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Craque Imortal – Raí

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Raí

Nascimento: 15 de maio de 1965, em Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Posição: Meia

Clubes: Botafogo de Ribeirão Preto-BRA (1984-1985 e 1987), Ponte Preta-BRA (1986), São Paulo-BRA (1987-1993 e 1998-2000) e Paris Saint-Germain-FRA (1993-1998).

Principais títulos por clubes: 1 Mundial Interclubes (1992), 2 Copas Libertadores da América (1992 e 1993), 1 Campeonato Brasileiro (1991), 5 Campeonatos Paulistas (1989, 1991, 1992, 1998 e 2000) pelo São Paulo.

1 Recopa da UEFA (1995-1996), 1 Campeonato Francês (1993-1994), 2 Copas da França (1994-1995 e 1997-1998), 1 Copa da Liga Francesa (1994-1995) e 1 Supercopa da França (1995) pelo Paris Saint-Germain.

Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo (1994) pelo Brasil.

 

Principais títulos individuais:

MVP do Mundial Interclubes: 1992

Melhor Jogador da América do Sul pelo Jornal El País: 1992

Artilheiro do Campeonato Paulista: 1991 (20 gols)

Eleito para o Time dos Sonhos do São Paulo do Imortais: 2021

 

 

“A pura classe de um imortal tricolor”

Por Guilherme Diniz

Ele batalhou muito em campo para deixar de ser apenas o “irmão de Sócrates”, craque e gênio do Corinthians e da seleção brasileira, para ter identidade própria. Com um leque de qualidades invejável que o fizeram um dos mais completos meias do futebol nacional, Raí Souza Vieira de Oliveira foi um dos maiores mitos da história do São Paulo FC, ídolo, craque, goleador, garçom e capaz de decidir partidas com talento, poder de decisão e muito futebol. Com ele em campo, e com Telê Santana no banco, o São Paulo dominou o cenário futebolístico nacional e internacional no começo da década de 90 ganhando tudo o que disputou, dando shows pirotécnicos em campo e se transformando numa máquina de jogar bola.

Tanto sucesso levou o craque para Paris, onde fez história vestindo o azul e vermelho do PSG. Voltou para o Brasil, em 1998, para destruir mais uma vez seu adversário favorito: o Corinthians, na final do Campeonato Paulista. Pela seleção, disputou uma Copa do Mundo, em 1994, mas sem brilho, perdendo a vaga de titular e a braçadeira de capitão no decorrer da competição. Mas o que importava era o que Raí deixou em campo: as arrancadas, o estilo e os títulos, além de se mostrar craque, também, fora das quatro linhas ao se dedicar à filantropia. É hora de relembrar a carreira de uma das maiores joias do Tricolor Paulista.

 

Do basquete ao futebol

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Antes de se dedicar ao futebol, o garoto Raí foi craque no basquete, quando jogava pela Recreativa de Ribeirão Preto, sua cidade natal. Filho de um pai apaixonado por filósofos gregos, paixão que fez o patriarca batizar três filhos com nomes gregos: Sóstenes, Sófocles e Sócrates, Raí “escapou” da adoração do pai graças à mãe, que impediu o pai do garoto de batizá-lo como Xenofonte (!). Além do basquete, Raí jogava também futebol, até que, aos 15 anos, tentou a sorte no Botafogo-SP, mesmo clube que seu irmão, Sócrates, começou sua brilhante carreira. Raí passou na peneira e começou a treinar no clube, mas sem muita dedicação, chegando atrasado muitas vezes.

O nascimento de sua filha, em 1982, fez com que o jovem mudasse de postura e passasse a encarar o esporte a sério, se profissionalizando em 1983. No tricolor de Ribeirão, Raí começou a se destacar pela habilidade, porte físico e muita explosão. Teve uma breve passagem pela Ponte Preta, voltou ao time e continuou se destacando pelo tricolor, conseguindo até mesmo uma convocação para a seleção brasileira, em 1987, para uma partida contra a Inglaterra. A vitrine que a seleção proporcionou ao jovem o fez conhecido nacionalmente, despertando o interesse do São Paulo, que comprou a promessa do interior por 24 milhões de cruzados.

