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Al Ahly x Zamalek – Derby do Cairo

Por Guilherme Diniz

 

A rixa: fundado em 1907, o Al Ahly viu nascer alguns anos depois, em 1911, um clube fundado pelo advogado belga George Marzbach chamado Qasr Al Nil, que mudaria de nome dois anos depois para Al Mokhtalat Club e também em 1941, para King Farouk Club. Só em 1952 que o tal clube foi nomeado em definitivo como Zamalek. Mas a rivalidade já existia há muito tempo. O Al Ahly era do povo, das massas, em prol do nacionalismo e contra a ocupação britânica daquele começo de século XX, enquanto o Zamalek vinha da aristocracia, da elite, e compactuava com o Império Britânico. Oriundos do Cairo, eles sempre quiseram ser os protagonistas do futebol na cidade mais emblemática e histórica do continente.

A briga sempre foi para ver quem era o maior e o melhor. E, quando as competições nacionais surgiram, tal rivalidade explodiu. Os nervos sempre ficam à flor da pele quando vermelhos e brancos se enfrentam. E tal fervor quase sempre acaba em brigas, confusões e até mortes. O Derby do Cairo virou o maior da África, cujos clubes se tornaram tão grandes que o Egito ficou pequeno demais para eles. O duelo é um dos clássicos mais quentes do planeta. Tão quente que nem o Nilo ajuda a resfriar…

Quando começou: no dia 09 de fevereiro de 1917, na vitória do Al Ahly sobre o então Al Mokhtalat Club por 1 a 0.

Maior artilheiro: Abdel-Karim Sakr: 17 gols, sendo 10 pelo Al Ahly e sete pelo Zamalek. Os maiores artilheiros por um só clube são Mokhtar El-Tetsh e Mohamed Aboutrika, ambos pelo Al Ahly, com 13 gols cada.

Quem mais venceu: Al Ahly – 104 vitórias (até fevereiro / 2022). O Zamalek venceu 58. Foram 78 empates.

Maiores goleadas: Zamalek 6×0 Al Ahly, 02 de janeiro de 1942

Zamalek 6×0 Al Ahly, 02 de junho de 1944

Al Ahly 6×1 Zamalek, 16 de maio de 2002

Al Ahly 5×0 Zamalek, 30 de maio de 1937

 

Eles nasceram com o objetivo de assumir a hegemonia em uma cidade milenar, cortada pelo mais famoso rio do mundo e com histórias e lendas impressionantes. Com origens tão distintas, carregavam as particularidades de diferentes povos, diferentes crenças. O problema é que essa ânsia pelo protagonismo sempre causou problemas. Ano a ano, o duelo entre o time do povo e o time da elite atraía multidões e parava não só o Cairo, mas o país inteiro. Eles já provocaram cancelamento de campeonato. Destruições. Forçam a contratação de árbitros estrangeiros para garantir a imparcialidade. Nem um nem outro pode jogar em casa, apenas em campo neutro. Já levaram 120 mil pessoas a um duelo. E, de tão grandes, foram nomeados pela Confederação Africana de Futebol os clubes do século XX da África, com o Al Ahly em primeiro e o Zamalek em segundo. E ai dela se não elegesse aqueles titãs. Ia provocar uma guerra! Se bem que eles sempre estão perto disso… Al Ahly e Zamalek fazem simplesmente um dos clássicos mais tensos, perigosos e disputados do mundo. Conhecido como Derby do Cairo, o duelo é cercado de histórias tenebrosas. Para se ter uma ideia, o repórter James Montague, do The Guardian, publicou em uma reportagem de julho de 2008 que, enquanto se dirigia até o Cairo para assistir a um clássico entre os dois titãs egípcios, foi alertado pelo taxista que o levava até o aeroporto: “Não vá. Você vai morrer”. Assim, direto, sem mais nem menos. E ele não estava falando nenhuma bobagem.

Um Derby do Cairo é algo que transcende o limite da racionalidade. Os torcedores ficam ensandecidos. Não suportam a derrota para os vermelhos (no caso do Zamalek) e ficam furiosos quando os brancos vencem (no caso do Al Ahly). Protagonistas do continente por anos, eles são recordistas em títulos no Egito e estão no topo quando o assunto é Liga dos Campeões da África. Os vermelhos possuem dez conquistas, enquanto o Zamalek vem logo atrás com cinco – o TP Mazembe é o único “intruso”, também com cinco títulos. Símbolos do próprio futebol egípcio, Al Ahly e Zamalek são a profunda simbiose do esporte no país, em todos os sentidos. Para entender a evolução do futebol por lá, basta conhecer o clássico. Tudo sempre passou – e passa – por ele.  

