Grandes feitos: 7ª colocada na Copa do Mundo da FIFA (2002) e Vice-campeã da Copa Africana de Nações (2002).
Time-base: Tony Sylva; Ferdinand Coly, Lamine Diatta, Papa Malick Diop e Omar Daf; Aliou Cissé (Pape Sarr); Henri Camara (Moussa N´Diaye), Salif Diao (Amdy Faye), Papa Bouba Diop e Khalilou Fadiga (Pape Thiaw); El Hadji Diouf. Técnico: Bruno Metsu.
“Muito mais que Dakar”
Por Guilherme Diniz
O pequenino Senegal, com cerca de 17 milhões de habitantes, até 2002 só era conhecido no meio esportivo e midiático por sua capital, Dakar, e o tradicional Rally Dakar, que teve de 1979 até 2007 sua linha de chegada em terras africanas. Mas, graças a um time alegre, destemido e brilhantemente treinado por Bruno Metsu, os Leões de Teranga mostraram a bilhões de pessoas que Senegal também podia escrever um pouco de história nos gramados japoneses e sul-coreanos da Copa do Mundo de 2002, a primeira a ser realizada no Oriente e a primeira da história dos senegaleses. De maneira impressionante, a antiga colônia francesa superou, curiosamente, a França logo na estreia do Mundial e deslanchou rumo a uma campanha marcante que só foi encerrada nas quartas de final e por culpa de um ingrato Gol de Ouro turco. Chegar entre os oito melhores do planeta no maior espetáculo do futebol mundial causou enorme alegria na população do país, despertou o interesse de todos e colocou Senegal na história das Copas como uma das três equipes africanas a alcançar uma fase de quartas de final (as outras foram Camarões, em 1990 – leia mais clicando aqui – e Gana, em 2010). É hora de relembrar.
Sumário
Sob as mãos do “feiticeiro”
Sem tradição alguma no futebol mundial, Senegal começou a mudar sua imagem a partir de 2000, quando a federação de futebol do país contratou para o comando técnico da seleção o francês Bruno Metsu, ex-jogador que vinha de trabalhos no futebol francês e na seleção de Guiné. Querendo fazer carreira em solo africano, Metsu chegou com o objetivo de provar aos senegaleses que era possível praticar um futebol de qualidade sem métodos de treinamento ortodoxos ou autoritarismo. Tranquilo e camarada dos jogadores, Metsu ganhou rapidamente a confiança de todos e fez questão de dar chances até mesmo aos jogadores com fama de indisciplinados antes vetados pela própria federação senegalesa. Com isso, se integraram ao time que havia chegado até as quartas de final da Copa Africana de 2000 jogadores como o goleiro Sylva, os defensores Diatta e Ferdinand Coly, o meio-campista Cissé e o atacante Diouf, entre outros.
Apelidado de “The White Sorcerer” (O feiticeiro branco), Metsu iniciou seu “trabalho” nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, quando Senegal passou por Benin na primeira fase (1 a 1 e 1 a 0), e mostrou muita força na reta final, no Grupo C, ao vencer quatro jogos, empatar três e perder apenas um, com 14 gols marcados e dois sofridos. Os senegaleses se classificaram para sua primeira Copa na história graças ao futebol rápido e competitivo demonstrado pelo time de Metsu, que teve como melhores momentos na campanha as vitórias sobre Namíbia (4 a 0, com três gols de Diouf e um de Camara), Argélia (3 a 0, com mais três gols de Diouf) e outro triunfo sobre a Namíbia, dessa vez fora de casa, por 5 a 0, com dois gols de Thiaw, um de Diouf, um de Fadiga e outro de N´Diaye.
Quase no topo da África
Apoiados na ótima fase de El Hadji Diouf, eleito o Melhor Jogador Africano de 2001, os senegaleses teriam um desafio antes do Mundial da Coreia e do Japão: a disputa da Copa Africana de Nações de 2002, que seria realizada entre janeiro e fevereiro, no Mali. Presentes no Grupo D, ao lado do sempre competitivo Egito, da Tunísia e de Zâmbia, os senegaleses começaram com o pé direito ao vencer os egípcios por 1 a 0, gol de Diatta. Na sequência, nova vitória por 1 a 0, dessa vez sobre Zâmbia e com gol de Camara. No último jogo da primeira fase, o empate sem gols contra a Tunísia classificou os senegaleses como primeiros do grupo e com a defesa intransponível.