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Na reserva até a chegada do Mestre

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Ao contrário do que imaginava, Raí demorou a engrenar no tricolor da capital. Sem se adaptar ao esquema tático do técnico Cilinho, o meia esquentou o banco de reservas da equipe na maior parte do tempo e demorou dois anos para, enfim, assumir a titularidade, que foi conquistada de maneira definitiva com a chegada do técnico Telê Santana. Sob a batuta do Mestre, Raí se aprimorou como um todo, melhorou sua marcação e, principalmente, a finalização. Telê começava a fazer de Raí um jogador completo, que marcava, armava, fazia gols e liderava o time. Mesmo já jogando demais ao lado de outros craques do time como Zetti, Bernardo, Cafu, Müller, Macedo, Palhinha e Ronaldão, Raí e o São Paulo demoraram a embalar. O time amargou dois vice-campeonatos brasileiros seguidos, em 1989 e 1990, perdendo as finais para Vasco e Corinthians, respectivamente. Porém, em 1991, tudo começaria a mudar.

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Destroçando os rivais

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Depois de dois vices, Raí e seus companheiros fizeram da temporada de 1991 a definitiva para mudar para sempre a história do São Paulo. A primeira taça do ano foi o Campeonato Brasileiro, quando o tricolor liderou o campeonato na primeira fase, com 11 vitórias e apenas 4 derrotas em 19 jogos. Na decisão, a equipe encarou o surpreendente Bragantino, de Mauro Silva e o técnico Carlos Alberto Parreira. Tarimbado pelos vices, dessa vez o São Paulo mostrou força e levou o título, com vitória por 1 a 0 no primeiro jogo, gol de Mário Tilico, e empate sem gols em Bragança Paulista. Capitão, Raí levantou a cobiçada taça, que garantiu o tricolor na Libertadores de 1992. Na sequência, o time deu show no Campeonato Paulista, despachou os rivais e chegou à decisão contra o rival Corinthians.

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No primeiro jogo, Raí mostrou que era o melhor jogador do Brasil à época e marcou os três gols na vitória por 3 a 0. No segundo jogo, empate em 0 a 0, que garantiu o título ao tricolor. Era a revanche contra o rival que tirara o brasileiro da equipe no ano anterior. E a consagração de Raí como craque maior do time e artilheiro do torneio com 20 gols.

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A conquista da América

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O foco total do São Paulo em 1992 era o “Projeto Tóquio”, que começaria na Libertadores. O time teve dificuldades na fase de grupos ao começar perdendo por 3 a 0 para o Criciúma, então campeão da Copa do Brasil de 1991. Em seguida, veio a vitória contra o San José da Bolívia por 3 a 0, empate contra o Bolívar (BOL) em 1 a 1, revanche e goleada contra o Criciúma por 4 a 0, empate contra o San José por 1 a 1 e vitória na partida final contra o Bolívar por 2 a 0. Classificação assegurada, hora da fase de mata-mata.

Nas oitavas de final, páreo duro contra o Nacional do Uruguai. Porém, o time mostrou maturidade e venceu os dois jogos, por 1 a 0 e 2 a 0. Nas quartas, novo embate brasileiro, de novo contra o Criciúma. Vitória tricolor no primeiro jogo por 1 a 0 e empate no segundo em 1 a 1, garantindo a vaga da equipe paulista nas semifinais. O time enfrentou o Barcelona do Equador, e passou fácil no primeiro jogo com um 3 a 0. Na partida seguinte, muito sufoco, e mesmo a derrota por 2 a 0 garantiu o time na final.

 

Argentinos pela frente

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O time de Telê e Raí enfrentou o Newell´s Old Boys, da Argentina, na final da Libertadores de 1992. O tricolor teria a vantagem de decidir em casa. No primeiro jogo, vitória argentina por 1 a 0. Na volta, com mais de 105 mil pessoas no Morumbi, o São Paulo foi só pressão e venceu por 1 a 0, gol de Raí, o que não foi o bastante para garantir o título no tempo normal. Decisão nos pênaltis!

 

Brilha Zetti, e a América se pinta de tricolor

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Os mais de 105 mil torcedores roeram todas as unhas na decisão por pênaltis da Libertadores de 1992. O São Paulo tinha bons cobradores, que deixaram os seus. Raí, Ivan e Cafu marcaram. Ronaldão perdeu. Pelo lado do Newell´s, Zamora e Llop fizeram. Porém, os erros de Berizzo, Mendoza e a derradeira cobrança de Gamboa, defendida por Zetti, deu o título ao São Paulo. Era a coroação de uma equipe extremamente competitiva. O Morumbi explodiu de alegria, a multidão invadiu o gramado como nunca antes se havia visto. O campo verde do estádio ficou todo colorido em vermelho, preto e branco. Raí erguia, pela primeira vez, a América para o tricolor. Era hora de começar os preparativos para a disputa do Mundial, em dezembro, no Japão, contra o poderoso Barcelona.

