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Time dos Sonhos do Vasco

 

Por Guilherme Diniz

 

Goleiros milagrosos. Defensores absolutos. Meio-campistas do mais alto nível. E atacantes devastadores que fizeram história no Campeonato Brasileiro com artilharias até hoje jamais superadas ou igualadas. Com mais de 120 anos de histórias, títulos e esquadrões emblemáticos, o Club de Regatas Vasco da Gama já teve tudo isso e muito mais. O Gigante da Colina é um patrimônio do futebol brasileiro e tem uma das maiores e mais apaixonadas torcidas do país. Primeiro campeão sul-americano de clubes com o Expresso da Vitória, campeão da Libertadores em pleno ano de seu centenário (1998), quatro vezes campeão brasileiro, multicampeão carioca, campeão da Copa do Brasil de 2011 e dono de vários outros troféus, o Vasco sempre foi um dos mais competitivos clubes do Brasil, por isso, é um dos recordistas em disputas de títulos e presença em retas finais de grandes torneios. Tudo graças aos jogadores inesquecíveis que vestiram o manto cruzmaltino. Vamos conferir os convocados para o Time dos Sonhos do Vascão!

 

Os convocados pelos leitores e leitoras:

 

Goleiros: Barbosa e Carlos Germano

Laterais-Direitos: Luís Carlos Winck e Orlando Lelé

Laterais-Esquerdos: Felipe e Mazinho

Zagueiros: Mauro Galvão, Bellini, Domingos da Guia e Orlando Peçanha

Volantes: Danilo Alvim, Jorginho e Luisinho 

Meias: Juninho Pernambucano, Geovani, Jair Rosa Pinto e Pedrinho

Atacantes: Roberto Dinamite, Romário, Edmundo, Ademir de Menezes e Vavá

Técnico: Antônio Lopes

 

Esquema tático escolhido pelos leitores e leitoras: 4-3-3

 

Por ter atacantes tão talentosos, esse Vasco dos Sonhos jogaria no 4-3-3, para privilegiar a força ofensiva. E tal esquema poderia até virar um 4-2-4 se fosse preciso!

 

Time A – formação – 4-3-3:

Barbosa; Luís Carlos Winck, Mauro Galvão, Bellini e Felipe; Danilo Alvim, Juninho Pernambucano e Geovani; Roberto Dinamite, Romário e Edmundo.

Com ídolos de diferentes épocas, o Time A desse Vasco dos Sonhos é uma ode aos tempos de ouro do próprio futebol brasileiro. No gol, Barbosa, um dos maiores na posição em todos os tempos, camisa 1 do Expresso da Vitória e atleta mais injustiçado do futebol nacional por conta do Maracanazo. Nas laterais, Luís Carlos Winck, craque do time campeão brasileiro em 1989, e Felipe, ídolo do timaço campeão de quase tudo entre 1997 e 2000 e que retornou nos anos 2010 para atuar no meio de campo. A dupla de zaga seria Mauro Galvão, o “Capitão América” de 1998, e Bellini, lenda dos anos 1950 e capitão do primeiro título mundial do Brasil em 1958. No meio, a criatividade seria a grande virtude desse esquadrão com Danilo Alvim, “O Príncipe” do Expresso, Juninho Pernambucano, o “Reizinho” do timaço da virada do milênio, e Geovani, maestro da equipe multicampeã dos anos 1980. No ataque, quem poderia parar Roberto Dinamite, Romário e Edmundo? Absolutamente ninguém! Para comandar toda essa turma, o “delegado” Antônio Lopes, técnico campeão brasileiro e da Libertadores e extremamente identificado com o clube de São Januário.

 

Time B – formação – 4-3-3:

Carlos Germano; Orlando Lelé, Domingos da Guia, Orlando Peçanha e Mazinho; Jorginho, Luisinho e Jair Rosa Pinto; Pedrinho, Ademir de Menezes e Vavá.

O time B desse Vasco possui outras lendas do Expresso, craques do timaço da virada do milênio e ídolos de diferentes épocas de glórias do clube cruzmaltino. No gol, Carlos Germano, paredão do time campeão brasileiro e da Libertadores e um dos principais goleiros brasileiros do final dos anos 1990. Nas laterais, Orlando Lelé, um dos ícones da “Barreira do Inferno”, como ficou conhecida a zaga vascaína campeã carioca em 1977, e Mazinho, polivalente do time campeão brasileiro em 1989 e campeão do mundo com a seleção em 1994. No miolo de zaga, a torcida lembrou de Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro que, embora tenha tido duas breves passagens pelo clube, foi campeão carioca pelo Vasco em 1934. Ao lado dele, Orlando Peçanha, zagueiro revelado pelo Vasco, bicampeão carioca em 1956 e 1958 e que foi campeão do mundo pela seleção em 1958 formando a dupla de zaga ao lado de Bellini, também do Vasco na época.

No meio, os escolhidos foram Jorginho, veterano que brilhou no time campeão brasileiro em 2000, Luisinho, grande figura do timaço do fim dos anos 1990 e Jair Rosa Pinto, que jogou no Expresso da Vitória e foi um dos mais talentosos meias do futebol brasileiro nos anos 1940 e 1950. No ataque, Pedrinho, joia cruzmaltina dos anos 1990, Ademir de Menezes, artilheiro da Copa do Mundo de 1950 e principal homem-gol do Expresso da Vitória, e Vavá, ídolo do Vasco e que brilhou nas seleções do Brasil que venceu as Copas de 1958 e 1962.

 

Os escolhidos pelos leitores e leitoras

 

Goleiro: Barbosa – 76,6% dos votos

 

Período no clube: 1945-1955 e 1958-1962

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 6 Campeonatos Cariocas (1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958).

