Grandes feitos: Campeã da Copa Africana de Nações (1988) e Sétima colocada na Copa do Mundo da FIFA (1990). Foi a primeira seleção africana na história a alcançar as quartas de final de um mundial.
Time base: Joseph-Antoine Bell (N´kono); Tataw, Kundé, Ndip e Ebwellé (Charlie Ntamark); Massing (Onana), Kana-Biyik (Maboang), M´bouh, Makanaky e Mfédé (Roger Milla); Omam-Biyik. Técnicos: Claude Le Roy (1988) e Valeri Nepomniachi (1988-1990).
“Os Leões Indomáveis”
Por Guilherme Diniz
A Copa do Mundo de 1990 é sempre lembrada como a mais chata de todos os tempos. Motivo? Um marasmo predominou o futebol apresentado pelas seleções naquele ano com poucos gols, poucos lances bonitos e uma burocracia que levou muita gente a ficar desgostosa com o esporte. A campeã, Alemanha, foi uma das poucas que se salvaram por ter tido o melhor ataque e ficar merecidamente com o título (embora tenha sido ganho com um gol de pênalti…). No entanto, aquela Copa ficou marcada, também, por uma seleção que conseguiu quebrar a monotonia dos rivais e praticar um futebol diferente, alegre e sem temor algum: Camarões. Que os africanos sabiam jogar bola isso todo mundo já sabia, vide a campanha na Copa de 1982, quando saíram sem perder nenhum jogo (três empates em três jogos) e ganharam o apelido de Leões Indomáveis. Mas absolutamente ninguém apostaria em uma vitória dos africanos logo na estreia diante dos então campeões do mundo, a Argentina, muito menos em triunfos contra a forte Romênia de Hagi e a Colômbia de Higuita, Rincón e Valderrama.
Irreverentes, abusados e comicamente irresponsáveis, os africanos jogavam sob a batuta e talento do craque Roger Milla, que sempre entrava no decorrer do jogo e mostrava suas garras. Camarões conquistou a torcida de todos e por muito pouco não chegou até as semifinais. Eles até que jogaram bem na partida de quartas de final contra a Inglaterra, mas os erros de finalização e dois pênaltis bobos decretaram a derrota na prorrogação por 3 a 2. Mesmo com o revés, a equipe africana já havia feito história ao se tornar a primeira do continente a chegar entre as oito melhores seleções do planeta. É hora de relembrar a saga dos verdadeiros Leões Indomáveis.
Sumário
A base de ouro
Depois de disputar sua primeira Copa do Mundo em 1982, ser campeã continental em 1984 e vice em 1986, Camarões tinha grandes ambições para os anos que vinham pela frente. A seleção era comandada desde 1985 pelo técnico francês Claude Le Roy, que tinha conquistado a admiração da torcida local ao montar uma equipe quase toda com jogadores que atuavam no país e ter resistido às constantes intervenções de políticos e oficiais que tanto gostavam de palpitar na escalação da equipe. Essas atitudes elevaram o status de Le Roy e deram ao treinador muita moral para seguir na equipe mesmo com a derrota na final da Copa Africana de 1986 para o Egito. O treinador construiu uma equipe que transmitia muita força de vontade e lampejos de talento com jogadores como Bell, Tataw, M´bouh, Kundé, Makanaky, Massing, Mfédé e o mais genial de todos: Roger Milla, atacante já veterano que mantinha o futebol virtuoso e goleador que muitos novatos nem sequer pensavam em ter. E seriam com os gols de Milla e o suporte de ótimos coadjuvantes que Camarões voltaria ao topo da África.
Leões bicampeões!
A Copa Africana de Nações de 1988 foi disputada no Marrocos e tinha como favoritos os campeões de 1986, Egito, além de Nigéria, Camarões, Argélia e os donos da casa, claro. Camarões deu azar e caiu no Grupo B ao lado de Nigéria, Egito e Quênia. Na primeira partida, reencontro contra os egípcios, algozes da edição anterior do torneio. Milla mostrou logo aos cinco minutos do primeiro tempo que não estava para brincadeira e fez o primeiro e único gol do jogo: 1 a 0. Na partida seguinte, Milla marcou mais um, mas a Nigéria dificultou as coisas e o jogo terminou empatado em 1 a 1. No último duelo do grupo, Camarões empatou sem gols com Quênia, resultado que classificou os Leões para a segunda fase e eliminou o Egito.