 

Preparação com título paulista

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Se no Brasileiro a equipe não conseguiu se garantir na final, no paulista o time sobrou. Líder tanto na primeira fase quanto no quadrangular final, o tricolor foi para a final contra o Palmeiras. Houve uma polêmica quanto às partidas decisivas, pois tanto o segundo jogo da final quanto a decisão do Mundial que o São Paulo disputaria estavam marcadas para o dia 13 de dezembro. Com isso, o tricolor conseguiu adiar a partida do paulista para o dia 20 daquele mês. Mesmo assim, o primeiro jogo foi alvo de críticas do time de Telê, que teve de disputá-lo no dia 5 de dezembro, o que causaria atrasos na programação do Mundial. Porém, o São Paulo não se incomodou e goleou o rival por 4 a 2, com 3 gols de Raí e um de Cafu. A vitória serviu de embalo para o time partir em busca do seu título mais importante na história.

 

Raí pinta o mundo de tricolor

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O São Paulo desembarcou como zebra no Japão, para a disputa do título do Mundial Interclubes. O motivo? A equipe iria enfrentar nada mais nada menos que o Barcelona, campeão europeu, e com um time considerado o “Dream Team” da história do clube, com Guardiola, Koeman, Stoichkov, Zubizarreta, Nadal, Sergi e o treinador Johan Cruyff. O tricolor já conhecia aquele Barcelona, devido à disputa de torneios amistosos naquele mesmo ano, na Espanha. O São Paulo inclusive vencera por 4 a 1 o Barça no Troféu Tereza Herrera. Mas o que se viu foi um show de partida, sendo considerada por muitos a melhor da história do São Paulo. A equipe não se intimidou com os blaugranas da Catalunha e conseguiu impor seu jogo. Mesmo o gol inicial do time espanhol, marcado pelo goleador Stoichkov, não abalou o São Paulo, que empatou com Raí. No segundo tempo, falta para o tricolor. Raí foi pra bola e marcou um gol antológico. Era a virada, era o gol do título Mundial. O São Paulo era o melhor do mundo, irresistível, com Raí em sua melhor fase na carreira. E de vez no rol de ídolos do clube.

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Mais um caneco

A euforia tomou conta de São Paulo em dezembro. O time voltou com o caneco de campeão mundial e deu a volta olímpica pela cidade, em carro de bombeiro e cheio de pompa. Mas nem haveria tanto tempo para comemorar, pois ainda tinha o jogo final do paulista, contra o Palmeiras. O verdão queria carimbar a faixa do tricolor e se aproveitar do desgaste físico do rival, mas Müller e Cerezo não deixaram, e deram outra vitória ao São Paulo por 2 a 1. Bicampeonato paulista, e o encerramento de um ano perfeito com três títulos conquistados.

 

Caminho do bi mais curto

Como campeão, o São Paulo de Raí entrou na Libertadores de 1993 já nas oitavas de final. Logo de cara, reencontro com os adversários da final de 1992, o Newell´s Old Boys. No primeiro jogo, na Argentina, os argentinos estavam com “sangue nos olhos” por vingança e venceram por 2 a 0. A volta seria difícil, pois o São Paulo teria que vencer por mais de dois gols para ir às quartas de final. Mas, o que Raí e companhia não faziam, não é mesmo? O time mostrou sua força de campeão e goleou o freguês: 4 a 0. Nas quartas de final, embate brasileiro contra o então campeão brasileiro, o Flamengo. No jogo de ida, no Maracanã, empate em 1 a 1. Na volta, novo show tricolor e vitória por 2 a 0. Nas semifinais, o time venceu o Cerro Porteño, do Paraguai, por 1 a 0 em casa e segurou o empate sem gols fora, garantindo a vaga na grande final.

 

Maior vareio da história

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Diferentemente do ano anterior, o São Paulo iria decidir fora de casa o título da Libertadores de 1993. O primeiro jogo, contra o Universidad Católica, do Chile, foi num Morumbi lotado. E o São Paulo aplicou a maior goleada em uma final de Libertadores até hoje: 5 a 1. Foi um espetáculo de Raí, Zetti, Vítor, Pintado, Dinho, Ronaldo Luís, Muller, Palhinha e Cafu. Na volta, nem a derrota por 2 a 0 impediu a festa: bicampeonato da América garantido. Era o São Paulo no topo do continente pela segunda vez consecutiva. Porém, ali, o time perderia sua principal estrela.

 

Malas prontas para Paris

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Depois da conquista da Libertadores, Raí deixou o São Paulo e assinou contrato com o Paris Saint-Germain, da França. A torcida sentiu demais a saída do maior ídolo do clube, que se despediu numa goleada de 6 a 1 sobre o Santos. No PSG, Raí teve dificuldades assim como seu início no São Paulo, e só passou a brilhar depois de 1994, após disputar sua primeira Copa do Mundo.