Jogos: 485

 

Foram 27 anos de carreira e glórias eternas. Títulos e mais títulos pelo Vasco. Jamais usou luvas em suas mãos. Confiava mais em seu tato do que naquelas coisas estranhas na hora de defender a bola. E como defendia. Elástico, seguro, arrojado, corajoso, aquele goleiro pulava nas pernas dos atacantes sem medo de se machucar, dava saltos incríveis e pegava cruzamentos com uma mão só. Seu objetivo era um só: não levar gols. Tanta voracidade lhe rendeu 11 fraturas nas mãos, seis na esquerda e cinco na direita. Mas ele não ligava. Nunca ligou. No entanto, as glórias e o talento que Moacir Barbosa conquistou e ostentou em toda sua carreira jamais foram repetidas com a camisa da seleção brasileira, principalmente depois do dia 16 de julho de 1950. Todos se esqueceram das defesas milagrosas, dos títulos, de sua regularidade. A suposta falha enterrou toda uma carreira brilhante. 

Não havia desculpa. Não havia apelação. Nenhum advogado poderia livrar Barbosa da pena máxima: 50 anos, maior que a habitual por essas bandas, de 30. Mas todos aqueles que crucificaram Barbosa é que deveriam ser condenados por tamanha injustiça, a maior já cometida contra um jogador de futebol no Brasil. No entanto, a única torcida que jamais se esqueceu dos feitos de Barbosa foi a do Vasco. Até hoje, mais de 70 anos depois, ele ainda é (e possivelmente sempre será) o maior goleiro da história do clube pela dedicação e partidas sensacionais que fez pelo Gigante da Colina. Ele é o 5º jogador com mais jogos na história do Vasco com 485 partidas. Leia mais sobre a carreira e as histórias por trás de um dos maiores goleiros do esporte nacional clicando aqui.

 

Goleiro: Carlos Germano – 56,9% dos votos

 

Período no clube: 1990-1999 e 2004

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 1 Campeonato Brasileiro (1997), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 4 Campeonatos Cariocas (1992, 1993, 1994 e 1998).

Jogos: 632

 

Seguro e com notável senso de colocação, Carlos Germano foi o goleiro-símbolo do Vasco nos anos 1990. Colecionou títulos e foi peça importante na taça do Brasileiro de 1997 com defesas espetaculares que lhe renderam a Bola de Prata de melhor goleiro da competição. Revelado pelo cruzmaltino no final dos anos 1980, estreou no time profissional em 1990 e aos poucos foi cravando seu espaço até ser titular absoluto. Chegou à seleção e integrou o elenco que venceu a Copa América de 1997 e também o vice-campeonato da Copa do Mundo de 1998. Após pendurar as luvas, Carlos Germano seguiu no Vasco e foi preparador de goleiros da equipe na conquista da Copa do Brasil de 2011. Ele é o 2º jogador que mais vestiu o manto vascaíno na história, atrás apenas de Roberto Dinamite.

 

 

Lateral-Direito: Luís Carlos Winck – 40,8% dos votos

 

Período no clube: 1989-1990 e 1992

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Brasileiro (1989) e 1 Campeonato Carioca (1992).

Jogos: 111

Gols: 2

 

Lateral consagrado nos tempos de Internacional, Luís Carlos Winck chegou ao Vasco em 1989 para, enfim, ser campeão brasileiro depois de ser vice em 1988 (perdeu para o Bahia) e perder a Copa União de 1987. Foi um dos maiores laterais-direitos da década de 1980 e figurinha fácil nas seleções de base do Brasil, vencendo as medalhas de prata nas Olimpíadas de 1984 e 1988. Foi dele o cruzamento que resultou no histórico gol de Sorato que deu o título brasileiro de 1989 ao Vasco, na final contra o São Paulo em pleno Morumbi. Aliás, a principal virtude do gaúcho era cruzar, característica que marcou sua carreira e rendeu gols e mais gols aos times pelos quais jogou.

 

Lateral-Direito: Orlando Lelé – 31,9% dos votos

 

Período no clube: 1977-1981

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Carioca (1977).

Jogos: 321

Gols: 30

 

Dono de um chute poderoso, cheio de raça e parte integrante da lendária “Barreira do Inferno”, como ficou conhecida a zaga vascaína de 1977 (Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio) que levava pouquíssimos gols, Orlando Lelé foi um dos mais talentosos laterais-direitos do futebol brasileiro nos anos 1970 e fundamental para a conquista do título Carioca de 1977 do Vasco. O “Canhão da Colina” é até hoje o lateral com maior número de gols da história do Vasco (30) muito por causa de seus chutes poderosos de fora da área e também em cobranças de faltas, além do ímpeto ofensivo que resultava em várias assistências para Roberto Dinamite. 

Lelé se destacava também por não aliviar nas divididas e ser competitivo ao extremo, esbravejando até mesmo nos treinamentos. Chegou a ser convocado para a seleção brasileira e diz a lenda que, certa vez, ele neutralizou e acuou o flamenguista Júlio César no grito, tamanha sua imponência… Orlando faleceu em 1999, com apenas 50 anos, após complicações de um grave acidente doméstico.

 

Lateral-Esquerdo: Felipe – 83,9% dos votos

 

Período no clube: 1996-2002 e 2010-2012

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 1 Campeonato Brasileiro (1997), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Copa do Brasil (2011), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 1 Campeonato Carioca (1998).

Jogos: 373

Gols: 33

 

Extremamente habilidoso e com muita categoria, Felipe foi revelado nas categorias de base do Vasco e teve seu talento aproveitado ao extremo pelo técnico Antônio Lopes, que colocou o jovem de 19 anos no time titular já em 1996. Pela lateral-esquerda, ele dava cadência ao time e apoiava com precisão o ataque. Jogou muito nos mágicos anos de 1997 e 1998 e encantou o torcedor vascaíno com seus dribles e passes. Ele mesmo dizia que preferia driblar ao invés de marcar gols. Curiosamente, por pouco o craque não marcou um gol de placa na final do Mundial de Clubes de 1998 contra o Real Madrid, após deixar dois marcadores para trás e a bola passar rente à trave do goleiro Illgner. Com sua categoria, passou a jogar no meio de campo nos anos seguintes e retornou ao Vasco no começo da década de 2010 para levantar a Copa do Brasil de 2011 atuando nessa posição.

