in ,

Seleções Imortais – Tchecoslováquia 1976

tchecoslovaquia_1976

 

Em pé: Vaclav Jezek (Técnico), Ivo Viktor, Jiri Hamrik, Jozef Capkovic, Ivan Pekarek, Anton Ondrus, Marian Masny, Antonin Panenka, Zdenek Koubek, Miroslav Gajdusek, Pavel Michalik, Jozef Venglos (membro da comissão técnica). Agachados: Zdenek Nehoda, Jan Pivarnik, Premysl Bicovsky, Jan Svehlik, Pavol Biros, Pavel Stratil, Josef Jurkanin. Foto: imago/CTK Photo.

 

Grande feito: Campeã da Eurocopa de 1976.

Time base: Ivo Viktor; Ján Pivarník, Anton Ondrus, Koloman Gögh e Jozef Capkovic; Karol Dobias (Jaroslav Pollák), Antonín Panenka e Josef Móder (Frantisek Vesely); Marián Masny (Ladislav Petrás), Ján Svehlík (Dusan Galis) e Zdenek Nehoda. Técnico: Václav Jezek.

“A cavadinha que valeu a Europa”

Por Guilherme Diniz

A República Checa passou a existir oficialmente como país em janeiro de 1993, após a dissolução da extinta Tchecoslováquia. Para a sorte dos checos, eles herdaram todos os feitos futebolísticos de sua antecessora. E não foram poucos. A seleção da Tchecoslováquia teve exatos 70 anos de vida (1922 até 1992) e alcançou grandes façanhas como as finais das Copas do Mundo de 1934 e 1962. Ambas foram perdidas (para Itália e Brasil, respectivamente), mas os tchecos revelaram ao mundo grandes talentos como Antonín Puc, Frantisec Plánicka, Oldrich Nejedly e o maior de todos eles, Josef Masopust, simplesmente uma lenda da bola e um dos maiores nomes do mundial de 1962. Mas o maior feito que a Tchecoslováquia deixou no futebol não foram os vice-campeonatos mundiais. Foi um título. E um senhor título: a Eurocopa de 1976, conquistada na Iugoslávia e sobre a temida e então campeã do mundo Alemanha.

Não contentes, os tchecos foram campeões depois de eliminarem os soberbos ingleses nas eliminatórias e a Holanda de Cruyff na semifinal! Ainda não satisfeitos, eles deram uma canseira danada nos alemães na final, que terminou empatada em 2 a 2 e foi para a disputa por pênaltis. Nela, a equipe vermelha mostrou muito sangue frio e apresentou ao mundo um personagem nascido para fazer história: Antonín Panenka, meia-atacante que simplesmente ignorou a presença da lenda Sepp Maier no gol e cobrou seu pênalti de cavadinha, algo inédito e que chocou a todos no planeta bola. O craque tcheco fez o gol e garantiu o primeiro título da história do futebol de seu país. É hora de relembrar as façanhas da seleção de um país que não existe mais.

 

Construindo o futuro

Depois da "Primavera de Praga", a Tchecoslováquia esperava por tempos melhores naqueles anos 70.
Depois da “Primavera de Praga”, a Tchecoslováquia esperava por tempos melhores naqueles anos 70.

 

Depois do vice-campeonato mundial de 1962, a Tchecoslováquia ficou ausente da Copa do Mundo de 1966, voltou em 1970 (quando caiu ainda na primeira fase) e ficou de fora mais uma vez em 1974. A virada da década foi conturbada e cheia de problemas para o país, que viveu uma momentânea liberalização política em 1968 com a “Primavera de Praga” e viu o regime comunista da URSS voltar a invadir o país para só sair no começo dos anos 90. A invasão soviética causou um aumento na emigração e abalou a vida de muitas pessoas. No entanto, foi em meio aquilo tudo que a seleção tcheca encontrou forças para se reconstruir e pensar em momentos melhores – pelo menos nos gramados. A equipe passou a ser comandada por Václav Jezek, técnico que havia treinado de 1969 até 1972 o ADO Den Haag, da Holanda, “país da moda” do futebol naquele tempo por causa da força de seus clubes, tais como Ajax e Feyenoord, verdadeiros papa-títulos e donos de revolucionários esquemas táticos, em especial o Ajax de Rinus Michels, que comandaria a incrível seleção holandesa vice-campeã mundial em 1974.