 

A origem no Colonialismo

O Rei Farouk I, que inspirou uma das mudanças de nome do Zamalek, em foto de 1937. (AP Photo)

 

No começo do século XX, os soldados britânicos caminhavam pelas ruas do Cairo como se estivessem em Londres. Eram os difíceis tempos da colonização do Império em terras egípcias. Como uma válvula de escape e resposta àquela repressão, foi fundado em 1907 o Al Ahly, que significa “O Nacional”, com cunho totalmente popular para ser a representação esportiva do povo, do nacionalismo e uma resposta contra a ocupação britânica. A cor escolhida (vermelha) remetia à bandeira pré-colonialismo do Egito. Alguns anos depois, em 1911, foi fundado totalmente na contramão dos princípios do Al Ahly o Qasr El Nil – em alusão à famosa rua homônima no Cairo – com origem estrangeira, vestindo o branco e forjado na elite egípcia, embora seus ideais na época não impusessem barreiras e fossem para “todas as pessoas”. No entanto, poetas, escritores e intelectuais sempre mostraram mais afinco com o clube, além dos opositores aos ideais nacionalistas terem no Qasr El Nil uma representação quando o assunto era futebol.

Em 1913, o Qasr El Nil mudou de nome para Al Mokhtalat e seguiu aliado ao exército britânico e aos estrangeiros, provocando cada vez mais a ira dos vermelhos do Al Ahly. Em 1917, os dois clubes da capital se enfrentaram pela primeira vez em um amistoso e o Al Ahly venceu por 1 a 0. Três anos depois, os clubes ajudaram a seleção egípcia a formar um time para disputar pela primeira vez os Jogos Olímpicos, na Antuérpia (BEL), mesmo sem uma federação de futebol no país – a Associação de Futebol do Egito só foi fundada em 1921. Dez jogadores do Al Ahly e quatro do Al Mokhtalat estiveram no selecionado que acabou perdendo para a Itália logo na primeira rodada da competição por 2 a 1. Gamil Osman, do Al Ahly, foi o autor do gol de honra dos egípcios.

Nos anos seguintes, as partidas começaram a acontecer com mais frequência não só pela consolidação da associação de futebol do país como também pelo fim do colonialismo britânico. Em 1921, começou a ser disputada a Copa do Egito, que teve como primeiro campeão o Al Mokhtalat. Em 1928, os rivais fizeram a grande final da competição e os vermelhos venceram por 1 a 0, e voltaram a vencer em 1931, dessa vez por 4 a 1. Na temporada seguinte, os brancos deram o troco e venceram por 2 a 1. Dali em diante, a equipe passou à frente no quesito vitórias em finais ao vencer as decisões de 1935 (3 a 0) e 1938 (1 a 1 e 1 a 0). Em 1942, o Al Ahly venceu uma nova final sobre o rival (3 a 0), e em 1943 o título foi compartilhado entre as equipes pela primeira vez após a final ser cancelada por causa de uma suspensão aplicada em ambos os clubes após alguns jogadores viajarem até a Palestina para uma série de amistosos, indo contra a proibição da federação.

Goleada de 6 a 0 na final de 1944 foi a maior aplicada em um jogo decisivo na história do clássico.

 

Mas foi em 1944 que aconteceu a maior decisão entre ambos. O então chamado Farouk Club – em alusão ao rei Farouk I – venceu o Al Ahly por inapeláveis 6 a 0 na final da Copa do Egito, maior goleada da história do clássico e também de uma final entre ambos. O revés doeu demais no orgulho do Al Ahly, que iria dar o troco de maneira incontestável: títulos.

 

O clássico ganha o país. E o continente também

Presentes em 22 das 26 finais de Copa do Egito disputadas entre 1922 e 1947, Al Ahly e Farouk já eram os maiores clubes do Egito. E, a partir de 1948-1949, a dupla passou a assumir ainda mais o protagonismo no futebol com a criação do Campeonato Egípcio, que teve como primeiro campeão, adivinhe, um deles: o Al Ahly. Aliás, a equipe vermelha emendou incríveis nove títulos seguidos, o que aumentou ainda mais a ira do rival, que ficou há “anos-luz” de distância e mudou de nome pela última vez no período (para Zamalek, em 1952), após a Revolução Egípcia que provocou a queda do rei Farouk I.