 

Lateral-Esquerdo: Mazinho – 61,5% dos votos

 

Período no clube: 1986-1991

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Brasileiro (1989) e 2 Campeonatos Cariocas (1987 e 1988).

Jogos: 191

Gols: 9

 

Dono de uma habilidade extrema, Mazinho foi revelado pelo Vasco em 1986 e voou na lateral-esquerda do time até 1991. Polivalente, podia jogar na lateral-direita e também no meio de campo. Foi titular absoluto da SeleVasco e um dos principais jogadores do Vasco naquele fim de anos 1980, até se transferir para o futebol italiano e brilhar no Palmeiras da Parmalat. Suas atuações o levaram à Copa de 1994, onde virou titular e ajudou o Brasil a conquistar o tetracampeonato mundial. Pelo Vasco, Mazinho venceu três Bolas de Pratas seguidas da revista Placar como melhor lateral-esquerdo dos Campeonatos Brasileiros de 1987, 1988 e 1989.

 

Zagueiro: Mauro Galvão – 88,3% dos votos

 

Período no clube: 1997-2000

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 2 Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 1 Campeonato Carioca (1998).

Jogos: 103

Gols: 7

 

Experiente e consagrado no futebol nacional defendendo as cores do Internacional, Mauro Galvão mostrou que ainda tinha lenha para queimar quando chegou ao Vasco em 1997. Mesmo com 35 anos, foi o capitão do time e um dos melhores zagueiros do Brasil na época, sendo eleito Bola de Prata no Brasileiro de 1997. Foi crucial nas dicas de posicionamento e estilo de jogo para o seu companheiro de zaga, Odvan. Sua liderança foi essencial para garantir o sucesso do Vasco na Libertadores em 1998. Tinha futebol para ter ido à Copa do Mundo de 1998, mas acabou de fora. Ídolo da torcida, o Capitão América é até hoje um dos maiores zagueiros da história do Vasco. E sua eleição neste Time dos Sonhos com mais de 88% dos votos prova isso. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Zagueiro: Bellini – 78,7% dos votos

 

Foto: Arquivo / Gazeta Press.

 

Período no clube: 1952-1961

Principais títulos pelo clube: 3 Campeonatos Cariocas (1952, 1956 e 1958), 1 Torneio Rio-SP (1958), 1 Torneio de Paris (1957) e 1 Troféu Teresa Herrera (1957).

Jogos: 430

Gols: 0

 

Fora dos gramados ele se passava por um galã de Hollywood. Elegante, com um físico notável, arrancava suspiros das mulheres naqueles anos 1950. Mas, dentro de campo, Hideraldo Luiz Bellini, simplesmente Bellini, se transformava em um zagueiro implacável, raçudo, valente e que encarava qualquer rival. Foi um emblema do Vasco nos anos 1950 e símbolo de tempos de grandes glórias do Gigante da Colina. Suas atuações pelo cruzmaltino o levaram à seleção brasileira, pela qual Bellini foi capitão na Copa do Mundo de 1958 e teve o privilégio de erguer a primeira Taça Jules Rimet conquistada pelo escrete nacional.

 

Estátua de Bellini, no Maracanã, em alusão aos primeiros títulos mundiais da seleção.

 

Foi dele o gesto de erguer o troféu para o alto e que seria copiado por todos os capitães campeões do mundo nas Copas seguintes, um ato que ficou eternizado na entrada do Maracanã com uma estátua de Bellini com o troféu. O zagueiro é o 10º jogador com mais jogos na história do Vasco e foi capitão do clube entre 1954 e 1961.

 

Zagueiro: Domingos da Guia – 36% dos votos

 

Categoria com a bola no pé: algo raro para um zagueiro dos anos 1930.

 

Período no clube: 1932 e 1934-1935

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Carioca (1934).

Jogos: indisponível

Gols: —

 

Mesmo com duas curtas passagens pelo Vasco, Domingos da Guia foi lembrado pelos torcedores vascaínos para esse time dos sonhos. E não foi por menos, afinal, nos anos 1930, o único zagueiro brasileiro que parava as jogadas dos rivais, sabia dominar a bola, driblava e iniciava contra-ataques de cabeça erguida era Domingos da Guia, uma lenda dos gramados não só por aqui, mas na América do Sul por duas décadas. Após um ano marcante pelo Vasco, Domingos foi jogar no futebol uruguaio, pelo Nacional, e ganhou o apelido que carregou por toda vida: Divino Mestre. Em seu retorno a São Januário, faturou um título do Campeonato Carioca e entrou de vez para o rol de ídolos do Vasco. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Zagueiro: Orlando Peçanha – 32% dos votos

 

Período no clube: 1955-1961 e 1970

Principais títulos pelo clube: 2 Campeonatos Cariocas (1956 e 1958).

Jogos: indisponível

Gols: —

 

Ao lado de Bellini, formou a dupla de zaga do Brasil na conquista da Copa do Mundo de 1958 e também o paredão vascaíno campeão carioca em 1956 e 1958. Revelado pelo clube, Orlando esbanjava tranquilidade no setor defensivo com sua grande capacidade de antecipação e de sair jogando lá de trás. O zagueiro jogou tanto no Vasco que chamou a atenção do Boca Juniors, para onde ele foi no começo dos anos 1960 e virou ídolo dos xeneizes a ponto de ganhar o apelido de “O Senhor do Futebol”. Orlando Peçanha venceu os Campeonatos Argentinos de 1962 e 1964 pelo Boca.

