Data: 09 de julho de 1994
O que estava em jogo: uma vaga nas semifinais da Copa do Mundo da FIFA de 1994.
Local: Estádio Cotton Bowl, Dallas, EUA.
Juiz: Rodrigo Badilla (Costa Rica)
Público: 63.500 pessoas
Os Times:
Brasil: Taffarel; Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco (Cafu, aos 45’ do 2º T); Mauro Silva, Dunga, Mazinho (Raí, aos 36’ do 2º T) e Zinho; Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Holanda: De Goey; Aron Winter, Valckx, Ronald Koeman e Witschge; Wouters, Rijkaard (Ronald de Boer, aos 20’ do 2º T) e Wim Jonk; Overmars, Bergkamp e Van Vossen (Roy, aos 9’ do 2º T). Técnico: Dick Advocaat.
Placar: Brasil 3×2 Holanda (Gols: Romário-BRA, aos 8’, Bebeto-BRA, aos 18’, Bergkamp-HOL, aos 19’, Aron Winter-HOL, aos 31’, e Branco-BRA, aos 36’ do 2º T).
“O Embalo para o Tetra”
Por Guilherme Diniz
Dortmund, 1974. Com uma imponente camisa e três estrelas no peito, o Brasil busca o tetracampeonato na Copa do Mundo da Alemanha. Com Rivellino, Leão e sob o comando do técnico Zagallo, a seleção encara a Holanda de Cruyff, Neeskens, Ruud Krol e o técnico Rinus Michels no último jogo da segunda fase de grupos. Soberbo, o time brasileiro acreditava em uma vitória fácil sobre os laranjas, que não tinham história alguma em Mundiais. Só que o time canarinho foi derrotado por 2 a 0 e só não levou uma goleada por causa das defesas de Leão. Zagallo teve que “engolir” uma laranja bem azeda. Décadas se passaram. E chega a Copa do Mundo de 1994, nos EUA. De novo, Brasil e Holanda se enfrentam. Quase um repeteco cênico. Os europeus de camisa branca, como em 1974. Os sul-americanos, de camisa azul, como em 1974. O Brasil continuava com suas três estrelas no peito. Parado no tempo.
Há 24 anos buscando um tetra que não vinha. Que escapou em 1978 por “imoralidade”. Que foi arrancado pela Itália e Paolo Rossi em 1982. E que nem sequer deu as caras em 1986 e 1990. Zagallo estava lá de novo, agora como coordenador técnico. A Holanda não tinha os mecânicos de 1974. Mas tinha Bergkamp. Ronald Koeman. Rijkaard. Aron Winter. Overmars. O Brasil não tinha Rivellino, Leão, Luís Pereira. Mas tinha Romário. Bebeto. Taffarel. Aldair. E Branco. Não eram seleções queridas pelo público. Mas buscavam a provação. Após um primeiro tempo insosso, Dallas viu naquele dia 09 de julho de 1994 um dos maiores segundos tempos da história das Copas. Gols maravilhosos. Um Brasil demolidor nos primeiros minutos e que abriu 2 a 0, com Romário, melhor atacante do planeta na época, e Bebeto, que inspirou gerações ao comemorar o nascimento do filho “embalando-o” após o segundo gol.
Mas veio a pane geral logo na sequência. E a Holanda empatou. Drama em Dallas. Até que o time brasileiro ganhou, literalmente, uma falta na entrada da área. Era de longe. Na bola, Branco, tão criticado, tão longe de suas melhores condições físicas. O lateral-esquerdo cobrou a falta de sua vida. Romário, lá na área, tirou o corpo para ajudar o amigo a entrar para a história. Gol. Vitória por 3 a 2. Zagallo conseguia sua vingança. E o Brasil o embalo necessário para o tetra. É hora de relembrar o melhor jogo da seleção brasileira na Copa de 1994.