Na semifinal, Makanaky fez o gol da classificação diante do Marrocos e colocou Camarões na terceira final continental seguida. Em Casablanca, no estádio Mohamed V lotado (50 mil pessoas), Camarões encarou novamente a Nigéria e teve outro duelo bem complicado. Mas aos 10 minutos do segundo tempo, Kundé marcou, de pênalti, o gol que deu o bicampeonato da Copa Africana de Nações a Camarões, uma conquista que serviu para mostrar de vez qual era a melhor seleção do continente, que misturava vibração, energia e talento. Porém, não havia muito tempo para comemorar. Era preciso voltar as atenções para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1990.
Mudança no comando
Depois da conquista da Copa, o técnico Le Roy deixou seleção e torcida órfãos ao aceitar uma proposta do Senegal. A saída do francês gerou pessimismo em todos, mas a federação camaronesa se mexeu rapidamente e trouxe mais um gringo para o comando do time: o soviético Valeri Nepomniachi, que tinha acabado de começar sua carreira de treinador. Mesmo inexperiente, o europeu mostrou serviço rapidamente e conseguiu levar Camarões até a fase final das eliminatórias da Copa. Camarões ficou na primeira posição do Grupo C e eliminou a sempre perigosa Nigéria. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota em seis jogos, com nove gols marcados e seis sofridos. Na decisão das eliminatórias, Camarões despachou a Tunísia com duas vitórias: 2 a 0 em casa (gols de Mfédé e Kundé) e 1 a 0 fora (gol de Omam-Biyik), resultados que levaram a equipe africana para mais uma Copa.
A volta do Leão
Logo após a conquista do bicampeonato da Copa Africana de Nações de 1988, o astro camaronês Roger Milla havia anunciado sua despedida da seleção. No entanto, às vésperas da Copa do Mundo de 1990, o clamor popular, as brigas no elenco da equipe camaronesa e um singelo telefonema do presidente de Camarões na época, Paul Biya, fizeram com que Milla (já com 38 anos!) voltasse atrás e fosse reintegrado à equipe. A volta do Leão foi fundamental para que os ânimos fossem acalmados e a equipe africana tivesse paz novamente para poder desempenhar um bom papel no mundial da Itália. Mas nem o mais otimista dos camaroneses poderia imaginar o que estava reservado para o esquadrão africano…
Indomáveis em campo
Camarões não teve vida fácil na fase de grupos da Copa de 1990, na Itália. Os africanos teriam pela frente a campeã do mundo, Argentina, além de Romênia e URSS. Ninguém apostava nos Leões tamanha a força e tradição dos rivais. Mas tudo começou a mudar logo na primeira partida, entre Argentina e Camarões, no San Siro, em Milão. O jogo foi equilibrado e Camarões pareceu não se importar com as estrelas Ruggeri, Basualdo, Batista, Sensini, Burruchaga e Maradona, tanto é que aos 67´, Omam-Biyik marcou o primeiro e único gol do jogo num frangaço homérico do goleiro Pumpido, dando a incrível vitória por 1 a 0 a Camarões.
Era a primeira vez na história que uma seleção recém-campeã mundial perdia sua partida de estreia na Copa seguinte. Mais que isso, a equipe africana havia conseguido a vitória com apenas 10 homens em campo (Kana-Biyik foi expulso no começo do segundo tempo) e manteve o placar em 1 a 0 já com nove jogadores (Massing foi expulso perto dos 45 minutos do segundo tempo)! O saldo do jogo contra a Argentina foi positivo, mas as expulsões naquele jogo seriam a tona do time na Copa, que pecaria na irresponsabilidade e nas faltas bobas e atabalhoadas.
Depois de estrear da melhor maneira possível, Camarões encarou a outra pedreira do grupo: a Romênia, recheada de jogadores que haviam brilhado pelo Steaua Bucareste campeão europeu de 1986 e craques como Gheorghe Popescu, Rotariu, Hagi, Lacatus, Raducioiu e Balint. Camarões levou sufoco no começo do jogo, o defensor Onana quase foi expulso após uma entrada violenta em um jogador romeno, mas o placar seguiu 0 a 0. Na segunda etapa, o talismã Roger Milla entrou na equipe africana. E entrou para destruir.