 

 

Volante: Danilo Alvim – 49% dos votos

 

 

Período no clube: 1946-1954

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 4 Campeonatos Cariocas (1947, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 305

Gols: 11

 

Ganhou o apelido de “O Príncipe” tamanho estilo refinado que tinha em campo. Danilo Alvim era a criatividade pura no meio de campo do Vasco e da seleção, capaz de dar passes milimétricos, dribles fabulosos e ainda marcar gols, além de ter um controle de bola raro e visão de jogo estupenda. Ídolo vascaíno, Danilo é nome certo em qualquer lista de melhores da história do clube e possui uma história comovente de perseverança. Aos 19 anos, quando ainda era jogador do America do Rio, ele foi atropelado por um carro ao tentar pegar um bonde e sofreu 39 fraturas nas duas pernas (!). Ficou 18 meses engessado e conseguiu voltar ao futebol para brilhar com a camisa do Vasco por quase 10 anos. Danilo foi titular da seleção brasileira em quase todos os grandes jogos da equipe naquele final de anos 1940, inclusive na Copa do Mundo de 1950, compondo a linha média ao lado de Bauer e Bigode. Por tudo isso, é inimaginável um Vasco dos Sonhos sem Danilo Alvim.

 

Volante: Jorginho – 35,6% dos votos

 

©Juha Tamminen

 

Período no clube: 2000-2001

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Brasileiro (2000) e 1 Copa Mercosul (2000).

Jogos: 92

Gols: 2

 

O veterano ajudou demais o Vasco em 2000 atuando como lateral-direito, sua posição de origem, mas também em várias ocasiões como volante. Com seus passes precisos e a experiência de tetracampeão do mundo com a seleção em 1994, o craque fez grandes jogos e foi um dos destaques do título brasileiro e da Mercosul do cruzmaltino. Por conta disso, Jorginho acabou ganhando uma vaga nesse time dos sonhos.

 

Volante: Luisinho – 30,4% dos votos

 

 

Período no clube: 1991-1993, 1994 e 1995-2000

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 2 Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 4 Campeonatos Cariocas (1992, 1993, 1994 e 1998).

Jogos: 394

Gols: 8

 

Ao lado de Carlos Germano, Luisinho foi um dos poucos jogadores a participar de todos os grandes títulos do Vasco na década de 1990. Em sua primeira passagem, faturou dois Cariocas. Foi jogar no futebol espanhol, retornou e levantou mais um caneco estadual. Após outra breve saída, retornou de vez em 1995 para não sair mais do time até 2000, participando das glórias inesquecíveis do período. Muito combativo e exímio marcador, Luisinho foi o “Guerreiro de São Januário” e um dos mais queridos pela torcida no período, com destaque para seus jogos na campanha do título brasileiro de 1997 e na Libertadores de 1998.

 

 

Meia: Juninho Pernambucano – 95% dos votos

 

Período no clube: 1995-2001, 2011-2012 e 2013

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 2 Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 1 Campeonato Carioca (1998).

Jogos: 391

Gols: 76

 

O Reizinho da Colina obteve a maior votação dentre todos os jogadores nesta enquete. E não foi por menos. Formidável em chutes de média e longa distâncias, ótimo nos passes, com uma visão de jogo privilegiada e um dos maiores cobradores de faltas de todos os tempos, Juninho foi cerebral no grande Vasco do final dos anos 1990 e um ídolo que arrancava gritos e mais gritos de emoção em São Januário. Foi dele o golaço de falta contra o River Plate, na semifinal da Libertadores de 1998, que deu a classificação à final ao clube cruzmaltino. Foi dele, também, o golaço que deu sobrevida na final do Mundial Interclubes contra o Real Madrid.

Em 2000, reafirmou sua condição de ídolo com passes, movimentação, golaços e cobranças de falta simplesmente sensacionais, além de ser muito bom na marcação. Ficou no Vasco até 2001, foi para o Lyon e transformou o clube francês em heptacampeão nacional (leia mais clicando aqui). Depois, retornou ao Vasco em 2011, teve uma breve saída, e se aposentou no clube em 2013. Vestiu a camisa da seleção inúmeras vezes e disputou a Copa do Mundo de 2006. Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Meia: Geovani – 45,2% dos votos

 

 

Período no clube: 1982-1988 e 1991-1993

Principais títulos pelo clube: 5 Campeonatos Cariocas (1982, 1987, 1988, 1992 e 1993).

Jogos: 408

Gols: 49

 

Muito técnico, habilidoso e exímio cobrador de faltas, Geovani foi um dos melhores meias dos anos 1980 e ajudou demais o Vasco na conquista do bicampeonato carioca de 1987/1988. Armava jogadas precisas para o ataque destruir os rivais, além de marcar seus gols. Pecava, porém, pelo excesso de individualismo em muitas jogadas, algo que prejudicou sua carreira na seleção – ele teve destaque apenas nas equipes de base. Foi ídolo do Vasco e é um dos atletas com mais jogos disputados pelo cruzmaltino na história – 408 partidas.

 

Meia: Jair Rosa Pinto – 35,2% dos votos

 

 

Período no clube: 1943-1946

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Carioca (1945).

Jogos: 71

Gols: 27

 

Foi, sem dúvida, um dos maiores meias da história do futebol brasileiro e um craque sensacional dos anos 1940 e 1950. Após ser revelado pelo Madureira e brilhar ao lado de Isaías e Lelé no trio conhecido como “Os Três Patetas”, Jair foi para o Vasco em 1943 para ajudar a construir o misticismo do Expresso da Vitória com muitos gols, passes e raça. Venceu a Copa América de 1949 com a seleção brasileira marcando 9 gols, recorde até hoje jamais superado na competição. Em 1950, marcou dois gols na Copa do Mundo e integrou o All-Star Team do torneio. Deixou precocemente o Vasco em 1946 por não aceitar ficar na reserva em alguns jogos. Mesmo assim, é um dos maiores craques da história do Gigante da Colina.

