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Esquadrão Imortal – Coritiba 1985

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Em pé: Gomes, Heraldo, Almir, Rafael, André e Dida. Agachados: Lela, Marildo, Índio, Toby e Édson.

 

Grande feito: Campeão do Campeonato Brasileiro de 1985. Foi o primeiro clube da história do Paraná a conquistar um título nacional.

Time base: Rafael; André, Gomes, Heraldo (Vavá) e Dida; Marildo (Marco Aurélio), Almir e Toby; Lela, Índio e Édson (Paulinho). Técnico: Ênio Andrade.

“A Epopeia Coxa Branca. E de Ênio Andrade”

Por Guilherme Diniz

Até 1985, o futebol da região sul do Brasil era restrito e conhecido apenas pela dupla Grenal, que colecionava títulos notáveis do Campeonato Brasileiro, da Copa Libertadores e até do Mundial Interclubes. Fora a dupla gaúcha, as equipes de Santa Catarina e do Paraná eram meros figurantes nos torneios nacionais e quase nunca conseguiam grandes coisas quando enfrentavam os gigantes do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais. Porém, o anonimato acabou de uma vez por todas graças a um esquadrão que aliava imenso preparo físico, grande eficiência defensiva e uma vontade de vencer única: o Coritiba.

A equipe alviverde fez história naquele ano de 1985 ao conquistar em pleno Maracanã um inédito título de campeão brasileiro ao derrotar, nos pênaltis, o Bangu, que contava com praticamente toda torcida a seu favor e vários cartolas “costas quentes”. Contra tudo e todos, o time curitibano colocou o Paraná no mapa do futebol brasileiro e provou de uma vez por todas o talento e a arte de montar equipes campeãs de um mago: o técnico Ênio Andrade, principal responsável por transformar Rafael, Gomes, Heraldo, Vavá, Marildo, Toby, Lela, Índio, Édson e outros em campeões nacionais. É hora de relembrar.

 

A montagem de um esquadrão vencedor

Ênio Andrade: arquiteto do Coritiba de 1985.
Ênio Andrade: arquiteto do Coritiba de 1985.

 

Sem conquistar títulos desde 1979, o Coritiba procurava uma luz naquela primeira metade da década de 80. O time contava com alguns bons jogadores e crias da base, mas em campo nada dava certo. Nas cinco primeiras partidas do Campeonato Brasileiro de 1985, a equipe alternou bons momentos (vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo e por 2 a 1 sobre o Cruzeiro) e partidas horrendas (derrota por 2 a 1 para o Bahia e goleada sofrida para o Vasco por 3 a 0), além de um empate sem gols contra o Goiás. Nesses jogos, o Coritiba mostrou ser um time com velocidade no ataque graças aos avançados Toby, Lela e Índio, força física na defesa com Vavá, Gomes e o goleirão Rafael e alguma instabilidade emocional por causa de brigas bobas em campo, principalmente na partida contra o Vasco, quando Rafael e Édson quase trocaram socos.

Desapontada com o desempenho dos treinadores Dino Sani e Dirceu Krüger (interino), a diretoria do Coxa foi buscar o técnico Ênio Andrade para assumir o comando do alviverde. Ao chegar em Curitiba, o técnico implantou sua filosofia de jogo, mudou drasticamente os treinos táticos e priorizou principalmente a parte física de seus atletas, que puxavam rolos compressores de 200 kg para o fortalecimento das pernas e praticavam várias corridas de resistências em volta do campo. Este aprimoramento físico seria essencial na reta final do Brasileiro, quando o Coritiba dava show de fôlego diante de combalidos e cansados rivais. Além disso, Ênio fazia o time reserva jogar na mesma postura tática do adversário seguinte com o intuito de acostumar seus jogadores para o dia do jogo. Para fechar todo o trabalho de concepção daquele time, muita marcação, vontade e velocidade nos contra-ataques.