Nas quartas de final, Diouf voltou a mostrar seu poder de decisão ao marcar um dos gols do triunfo sobre a República Democrática do Congo por 2 a 0 (o outro gol foi de Diao). Na semifinal, duelo complicado contra a Nigéria. Depois de muita marcação e falta de pontaria, Papa Bouba Diop abriu o placar para Senegal, aos 9´do segundo tempo, gol que dava a classificação para uma inédita final até os 43´, quando Aghahowa empatou e esfriou os ânimos dos senegaleses. O jogo foi para a prorrogação e o técnico Metsu tratou de trabalhar o lado psicológico de seus comandados, que fizeram um gol com Diao e venceram por 2 a 1.
No dia 13 de fevereiro, a equipe teve pela frente o tradicional Camarões na final e as duas equipes fizeram um confronto bastante disputado e com muito equilíbrio. Durante os 90 minutos e na prorrogação, nada de gols. Na decisão por pênaltis, Faye, Diouf e Cissé perderam suas cobranças e Camarões venceu por 3 a 2, conquistando a África pela quarta vez. Mesmo com o revés, os atletas de Senegal foram recebidos com uma enorme festa na volta à Dakar, com direito a tapete vermelho a todos os membros da comitiva senegalesa. Tal desempenho encheu os jogadores de confiança, ainda mais o técnico Bruno Metsu, que tinha certeza de que seu time poderia fazer uma bonita campanha na Copa. Mesmo depois de conhecer o grupo nada amistoso que esperava por sua equipe…
Haverá vida?
Quando foram sorteados os grupos para a Copa de 2002, os senegaleses certamente ficaram tristes. Ao lado deles na chave A estariam a Dinamarca, de Sorensen, Heintze, Rommedahl, Tomasson e Gronkjaer, o Uruguai, de Carini, Paolo Montero, Darío Rodríguez, Recoba e Forlán, e a França, simplesmente a melhor equipe do planeta na época, campeã do mundo em 1998, da Europa em 2000, da Copa das Confederações em 2001 e com craques do naipe de Barthez, Thuram, Desailly, Lizarazu, Vieira, Petit, Henry, Trezeguet e Zidane. Nem o mais pessimista poderia imaginar uma chave tão ingrata logo em uma estreia de Copa. Mas, ao contrário da maioria, o técnico Bruno Metsu moldou de maneira plena o lado psicológico de seus atletas com uma série de exemplos, vídeos e partidas amistosas gravadas com os pontos fracos de cada adversário, em especial a França, adversária da equipe logo na estreia. Tal trabalho seria extremamente importante para que Senegal controlasse seus nervos durante o Mundial e não caísse nos habituais erros dos times africanos, que sempre abusam das gracinhas quando têm a vantagem e caem feiamente logo depois.
A maior das vitórias
No dia 31 de maio de 2002, mais de 62 mil pessoas lotaram o Seoul World Cup Stadium, na Coreia do Sul, para ver o confronto inaugural da Copa do Mundo entre França e Senegal. O duelo colocava frente a frente uma ex-colônia diante de seus colonizadores, campeões de tudo nas temporadas anteriores e favoritíssimos ao título (ao lado da Argentina). Mesmo sem Zidane, machucado, os franceses transbordavam craques e davam ao duelo uma discrepância gigantesca. Muitos acreditavam que Senegal perderia de goleada. Outros, de pouco. Mas ninguém apostava em uma vitória dos africanos. Com exceção de Bruno Metsu e seus onze bravos jogadores.
Um fato curioso é que 21 dos 23 jogadores convocados por Metsu jogavam no futebol francês, o próprio treinador era francês e todos tinham total convicção do que era a França na época e seu futebol. Após vários vídeos e conversas, os jogadores africanos sabiam quais eram os pontos vulneráveis dos adversários e o que era preciso fazer para não levar gols. Após os hinos e os protocolos habituais, eis que o time africano iniciou seu mais importante e emblemático jogo em toda história.