 

Meia: Pedrinho – 34,2% dos votos

 

 

Período no clube: 1995-2001, 2008 e 2013

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 2 Campeonatos Brasileiros (1997 e 2000), 1 Copa Mercosul (2000), 1 Torneio Rio-SP (1999) e 1 Campeonato Carioca (1998).

Jogos: 218

Gols: 47

 

O meia Pedrinho sempre jogou muito, mas sofreu a maior parte de sua carreira com lesões. Agora, imagine ele sem lesões. Aí sim! Inteiro, foi peça chave para o Vasco nos principais títulos do clube entre 1997 e 1998. Com ele, Ramon e Juninho Pernambucano, o time cruzmaltino tinha uma força ofensiva gigantesca e um leque de jogadas fantástico para Edmundo e Evair fazerem a festa no título Brasileiro de 1997. Em 1998, continuou a brilhar na campanha da Libertadores e marcou dois gols no Grêmio, nas quartas de final. Rápido, habilidoso e versátil, se deslocava por todo o setor ofensivo e possibilitava muitas alternativas ao time. Uma pena que sofreu uma grave lesão no segundo semestre de 1998 que o tirou da final do Mundial Interclubes contra o Real Madrid. Voltou em fevereiro de 2000 ao time e foi um dos goleadores na vitória por 5 a 1 sobre o Flamengo pelo Carioca, além de entrar em vários jogos durante as campanhas dos títulos do Brasileiro e da Mercosul. Deixou o Vasco em 2001 para jogar no Palmeiras.

 

 

Atacante: Roberto Dinamite – 90,5% dos votos

 

Período no clube: 1971-1980, 1980-1989, 1990 e 1992-1993

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Brasileiro (1974), 5 Campeonatos Cariocas (1977, 1982, 1987, 1988 e 1992) e 2 Troféus Ramón de Carranza (1987 e 1988).

Jogos: 1110

Gols: 702

 

No século 19, o químico e inventor sueco Alfred Nobel queria descobrir uma maneira de tornar a nitroglicerina, um composto químico altamente explosivo, mais manipulável para que pudesse ser utilizada em diversos fins. Depois de muitas pesquisas, eis que ele juntou a nitroglicerina com materiais absorventes porosos (como terra diatomácea ou outro material absorvente como serragem, argila ou polpa de celulose) e envolveu o conteúdo com uma capa cilíndrica. Ele batizou o artefato como “Pó de segurança para explodir”, que ficou conhecido como Dinamite, que vem do grego “dinamis” com o sufixo sueco “it”, que significa “conectado com a força”. Estava sacramentado um dos mais perigosos e instáveis explosivos do mundo, que revolucionou as grandes construções mundiais, como túneis e canais. 

Muitos anos depois, mais precisamente em 1971, um jovem de apenas 17 anos mostrou que a palavra dinamite poderia ser aplicada quando utilizada ao descrever a ação de um ser humano que aplica força num chute. Em novembro daquele ano, aquele tal jovem passou por quatro marcadores e mandou um petardo de perna direita sem chance alguma para o goleiro. Todos ficaram estupefatos. No dia seguinte, o Jornal dos Sports imortalizou em uma grande manchete: “Garoto dinamite explode”. Ele explodiu no Maracanã. E se mostraria altamente perigoso por longos anos. Seria o maior explosivo utilizado pelo Vasco na história do Campeonato Carioca. O maior na história do Campeonato Brasileiro. O maior na história do estádio de São Januário. 

Foto: Revista Placar, janeiro de 1988.

 

Era um explosivo diferente, que não causava dano material algum. Ele liberava gols. De todos os tipos. Centenas. Por mais de duas décadas, ecoou em estádios de vários cantos do Brasil e até do mundo. Carlos Roberto de Oliveira foi dinamite em estado puro no futebol. Foi Roberto Dinamite, o maior artilheiro da história do Vasco e um dos mais notáveis centroavantes que o Brasil já teve. Com números incontestáveis, foi uma lenda multicampeã que sempre foi devota da cruz de malta, seu pendão. Óbvio que ele foi o mais votado dentre os atacantes do Vasco dos Sonhos. Leia muito mais sobre ele clicando aqui.

 

Atacante: Romário – 89,4% dos votos

 

 

Período no clube: 1985-1988, 2000-2002, 2005-2006 e 2007-2008

Principais títulos pelo clube:  1 Campeonato Brasileiro (2000), 1 Copa Mercosul (2000) e 2 Campeonatos Cariocas (1987 e 1988).

Jogos: 406

Gols: 326

 

“Você sabe o que é jogar ao lado do Romário com 20 anos de idade? Era só jogar a bola para ele. Das três que chegavam no pé, duas ele colocava dentro do gol!”. A frase de Roberto Dinamite resume bem o que era o jovem Romário naquela segunda metade dos anos 1980, quando ele começou a destroçar os rivais no time profissional do Vasco após ser artilheiro de todos os torneios juvenis que disputou. O gênio da grande área brilhou intensamente e ajudou o Vasco a conquistar o bicampeonato carioca de 1987 e 1988, em ambas contra o maior rival, o Flamengo. Em 1988, a decisão teve um gosto ainda melhor, com Romário marcando um golaço após chapelar o goleiro rubro-negro e entrar com bola e tudo no gol. Naquela época, já dizia que iria chegar aos mil gols, tal como Pelé. E ele não só cumpriu a promessa como fez história por vários outros clubes e principalmente pela seleção, pela qual venceu torneios continentais e a Copa do Mundo de 1994.

Romário, o nome incontestável do Brasil em 2000. Foto: Getty Images.

 

Romário ordena o silêncio contra o Palmeiras, na final da Mercosul de 2000: a virada estava decretada!