A estadia de Jezek em terras holandesas ajudou no aperfeiçoamento do tcheco como treinador e na confecção da seleção com foco em uma boa trajetória competitiva naquela década. Jovens promissores e com grande talento como Nehoda, Bicovski e Panenka, além de outros não tão jovens assim (Viktor, Dobias, Galis, Móder e Petrás) passaram a ser observados com mais atenção por Jezek, que por muito pouco não levou o país à Copa de 1974. Nas eliminatórias, a equipe venceu a Dinamarca (6 a 0) e a Escócia (1 a 0), mas empatou contra os mesmos dinamarqueses, fora de casa, em 1 a 1 e perdeu para os escoceses, em Glasgow, por 2 a 1. Estes dois resultados custaram a vaga na Copa, que acabou ficando com a Escócia de Denis Law e Kenny Dalglish. Mas não havia tempo para lamentar, afinal, era hora de pensar nas eliminatórias de outra competição: a Eurocopa.

 

Rumo à Iugoslávia

memorias03

O caminho tcheco nas eliminatórias da Euro começou em 30 de outubro de 1974, no santuário do futebol: o estádio de Wembley. O adversário foi a Inglaterra e a equipe do técnico Jezek levou um baile dos ingleses ao perder por 3 a 0 (dois gols de Bell e um de Channon). Mas aquele seria o único tropeço dos tchecos até o destino final. A equipe goleou o Chipre, em casa, por 4 a 0 (três gols de Panenka e um de Masny) e Portugal, também em casa, por 5 a 0 (dois gols de Bicovsky, dois de Nehoda e um de Petrás). No returno do grupo, a vingança contra os ingleses veio na cidade de Bratislava, curiosamente em um dia 30 de outubro, mas de 1975, quando Nehoda e Galis fizeram os gols da vitória por 2 a 1.

Nehoda: símbolo tcheco nos anos 70.
Nehoda: símbolo tcheco nos anos 70.

 

Em novembro, foi a vez de encarar Portugal no Estádio das Antas e empatar em 1 a 1. A última partida foi contra o Chipre, fora de casa, e os tchecos venceram por 3 a 0 (gols de Nehoda, Bicovski e Masny), resultado que colocou a seleção em uma nova Eurocopa depois de 16 anos. E, de quebra, eliminou os ingleses da competição. A equipe mostrava um grande amadurecimento e um estilo de jogo próprio com muita garra, cautela, técnica e velocidade. Mas eles teriam que jogar muito para conseguir derrotar o primeiro adversário no torneio continental: a Holanda de Cruyff, Neeskens, van Hanegem, Resenbrink…

Inteligência e raça garantem vaga na final

Ondrus e Cruyff antes do começo da semifinal entre Tchecoslováquia e Holanda.
Ondrus e Cruyff antes do começo da semifinal. Note o “favorecimento” do bandeirinha ao proteger apenas Cruyff e o árbitro da chuva (!).

 

Naquela década de 70, a Eurocopa ainda era disputada à moda antiga, com apenas quatro seleções no torneio principal. Com isso, o campeão saía depois de dois jogos (semifinal e final) disputados no país-sede escolhido previamente. A Tchecoslováquia encarou logo em sua estreia a temida Holanda, que levou à campo várias das estrelas que brilharam na Copa de 1974: Suurbier, Ruud Krol, Neeskens, Jansen, Rep, van Hanegem, Cruyff e Resenbrink. Era um timaço, mas que não contava mais com o mestre Rinus Michels no banco (George Knobel era o treinador do selecionado holandês).

Os Laranjas, claro, eram os favoritos, mas os tchecos mostraram em campo que sabiam muito bem como encarar o futebol rápido do adversário, ainda mais pelo conhecimento de Jezek sobre o futebol holandês. Muito bem fechados na defesa e abusando dos contra-ataques, os tchecos conseguiram abrir o placar logo aos 19´, num gol de cabeça marcado pelo líbero Ondrus. A Holanda viu a forte chuva de Zagreb (à época território iugoslavo) prejudicar seu futebol de toques rápidos, mas nem por isso deixou de atacar e levar perigo ao goleiro Viktor. Só que a marcação tcheca era simplesmente sublime ao anular as estrelas Cruyff e van Hanegem, que não conseguiam decidir para os holandeses.

No segundo tempo, Jaroslav Pollák colocou um pouco de drama no jogo tcheco ao ser expulso de campo. Poucos minutos depois, o então herói Ondrus virou vilão ao cortar um cruzamento de Ruud Geels e marcar contra aos 28´. Para a sorte dos tchecos, Neeskens foi expulso pelo lado holandês três minutos depois e os times não conseguiram definir a partida, que foi para a prorrogação. Nela, a sobriedade e a força física dos tchecos pesaram para que a equipe alcançasse mais um gol aos nove minutos do primeiro tempo, quando Vesely cruzou na cabeça de Nehoda: 2 a 1. Na segunda etapa da prorrogação, a Holanda ficou com nove jogadores quando van Hanegem foi expulso. Três minutos depois, os tchecos aproveitaram uma bobeada da zaga holandesa (em “linha burra”) e Vesely só teve o trabalho de driblar o goleiro para fechar a conta: 3 a 1. A Tchecoslováquia estava na final da Eurocopa de 1976. Era hora de brigar pelo primeiro título do futebol do país. Mas também de encarar outro adversário fortíssimo: a Alemanha.