Pré-jogo
Brasil e Holanda chegaram às quartas de final do Mundial de 1994 bem abaixo das expectativas e dos pesos de suas camisas, contrariando os palpites do futebol. Do lado brasileiro, um grupo relativamente fácil na primeira fase não pôde desafiar, de fato, a equipe sul-americana. As vitórias sobre Camarões e Rússia foram não mais que obrigatórias, e o empate em 1 a 1 com a forte Suécia classificou a equipe em primeiro lugar. Nas oitavas, um duelo agonizante contra os EUA em pleno dia da Independência estadunidense terminou 1 a 0 para o Brasil, que continuava se amparando na sintonia da dupla Bebeto e Romário, no forte sistema de marcação do meio de campo com Dunga e Mauro Silva e na zaga composta por Márcio Santos e Aldair. O problema era a falta de criatividade no meio e a ausência de um camisa 10 genuíno. Era para ser Raí, mas o craque que tanto brilhou no São Paulo daquele início de anos 1990 simplesmente se esqueceu de jogar bola na terra do Tio Sam. Mazinho entrou em seu lugar para atuar ao lado de Zinho, mas ainda sim o time não conseguia ter aquela plasticidade tão notável de Copas anteriores.
Do lado holandês, a classificação veio com duas vitórias e uma derrota em um grupo com Arábia Saudita, Marrocos e a Bélgica do goleiro Preud’homme. Já sem Van Basten – lesionado – e sem Gullit (fora da seleção por desavenças com o técnico Dick Advocaat), a laranja via a geração campeã da Eurocopa de 1988 esmaecer. Jovens como Overmars e Bergkamp davam o ar da graça, mas eles sozinhos ainda não conseguiam fazer o time engrenar. Com variações táticas controversas e um futebol bem abaixo da média, a Holanda não brilhava e era tão burocrática quanto a equipe que decepcionou no Mundial de 1990. E nem a vitória sobre a Irlanda por 2 a 0 nas oitavas ajudou a contornar essa imagem.
Para o duelo daquele dia 09 de julho, o Brasil tinha um problema na lateral-esquerda. Leonardo, titular da posição, havia sido expulso nas oitavas de final contra os EUA ao dar uma cotovelada em um rival. Ele acabou suspenso pela FIFA por todo o Mundial e o técnico Carlos Alberto Parreira teve que escalar Branco na posição. O camisa 6 era o preferido do treinador, mas convivia com uma incontornável dor nas costas que acabou tirando-o dos jogos da primeira fase.
Parreira tinha confiança no jogador desde os tempos do Fluminense campeão brasileiro de 1984 e apostava na experiência do lateral (presente em duas Copas do Mundo) para segurar as investidas do ponta Overmars, que sempre atuava pela direita do ataque. Branco sabia que não estava em seu melhor estado físico, mas apostava em sua experiência para dar conta do recado. “Não esperem contra a Holanda o Branco dos velhos tempos, mas um Branco que conhece a posição, conhece o time holandês e tem muita raça para dar ao time”, disse o jogador em coletiva de imprensa na época.
Zagallo e Parreira temiam bastante o ataque holandês, principalmente Bergkamp, que além de atacar ainda ajudava na marcação. Outro que se destacava era Ronald Koeman, que municiava o sistema ofensivo com lançamentos precisos e era perigoso nas bolas paradas com seus famosos (e violentos) chutes. No entanto, como o time holandês tinha vocação ofensiva, a esperança era de que a equipe brasileira pudesse ter mais espaços para atacar. “Tudo o que eu quero é que a Holanda se abra. […] Nenhum dos quatro adversários nossos na Copa saiu para o jogo. Como a Holanda sairá, vamos aproveitar. A final, repito, será entre Brasil e Alemanha”, disse um confiante Zagallo à Folha de S. Paulo um dia antes do jogo, dando a “dica” para apostas esportivas.
Outro fator que poderia beneficiar o Brasil era o clima. Com os jogos nos desumanos horários estabelecidos pela FIFA em pleno verão norte-americano, a partida seria disputada com temperatura média de 40 graus. E, segundo o preparador físico brasileiro da época, Moraci Sant’Anna, a Holanda “morria no 2º tempo dos jogos” e em algumas partidas “ficava com três homens marcando na segunda metade do segundo tempo porque ninguém aguentava voltar”.
Quem também estava ansioso para o jogo era Bebeto. O atacante ficou sabendo que no dia 07 de julho, dois dias antes do jogo, seu filho Mattheus havia nascido no Rio de Janeiro. Era uma inspiração ainda maior para o camisa 7, que vivia talvez a melhor fase da carreira com velocidade, gols e grandes partidas, além de dar muita vitalidade ao ataque canarinho. Diferente de 1974, quando a Holanda era muito mais time do que os brasileiros imaginavam, aquele duelo de 20 anos depois não tinha favorito.