Aos 31´, o atacante aproveitou a bobeada do zagueiro romeno Andone, ganhou a dividida na entrada da área e chutou forte sem chances para Lung: 1 a 0. A torcida no estádio San Nicola, em Bari, fez a festa e se alegrou quando Milla correu em direção à bandeirinha de escanteio para fazer sua famosa dancinha. Apenas dez minutos depois, o mesmo Milla recebeu e chutou forte, no alto, para fazer o segundo gol de Camarões: 2 a 0. A Romênia ainda descontou com Balint, mas era tarde. Camarões venceu por 2 a 1 e se classificou para a fase final com uma rodada de antecedência! Talvez isso explique o desleixo do time no último jogo, contra a URSS, que goleou os africanos por 4 a 0. O resultado nem abalou os jogadores, que seguiram confiantes para o próximo desafio: encarar a Colômbia nas oitavas de final.
Histórico!
Mesmo com os espetaculares triunfos na primeira fase, Camarões não era favorito no jogo contra a Colômbia. A equipe sul-americana tinha grandes jogadores como Higuita, Perea, Escobar, Valderrama e Rincón, astros que formavam a mais talentosa geração de craques da história do futebol no país. Em Nápoles, os dois times pecaram na criatividade e não saíram do zero, forçando a prorrogação. Nela, quem brilhou foi Milla, que acabou com o jogo em dois lances épicos. Primeiro, entortou dois zagueiros antes de estufar as redes do goleiro Higuita. Depois, aproveitou a audácia do arqueiro colombiano, que saiu do gol e tentou driblá-lo, para tomar a bola do cabeludo e marcar o segundo gol africano. Redín ainda descontou para a Colômbia, mas era tarde: Camarões estava nas quartas de final e colocava o continente africano pela primeira vez na história entre as oito melhores seleções do planeta. Sobre o curioso lance do segundo gol, Milla foi categórico à época:
“Ele tentou me driblar e ninguém dribla o Milla!”
A Itália e o mundo torciam mais do que nunca por novas façanhas daquele time que conseguia levar alegria à um mundial tão chato de se ver.
Vítimas da irresponsabilidade
Nas quartas de final, Camarões topou com mais uma seleção imponente: a Inglaterra do técnico Bobby Robson e de craques como Peter Shilton, Chris Waddle, David Platt, Paul Gascoigne, John Barnes e Gary Lineker. O duelo foi em Nápoles e Camarões realizou naquele dia 1º de julho de 1990 uma partida magnífica. Os africanos jogaram muito, abusaram da criatividade e da velocidade e poderiam ter matado o jogo em várias oportunidades que ora eram salvas por Shilton, ora não se originavam em gol por pura displicência dos africanos.
A falta de qualidade na hora de concluir começou a trazer consequências logo aos 25´ do primeiro tempo, quando Platt marcou mais um de seus golaços de cabeça e abriu o placar para a Inglaterra. Camarões tentou a todo custo o empate, mas não conseguiu. Na segunda etapa, porém, Milla entrou e foi mais uma vez decisivo. Primeiro, o atacante foi derrubado na área. Pênalti, que foi convertido por Kundé com muita categoria.
O gol inflou Camarões, que partiu com tudo em busca da vitória. A equipe africana levou constantes perigos em contra-ataques e no sempre magistral futebol de Milla, que deu um gol de bandeja para Ekéké virar: 2 a 1. A torcida africana enlouqueceu em Nápoles! Os africanos não se fecharam e seguiram atacando, perdendo até um gol de letra com Omam-Biyik. A classificação épica parecia assegurada, mas aí a ingenuidade dos jogadores camaroneses começou a aparecer. Faltando apenas sete minutos para o fim, um pênalti bobo cometido por Massing (que entrou solando no jogador inglês) deu o sopro de esperança para a Inglaterra empatar. E ela empatou, com Lineker: 2 a 2.
O jogo foi para a prorrogação e as duas equipes, que vinham de tempos extras disputados nas oitavas de final, certamente iam sentir o cansaço físico. Menos Camarões! Os africanos seguiram como se começassem um novo jogo e corriam como nunca, enervando os ingleses com habilidade e várias chances de gol criadas. Mas o futebol é traiçoeiro e pune sem dó aqueles que não definem um jogo rapidamente. Gascoigne, o craque da Inglaterra, chamou a responsabilidade e encontrou Lineker livre no campo de defesa dos africanos (que nem sequer marcavam o inglês). Gazza deu um passe magistral para o atacante camisa 10, que ia fazer o gol, mas foi derrubado pelo goleiro N´kono. Outro pênalti claríssimo. Lineker bateu e fez o gol da virada: 3 a 2. Camarões não conseguiu reverter o placar como antes e a Inglaterra se classificou para a semifinal.