 

Campeão mundial

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Em 1994, Raí era um dos grandes craques da seleção brasileira. Já consagrado graças aos títulos no São Paulo, o meia era uma das esperanças para a conquista do tetracampeonato mundial na Copa dos EUA, ao lado de Romário. O jogador ganhou a camisa 10 e a braçadeira de capitão, ostentando moral no time. Porém, inexplicavelmente, o craque parece ter esquecido o futebol talentoso que lhe era característico em algum restaurante de Paris… Raí não brilhou, foi apático e só marcou um gol, de pênalti, contra a Rússia. Sem brilho na primeira fase, perdeu a condição de titular para Mazinho, que jogou muito naquele mundial, e a braçadeira de capitão, para Dunga.

Da reserva, ele viu a seleção despachar EUA, Holanda, Suécia e Itália e conquistar, nos pênaltis, o título mundial depois de 24 anos. A conquista foi a única de Raí com a camisa amarela, mesmo com um gosto não tão doce quanto seus outros títulos, por não ter desempenhado o papel que todos esperavam. Pela seleção, Raí disputou 66 partidas e marcou 30 gols. Aquela foi a primeira e única Copa do craque, que perdeu espaço na seleção nos anos seguintes por conta da leva de talentosos meias que o Brasil revelou, sendo o principal deles Rivaldo.

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Em pé: Ricardo Rocha, Taffarel, Mauro Silva, Márcio Santos, Leonardo e Jorginho. Agachados: Raí, Romário, Bebeto, Dunga e Zinho.

 

Estrela luz

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Na Cidade Luz, Raí começou a brilhar na temporada de 1995, já com o caneco do Campeonato Francês de 1994 no currículo. O meia foi essencial nas conquistas da Recopa da UEFA de 1996 (quando foi decisivo nas quartas de final, ao marcar dois gols na vitória por 3 a 1 sobre o Parma), das Copas da França de 1994-1995 e 1997-1998 (marcou um dos gols da final, na vitória por 2 a 1 sobre o Lens), da Copa da Liga Francesa de 1994-1995 (marcou um dos gols da final, na vitória por 2 a 0 sobre o Bastia)  e da Supercopa da França de 1995. O craque exibiu aos torcedores todo o seu talento e faro artilheiro, com atuações marcantes ao lado de talentos como Djorkaeff, Lama, Maurice, Ginola, Leonardo e até mesmo George Weah, que jogou na equipe de 1992 até 1995. Com Raí em campo, o PSG finalmente cresceu em território francês e deixou de ser coadjuvante no país, conseguindo até fama internacional com a conquista da Recopa de 1996, sendo o primeiro e único clube do país a conquistar o torneio.

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Na temporada 1996-1997, o time quase ganhou o bicampeonato da Recopa da UEFA, mas sucumbiu diante do ótimo Barcelona de Ronaldo, Ferrer, Guardiola, Popescu, Figo e Luis Enrique, que venceu a final por 1 a 0. Em 1998, depois de cinco anos no PSG, o craque decidiu voltar ao Brasil, para seu querido São Paulo. A torcida francesa se despediu do craque cantando “Aquarela do Brasil” e com placas verdes e amarelas no estádio, emocionando o meia, que se tornou um dos maiores jogadores da história do clube.

 

Volta triunfal e dramas

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Raí voltou ao São Paulo em uma “fogueira”, na decisão do Campeonato Paulista de 1998, contra o rival Corinthians. O tricolor precisava da vitória a qualquer custo se quisesse ficar com o caneco, e Raí tratou de mostrar que ainda poderia render muito. O jogador abriu o placar para o time do Morumbi, de cabeça, e ainda participou da construção da vitória por 3 a 1 (os outros gols foram do artilheiro França), que deu ao time mais um torneio estadual, o primeiro desde 1992, justamente quando Raí estava no tricolor.

Mas a alegria durou pouco, pois o craque contundiu o joelho esquerdo em partida pelo Campeonato Brasileiro e ficou quase um ano sem jogar. O craque voltou em 1999, de maneira gradativa, ficando muitas vezes no banco de reservas e entrando no decorrer dos jogos. No mesmo ano, viveu um dos maiores pesadelos da carreira quando perdeu dois pênaltis na semifinal do Campeonato Brasileiro, contra o Corinthians, ambos defendidos pelo incrível goleiro Dida, que vivia uma fase extraordinária. O revés naquele jogo começou a fazer o craque pensar em pendurar as chuteiras muito em breve.