 

Baixinho tem uma estátua no Vasco.

 

Quando retornou ao Vasco, em 2000, mesmo veterano, provou que um gênio pode agir de qualquer maneira e a qualquer momento. Dos 176 gols do Vasco em 2000, 67 foram dele. Foi artilheiro do time e do Mundial de Clubes da FIFA com três gols. Foi artilheiro do time e do Campeonato Carioca com 19 gols. Foi artilheiro do time e do Torneio Rio-SP com 12 gols. Foi artilheiro do time e da Copa João Havelange com 20 gols. Foi artilheiro do time e da Copa Mercosul com 11 gols. Foi Bola de Ouro pela revista Placar. Marcou 73 gols em 75 jogos no total. Enfim, foi Romário em sua plenitude. Sua identificação com o Vasco foi simbiótica e seu milésimo gol saiu exatamente pelo clube, em São Januário, de pênalti, como Pelé. O Baixinho sempre cumpriu promessas… Leia mais sobre essa lenda clicando aqui.

 

Atacante: Edmundo – 89,4% dos votos

 

 

Período no clube: 1992, 1996-1997, 1999-2000, 2003 e 2008

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Brasileiro (1997) e 1 Campeonato Carioca (1992).

Jogos: 244

Gols: 137

 

Após uma boa, porém breve passagem pelo Vasco em 1992, o “Animal” viveu o auge de sua carreira anos depois. O que Edmundo jogou entre 1996 e 1997 foi um estrondo. O craque foi a figura responsável pelo título nacional do Vasco em 1997, ganhou a Bola de Ouro e a nota 10 como o maior astro do torneio. Edmundo marcou 29 gols em 28 jogos e se tornou na época o maior artilheiro em uma só edição de Campeonato Brasileiro na história, além de ter marcado todos os seis gols da goleada de 6 a 0 sobre o União São João, recorde na história do Brasileirão até hoje. No mata-mata, ainda acabou com o Flamengo com três gols nos 4 a 1 do Vasco e virou de vez um dos maiores ídolos do clube. Edmundo levou a Bola de Prata e a Bola de Ouro da Placar em 1997 e catapultou seu espaço na seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1998.

Edmundo nos braços da galera, em 1997.

 

Fazendo fila contra o Flamengo…

 

… Animal foi sensacional em 1997!!

 

Em 2000, fez grandes jogos no Mundial de Clubes da FIFA, mas a perda do pênalti decisivo na final, somada às desavenças com Romário e a diretoria acabaram minando sua permanência no clube. Teve outras duas passagens pelo Vasco, mas sem o brilho de antes. Mesmo assim, Edmundo é cultuado até hoje por tudo o que fez lá em 1997. Quem viu, jamais se esqueceu. Principalmente o torcedor vascaíno.

 

Atacante: Ademir de Menezes – 62,3% dos votos

 

 

Período no clube: 1942-1945 e 1948-1956

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 4 Campeonatos Cariocas (1945, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 429

Gols: 301

 

Ninguém podia com suas arrancadas (ou “rush”, para os cronistas), muito menos com seus chutes potentes vindos de ambas as pernas. Os zagueiros tinham seus pontos fracos decifrados em pouquíssimo tempo e eram simplesmente destruídos por aquele atacante virtuoso e imponente. Dentro da área, era um definidor pleno. Fora dela, não encontrava adversários à altura para evitar o que mais gostava de fazer na vida: gols, seja com a camisa que ele tanto amou, a do Vasco da Gama, seja com a branca com toques azuis da Seleção Brasileira. Tivesse sido campeão do mundo na Copa de 1950, aquele goleador de queixo avantajado teria alcançado um status estratosférico de gênio, mito, lenda. No entanto, num capricho ácido e rude do futebol, ele não ganhou a taça e perdeu a oportunidade de residir no mais alto pódio dos grandes nomes do esporte. 

Mas, para aqueles que realmente entendem e dignificam os méritos e o talento de um atleta, Ademir de Menezes foi um dos maiores atacantes de toda a história do futebol pelos títulos, pelos gols, pelo jeito de jogar e por tudo o que fez dentro de campo. Ele era uma verdadeira máquina de fazer gols e um pesadelo para qualquer defensor. E ele se garantia fosse qualquer jogo ou situação. Ademir foi o maquinista principal do lendário Expresso da Vitória do Vasco que marcou época no futebol sul-americano nos anos 1940, campeão com todas as camisas que vestiu e um dos primeiros camisas 9 de sucesso na Seleção, além de ter sido um dos poucos que se livraram das críticas no fatídico Maracanazo. Ademir é o 3º maior artilheiro do Vasco em todos os tempos com 301 gols e o 11º em número de jogos (429 partidas). Leia mais sobre ele clicando aqui!

 

Atacante: Vavá – 35,2% dos votos

 

 

Período no clube: 1952-1958

Principais títulos pelo clube: 3 Campeonatos Cariocas (1952, 1956 e 1958), 1 Torneio de Paris (1957) e 1 Torneio Rio-SP (1958).

Jogos: indisponível

Gols: 191

 

No começo dos anos 1950, o Vasco procurava um substituto à altura para Ademir de Menezes, que em breve iria pendurar as chuteiras. E o clube cruzmaltino encontrou: Vavá, o “peito de aço”, um dos quatro (os outros são Pelé, Paul Breitner e Zidane) jogadores a marcar gols em duas finais de Copas e único na história a fazer gols em duas finais de Copas seguidas. Destemido, forte, com reflexos apuradíssimos e exímio finalizador, Vavá foi um dos mais talentosos atacantes de seu tempo e provou isso com títulos e muitos gols – foram 191 com a camisa do Vasco, ele é o 7º maior artilheiro do clube na história. Foi peça mais do que importante nas duas Copas ganhas pelo Brasil em 1958 e 1962. Após tantos anos de brilho pelo Vasco, foi jogar no Palmeiras, onde também virou ídolo. Leia mais sobre ele clicando aqui.