O time da final: com muita aplicação tática e bom volume ofensivo, a Tchecoslováquia fez história.

 

 

Sem medo de gigante – parte 2

O capitão alemão Beckenbauer bem que tentou, mas não conseguiu brilhar contra os tchecos na final.
O capitão alemão Beckenbauer bem que tentou, mas não conseguiu brilhar contra os tchecos na final.

 

Se enfrentar a Holanda foi um desafio e tanto para os tchecos, encarar a Alemanha campeã da Europa (em 1972) e do mundo (em 1974) e recheada de craques como Sepp Maier, Beckenbauer, Vogts, Schwarzenbeck, Bonhof, Hoeness, Dieter Müller e Hölzenbein seria uma missão digna de filme. Mas a equipe vermelha sabia que uma chance como aquela seria única e não poderia ser desperdiçada. Sorte do futebol, que veria naquele dia 20 de junho de 1976 uma partida emocionante no estádio do Estrela Vermelha, em Belgrado.

Os tchecos começaram o jogo a todo vapor e abriram o placar aos oito minutos com Svehlík. Aos 25´, Karol Dobias acertou um lindo chute de fora da área e ampliou: 2 a 0. Os alemães estavam atordoados e o técnico Helmut Schön já temia pelo pior. No entanto, a Alemanha é perita em reverter placares adversos como bem sabem várias seleções do planeta. E foi exatamente isso que aconteceu. Três minutos depois do gol tcheco, Dieter Müller marcou um lindo gol de voleio e diminuiu. Na segunda etapa, a tensão tomou conta da partida e os tchecos se viravam como podiam para tentar frear as investidas dos alemães. O veterano goleiro Ivo Viktor, de 34 anos, fazia a melhor partida de sua vida com defesas espetaculares e parando de todas as maneiras Beckenbauer, Müller e qualquer outro alemão que ousasse em invadir sua área.

Panenka_1976_cover

Quando o título estava praticamente nas mãos dos tchecos, Bonhof cruzou, Hölzenbein conseguiu subir mais alto que o goleiro Viktor e empatou o jogo para a Alemanha aos 44 minutos. Era um balde de água gelada na cabeça dos tchecos. E a reviravolta que tanto os alemães adoram. A prorrogação veio e castigou as duas equipes, que já haviam disputado tempos extras nas semifinais. O desgaste físico pesou, ninguém conseguiu marcar gols e a decisão da Euro de 1976 teria mesmo que ser na marca da cal.

 

Pênalti de Panenka e Europa tcheca!

Panenka e a cavadinha que mudou a história das cobranças de pênaltis.
Panenka e a cavadinha que mudou a história das cobranças de pênaltis.

 

Frios ao extremo, tchecos e alemães davam toda a pinta que chutariam pênaltis até o dia seguinte naquela decisão. Um a um, os jogadores foram acertando seus chutes até Uli Hoeness partir para a última cobrança alemã. O meia/atacante decidiu bater forte e isolou! Com 4 a 4 no placar, a Tchecoslováquia tinha a chance de conquistar o seu primeiro título nos pés de Panenka. Foi então que o meia fez o que ninguém poderia imaginar. Até aquele dia, jogadores de futebol já haviam cobrado pênaltis com chutes no ângulo, fortes, no meio do gol, rasteiro, enfim, nada muito fora do comum. Mas Antonín Panenka escreveu seu nome na história ao criar um estilo todo particular de cobrar uma penalidade máxima e que ganharia até o seu nome pelo mundo afora.

panenka-em-1976-249365-298x358

Os tchecos com a taça da Euro e as camisas da Alemanha como recordação.
Os tchecos com a taça da Euro e as camisas da Alemanha como recordação.

 

O tcheco viu o gigante alemão Sepp Maier cair para o lado e chutou de cavadinha, no meio do gol e em plena decisão de Eurocopa! Foi um assombro. E insano para os padrões da época. O gol deu o título para a Tchecoslováquia e fez de Panenka uma celebridade, além de sua cavadinha (ou o “Pênalti de Panenka”) ser exibida em todos os telejornais do planeta. E pensar que o tcheco ensaiou a cobrança durante dois anos antes de tentar executá-la. O que ninguém esperava é que ela acontecesse em uma final de campeonato. Que coragem!