Andrade percebeu que seus atletas poderiam dar liga se um padrão tático fosse obedecido. Depois de conversar bastante com todos eles e intensificar os treinamentos físicos, o treinador ensinou que a paciência seria uma virtude durante a competição. Com ela, o Coritiba poderia esperar o adversário lhe pressionar para roubar-lhe a bola e engatar contra-ataques insinuantes na base da velocidade do ataque formado por Toby, Lela, Édson e Índio. Essa artimanha daria resultado principalmente nas partidas fora de casa e contra equipes de alto calibre. Com o time formado, era hora de colocar a teoria em prática.

 

Começo capenga e classificação

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Lela (à esq.) faz careta e vibra com um gol do Coxa no Brasileiro.

 

O começo do trabalho de Ênio Andrade no Coxa foi um verdadeiro pesadelo. Em cinco jogos, o Coritiba venceu apenas um (2 a 0, contra o Náutico) e perdeu quatro (1 a 0, para o Flamengo, 4 a 0, para o Internacional, 1 a 0, para a Portuguesa e 1 a 0, para o Santos), ficando bem longe de uma vaga na fase seguinte do campeonato. No segundo turno, porém, o Coritiba entrou revigorado e com outra mentalidade ao vencer o São Paulo por 1 a 0 (gol de Heraldo) jogando fora de casa. O duelo seguinte também foi fora de casa, dessa vez contra o Cruzeiro. Mesmo sem cinco titulares (Rafael, Vavá, Lela, Édson e Marco Aurélio), a equipe paranaense se impôs e, após estar perdendo por 2 a 1, virou para 3 a 2 nos dez minutos finais com dois gols de Índio (sendo o primeiro um golaço de voleio).

De volta ao lar e num Couto Pereira repleto de parafernálias para um show do grupo Menudos (enorme sucesso musical da época), a equipe perdeu para o Bahia por 2 a 1 e empatou sem gols, três dias depois, contra o Vasco. Era nítido que o time jogava melhor fora de seus domínios do que dentro dele por algum motivo sem explicação. No jogo de número 15 do alviverde, em Goiânia, a equipe venceu o Goiás por 2 a 0 (gols de Lela e Vicente) com muita tranquilidade defensiva e precisão no ataque.

A partida seguinte foi contra o perigoso Flamengo de Fillol, Jorginho, Leandro, Mozer, Andrade, Adílio, Tita e Bebeto. Mesmo com tantos craques vestindo o vermelho e preto e jogando no Maracanã, o Coritiba não se acuou e venceu o jogo por 1 a 0, com um gol de cobertura marcado por Marildo. O goleiro Rafael foi o grande destaque do Coxa ao realizar defesas espetaculares e ter até seu nome citado para a Seleção Brasileira. Porém, nas três partidas seguintes, o time apenas empatou sem gols contra o Inter e perdeu por 2 a 0 para a Portuguesa e para o Náutico. Mesmo com os resultados ruins, a equipe permaneceu na liderança de sua chave e precisava vencer o último duelo, contra o Santos, em casa, para garantir a classificação.

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Dois dias antes do jogo decisivo, um verdadeiro exorcismo foi realizado no Couto Pereira para espantar a terrível má sorte que rondava o estádio e impedia o Coritiba de vencer em seus domínios. Segundo dados do site História do Coritiba, foram utilizadas 120 velas, 22 cartuchos de pólvora e diversos tipos de incenso. As traves dos gols foram lavadas com água do mar, champanhe e pinga e uma fumaça intensa foi criada no meio de campo para afastar de vez os maus fluídos. Tanta mandinga deu certo e o Coxa derrotou o Santos por 2 a 1, com um gol marcado por Lela no último minuto do jogo. O estádio explodiu em alegria. No sufoco, o Coritiba estava classificado. Era hora da reta final. E dos jogos favoritos do técnico Ênio Andrade.