 

 

Técnico: Antônio Lopes – 57,4% dos votos

 

 

Período no clube: 1981-1983, 1985-1986, 1991, 1996-2000, 2001, 2002-2003 e 2008

Principais títulos pelo clube: 1 Copa Libertadores da América (1998), 1 Campeonato Brasileiro (1997), 3 Campeonatos Cariocas (1982, 1998 e 2003) e 1 Torneio Rio-SP (1999).

Retrospecto: 600 Jogos, 306 vitórias, 146 empates, 148 derrotas, aproveitamento de 59,1%.

 

O jeito calmo e sereno de Antônio Lopes contrastou com a endiabrada equipe que ele montou em campo naquele final de anos 1990. Dando bastante espaço para as crias da base e com um esquema de jogo que apostava bastante no ataque, dribles e criatividade, o treinador fez o cruzmaltino renascer e atingiu o ápice de uma carreira que começou como auxiliar técnico no próprio Vasco, em 1974, e teve passagens já como técnico em 1981-1983, 1985-1986 e 1991. Seu primeiro caneco pelo clube foi em 1982, no título Carioca conquistado em cima do super Flamengo, então campeão do mundo e da América, mas que sucumbiu na decisão com a vitória por 1 a 0 (gol olímpico de Pedrinho Gaúcho) do Vasco de Antônio Lopes. 

Mas foi a partir de 1996 que o “delegado” criou sua obra-prima e faturou o Brasileiro de 1997, a Libertadores de 1998, o Carioca de 1998 e o Torneio Rio-SP de 1999 com o esquadrão cultuado até hoje pela torcida vascaína. Em 2003, Lopes ainda venceu outro Estadual e, em 2002, foi coordenador técnico de Felipão na conquista da Copa do Mundo da FIFA pelo Brasil. Sem dúvida, Antônio Lopes é o técnico mais identificado com o Vasco em toda a história. E, por isso – e os 600 jogos à frente do clube – que ele foi eleito o treinador desse Time dos Sonhos.

 

 

Vasco dos Sonhos do Imortais!

 

Goleiros: Barbosa e Carlos Germano

Laterais-Direitos: Augusto e Orlando Lelé

Laterais-Esquerdos: Mazinho e Felipe

Zagueiros: Mauro Galvão, Bellini, Domingos da Guia e Ely

Volantes: Danilo Alvim, Fausto e Jorge

Meias: Juninho Pernambucano, Jair Rosa Pinto, Geovani e Ipojucan

Atacantes: Roberto Dinamite,  Ademir de Menezes, Romário, Edmundo e Pinga

Técnico: Antônio Lopes

 

Time A – formação – 4-2-4

Barbosa; Augusto, Mauro Galvão, Bellini e Mazinho; Danilo Alvim e Juninho Pernambucano; Roberto Dinamite, Ademir de Menezes, Romário e Edmundo. 

O Imortais montou um Vasco dos Sonhos apelação! Isso mesmo, colocamos logo os quatro artilheiros mais devastadores da história do clube juntos para destroçar qualquer defesa do futebol. E, por mais louco que seja, esse time não seria fraco na zaga! A começar pelo quarteto lá de trás: Augusto, Mauro Galvão, Bellini e Mazinho, todos à frente do lendário Barbosa, que teriam técnica, raça, força e vigor na medida certa. Enquanto Augusto e Bellini seriam os responsáveis por “destruir”, Mauro Galvão e Mazinho ficariam com a construção e a cadência para organizar a defesa. No meio, Danilo Alvim e Juninho Pernambucano poderiam marcar, mas também dar passes precisos e na medida para Roberto Dinamite, Ademir de Menezes, Romário e Edmundo anotarem pelo menos um gol cada um. No mínimo. E tem mais: Roberto e Edmundo poderiam muito bem voltar para roubar a bola e iniciar um ciclo vicioso de gols e mais gols que não ia acabar nunca! Isso é que é Expresso!

 

Time B – formação – 4-4-2

Carlos Germano; Orlando Lelé, Domingos da Guia, Ely e Felipe; Fausto, Jorge, Geovani e Jair Rosa Pinto; Ipojucan e Pinga.

No Time B, escalamos vários atletas ausentes entre os escolhidos pelos leitores, principalmente do meio para frente. Na zaga, entra Ely do Amparo, um dos maiores ídolos da história do Vasco, craque do Expresso da Vitória e polivalente que podia jogar também na lateral e no meio de campo. No meio de campo, ganham espaço Fausto, a “Maravilha Negra” dos anos 1930, e Jorge, que fechava o lado esquerdo da linha média do Expresso da Vitória. No ataque, duas novidades: Ipojucan, outra lenda do Expresso e que se destacava pela altura (1,90m), passes e dribles secos e precisos, e Pinga, 4º maior artilheiro da história do Vasco com 250 gols e lenda dos anos 1940 e 1950 no futebol brasileiro.

 

Os escolhidos pelo Imortais ausentes no time dos leitores e leitoras:

 

Lateral-Direito: Augusto

 

Período no clube: 1945-1953

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 5 Campeonatos Cariocas (1945, 1947, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 293

Gols: 1

 

Capitão do Brasil na Copa de 1950, Augusto era preciso no posicionamento, na marcação e no desarme e foi o dono do lado direito da equipe brasileira na época. Ídolo no Vasco e capitão do Expresso da Vitória, Augusto venceu cinco Estaduais e o Campeonato Sul-Americano de 1948, e era o único jogador da seleção com emprego fora dos gramados: trabalhava na Polícia Especial do Rio (anos depois, foi para a PF). Não tinha tanta técnica ou velocidade, por isso, não se deslocava muito da zaga e superava os rivais pela personalidade e raça em campo.