Primeiro tempo – Morosidade
A primeira chance real do jogo foi do Brasil, em cobrança de falta de Branco, aos 4’. O lateral chutou de longe, mas a redonda subiu demais. Dali em diante, nada de jogadas de efeito ou perigo. O jogo era de muito estudo, com o Brasil trocando passes e buscando brechas na defesa holandesa. Os laranjas trocavam de posição e esquema em determinados momentos, com Jonk se movimentando bastante, Koeman jogando como um líbero, Wouters recuando para compor a defesa e Bergkamp buscando o jogo no meio. Rijkaard, tão sublime com a bola nos pés, fazia uma péssima partida (e Copa) e não era nem de longe o craque que desfilou com a camisa do Milan no final dos anos 1980 e início daquela década de 1990. De bonito, apenas os uniformes, em especial o do Brasil, azul, com os hologramas como plano de fundo, talvez a mais bonita camisa azul da história da seleção em Copas.
A Holanda pressionava bastante a saída de bola do Brasil, que se mantinha firme com seu impressionante meio de campo e o gigante Mauro Silva, que marcava tudo e mais um pouco. Pela esquerda, contrariando os pessimistas, Branco não deixava Overmars aprontar das suas e esbanjava a experiência de duas Copas do Mundo na bagagem com antecipações precisas, desarmes e noção exata de posicionamento. O camisa 6 ganhava todas. Estudava as jogadas e esperava para ver o que o ponta ia fazer para dar o bote. Romário era um perigo constante para a zaga holandesa com seus dribles e velocidade, mas o baixinho não conseguia finalizar.
Bergkamp teve uma chance de cabeça na metade do primeiro tempo, mas a melhor oportunidade do jogo só aconteceu no finalzinho, em lance de Aldair após jogada que começou lá de trás em uma roubada de bola da zaga brasileira. A redonda foi indo de pé em pé, teve toque de calcanhar do próprio Aldair, drible de Zinho, deixada para Romário, toque do baixinho para o camisa 13, mas este se desequilibrou e o chute saiu sem força alguma. Ao apito do árbitro, a torcida ficou com aquele gostinho de decepção. Será mesmo que aquele jogo tão clássico, com equipes de vocação ofensiva, ficaria sem gols?
Segundo tempo – Plasticidade, emoção e a revanche
Depois de tanta burocracia no primeiro tempo, o Brasil acordou na segunda etapa. Sabia que a classificação dependia de talento. E gols. Zinho foi o primeiro a esbanjar o lado desperto da equipe brasileira antes dos 6’, em jogada de contra-ataque que quase terminou com gol dele. Mas, aos 8’, a rede do Cotton Bowl, enfim, balançou. Rijkaard errou um passe que ele jamais erraria em seus bons tempos e a bola ficou com Aldair. O zagueirão viu Bebeto na esquerda e fez um lançamento que deixou Koeman com inveja. A bola caiu no pé do camisa 7, que avançou e cruzou para a área. O destino? Romário. De primeira, num tapa clássico que ele tanto gostava de dar, o camisa 11 mandou a bola pro fundo do gol do goleiro De Goey. Gol de matador. De quem entende. De craque. 1 a 0. O que poucos sabem é que no momento do passe de Aldair, Romário estava impedido, mas o bandeirinha Yousif Al-Ghattan não viu e deixou o lance seguir. Como não tinha VAR há 25 anos atrás… Melhor para o Brasil!
Três minutos depois, Jorginho tomou uma bola na direita, endireitou a endiabrada com a cabeça, disparou em direção ao ataque e tocou para Bebeto. O atacante chutou cruzado e a bola beijou o pé da trave direita de De Goey. Minutos depois, Romário recebeu de Jorginho, driblou, invadiu a área e bateu, mas o goleiro De Goey saiu bem e evitou o segundo gol. O Brasil jogava muito, marcava muito, era outro time! E Romário, pelo amor, como jogava o baixinho… Quanta saudade!
Aos 18’, De Goey repôs a bola ao jogo e a zaga brasileira rebateu com Branco, de cabeça. A bola foi em direção ao ataque. Buscava Romário. Mas o baixinho, impedido, fingiu que não era com ele e continuou caminhando, como se estivesse na praia, tranquilo, de folga. A bola pingou no gramado e achou Bebeto. Ele não estava impedido… O camisa 7 dominou, se livrou do zagueiro, ficou cara a cara com De Goey, driblou o goleirão e marcou um golaço, plástico, daqueles que amamos marcar no vídeo game, na pelada do fim de semana. Gol de Allejo (quem conhece sabe hehehe)! Mas foi em quartas de final de Copa do Mundo: 2 a 0.
