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História da Camisa do River Plate

 

Por Guilherme Diniz

Eles são os soberanos do futebol argentino. Ninguém tem mais títulos nacionais do que os imponentes “Millonarios” do Monumental. A história da camisa do River Plate é rica, inconfundível, elegante e nasceu, como muitos acreditam, após uma travessura de carnaval.

Fundado em 1901, o Club Atlético River Plate possui uma história recheada de glórias e ídolos que atravessaram gerações sempre vestindo o manto branco com a célebre faixa diagonal em vermelho, que elevam o clube ao mais alto patamar. Mas nem sempre a camisa da equipe teve essas características.

O uniforme de 1908.

 

Arte: Mantos do Futebol

 

Camisa de 1920. Foto: Livro Camisetas Legendarias Del Fútbol Argentino – Eugenio Palopoli, Diego Silber, Sebastián Ruggiero e Santiago Chichizola. Editora Grijalbo.

 

O primeiro uniforme do clube foi composto por camisa branca e calção e meias pretas. Em 1905, nasceu o mito da faixa diagonal em vermelho. Em uma noite de carnaval, um grupo de cinco jovens membros do River entraram em um táxi e roubaram uma fita de seda vermelha que estava no banco de trás. A traquinagem tinha como objetivo incrementar o uniforme do clube e dar mais cor ao simples branco. Após o “crime”, os jovens pegaram uma camisa, colocaram a fita entrelaçada diagonalmente e a prenderam com alfinetes. A ideia foi prontamente atendida pelos sócios e virou vestimenta oficial da equipe residida, ainda na época, no bairro La Boca (casa do maior rival, Boca Juniors).

Outra teoria para a faixa é a homenagem a São Jorge, santo que tem como signo a cruz vermelha sob o branco, cores presentes no River Plate e na bandeira de Gênova, cidade italiana de onde vieram vários dos membros do clube. Entre 1912 e 1932, a equipe passou a utilizar com mais frequência uma camisa tricolor acompanhada de calção preto e meias cinzas, combinação que segue até os dias atuais como alternativa para o uniforme reserva.

O River de 1942.

 

A partir de 1932, a camisa branca com a faixa diagonal voltou com mais força e seguiu intacta como vestimenta titular. Ao longo dos anos, a equipe teve poucas variações em seus uniformes, embora tenha utilizado combinações curiosas em certas ocasiões. Em 1969, 1971, 1975 e 2008, o clube adotou uma pouco usual camisa violeta para disputar partidas do Campeonato Argentino.

 

Arte: Mantos do Futebol

 

Na primeira vez, em 1969, o time usou a cor por causa da recusa de seu adversário, o Deportivo Morón, de mudar seu uniforme branco e vermelho. Com isso, um sócio do River doou o conjunto violeta e ajudou a equipe do Monumental a vencer por 3 a 0. Em 1980, a equipe foi obrigada a utilizar uma camisa com as cores do Boca (!) em um duelo contra o PSV-HOL na disputa do Troféu Joan Gamper, em Barcelona (ESP). Como o clube holandês tinha um uniforme parecido com o dos argentinos, o organizador da competição, o Barcelona, emprestou sua camisa amarela com faixas diagonais em grená e azul (sendo o azul e o amarelo as cores do Boca) para que o River a utilizasse. Embora tenha jogado com um uniforme “maldito”, a equipe venceu o PSV, nos pênaltis, e ficou com o terceiro lugar.

O River teve que jogar de amarelo em 1980!

 

O River de 1966, com calções brancos.

 

A base do River campeão argentino de 1985-1986 – Em pé: Gordillo, Gallego, Craiyacich, Pumpido, Ruggeri e Montenegro. Agachados: Amuchástegui, Gorosito, Morresi, Francescoli e Alfaro.

 

Francescoli com a lendária camisa de 1996.

 

Camisa alternativa de 1996-1997. Foto: Livro Camisetas Legendarias Del Fútbol Argentino – Eugenio Palopoli, Diego Silber, Sebastián Ruggiero e Santiago Chichizola. Editora Grijalbo.

 

Camisa de 1997, usada por Cambiasso. Foto: Livro Camisetas Legendarias Del Fútbol Argentino – Eugenio Palopoli, Diego Silber, Sebastián Ruggiero e Santiago Chichizola. Editora Grijalbo.

 

Camisa tricolor de 2012. Foto: Livro Camisetas Legendarias Del Fútbol Argentino – Eugenio Palopoli, Diego Silber, Sebastián Ruggiero e Santiago Chichizola. Editora Grijalbo.

 

Arte: Mantos do Futebol

 

Pratto vibra: River foi campeão da América em 2018 com uniforme clássico e sem patrocínio.

 

A bela camisa alternativa do River de 2019.

 

Camisa grená lançada em 2019 em homenagem ao Torino de 1949. Naquele ano do acidente de Superga, o River homenageou o Toro da mesma maneira e repetiu o gesto 70 anos depois.

 

 

 

 

Desde então, o clube segue com seu tradicional uniforme titular e as vestimentas tricolores e pretas como reservas (além de pontuais camisas vermelhas). E foi assim, com o branco, o vermelho em diagonal e o preto do calção que o clube retomou o caminho de suas glórias e voltou a reinar na América do Sul com títulos em profusão desde 2014, incluindo duas Libertadores, em 2015 e 2018, sob o comando do ídolo Marcelo Gallardo, uma hegemonia tão marcante quanto a do rival Boca lá no começo dos anos 2000. É a vontade de sempre ser o “más grande”.

 

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Este texto foi uma parceria do Imortais com o Mantos do Futebol, mais completo site brasileiro de notícias sobre camisas de futebol. Acesse este link e confira as novidades e lançamentos de todos os clubes do mundo!

 

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Comentários encerrados

3 Comentários

  1. Essas matérias sobre camisas são muito legais, espero que continuem…

    Uma combinação que o River usou pouquíssimas vezes ,mas que é linda, é aquela com calções meiões vermelhos, usada, por exemplo, contra o Grêmio na Libertadores do ano passado.

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