Jogando com enorme confiança e sem temor algum dos campeões mundiais, os senegaleses atormentaram a zaga francesa desde o primeiro minuto, com rápidas investidas do habilidoso Diouf entre os zagueiros Lebouef e Desailly, mas quase todas em impedimento. A França, por outro lado, não encontrava espaços no esquema armado por Metsu e tinha que apelar para os chutes de fora da área, que não levavam perigo ao goleiro Sylva, com exceção de um disparado por Trezeguet que carimbou a trave. Dominando o meio de campo com uma autoridade exemplar, Senegal encontrou seu primeiro gol aos 31´, quando Diouf disparou em velocidade pela esquerda e cruzou na área para Papa Bouba Diop chutar duas vezes antes de mandar para o gol de Barthez: 1 a 0.
Como de praxe, a comemoração teve dancinha e o carisma natural dos africanos. O gol pareceu um golpe de sorte para alguns, mas o jogo seguiu com Senegal muito bem postado, devidamente entrosado e levando perigo em contra-ataques. No segundo tempo, Fadiga ainda mandou uma bola no travessão de Barthez, mas o jogo ficou mesmo em 1 a 0. O resultado foi o mais surpreendente possível. E a prova de que Metsu e seu trabalho estavam certos, como ele mesmo disse:
“Quando você canaliza a energia e a força de todos na mesma direção, motiva os jogadores e lhes dá confiança, o time fica mentalmente forte. O futebol não é apenas tática. Algumas pessoas tendem a esquecer isso”. – Bruno Metsu, em entrevista a uma rádio senegalesa, em 2012, e reproduzida no The Guardian, em outubro de 2013.
Houve riso e lágrimas nos vestiários de Senegal após o jogo. Os jogadores se sentiam libertados e certos de que poderiam desempenhar um excelente papel naquela Copa. Afinal, quem poderia ser mais difícil do que os campeões do mundo?
A improvável vaga
No duelo seguinte, os africanos colocaram o rótulo de zebra à prova contra a Dinamarca, que havia vencido o Uruguai na partida anterior por 2 a 1. Com jogadores fortes em ambos os lados, a partida foi repleta de faltas e cartões (foram seis amarelos e um vermelho) e a Dinamarca dominou o primeiro tempo ao abrir o placar com Tomasson, cobrando pênalti. No segundo tempo, Metsu voltou a mexer com o brio de seus jogadores e Senegal colocou a bola no chão com muita técnica e vontade de empatar. Sem afobação, os africanos tomaram conta das ações e chegaram ao gol de empate logo aos sete minutos com uma jogada sublime e maravilhosa que começou no campo de defesa, após uma linda roubada de bola. A redonda foi passando de pé em pé num contra-ataque letal que terminou com uma finalização certeira de Diao, num dos gols mais bonitos de todo o torneio.
Perto da classificação, o time africano foi para a última partida, contra o Uruguai, precisando apenas de um empate. Mas, endiabrados, os senegaleses não se importaram com a mística e a camisa da Celeste e, em apenas 38 minutos, fizeram 3 a 0, com gols de Fadiga (pênalti) e dois de Papa Boupa Diop. Mas, no segundo tempo, os africanos caíram na tentação de deixar o tempo rolar e de tirar onda e foram vítimas da garra uruguaia. Morales, Forlán e Recoba empataram o duelo e, no finalzinho, Morales quase virou de cabeça, mas a bola foi para a linha de fundo. O empate em 3 a 3 colocou Senegal nas oitavas de final e eliminou o Uruguai, que reclamou (com justiça) do primeiro pênalti anotado para Senegal e do suposto impedimento de Papa Bouba Diop no lance do terceiro gol.