Bebeto transbordava alegria. E, na comemoração, simulou embalar um nenê. Era a homenagem espontânea e incrível ao filho que nascera dois dias antes. Mazinho e Romário ajudaram o baiano na cena e o lance se tornou um dos mais emblemáticos e reprisados da história das Copas, além de fazer escola e ser imitado por dezenas e dezenas de jogadores.
“Foi um gesto espontâneo, cheio de amor, ternura. Tal gesto simples, tão espontâneo, vem do coração. Foi uma homenagem à minha esposa e ao meu filho. E, sinceramente, não sabia que teria todo esse impacto.” – Bebeto, em entrevista ao site da Conmebol, 04 de junho de 2014.
Só que a Holanda era a Holanda. E tinha Bergkamp. Logo após a reposição de bola, o atacante aproveitou lateral cobrado por Witschge, invadiu a área, se livrou de Márcio Santos e fez um belo gol, ao seu estilo, com sua classe, após chute indefensável para Taffarel.
O jogo ficou nervoso. Nada estava ganho para o Brasil. O técnico Advocaat tirou Rijkaard e colocou Ronald de Boer para tentar atacar ainda mais o time brasileiro. Ele queria o empate. E o Brasil, temeroso, passou a se defender. Até que, aos 30’, em uma tabelinha holandesa na área brasileira, Bergkamp chutou e a bola pegou na mão de Aldair. Ou seria Aldair quem colocou a mão na bola? Acontece que o árbitro não viu nada e só deu escanteio. Bergkamp ficou furioso. Só que a justiça foi feita segundos depois. Overmars cobrou escanteio na cabeça de Winter, sozinho, em falha clamorosa de marcação da zaga brasileira, e empatou o jogo para a Holanda: 2 a 2.
Era a primeira vez que o Brasil levava dois gols em um jogo na Copa. Mauro Silva, tempo depois, confessou que ali ele chegou a temer pela classificação. Com aquele ímpeto, a Holanda poderia até virar o jogo. Mas o Brasil se recompôs. Olhou para as três estrelas no peito e vislumbrou a quarta. Para alcançá-la, era preciso superar aquele desafio. De um jeito ou de outro. E, aos 36’, Branco partiu ao ataque. Junto com ele, Overmars, neutralizado com maestria pelo camisa 6. Em disputa pela bola, o brasileiro deixou o braço no rosto do ponta-direita, mas o juiz não marcou falta. Na sequência do lance, ele foi derrubado com uma falta dupla de Jonk e Winter, que deram um chega pra lá no brasileiro tomando as dores do companheiro por causa do lance anterior. Koeman ainda deu um chute no lateral brasileiro e uma pequena confusão se iniciou. O juiz, claro, marcou falta para o Brasil.
Os holandeses ficaram furiosos. O Brasil, na dele. E Branco, na bola. O lateral ajeitou a redonda e tomou sua tradicional distância. O camisa 6 bateu, a bola fez curva para escapar da barreira e viu Romário à sua frente. Era impressionante como ela gostava do baixinho! Procurava por ele a todo momento. Só que naquele instante ele se esquivou. Não quis saber dela. O lance era de Branco. O baixinho desviou a coluna como um artista do Cirque du Soleil, a bola continuou sua trajetória, bateu no pé da trave de De Goey e foi parar dentro do gol. Outro golaço do Brasil! 3 a 2. Branco parecia não acreditar. Na comemoração, foi correndo para o banco de reservas. Apontava para quem acreditou nele e em sua recuperação, em especial ao Dr. Lídio Toledo e ao célebre massagista Nocaute Jack. Era o gol da vida do jogador. Da redenção. Do “cala a boca” aos que tanto o criticavam.