 

Pausa para a reconstrução

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Mesmo classificado, o Coritiba ainda não apresentava um futebol digno de time que queria ser campeão. No entanto, a equipe teve um importante aliado para poder começar tudo do zero: a pausa para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1986. Durante dois meses, o torneio nacional ficou na geladeira em virtude das partidas internacionais das seleções sul-americanas, fato que beneficiou demais o trabalho de Ênio Andrade à frente do alviverde. Com mais tempo para treinar seus comandados e sem a pressão da estreia “na fogueira” do Brasileirão, o técnico aproveitou para arrumar a parte tática do time, melhorar o entrosamento entre os jogadores e reforçar a importância de jogar bem fora de casa e na base dos contra-ataques contra equipes mais fortes. O lateral da equipe na época, Dida, destacou o trabalho do técnico:

“O Ênio tinha chegado com uma nova filosofia de jogo. Foi muito bom para a equipe. Ele fez alguns ajustes no grupo, dispensou alguns atletas e contratou outros reforços. Ajeitou algumas peças para encaixar o sistema dele”. – Dida, em entrevista ao globoesporte.com, junho de 2013.

Durante o período das Eliminatórias, o Coxa disputou várias partidas amistosas e apresentou um futebol bem melhor que o de outrora, provando que o trabalho de Andrade havia surtido efeito. No começo de julho, o time intensificou a concentração para o início da segunda fase do campeonato.

 

Competitividade é tudo

Uma das formações do Coritiba em 1985 - Em pe: Vavá, Gomes, Almir, Rafael, André e Dida. Agachados: Lela, Índio, Marildo, Toby e Vicente.
Uma das formações do Coritiba em 1985 – Em pe: Vavá, Gomes, Almir, Rafael, André e Dida. Agachados: Lela, Índio, Marildo, Toby e Vicente.

 

A estreia do Coritiba na fase final foi contra o Sport, fora de casa, e a equipe paranaense apresentou um futebol maduro e muito inteligente taticamente, com destaque para o lateral Dida, o goleiro Rafael e o meio-campista Marildo, autor do gol que decretou o empate em 1 a 1. No duelo seguinte, em casa, os alviverdes protagonizaram uma partida eletrizante contra o Corinthians de Casagrande, Carlos, Wladimir, Biro-Biro e Zenon. As duas equipes jogaram no ataque desde o início e o duelo teve vários lances ríspidos e com entradas duras que resultaram nas expulsões de Casagrande e Toby.

O Coritiba não esperou o Corinthians como costumava fazer em seus jogos em casa e tratou de buscar o gol, que saiu após um passe de Índio, da direita, para Lela marcar e fazer sua tradicional careta para a torcida. Rafael voltou a jogar muito e realizou defesas sensacionais, comprovando sua grande fase na competição. A vitória inflou o Coritiba para as partidas seguintes e fez a torcida acreditar em algo a mais que uma classificação para a semifinal.

Lela e suas caretas: sustos nos rivais e alegria para a torcida.
Lela e suas caretas: sustos nos rivais e alegria para a torcida.

 

Ainda em casa, o Coritiba bateu o Joinville por 2 a 1 (gols de Dida e Lela) e ficou bem próximo da classificação. Na partida seguinte, derrota fora de casa para o Corinthians por 1 a 0 em mais um jogo agitado e cheio de faltas, com Heraldo, do Coxa, e Dunga, do Timão, expulsos. Nas duas últimas partidas da chave, os paranaenses venceram o Joinville, fora, por 1 a 0 (gol de Lela) e empataram sem gols contra o Sport. Líder, o Coritiba conseguiu a classificação para a semifinal e foi enfrentar o Atlético-MG.

 

Na final. E na Liberta!