Vitória de ouro
Nas oitavas de final, os senegaleses teriam mais um duelo de fogo: a Suécia, viva após o Grupo da Morte que “matou” a Argentina, outra das favoritas. Era o confronto entre os algozes diretos dos times que todos achavam que iriam levar a Copa, mas que acabaram com o passaporte carimbado para voltar para casa. Os suecos apostavam no ataque formado por Allback e Larsson. Já os africanos não tinham Fadiga e Diao, suspensos, mas ainda contavam com a força de Thiaw e Henry Camara jogando mais avançado. Logo aos 11´, Larsson, sempre ele, abriu o placar para a Suécia. No final do primeiro tempo, Senegal mostrou seu poder de reação e empatou com um lindo gol de Camara, que matou no peito, passou pelo marcador e chutou de fora da área. Na segunda etapa, o goleiro Sylva evitou o segundo gol da Suécia em diversas oportunidades, incluindo uma clara de um novato Ibrahimovic, e o jogo foi para a prorrogação, que na época ainda tinha o famigerado Gol de Ouro.
Aos 14´, Camara mostrou mesmo estar iluminado e marcou um verdadeiro “senegol de ouro” após receber de Thiaw, ganhar na corrida de três suecos e fazer mais um lindo gol: 2 a 1. Senegal estava nas quartas de final. E a África, depois de 12 anos, voltava a ter um representante entre as oito melhores seleções do planeta em um Mundial.
A dolorosa eliminação e o fim
Nas quartas, Senegal fez o duelo das chamadas “zebras” contra a Turquia, que também fazia uma Copa brilhante (como você pode ler mais clicando aqui). Os senegaleses começaram melhor e assustaram o goleiro Rüstü, mas o nervosismo de ambas as equipes pesou durante os 90 minutos e as redes não balançaram. Na prorrogação, Mansiz, que havia entrado no segundo tempo, marcou logo no comecinho do tempo extra e decretou a eliminação dos africanos, que não jogaram bem e sentiram o peso de fazer história e ter de enfrentar um adversário mais experiente e mais inteiro fisicamente. Muitos da imprensa senegalesa chegaram a criticar o técnico Metsu por escalar jogadores que estavam cansados por causa do duelo anterior, mas o técnico colocou o que tinha de melhor e arriscou tudo. Era o fim da trajetória de Senegal, mas apenas o começo da idolatria de seu povo.
Na volta para casa, milhares de torcedores receberam os seus heróis no aeroporto, entre eles o presidente Abdoulaye Wade e o Primeiro-Ministro Mame Madior Boye. Com a repercussão da campanha, vários jogadores foram contratados por clubes de primeira linha do futebol europeu, em sua maioria da Inglaterra, mas nenhum deles manteve o bom futebol apresentado no Oriente. Bruno Metsu deixou o comando do time após o Mundial, casou-se com uma senegalesa, se converteu ao Islã e comandou times dos Emirados Árabes Unidos, do Catar e da Árabia Saudita até falecer em decorrência de um câncer colorretal, em outubro de 2013, com apenas 59 anos.
Senegal sentiu a ausência de seu mestre e jamais voltou a uma Copa desde então. O treinador virou um ícone no país por servir de exemplo a vários jovens e a vários clubes senegaleses de que eles podiam enfrentar qualquer um sobre qualquer situação graças ao fator psicológico e mental. O fato é que os Leões de Teranga ainda esperam por um técnico capaz de repetir o trabalho de Metsu. Enquanto ele não vem, restam as memórias e façanhas de uma seleção imortal.
Os personagens:
Tony Sylva: com reflexos apurados e boa colocação, o goleiro fez uma Copa Africana de Nações brilhante em 2002 e repetiu o desempenho no Mundial. Fez grandes defesas, salvou Senegal diversas vezes e foi um dos destaques do time. Jogou no Monaco-FRA por mais de uma década e encerrou a carreira no futebol turco.
Ferdinand Coly: foi o dono da lateral-direita do time na Copa e jogou pela seleção de 2000 até 2006. Não costumava apoiar muito o ataque e se restringia à marcação. Após a Copa, jogou no futebol italiano.
Lamine Diatta: ótimo nas jogadas aéreas e peça surpresa nas jogadas de ataque pelo alto, foi um dos líderes do setor defensivo do time naquele ano de ouro. Disputou 40 jogos por Senegal entre 2000 e 2008 e brilhou com a camisa do Stade Rennais-FRA.
Papa Malick Diop: com quase 1,90m de altura, também se destacava nas jogadas aéreas, mas não era tão seguro com a bola nos pés. Mesmo assim, foi um dos principais jogadores de Senegal entre 1998 e 2006 e figura constante nos times armados por Metsu.