“Fiz a jogada toda, saí com ela (a bola) lá da defesa. O Overmars estava me marcando e tirei ele da jogada com uma ‘mãozada’ perto do rosto ou do pescoço. Ele ficou pra trás, entrei na diagonal e cavei aquela falta. Coloquei a perna de apoio, me joguei, e o árbitro marcou a falta. Tinham cinco jogadores na barreira. Peguei bem na bola, com efeito, ela fez uma curva e o Romário, inteligente como sempre, teve uma presença de espírito, tirou o corpo, e a bola passou entre ele e o zagueiro. O goleiro não tinha muita visão e ela entrou lá no cantinho da trave. […] Foi um momento crucial na minha carreira. Aonde vou hoje todo mundo lembra desse gol, muito importante pra Seleção, num jogo que estava 2 a 2 e decidi. E deu força pra chegar contra a Suécia na semifinal e na final contra a Itália. Foi a maior emoção que tive na vida depois do nascimento dos meus filhos.” – Branco, em entrevista ao “É Gol”, do SporTV, 30 de janeiro de 2013.
O Brasil estava com os pés nas semifinais. E passou a gastar o tempo para garantir a vitória. Raí entrou no lugar de Mazinho para proteger mais o meio de campo, que foi ainda mais combativo e marcador. Já perto do final do jogo, Branco, exausto, deixou o gramado para a entrada de Cafu. A Holanda não conseguiu furar o bloqueio canarinho. E o placar de 3 a 2 sacramentou a vaga brasileira na semifinal.
Era a primeira vez desde o Mundial de 1978 que o Brasil chegava entre os quatro melhores. Foi um dos jogos mais marcantes daquela Copa e também o melhor do time brasileiro. Foi o jogo que mostrou o talento da “dupla BR”, Bebeto e Romário, mais brasileira, impossível. Da força do meio de campo. E da ressurreição de Branco, que provou sua importância para a seleção no momento em que ela mais precisava. Enfim, Zagallo comemorou sua revanche, 20 anos depois. E bradou: “só faltam dois, só faltam dois!”. Enfim, a seleção estava devidamente embalada para o tetra.
Pós-jogo: o que aconteceu depois?
Brasil: nas semis, o Brasil venceu a Suécia por 1 a 0, gol de cabeça de Romário diante dos gigantes europeus, e se classificou para a final. Nela, o time canarinho suou muito, sofreu muito, mas venceu a Azzurra nos pênaltis e conquistou o sonhado tetracampeonato após 24 anos de muita luta. Na Copa seguinte, em 1998, a equipe entrou como favorita ao título e reencontrou a Holanda, dessa vez na semifinal. Pela primeira vez, as equipes jogaram com seus uniformes tradicionais, Brasil de amarelo e a Holanda de laranja. E foi um jogo épico, superior ao de 1994, ainda mais dramático, o melhor de todo aquele Mundial. O desfecho? Vitória do Brasil nos pênaltis após empate em 1 a 1. E virada canarinho no placar geral de duelos entre os países em Copas na época: 2 a 1. Relembre clicando aqui!
Holanda: a equipe laranja se renovou nos anos seguintes e formou uma seleção estupenda para a Copa de 1998. Jogo a jogo, os europeus foram superando os desafios até o reencontro com o Brasil na semifinal. Após empate no tempo normal e na prorrogação, a equipe sucumbiu nos pênaltis, com brilho de Taffarel, presente naquele duelo de 1994. Só em 2010 que a laranja teve sua desforra ao eliminar o Brasil nas quartas de final após vitória de virada por 2 a 1. Quatro anos depois, novo duelo com o Brasil em uma Copa, dessa vez na disputa pelo terceiro lugar. E vitória da Holanda por 3 a 0, resultado que virou o placar geral de duelos entre os países em Copas: 3 a 2, curiosamente o mesmo placar do duelo de 1994…
Extra:
Veja os gols daquele jogo histórico.
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Jogo inesquecível! E que texto!! Essa seleção realmente marcou a vida de muita gente
Interessante notar que os três gols foram irregulares, se já existisse o VAR estaríamos ferrados. O Brasil de 1994 foi um grande time, mas fica o detalhe que já naquela época o técnico da seleção valorizava mais jogadores do exterior, nessa época, Palmeiras e São Paulo tinham equipes magníficas e poucos foram lembrados. O Tite faz algo semelhante hoje. Com a diferença da qualidade do futebol que tínhamos, tanto aqui quanto lá fora…
Destaco aqui o título da Copa América de 2019, parabéns à Seleção! E também às jogadoras dos EUA, tetracampeãs!
Deixo de sugestão dois jogos no mínimo curiosos: Argentina e Peru de 1978 ( Brasil campeão moral) e Itália x Chile 1962 (Batalha de Santiago)
Abraços!