Com duas competições no calendário futebolístico, os encontros entre vermelhos e brancos se tornaram ainda mais assíduos, bem como os problemas. Com torcidas enormes e fervorosas, os derbys passaram a exigir grandes esforços da polícia. Brigas, motins e duelos com feridos e até mortes começaram a acontecer. Em campo, o Zamalek pôs fim à hegemonia do rival no Campeonato Egípcio só em 1960, quando faturou seu primeiro título, feito repetido em 1964 e 1965. Com a construção e inauguração do Estádio Internacional do Cairo, em 1958, o clássico ganhou proporções ainda maiores pelo fato de o gigante de concreto abrigar mais de 100 mil pessoas na época. Em 1965, um primeiro caso grave de violência dentro do estádio aconteceu quando torcedores do Al Ahly, furiosos após um gol do rival, atearam fogo nas arquibancadas. Um ano depois, o exército teve que intervir em uma partida entre os rivais que resultou em mais de 300 feridos.

Estádio Internacional do Cairo lotado: local já abrigou muitos (e tensos) clássicos.

 

Entre 1967 e 1971, as competições de futebol foram canceladas por conta da Guerra dos Seis Dias e suas consequências ao país. No retorno das competições, em 1971, mais problemas: em um clássico entre os rivais, o goleiro do Al Ahly se envolveu em uma briga com torcedores que invadiram o gramado, provocando não só o cancelamento do jogo, mas de todo o Campeonato daquele ano! Tais fatores, aliados aos tantos que envolviam os times desde o começo do século XX, lapidaram o ódio que um tem pelo outro até hoje. Prova disso é que muitos pais torcedores do Al Ahly se recusam a aceitar que suas filhas se casem com homens cujas famílias sejam simpatizantes do Zamalek, e vice-versa. A ascensão dos Ultras, famosos torcedores violentos de ambos os clubes, também foi um adendo importante na tensão em volta do Derby.

A rivalidade ganhou ainda mais tempero quando a CAF criou, na temporada 1964-1965, a Liga dos Campeões da África, torneio continental que só foi ter um campeão do Egito em 1969, quando o Ismaily surpreendeu a todos e faturou o título continental sobre o TP Mazembe (na época conhecido como TP Englebert) – a dupla da capital só começaria a vencer o torneio nos anos 1980. Antes disso, vermelhos e brancos fizeram uma energética final de Copa do Egito em 1978, quando o Al Ahly venceu por 4 a 2 os rivais sob o comando da lenda do futebol húngaro Nándor Hidegkuti, técnico dos Red Devils na época. Os anos passavam e a distância entre Red Devils e White Knights ficava cada vez maior. Os vermelhos tinham em 1987, por exemplo, 21 títulos nacionais e 26 Copas do Egito, enquanto o Zamalek possuía apenas cinco troféus do campeonato e 17 Copas.

Hidegkuti (à dir.), técnico do Al Ahly nos anos 1970.

 

Foi então que, a partir daquela década de 1980, os brancos viram uma oportunidade para superar o rival em um torneio: a Liga dos Campeões da CAF. Após o primeiro título do Al Ahly, em 1982, quando derrotou o Asante Kotoko, de Gana, o Zamalek venceu sua primeira taça continental já em 1984. Em 1986, os brancos faturaram o bi, mas o Al Ahly igualou a disputa já em 1987. Só que os vermelhos pararam no tempo e viram o Zamalek levantar as taças de 1993 e 1996, conquistas que fizeram do clube o maior campeão africano do século XX com quatro troféus. No entanto, quem venceu o prêmio de Clube do Século XX da CAF foi o Al Ahly, com o Zamalek em segundo…

Torcedor do Al Ahly: fanatismo é exagerado, sempre.

 

Em 1994, rivais fizeram a final da Supercopa.