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Na semifinal, os paranaenses entraram como azarões para o duelo contra o Atlético-MG de João Leite, Luizinho, Nelinho, Paulo Isidoro e Reinaldo. A primeira partida foi no lotado Couto Pereira, que vibrou como nunca com seu time jogando bem e dando uma pressão danada nos mineiros com direito a duas bolas na trave e uma grande defesa do goleiro Jairo, que substituía o titular Rafael, suspenso. No começo do segundo tempo, Heraldo marcou o primeiro gol paranaense do jogo e que decretou a vitória alviverde por 1 a 0. Na volta, em Minas, o Coritiba foi valente, se fechou na defesa e contou com uma atuação magistral do goleiro Rafael, que pegou tudo e mais um pouco naquele dia 28 de julho de 1985. O placar permaneceu sem gols e os paranaenses conseguiram uma vaga na sonhada final, além de um passaporte para a Copa Libertadores da América de 1986. Era hora de colocar o Paraná no mapa do futebol brasileiro.

O Coritiba de 1985 foi um dos maiores trabalhos da carreira de Ênio Andrade, que conseguiu montar um time coeso, equilibrado e muito forte na marcação e nos contra-ataques.
O Coritiba de 1985 foi um dos maiores trabalhos da carreira de Ênio Andrade, que conseguiu montar um time coeso, equilibrado e muito forte na marcação e nos contra-ataques.

 

A consagração no mais apropriado dos palcos

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O Campeonato Brasileiro de 1985 foi decidido em partida única, no Maracanã, por duas equipes que poderiam deixar de ser “pequenas” para se tornarem gigantes do futebol brasileiro. De um lado, o Coritiba de Ênio Andrade. Do outro, o surpreendente Bangu de Marinho e Ado, que tinha mais de 90 mil pessoas vibrando e torcendo pelo clube alvirrubro, que ganhou naquela partida o reforço de botafoguenses, flamenguistas, vascaínos e tricolores, que se uniram ao clube de Moça Bonita pelo bem do futebol carioca. Diante de um adversário que jogava em casa, com a torcida quase toda a favor e até um caminhão do Corpo de Bombeiros com as faixas de campeão brasileiro para o Bangu, o Coritiba mostrou sangue frio e força ao abrir o placar com um lindo gol de falta marcado por Índio, aos 26´do primeiro tempo, o primeiro do atacante depois de incríveis 16 jogos seguidos do Brasileiro sem balançar as redes. Dez minutos depois, Lulinha empatou para o Bangu. O jogo seguiu disputado, o Coritiba deu show de raça, mas ninguém conseguiu marcar mais um gol. Com isso, a decisão foi para os pênaltis.

Na marca da cal, os batedores mostraram muita competência e foram convertendo todas as suas cobranças, um a um. Com 5 a 5 no placar, a disputa foi para os chutes alternados. Ado bateu o primeiro do Bangu, mas chutou para fora. Gomes chutou o sexto pênalti e fez o gol que selou o improvável e inédito título brasileiro do Coxa. A festa foi enorme em Curitiba e em campo, afinal, pela primeira vez na história um clube do Paraná conquistava o maior título do futebol nacional. E Ênio Andrade conseguia muito mais: ele se tornava o primeiro técnico tricampeão brasileiro por três clubes diferentes, todos da região sul.

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A festa da torcida nas ruas de Curitiba.
A festa da torcida nas ruas de Curitiba.

 

A campanha geral do Coritiba foi bem peculiar e chamou a atenção pelos números abaixo da média dos campeões nacionais: 29 jogos, 12 vitórias, sete empates, 10 derrotas, 25 gols marcados e 27 sofridos. Equipes como Sport, Brasil de Pelotas, Bangu e Atlético-MG venceram mais jogos que o próprio Coxa e várias outras equipes marcaram mais gols ou perderam menos. Porém, ninguém jogou de maneira tão competitiva a partir da reta final do torneio e demonstrou tanta raça e força de vontade quanto o esquadrão comandado por Ênio Andrade, que soube como ninguém somar pontos quando necessário, vencer pela contagem mínima só para não se arriscar e calar um estádio inteiro que contava vitória bem antes da hora.