Omar Daf: titular no setor esquerdo da defesa, Daf fez uma boa Copa de 2002 com desarmes precisos e eficiência na marcação. Disputou 55 partidas por Senegal entre 1998 e 2012 e foi um dos principais jogadores do Sochaux-FRA por mais de uma década.
Aliou Cissé: o capitão senegalês liderou seu time naquele ano de ouro atuando como primeiro volante e, às vezes, como lateral. Tinha grande poder de marcação e era uma das principais peças no elo entre defesa e ataque. Perdia a cabeça com facilidade, mas compensava pela entrega em campo. Após a Copa, conseguiu um contrato com o Birmingham City-ING.
Pape Sarr: meio campista, entrou em alguns jogos do time na Copa para ajudar na marcação e no controle de bola. Teve destaque no Saint-Étienne e no Lens, ambos da França.
Henri Camara: atacante de muita habilidade e grande poder de finalização, foi um dos principais jogadores de Senegal na ótima campanha de 2002 e também um dos maiores de toda a história do país. Camara fez os dois gols da vitória senegalesa sobre a Suécia, nas oitavas, e mostrou enorme entrosamento com Diouf. Após o brilho no Oriente, foi jogar no futebol inglês, mas não teve destaque e rodou por vários clubes nos anos seguintes. É o recordista em partidas pela seleção de Senegal e o maior artilheiro: 99 jogos e 31 gols.
Moussa N´Diaye: atuava no meio de campo, ora com volante, ora mais avançado. Marcava gols pontuais e ajudava o time com bons passes e boa visão de jogo. Jogou de 1998 até 2007 por Senegal.
Salif Diao: meio campista de muita habilidade e visão de jogo, foi outro que se destacou na campanha de Senegal na Copa com um futebol de alta qualidade. Fez um dos gols mais bonitos do torneio, contra a Dinamarca, mas foi expulso no mesmo duelo e fez falta no decorrer da campanha. Chegou a jogar no Liverpool-ING após o Mundial, mas sem brilho.
Amdy Faye: apto para jogar como volante ou zagueiro, Faye era um dos mais jovens do time na época (20 anos) e atuou em alguns jogos da equipe naquela temporada. Com bons passes e ótimo físico, só não teve mais chances por causa da concorrência da época. Após o Mundial, jogou no futebol inglês, onde encerrou a carreira.
Papa Bouba Diop: se a França tinha Vieira, Senegal tinha Papa Bouba Diop. Com habilidade, visão de jogo e polivalente, o jogador foi o grande carrasco dos franceses na estreia da Copa ao marcar o gol da vitória senegalesa na “zebrática” vitória africana por 1 a 0. O jogador foi o grande motor do meio de campo da equipe no Mundial e teve enorme destaque não só pela atuação na estreia, mas também nos duelos seguintes, em especial contra o Uruguai, no qual anotou dois gols. Diop disputou 63 jogos por Senegal, marcou 11 gols e teve passagens pelo futebol suíço, inglês e grego.
Khalilou Fadiga: outro jogador que teve enorme destaque na campanha de Senegal na Copa com bons passes, muita velocidade e bons chutes. Deixou sua marca no empate contra o Uruguai e fez grandes jogos entre 2000 e 2008, período em que atuou com a camisa da seleção. Teve alguns problemas no coração que o impediram de atuar pela Internazionale-ITA, em 2003.
Pape Thiaw: centroavante grandalhão (tinha 1,87m), não foi titular na Copa por causa da concorrência com a estrela Diouf. Mesmo assim, contribuiu para a ótima campanha da equipe ao dar o passe de calcanhar que resultou no Gol de Ouro de Camara, nas oitavas, contra a Suécia.
El Hadji Diouf: eleito o Melhor Jogador Africano por dois anos seguidos (2001 e 2002), Diouf foi o grande nome de Senegal naquela era de ouro. Habilidoso, envolvente, rápido e atrevido, foi o craque e símbolo da equipe que surpreendeu o mundo em 2002. Seu futebol encantou a todos e o Liverpool-ING o levou para Anfield, em 2002. Por lá, não rendeu o esperado e começou a arruinar sua carreira com várias confusões na Premier League e em partidas internacionais, a maioria por insultos, cusparadas, bebedeiras, falta de educação e nervos dentro de campo. Disputou 69 jogos por Senegal e anotou 21 gols.