 

Os rivais ainda se enfrentaram na Supercopa da África de 1994, com vitória do Zamalek por 1 a 0 sobre o Al Ahly (gol de Ayman Mansour), em jogo disputado na África do Sul por decisão da CAF e também por medidas de segurança. Afinal, era a primeira final continental entre os rivais e o Egito iria ficar pequeno e hostil demais para um jogo de tamanho porte. Mesmo com alguns encontros pela Liga dos Campeões da CAF, a final de 1994 foi muito venerada pelos torcedores dos White Knights. Isso até chegar o novo milênio…

 

Novo século, velhas brigas e a hegemonia vermelha

Em 2001, o Al Ahly voltou a conquistar o título continental, e em 2002 o Zamalek faturou sua quinta taça da Liga dos Campeões da CAF. No entanto, a partir daquele ano, a história do clássico iria mudar completamente. O Al Ahly iniciou uma era repleta de conquistas que começou com uma vingança da goleada lá dos anos 1940 com um inesquecível 6 a 1 pra cima do rival pelo campeonato nacional de 2002. Foi um verdadeiro massacre do Al Ahly, com golaços, hat trick de Khaled Bebo e um show que inspira cânticos dos torcedores vermelhos até hoje e apareceu até em uma cena do filme “Sayed the Romantic”, de 2005. A equipe ainda venceu duas Liga dos Campeões seguidas em 2005 e 2006, levantou mais três taças em 2008, 2012 e 2013 e se tornou o clube com mais títulos no principal torneio da África: 8 taças. Se havia ainda um quesito que o Zamalek superava o rival, ele caiu por terra naquele começo de século XXI.

Mas os duelos entre a dupla passaram a ser cada vez mais perigosos por causa do momento de imensa instabilidade política pelo qual vivia o Egito. Com ânimos à flor da pele, os torcedores levavam aos jogos toda a ira que tinham por causa da opressão do ditador Hosni Mubarak e pela atmosfera que o clássico gerava. Em fevereiro de 2008, por exemplo, um torcedor do Zamalek foi brutalmente queimado ao ser atingido por um coquetel molotov atirado por torcedores do Al Ahly após uma partida de basquete entre as duas equipes – sim, a rivalidade não se restringe apenas ao futebol. E, em 2007, quando o Hamas e o Fatah lutavam pelo controle de Gaza, dizem que o único dia em que as armas não ecoaram pelos céus foi num derby entre Al Ahly e Zamalek. Também em 2007, um derby eletrizante decidiu a Copa do Egito em favor do Al Ahly, que faturou o título após vencer o rival por 4 a 3.

A lenda egípcia Aboutrika é um dos maiores carrascos do Zamalek na história e símbolo da gloriosa era do Al Ahly nos anos 2000.

 

Entre 2011 e 2013, o derby foi suspenso pela liga nacional por causa dos conflitos políticos e também após o massacre de Port Said de 2012 envolvendo torcedores do Al Ahly e Al Masry que resultou na morte de 74 pessoas, em uma das maiores tragédias da história do futebol. Em 2012, as equipes se enfrentaram apenas pela fase de grupos da Liga dos Campeões da CAF, mas com portões fechados por determinação da própria entidade africana. No ano seguinte, mais dois encontros aconteceram pelo torneio continental, dessa vez realizados em El Gouna – região turística perto do Mar Vermelho e distante 460 km do Cairo – só para evitar a ida massiva dos arruaceiros.

Após os intensos conflitos, o clássico voltou a uma rara normalidade e sem grandes conflitos.  Em 2015, após 11 partidas e oito anos sem vencer o Al Ahly, o Zamalek pôde celebrar um triunfo por 2 a 0 na final da Copa do Egito, feito repetido em 2016, após vitória dos White Knights por 3 a 1 e que consolidou o tetracampeonato consecutivo do Zamalek na competição

O belíssimo pôster da final da Liga dos Campeões da CAF de 2019-2020: sim, eles decidiram a maior competição da África!! Pena que foi em 2020…

 

Quis o destino que justo no macabro ano de 2020 Al Ahly e Zamalek se encontrassem em uma histórica e esperada final de Liga dos Campeões da CAF. Mas o que era para ser um jogaço, com estádio lotado, virou apenas uma partida morna. Por conta da pandemia da COVID-19, o jogo foi disputado no Estádio Internacional do Cairo com portões fechados… Uma tristeza imensa para os fãs do futebol. Em campo, o Al Ahly manteve sua hegemonia sob o rival e venceu por 2 a 1 (com o gol da vitória aos 41′ do segundo tempo!), conquistando seu 9º título continental e ampliando a invencibilidade sob o Zamalek em duelos pela Liga dos Campeões da CAF. Foi a “final das finais” no derby, mas totalmente fria diante das circunstâncias do mundo do futebol em 2020. Afinal, já pensou um dos maiores estádios do mundo lotado com as apaixonadas torcidas pulsando em uma final continental? Seria mágico!