O goleiro Rafael com a taça do Brasileiro de 1985.
O goleiro Rafael com a taça do Brasileiro de 1985.

 

Estrela eterna

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O título brasileiro de 1985 marcou para sempre a história do Coritiba e de seus jogadores. Todos eles viraram verdadeiros heróis para a torcida e uma imponente estrela dourada ganhou destaque acima do escudo do time. Em 1986, a equipe sentiu o peso da estreia na Libertadores e caiu já na primeira fase. No mesmo ano, os alviverdes celebraram o fim do jejum no Campeonato Paranaense, mas não repetiram o desempenho do ano anterior no Brasileiro e ficaram na 44ª posição. Desde então, o clube jamais conseguiu repetir uma campanha tão marcante como a de 1985 e bateu na trave em dois anos (2011 e 2012) seguidos quando tentou conquistar um novo torneio nacional, a Copa do Brasil. Enquanto a torcida espera que o jejum termine logo, restam as lembranças do mais lembrado e histórico time da história do Coritiba Foot Ball Club: o campeão brasileiro de 1985. Um esquadrão imortal.

 

Os personagens:

Rafael: foi, sem dúvida, um dos maiores símbolos do título nacional do Coritiba e é até hoje um ídolo no Couto Pereira. Extremamente ágil, com um vigor invejável e repleto de garra, Rafael era sinônimo de coragem e não tirava as pernas e os braços de dividias com os atacantes – fato que lhe rendia várias contusões. Polêmico, tirava satisfação com os juízes e vivia levando cartões. Após fechar o gol do Coxa na reta final do Brasileiro e ser campeão, o goleiro aproveitou para cutucar o Corinthians, seu ex-clube, que o havia dispensado por considera-lo “velho” (tinha 32 anos): “O Rafael, hoje, é campeão brasileiro. E o Corinthians? Onde está o Corinthians?”. Rafael jogou mais dez anos depois daquele dia.

André: outro jogador cheio de raça, André foi soberano na lateral-direita do time no campeonato e esbanjou espírito de equipe em todos os jogos. Costumava parar os famosos pontas da época com um grande senso de colocação que impedia grandes avanços, além de não aliviar em nenhum momento na marcação. Por causa da raça, passou por várias cirurgias no joelho. É um ídolo no clube.

Gomes: era o legítimo xerife da zaga alviverde e se impunha perante os rivais na base da presença física. Fez uma excelente dupla com Heraldo na reta final do brasileiro e ajudou a equipe a ter mais solidez no setor quando ela mais precisava. Se aventurava nas jogadas aéreas do ataque e marcava gols de cabeça. O título de 1985 foi o segundo de Gomes no Brasileirão. Em 1978, ele já havia vencido com o Guarani.

Heraldo: ao lado de Gomes, formou a grande dupla de zaga campeã brasileira do Coritiba. Era outro que se impunha pela presença física e tinha destaque nas saídas de bola e nas jogadas aéreas. Marcou dois gols importantíssimos na campanha do título: um, contra o São Paulo, em pleno Morumbi, e outro, contra o Atlético-MG, que classificou o Coxa para a final.

Vavá: cria da base, o zagueiro começou como titular, mas perdeu espaço na reta final. Mesmo assim, marcou época com seu estilo de liderança, grande imponência física e ótimos arremessos laterais.

Dida: era um dos craques do time pela qualidade técnica e era figura constante nas convocações da Seleção Brasileira Sub-20. Rápido, ótimo na marcação e no apoio ao ataque, Dida brilhou em 26 dos 29 jogos do Coritiba naquele Brasileiro.

Marildo: foi uma das referências no meio de campo do Coritiba naquele Brasileiro e fez grandes partidas ao longo da competição, com direito a um golaço pra cima do Flamengo em pleno Maracanã. Era muito forte na marcação e se entendeu muito bem com o companheiro Almir.

