marcou o único gol do jogo. Era o Brasil de volta à final de uma Copa. E, como da última vez em que participara, o adversário seria a Itália, de Baggio, Maldini e Baresi.

 

Um Baresi no meio do caminho

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A aguardada decisão da Copa de 94 colocava dois tricampeões mundiais frente a frente. De um lado, a força do conjunto do Brasil e a estrela de Romário. Do outro, a sólida defesa da Itália, com um meio campo pegador e outra estrela, Roberto Baggio, no ataque. Mas o que se viu foi um jogo muito pegado, disputado, tenso, com muitas chances perdidas. O calor do meio dia americano prejudicava demais os atletas, e o espetáculo ficou comprometido. Para piorar, do lado brasileiro, Romário não conseguia criar nada, pois tinha o mito Franco Baresi em seu encalço durante todo o tempo, todo instante, todo minuto. Um verdadeiro carrapato à italiana! Com o zero a zero predominante nos 90 minutos e nos 30 da prorrogação, a Copa do Mundo de 1994 seria decidida nos pênaltis, pela primeira vez na história.

 

É TEEEETRA, É TEEETRA, É TEEETRA!

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A disputa por pênaltis começou com o erro de Baresi. Era um bom presságio. Porém, Márcio Santos errou o seu logo na sequencia. Parecia que um fantasma não queria que aquela bola entrasse de jeito nenhum! Mas o batedor seguinte, Albertini, converteu para a Itália. O próximo era Romário. E ele tratou de estufar as redes pela primeira vez naquela final para a seleção, com categoria. Evani empatou para a Itália. Branco deixou o Brasi em vantagem. Massaro bateu e… Taffarel defendeu! Dunga converteu a sua com calma. O batedor seguinte era o craque Baggio. Se ele errasse, o Brasil seria tetra. Ele partiu, bateu, e… BOLA NA CASA BRANCA DE WASHINGTON! Brasil tetracampeão mundial de futebol. O país explode de alegria depois de 24 anos e lava a alma. A conquista foi dedicada a Ayrton Senna, morto naquele ano. O Brasil perdera um ídolo, mas ganhava um time inteiro para adorar. Era a seleção canarinho no topo do mundo!

 

Saudades traz o baixinho de volta

Depois do título mundial, Romário conquistaria seu maior prêmio individual: o de melhor jogador do mundo pela FIFA em 94. Aquele foi mesmo o ano dele, e o baixinho só não fez chover em solo americano, bem como na Espanha, pelo Barcelona. Porém, cansado da vida na Catalunha, e com saudades da sua cidade marvilhosa, o craque forçou a barra para sair, e, depois de intensas negociações com o apoio de várias empresas, ele voltou, para jogar no Flamengo, justo no ano do centenário do rubro negro. A saída dele abriria as portas para outros brasileiros brilharem pelo clube catalão. Romário ajudou, também, a aumentar o número de fãs do clube espanhol pelo mundo, principalmente no Brasil.

 

Ano frustrante

O ano de 1995 tinha tudo para ser incrível para Romário. Maior estrela mundial do futebol, estava no Flamengo, ao lado de Edmundo e Sávio no chamado “melhor ataque do mundo”. A ambição do clube era ganhar tudo o que disputasse. Era. O time perdeu o carioca para o rival Fluminense, com gol de barriga de Renato Gaúcho, foi mal no Brasileiro e na Copa do Brasil, e passou o ano do centenário sem ganhar nada. Duro foi aguentar os rivais, que disseram que o ano foi do “sem ter nada”.

 

Tempos difíceis

Em 1996, Romário conseguiu alguns títulos e continuou marcando muitos gols. Porém, é emprestado ao Valência, da Espanha, mas pouco produz, e retorna em 1997. Marca mais gols, vai bem no carioca, mas vê a chance de títulos de grande expressão ir para o espaço (os grandes times da época eram Cruzeiro, Palmeiras, Vasco e Corinthians). Depois de dois anos com idas para o Valencia e voltas para o Flamengo, decide voltar para o Vasco, onde brilharia muito em 2000. Porém, nesse meio tempo, o baixinho viveu uma de suas maiores decepções na carreira.

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Depois de fazer uma ótima dupla de ataque com o então jovem promissor Ronaldo em 1997, ambos eram a grande esperança do penta para o Brasil, na Copa de 98. Mas, nos treinamentos para o mundial, o baixinho sofre um estiramento na panturrilha, e vê a comissão técnica cortá-lo da competição, mesmo ele se mostrando hábil para se recuperar a tempo para a segunda fase, o que seria possível. A mágoa foi bem grande, ele chorou na coletiva de imprensa, e o Brasil amargaria o vice-campeonato. A dupla Ro-Ro, com certeza, faria muitos estragos em solo francês…

 

A recuperação no Vasco

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Em 2000, Romário estava de volta ao Vasco depois de 11 anos. E a volta foi mais do que perfeita. Com a base campeã da Libertadores de 98, o Vasco venceu o Brasileiro e a Copa Mercosul daquele ano, com o baixinho fazendo chover nos jogos decisivos. Destaque para a partida final contra o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, pela Mercosul, onde Romário ajudou a equipe a transformar um jogo perdido por 3 a 0 no primeiro tempo para uma vitória épica por 4 a 3. O baixinho calou São Paulo naquela noite, e mostrou que era mesmo F&¨%… Leia mais clicando aqui.