Presença maciça da polícia em um clássico…

 

Confusão entre jogadores…

 

Flagrante de agressão…

 

Confusão de torcedores em campo…

 

E ruas tomadas: cenas comuns em dias de clássico.

 

Na “final das finais” de 2020, deu Al Ahly.

 

Com uma história mais que centenária, páginas obscuras, mas também de grandes e gloriosos momentos, Al Ahly e Zamalek seguem como protagonistas do maior clássico da África e de todo o mundo árabe, que movimenta milhões de torcedores não só no Egito, mas em vários países. Mesmo com o predomínio dos vermelhos tanto em vitórias quanto em títulos, a rivalidade segue intacta e sempre com uma resposta clara de cada lado. Os vermelhos dizem que são os vitoriosos, soberanos, a representação do povo. Os brancos dizem que os rivais são corruptos, que sempre se beneficiam de arbitragens duvidosas e que compram atletas promissores de clubes pequenos barganhando e pagando pouco. O fato é que um não tem o menor sentido de existir sem o outro. E vice-versa. Eles só precisam parar de brigar tanto. Mas aí já é querer demais…

 

Curiosidades:

 

  • Nas duas últimas Copas do Mundo que o Egito participou, Al Ahly e Zamalek forneceram alguns de seus jogadores para a seleção. Na de 1990, 11 atletas eram do Al Ahly e seis do Zamalek. Na de 2018, o número caiu bastante: foram cinco jogadores dos vermelhos e dois do Zamalek;

 

  • Em 2000, os irmãos gêmeos Ibrahim e Hossam Hassan deixaram o Al Ahly para jogar no Zamalek após vários anos defendendo as cores vermelhas. O fato gerou fúria nos torcedores a ponto de os jogadores receberem até ameaças de morte. Era algo imperdoável trocar o Al Ahly pelo maior rival. Eles andam com seguranças até hoje pelo país;

 

  • O Al Ahly possui cerca de 60 milhões de torcedores em todo o mundo. O Zamalek tem 30 milhões. Cerca de 70% da população do Cairo torce pelo Al Ahly, conhecido na África como o “Real Madrid Africano” por causa da quantidade absurda de títulos se comparado com qualquer outro clube do continente;

 

  • No quesito títulos, a diferença entre a dupla é gigantesca:

 

Al Ahly: 42 Campeonatos Egípcios, 37 Copas do Egito, 11 Supercopas do Egito, 10 Liga dos Campeões da CAF, 4 Recopas da CAF e 8 Supercopas da CAF, além de 1 Copa das Confederações da CAF. Total: 113 títulos.

 

Zamalek: 13 Campeonatos Egípcios, 27 Copas do Egito, 4 Supercopas do Egito, 5 Ligas dos Campeões da CAF, 1 Recopa da CAF e 4 Supercopas da CAF. Total: 53 títulos.

  • O Al Ahly sempre foi mais estável politicamente e economicamente que o rival. De 1992 até 2019, por exemplo, o clube teve apenas quatro presidentes. Já o Zamalek teve 10 mandatários, com alguns deles assumindo o clube mais de uma vez;
  • Há uma ligeira vantagem do Al Ahly em vitórias nas Copas do Egito decididas contra o rival. São 9 vitórias dos vermelhos e 8 vitórias do Zamalek;
  • O Al Ahly nunca perdeu para o Zamalek em Liga dos Campeões da CAF. Em nove jogos, são seis vitórias e três empates, incluindo nessa conta o triunfo na final de 2019-2020.

 

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Extra:

Veja algumas imagens do clássico.

 

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Comentários encerrados

3 Comentários

  1. Boa noite!! Excelente trabalho sobre esse grande clássico,gostaria de saber se vc fará algum trabalho sobre esquadrão imortal de Al Ahly ou Zamalek???

    • Muito obrigado! Sim, eles terão espaço por aqui! O primeiro será provavelmente o Al Ahly do começo dos anos 2000, que venceu vários títulos continentais. Fique ligado!

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