A derrota doeu para os africanos, mas o futebol apresentado por aqueles jogadores já havia feito história como o mais alegre, irreverente e inocente de toda a Copa. Não teve uma só pessoa que não tenha torcido um pouquinho sequer para Milla, Omam-Biyik, Mfédé, Tataw e Cia. Aqueles leões vestidos em verde, vermelho e amarelo conseguiram quebrar a monotonia do 3-5-2 tão em voga na época e levar malandragem e talento para os campos da Itália, que viu morrer naquela noite o último sopro de magia da Copa do Mundo de 1990. Nos jogos seguintes, mais do mesmo, futebol frio e uma velha campeã: a Alemanha, que levou o tri com justiça, claro. Mas quem garante que eles derrotariam a turma de Milla na semifinal?
Leões imortais
Depois do mundial, a seleção de Camarões jamais fez uma Copa tão brilhante como em 1990 e teve outro bom momento apenas entre 2000 e 2002, quando faturou duas Copas Africanas (2000 e 2002) e uma medalha de ouro nas Olimpíadas de 2000. Desde então, os camaroneses seguem em busca de novas façanhas e ainda vivem na esperança de um dia ver sua seleção indo além de uma quartas de final de Copa e, quem sabe, um título. Mas nem mesmo a turma de Eto´o do novo milênio conseguiu encantar o mundo como os endiabrados Leões comandados por Roger Milla, uma seleção que marcou época, fez história e se tornou imortal.
Os personagens:
Joseph-Antoine Bell: foi um dos maiores goleiros da história de Camarões e também um dos maiores da África em todos os tempos. Tinha muita elasticidade e foi essencial nas conquistas continentais do país nos anos 80. Após o bicampeonato de 1986, perdeu espaço para outro grande talento, N´kono, e foi reserva na Copa de 1990. Em 1994, assumiu a titularidade da equipe na Copa dos EUA, mas foi muito mal e foi crucificado pela torcida, que o culpou pelo fraco desempenho da seleção. Mesmo com essa “mancha”, Bell foi eleito o “Goleiro Africano do Século XX” pela IFFHS.
N´kono: outro grande goleiro de Camarões, N´kono fez uma ótima Copa do Mundo em 1990, mas pecou ao cometer o pênalti que decretou a vitória inglesa nas quartas de final. Era seguro, não sentia a pressão de partidas decisivas e foi um ícone do Espanyol-ESP por mais de 10 anos. Seu desempenho na Copa inspirou um dos maiores goleiros de todos os tempos: o italiano Gianluigi Buffon, que decidiu ser goleiro após ver as performances de N´kono em 1990. O filho de Buffon, Thomas, tem este nome em homenagem ao goleiro camaronês.
Tataw: foi um dos grandes defensores já produzidos em Camarões e dono da lateral-direita da equipe na Copa de 1990, além de ter sido o capitão. Quebrou paradigmas ao se tornar o primeiro jogador africano a jogar no futebol japonês no final da primeira metade dos anos 90.
Kundé: polivalente, Kundé podia jogar como zagueiro, líbero e até volante. Marcou gols decisivos para Camarões tanto na Copa Africana de 1988 (fez o gol do título contra a Nigéria) como na Copa de 1990. Tinha um chute venenoso e muita força física.
Ndip: jogava quase como um líbero no esquema tático de Camarões na Copa, mas era mesmo zagueiro central. Não era alto, mas tinha impulsão e muita raça.
Ebwellé: atuava mais pela esquerda do time de Camarões e foi um dos destaques da equipe na Copa de 1990. Ajudava o meio de campo com passes precisos e ainda apoiava o ataque.
Charlie Ntamark: foi um talentoso meio campista de Camarões na conquista da Copa Africana de 1988. Perdeu espaço na equipe com a chegada do técnico soviético Valeri Nepomniachi e não foi convocado para a Copa de 1990. Depois de pendurar as chuteiras, foi estudar direito na Universidade de Birmingham (ING).