Dos 176 gols do Vasco em 2000, 67 foram dele. Foi artilheiro do time e do Mundial de Clubes com três gols. Foi artilheiro do time e do Campeonato Carioca com 19 gols. Foi artilheiro do time e do Torneio Rio-SP com 12 gols. Foi artilheiro do time e da Copa João Havelange com 20 gols. Foi artilheiro do time e da Copa Mercosul com 11 gols. Foi Bola de Ouro pela revista Placar. Marcou 73 gols em 75 jogos no total. Foi a mais prolífica temporada do craque em toda a carreira.

 

Perto do fim

Em 2002 ele acerta com o Fluminense e inicia a sua terceira passagem por um grande clube do Rio. No Flu, marca muitos gols e é chuteira de ouro de 2002. Porém, nas Laranjeiras, o baixinho viveu muitos atritos com torcedores e jogadores, que não admitiam as regalias que o craque tinha. Em 2003, joga três meses no Qatar apenas por dinheiro, e volta para o Flu, onde fica até o final de 2004. Sem títulos, pensando no milésimo gol, e com a idade pesando, decide voltar ao seu querido Vasco. Nesse período, acabou de fora da Seleção de Luís Felipe Scolari e não foi para a Copa de 2002 muito mais por causa de atritos com o treinador, afinal, o craque jogava muito na época. Mesmo sem ele, o Brasil foi campeão.

 

Aventuras do baixinho

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Em 2005 muitos ainda perguntavam se ele se aposentaria ou não. Mas ele calou os críticos e fez muitos gols, sendo o jogador mais velho (39 anos) a ser artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 22 gols. De quebra, levaria mais uma bola de prata da Revista Placar. Neste mesmo ano, soltou uma de suas mais célebres frases: “Todo mundo sabe que o Pelé calado é um poeta”, em resposta ao Rei, que disse para o baixinho se aposentar de vez. Em 2005, se despede da seleção brasileira com gol, na vitória por 3 a 0 sobre a Guatemala. Em 2006, se aventura por EUA e Austrália, onde poderia marcar gols e gols em ligas inferiores, o que o deixaria perto do milésimo gol. Depois de um ano, com 986 gols na carreira, ele decide voltar novamente para o Vasco, pela última vez.

 

O milésimo gol

O ano de 2007 seria histórico para o baixinho. Ele alcançaria, num jogo contra o Sport, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro, seu milésimo gol. Quis o destino que a marca também fosse de pênalti, como o milésimo de Pelé. Mas, se naquela vez a vítima fora o Vasco, nessa o protagonista vinha da equipe cruzmaltina. Era o fim de uma busca que começou lá na década de 80, século XX, e que terminaria de maneira retumbante nos anos 2000, século XXI. O feito fez o Vasco construir uma estátua em homenagem ao seu ídolo, exatamente atrás das traves onde Romário marcou seu gol 1000.

 

O fim de uma lenda

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Depois de cumprir a promessa dos 1000 gols, Romário anuncia sua aposentadoria, em março de 2008. Mesmo assim, em 2009, vestiu a camisa do América-RJ, para cumprir um desejo de seu pai, que queria ver o filho um dia com o manto vermelho sangue. O baixinho teve tempo de ajudar a equipe a vencer o carioca da segunda divisão daquele ano, que garantiu o acesso à série A. Pouco tempo depois, pararia em definitivo, e hoje é deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente, o baixinho tenta se desvencilhar da marcação em Brasília, como senador. Mas o que importa realmente foi tudo o que ele fez dentro de campo. Romário foi o maior rei que as grandes e pequenas áreas dos gramados de futebol do planeta já viram. Simplesmente imortal.

 

Os gols de Romário

Vasco – 326 gols

Flamengo – 204 gols

PSV (Holanda) – 165 gols

Seleção Brasileira – 71 gols

Barcelona (Espanha) – 53 gols

Fluminense – 48 gols

Miami (Estados Unidos) – 22 gols

Valencia (Espanha) – 14 gols

Adelaide (Austrália) – 1 gols

Divisões de base – 77 gols

Jogos Festivos – 21 gols

TOTAL DE GOLS: 1.002

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Comentários encerrados

9 Comentários

    • com certeza!!! pegou o povo brasileiro no colo e colocou em suas costas, veio de barcelona e os jogadores da posição e os demais que já estavam no grupo reconheceram a superioridade dele, que veio direto para jogar, e fez a maior atuação de um jogador com a camisa da seleção(naquela época não por dinheiro, como faz tempo que acontece). fato inédito no futebol mundial. será que pelé suportaria um peso desses nas costas e assumiria toda a responsabilidade?

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