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Título e aposentadoria

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Em 2000, Raí ajudou o São Paulo na conquista do Campeonato Paulista, na vitória sobre o Santos. Aquele foi o último caneco do craque com a camisa tricolor. Após o título, aos 35 anos, Raí anunciou que deixaria os gramados. Seu último gol na carreira foi de letra, em partida contra o Palmeiras.

Depois de pendurar as chuteiras, o craque se dedica, ao lado do amigo Leonardo, à Fundação Gol de Letra, que ajuda na educação de crianças carentes. Desde sua aposentadoria, Raí segue constantemente no dia a dia do São Paulo, participa de campanhas e eventos solenes e foi até talismã na conquista do tricampeonato mundial de 2005. Ídolo, símbolo de uma geração de ouro e genial com a bola os pés, Raí foi a alegria para a torcida tricolor, responsável por títulos e mais títulos, por marcar gols decisivos, por adorar aprontar contra o Corinthians e por levar o nome do clube para todos os cantos do mundo, com classe, elegância e futebol arte. Um craque imortal.

 

Números de destaque:

Disputou 393 jogos e marcou 128 gols pelo São Paulo.

Disputou 215 jogos e marcou 72 gols pelo Paris Saint-Germain.

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Leia mais sobre o São Paulo dos anos 1990 clicando aqui.

Leia mais sobre o PSG dos anos 1990 clicando aqui.

 

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Comentários encerrados

6 Comentários

  1. Realmente o futebol é um mar de histórias fabulosas . Um lance naquela final de 1992 marcou minha vida . Na cobrança de falta do craque RAI .depois do gol histórico o mestre tele levantando do banco de reservas com um sorriso de campeão do mundo .um sorriso tão brilhante quanto aquele magnífico lance.

  2. Tive a felicidade de velo jogar no Morumbi, já em final de carreira no ano 2000, em jogo contra o Guaraní pelo campeonato paulista. Tinha 12 anos na época, e ver meu ídolo jogando no estádio foi simplesmente mágico.

    Grande craque e grande pessoa, merece todo o sucesso na vida.

  3. Pessoal do blog realmente esse cara foi craque … RAI para mim foi um se não o melhor jogador que vi jogar pode não ter sido o cara da seleção ( até pq o parreira prefiriu retrancaro time em 94 do q jogar o futebol arte brasileiro ) jogadorzaço cara de final que não gelava esse era RAI .. O REI DO MORUNTRI !!! VALEU

  4. Raí… o que posso dizer desse cara! Desse cidadão exemplar e atleta mais do que consagrado?

    Raí foi o meu 1º grande ídolo, estava ali no mesmo panteão dos “meus preferidos” onde habitava Ayrton Senna, por exemplo.

    Minha primeira camisa do SPFC foi uma com o patrocínio IBF com o nº 10 às costas, e não era a toa que nas peladas da escola eu gostava de “ser o Raí”, se bem que estava mais pra “Ruim” do que qualquer outra coisa, mas quando marcava um gol fazia questão de comemorá-lo como o meu ídolo fazia.

    Tenho três grandes momentos desse gênio guardados para sempre na minha mente e no meu coração (E que foram devidamente registrados aqui pelo “Imortais”):

    O golaço de fora da área contra a galinhada em 1991 (O Ronaldo sonha com essa bola até hoje…).

    O gol de peito nos 5×1 em cima da Universidad Católica pela Libertadores de 1993. (Algo que me assombrou durante anos e sempre que podia, tentava repetir nas peladas… sem sucesso. rs.)

    E o gol de letra em cima da SEP que, se alguém me pedir para resumir o que foi o Raí em apenas um lance, um vídeo, com certeza eu recomendaria este.

    É capaz que hoje em dia, O Terror do Morumbi tenha sido ultrapassado pelo #MITO RC1 no coração dos são paulinos (tb não é pra menos, né!?), mas com certeza, em termos internacionais Raí representou para o SPFC nos anos 90 o que Leônidas da Silva representou, nacionalmente, nos anos 40.

    Ainda não me conformo com o fato dele ter se despedido sem ao menos uma última partida pelo SPFC. Isso mostra o quão longe o brasileiro está dos demais centros mundiais no que tange à reverenciar seus ídolos e referências.

    Uma pena.

    • Willians, li seu comentário e pensei: “não me lembro de ter escrito isso”, brincadeiras a parte você resumiu o que exatamente eu penso a respeito do grande Raí, impressionante até a parte das peladas e comemorações de gols eu fazia da mesma forma, inclusive o mesmo nível técnico acho que somos parecidos também, rs (que diga-se de passagem bem distante do genial Raí).

      Abraços e parabéns pelo comentário.

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