 

Zagueiro: Ely

 

Período no clube: 1943-1954

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 5 Campeonatos Cariocas (1945, 1947, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 351

Gols: 3

 

Ao lado de Danilo e Jorge, compôs a famosíssima linha média do Expresso da Vitória, responsável por municiar o ataque do time com passes primorosos, construir jogadas fabulosas e abusar da técnica com a bola nos pés. Ely era a raça pura da linha, com vigor físico e muita disciplina, ganhando o apelido de “xerife”. Foi um dos principais líderes do time naquele período e também da seleção brasileira. Jogou de 1943 até 1954 no Vasco, conquistando diversos títulos. Foi ídolo, também, no Sport.

 

Volante: Fausto

 

Período no clube: 1928-1931 e 1933-1934

Principais títulos pelo clube: 2 Campeonatos Cariocas (1929 e 1934).

Jogos: 142

Gols: 12

 

Na primeira Copa do Mundo disputada pelo Brasil, em 1930, um jogador recebeu imensos elogios da imprensa uruguaia por seu futebol estonteante, clássico, único: Fausto, médio de puro talento do futebol brasileiro nos anos 1920 e 1930. Conhecido como “A Maravilha Negra” (a exemplo do uruguaio José Leandro Andrade), Fausto foi um dos principais jogadores do Vasco na virada dos anos 1920 para os anos 1930 pela dominância que exercia no meio de campo com as matadas no peito, os passes longos e a visão de jogo, além de ter uma notável liderança sobre os companheiros.

Itália e Fausto, no lendário Vasco do final dos anos 1920. Foto: Arquivo / Vasco da Gama.

 

Foi campeão carioca em 1929 com um lendário time que tinha os ídolos Jaguaré (goleiro), Brilhante e Itália (defensores). Encantou os europeus em uma excursão do Vasco em 1931, quando foi contratado pelo Barcelona-ESP e somou também uma passagem pelo futebol suíço. Na volta ao Brasil, começou a jogar mais recuado e cair na boêmia, o que lhe rendeu constantes gripes e falta de fôlego. O tempo passou e veio o choque: uma séria tuberculose, que lhe tirou a vida em março de 1939, com apenas 34 anos.

 

Volante: Jorge

 

Período no clube: 1944-1954

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 5 Campeonatos Cariocas (1945, 1947, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 353

Gols: —

 

Era o terceiro membro da linha média impecável do Expresso da Vitória, com uma aplicação tática impressionante, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Marcava demais os adversários, sempre com muita eficiência, conquistando a torcida vascaína. Ídolo imortal do clube, esteve na seleção brasileira e podia jogar não só como meio-campista como também lateral-esquerdo.

 

Meia / Atacante: Ipojucan

 

Período no clube: 1944-1953

Principais títulos pelo clube: 1 Campeonato Sul-Americano de Clubes (1948) e 5 Campeonatos Cariocas (1945, 1947, 1949, 1950 e 1952).

Jogos: 413

Gols: 225

 

Do alto de seus 1,90m, Ipojucan era o terror dos zagueiros com habilidade e criatividade. Abusava das jogadas de efeito e marcava muitos gols, mais precisamente 225 com a camisa cruzmaltina, sendo o 6º na lista de artilheiros do clube. A característica principal do craque eram os dribles secos nos adversários e a presença de área, além de recuar e distribuir bem a bola para os companheiros de ataque. Foram quase 10 anos de Vasco e a idolatria eterna da torcida.

 

Atacante: Pinga

 

 

Período no clube: 1953-1962

Principais títulos pelo clube: 2 Campeonatos Cariocas (1956 e 1958) e 1 Torneio Rio-SP (1958).

Jogos: 466

Gols: 250

 

Com uma perna esquerda letal e muito oportunismo, Pinga foi um dos melhores pontas-de-lança do futebol brasileiro nos anos 1940 e 1950 e artilheiro por onde passou. Ele chegou ao Vasco em 1953 após se transformar no maior artilheiro da história da Portuguesa, pela qual brilhou por quase 10 anos. No Vasco, Pinga seguiu com médias de gols notáveis e um terror para os zagueiros com suas corridas fulminantes e imparáveis, finalizações precisas e muitos gols. Ele foi o Jogador do Ano do Vasco em cinco oportunidades, artilheiro do time em 1955 com 34 gols, em 1958 com 26 gols, em 1959, com 33 gols e em 1960, com 33 gols. Pinga foi convocado para a Copa do Mundo de 1954 e marcou dois gols na goleada sobre o México por 5 a 0 pela fase de grupos.

 

Leia muito mais sobre o Vasco clicando aqui!

 

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Comentários encerrados

5 Comentários

  1. O Vasco tem uma história muito rica, tanto que é mencionada como a mais linda do futebol. Numa época em que o futebol era dominado pelo racismo, o Gigante da Colina fez questão de aceitar brancos, negros, mulatos, operários, pobres… Isso chocou os outros times na época. E o Vascão tratou de mantê-los, mesmo com os rivais tentando induzi-lo a dispensá-los do clube, com direito à chamada Resposta Histórica de 1924. O tempo passou e muitos craques honraram a Cruz de Malta, contribuindo para a conquistas de vários títulos e histórias inesquecíveis, do Expresso da Vitória ao Trem-Bala da Colina, tanto que foi muito complicado escolher “só” 22 jogadores aqui nesse Time dos Sonhos! A luta contra o preconceito foi muito importante para a história do Vasco e também para a do futebol brasileiro.

    Quando o Vascão vai construir um novo esquadrão imortal? Não sabemos! Resta à imensa torcida vascaína ajudar o clube a se manter forte para superar tempestades e injustiças que vem aparecendo nos últimos anos em São Januário. Abraço gigantesco ao Guilherme Diniz e a todos os vascaínos!

Esquadrão Imortal – Benfica 1960-1965

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