Marco Aurélio: foi um habilidoso meia de ligação e só não teve mais destaque na campanha do Coritiba por sofre com contusões naquele ano. Antes do Coxa, brilhou na Ponte Preta de 1977 ao lado de Dicá e Wanderlei Paiva.

Almir: volante solidário e muito eficiente, Almir jogava para o time e não para a torcida. Por isso, foi fundamental para o sistema tático do Coritiba no torneio e na reta final. Antes do Coxa, Almir teve destaque no São Paulo bicampeão paulista de 1980/1981.

Toby: foi o jogador que mais vestiu a camisa do Coritiba na campanha do título brasileiro ao entrar em campo em 28 dos 29 jogos. Teve um papel importante no esquema tático do técnico Ênio Andrade ao ser o meia de ligação e ajudar na criação de jogadas no ataque. Tinha boa visão de jogo e qualidade nos passes. Curiosamente, Toby foi jogar no Bangu após o título pelo Coritiba.

Lela: rápido, habilidoso, oportunista e ídolo. O ponta Lela foi uma das referências no ataque do Coritiba e essencial na reta final da campanha do título com gols decisivos que fizeram a alegria da torcida que tanto lhe adorava. Costumava fazer caretas na hora dos gols e ganhou o apelido de “mentira” por ter as pernas curtas. Seus filhos também viraram jogadores vitoriosos: Alecsandro, atacante, e o polivalente Richarlyson.

Índio: embora tenha sido o artilheiro do time no Brasileiro de 1985 com nove gols, o centroavante ficou 16 jogos seguidos sem balançar as redes, uma seca danada que quase prejudicou o rendimento do time na competição. Felizmente, tudo acabou quando o Coritiba mais precisava: a final. Com um lindo gol de falta, Índio abriu o placar para os paranaenses no Maracanã e ajudou o clube alviverde a conquistar seu primeiro e único título nacional.

Édson: assim como Lela, Édson infernizava as zagas rivais com passes, tabelinhas, dribles e cruzamentos, só que do lado esquerdo do campo. Teve destaque, também, no Cruzeiro.

Paulinho: quando Édson se lesionou e ficou de fora entre as 12ª e 19ª rodadas, Paulinho substituiu o ponta com eficiência (bem como Vicente) e ainda marcou um gol nos 12 jogos que disputou ao longo da campanha do título.

Ênio Andrade (Técnico): os jogadores do Coritiba tiveram imensa importância no título brasileiro de 1985, a torcida apoiou a equipe nos mais diversos momentos, mas é impossível imaginar toda essa história sem o técnico Ênio Andrade. O “mestre dos vestiários” mostrou com aquela taça que era, sim, um dos mais lendários e vencedores de toda a história do futebol brasileiro ao pegar uma equipe totalmente fora do pelotão de favoritos e transformá-la em poucos meses em campeã nacional. O treinador fez do Coritiba sua imagem e semelhança e criou um esquadrão extremamente competitivo, muito forte na marcação e perigosíssimo jogando fora de seus domínios. Ênio Andrade conquistou três títulos brasileiros em sua vitoriosa carreira. O mais notável dos três foi, sem dúvida, o de 1985 pelo Coritiba. Um técnico imortal que você pode ler mais clicando aqui.

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Comentários encerrados

5 Comentários

  1. A campanha no geral realmente foi fraquíssima.

    Porém, entre a partida contra o Santos que classificou o time para a segunda fase como campeão do returno e o fim do campeonato, em 10 jogos só foi derrotado uma vez (5v 4e 1d) e sofreu 5 gols, com aproveitamento de 70%.

    E aí, tem mérito?

  2. O que deixou os números finais do time “abaixo da média” foi a fraca participação no primeiro turno daquele campeonato. Se considerarmos o desempenho a partir do segundo turno, no qual ele foi campeão do deu grupo, a campanha e os “números” melhoram muito.

Craque Imortal – Tostão

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