Bruno Metsu (Técnico): um mito em Senegal, Metsu marcou para sempre seu nome na história por levar uma seleção desconhecida e que jamais havia disputado uma Copa até as quartas de final, com direito a vitória sobre o então campeão mundial (França), empates contra um time tradicional (Dinamarca) e outro bicampeão mundial (Uruguai) e um triunfo épico na prorrogação contra uma perigosa Suécia, além de um vice-campeonato inédito na Copa Africana. Apoiado no lado psicológico e na experiência no futebol francês, Metsu levou seus comandados ao máximo possível com conversas francas, força de vontade e trabalho. Faleceu jovem, mas deixou um legado imenso ao futebol do país.
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Boa noite no futebol do play station 1 senegal era um timão tambem.diouf era diferente e destruia defesas sozinho mas faltou juizo e comprometimento na carreira mas ficou a lembrança.
Tive a chance de ver essa seleção na copa de 2018, foi muito bom ver Senegal de volta ainda com o Aliou Cissé como técnico, uma pena não terem passado da fase de grupos
ótima seleção, pena que pegou Turquia que vinha jogando belo futebol
Parabéns imortais
outra bela lembrança…descobri a pouco tempo que o Bruno Metsu tinha morrido e fiquei chocado, além da competência demonstrada no comando dos senegaleses, parecia ser um ser humano do bem….e só de olhar pro jeitão boa praça dele no banco na abertura, a seleção de senegal deve ter dobrado seu numero de torcedores na copa….
excelente matéria, frança x senegal na copa de 2002 é a primeira lembrança clara que eu tenho de um jogo de futebol, tinha 6 anos e me apaixonei por futebol a partir dessa copa… estou lendo todas as postagens e achei excelentes, mas senti falta de uma, acho que poderia relembrar a costa rica de 2014, fez uma campanha muito boa e semelhante a de senegal
Bons tempos do futebol… Diouf conseguiu ser o melhor do time, sem marcar gols. Coly também jogava muito…
Ótima matéria, com toda certeza seria uma injustiça não se lembrar de uma seleção tão boa como essa – assim como acredito que algumas dessa copa possam estar no blog dentro de alguns anos, só o tempo dirá.
Imortais, vocês poderiam relembrar a seleção Romena que conseguiu o sexto lugar em 1994 com um ótimo time!
Olá Orfeu! Obrigado pelos elogios! A Romênia de Hagi já foi relembrada por aqui, bem como a Bulgária, Suécia… Leia mais no link a seguir http://imortaisdofutebol.com/2013/05/09/selecoes-imortais-romenia-1994/
Foi uma equipe brilhante, q me fazia parar pra ver, me recordo muito do duelo diante da Turquia, eles perderam milhares de chances pra vencer o jogo no segundo tempo, pagaram o pato na prorrogação, mas fizeram história sem duvida!
Seleções africanas despertam um “queridismo” incondicional em todos os fãs de futebol,se fossem mais centrados e meno brigões a Costa do Marfim poderia até chegar a uma final.E França,França provou que mesmo com uma multidão de craques,sem Zidane ñ é nada.Vão ter que esperar um novo Zizou para ver se conseguem no mínimo chegar a uma semi.
De fato uma grande seleção.No entanto,penso que a seleção marfinense de Drogba e cia tem potencial para superá-la.P.S.:Se não for pedir demais,é claro,gostaria de obter mais informações acerca da histórica seleção húngara que maravilhou o mundo na década de 1950.
Olá Cleto! O Imortais já relembrou a Hungria. Leia mais clicando nos links abaixo:
Hungria 1950-1954 >> http://imortaisdofutebol.com/2012/04/03/selecao-imortal-hungria-1950-1954/
Jogo entre húngaros e ingleses em 1953 >> http://imortaisdofutebol.com/2013/09/10/jogos-eternos-inglaterra-3×6-hungria-1953/
sou Apaixonado por Seleções Africanas…espero que algum dia alguma pode chegar a uma final.