Massing: era o mais “doido” e estrambelhado da seleção camaronesa naquela Copa. Cometia faltas grotescas e muito violentas, como no jogo contra a Argentina, quando até tirou a chuteira de Caniggia, e na partida contra a Inglaterra, quando cometeu o pênalti em Lineker dando uma solada no inglês. Levava muitos cartões e não sabia controlar sua força física e ímpeto em parar os adversários nas jogadas. Quando tinha a bola no pé, fazia o simples, mas sem ela… Era um perigo constante!
Onana: Jules Onana foi defensor e uma importante peça de reposição para Camarões naquela Copa, ainda mais com os cartões em excesso que o time levava. Jogou três jogos e não comprometeu. Seu irmão, Elie Onana, também jogou uma Copa do Mundo por Camarões, mas em 1982.
Kana-Biyik: foi muito importante para o meio de campo de Camarões e para a proteção da zaga naquela Copa. Quase colocou tudo a perder ao ser expulso logo na primeira partida da equipe no mundial, contra a Argentina, mas voltou e cumpriu seu papel, principalmente contra a Colômbia. Fez carreira no futebol francês.
Maboang: outro jogador que foi muito útil na campanha da Copa de 1990 ao entrar em três dos cinco jogos da equipe no mundial. Tinha qualidade no passe e muita velocidade. Jogou em clubes de seu país e também no futebol português e alemão. Disputou também a Copa de 1994.
M´bouh: pequenino, atarracado, mas muito habilidoso, M´bouh foi um dos destaques do setor ofensivo de Camarões na Copa de 1990. Fez parte, também, do grupo campeão da África em 1988. Jogou em equipes de Portugal, EUA, Suíça e França. Disputou também a Copa de 1994.
Makanaky: era uma das estrelas da equipe africana com muita habilidade, visão de jogo e velocidade. Pecava nas finalizações, mas foi essencial para o sucesso de Camarões naquele mundial. Foi campeão continental em 1988 e um dos heróis da classificação para a final ao marcar o gol da vitória sobre Marrocos. Foi um dos poucos que brilhou em clubes de médio porte fora de seu país ao jogar no Málaga e no Villarreal, ambos da Espanha, além de equipes na França e até no Barcelona do Equador.
Mfédé: era o camisa 10 da equipe, embora jogasse mais pelas pontas abusando da velocidade e das tabelinhas com Makanaky e Omam-Biyik. Fez carreira no Canon Yaoundé, de Camarões, e jogou algumas temporadas no futebol francês. Disputou a Copa de 1994.
Roger Milla: maior jogador camaronês de todos os tempos, ídolo, exemplo de longevidade e craque. Roger Milla transformou para sempre o futebol de seu país com talento, gols e jogadas fabulosas que tinham em sua essência o mais puro futebol. Disputou as Copas de 1982, 1990 e 1994 e se tornou o jogador mais velho a balançar as redes em um mundial: em 1994, aos 42 anos. Você pode ler mais sobre esse craque imortal clicando aqui.
Omam-Biyik: tinha a função de goleador do time na Copa, mas foi ofuscado por Milla no decorrer da competição. Tinha muita habilidade, força no drible e uma notável qualidade em jogadas aéreas. Teve seu grande momento logo na estreia, ao marcar o gol da histórica vitória por 1 a 0 sobre a Argentina. Na partida contra a Inglaterra, nas quartas, abusou do preciosismo e perdeu muitos gols. Seguiu jogando em alto nível em toda a década de 90 e disputou as Copas de 1994 e 1998. Jogou ainda por clubes como Olympique de Marselha-FRA, Lens-FRA, América-MEX e Sampdoria-ITA.
Claude Le Roy e Valeri Nepomniachi (Técnicos): Le Roy foi o responsável por montar a base de ouro de Camarões que conquistou a África em 1988 e a simpatia do mundo em 1990. A saída do francês deu lugar ao soviético Nepomniachi, que conseguiu manter a competitividade da equipe e não deixar morrer o lado abusado de seus jogadores que tanto marcou o mundial da Itália. Só pecou por não ensinar aqueles jogadores a defender um resultado quando se vence a Inglaterra por 2 a 1, de virada, em uma etapa de quartas de final de Copa do Mundo (!)…
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