186773hp2

 

Inspiração para o ouro e o fim

681942_w2

O título europeu premiou o futebol tcheco como há muito tempo ele deveria ser premiado. As derrotas nas finais das Copas de 1934 e 1962 foram mais do que compensadas com o histórico título da Euro, que fez dos jogadores campeões verdadeiros heróis de um país tão combalido e frágil na época. Em 1978, a equipe surpreendentemente não conseguiu uma vaga na Copa da Argentina e o técnico Václav Jezek deixou o comando da seleção. Em 1980, porém, a nação pôde celebrar novamente com a conquista da medalha de ouro pela seleção olímpica nos Jogos de Moscou, quando um time totalmente novo derrotou a “freguesa” Alemanha (dessa vez a Oriental) na final por 1 a 0. Na Euro de 1980, a seleção principal foi apenas a terceira colocada e não defendeu seu título.

Os anos se passaram e a Tchecoslováquia deixou de existir, dando lugar à República Checa em 1993. A nova nação revelou vários talentos nos anos 90 e 2000, mas ainda passa longe dos feitos da seleção de Viktor, Nehoda e Panenka, responsável pela maior glória da história tcheca e por gerar admiração de tantos amantes do futebol. Uma seleção imortal.

 

Os personagens:

Ivo Viktor: foi um dos maiores goleiros da Europa nos anos 60 e 70 e um dos recordistas em participações pela seleção tcheca (63 jogos). Muito seguro e dono de reflexos rápidos, jogou muito na Eurocopa de 1976 e foi eleito para a seleção do torneio, além de ter ficado entre os melhores da Europa naquele ano. Antes de se consagrar com o título continental, Viktor quase entrou para a história por linhas tortas em 1970, quando Pelé arriscou um chute de meio de campo na Copa do México e por pouco não acertou. Sorte do tcheco!

Ján Pivarník: defensor ídolo do Slovan Bratislava, Pivarník foi um dos pilares da zaga tcheca naquele ano de 1976 com muita determinação e força. Jogou 39 vezes pela seleção.

Anton Ondrus: o zagueiro e capitão tcheco naquela Euro foi um dos principais defensores dos anos 70 e exemplo de classe, posicionamento e técnica. Ondrus costumava se aventurar no ataque, marcar gols e saia jogando se sua área de cabeça erguida e com a bola dominada, como manda o manual do defensor modelo. Disputou 58 jogos pela seleção e marcou nove gols.

Koloman Gögh: outro grande zagueiro tcheco, Gögh levou a disciplina dos tempos de serviço militar para os gramados e teve destaque com a camisa da seleção e do Slovan Bratislava. Disputou 55 jogos com a camisa vermelha. Faleceu jovem, com 47 anos, vítima de um acidente de carro.

Jozef Capkovic: jogou apenas de 1974 até 1977 pela seleção, mas o suficiente para conquistar o título da Euro de 1976 e ter boas atuações no meio de campo e na zaga da equipe tcheca. Jogou 16 partidas com a camisa vermelha.

Karol Dobias: foi um dos mais versáteis jogadores tchecos da história e um dos principais da equipe na conquista da Euro. Podia jogar como lateral, volante, zagueiro e meia com muita técnica e qualidade nos passes. Foi dele um dos gols na final contra a Alemanha, um golaço, inclusive. Disputou 67 jogos pela seleção e marcou seis gols.

Jaroslav Pollák: o meio campista só não jogou a final por ter sido expulso na partida contra a Holanda, nas semis. Mesmo tendo jogado apenas uma hora naquela Euro, o jogador foi eleito para o time do torneio graças à sua entrega e enorme capacidade de marcação e neutralização de jogadas, fundamentais para garantir a partida sobre controle dos tchecos no duelo contra os holandeses. Pollák disputou 49 jogos pela seleção na carreira.

Antonín Panenka: simplesmente um mito tcheco e grande herói da conquista da Euro em 1976. O meia foi um dos maiores jogadores da história de seu país com muita qualidade nos passes, lançamentos e cobranças de falta. Soberbo e sem medo de nada, mostrou talento e personalidade ao bater de cavadinha seu pênalti na decisão contra a Alemanha. O estilo de sua cobrança fez escola pelo mundo afora e foi repetido por vários outros jogadores como Zidane (na final da Copa de 2006), Sebastian Abreu (na Copa de 2010), Andrea Pirlo e Sergio Ramos (na Euro de 2012), e o brasileiro Djalminha. Mas teve muita gente que tentou imitar o tcheco e se deu mal, casos de Neymar, Rogério Ceni, Elano, van Persie, Landreau e outros. Panenka disputou 59 jogos pela Tchecoslováquia e marcou 17 gols.

Josef Móder: meio campista perito em cobranças de escanteio, Móder jogou de 1972 até 1977 pela seleção tcheca e foi um dos destaques na conquista da Euro, em especial nas eliminatórias. Foram 17 jogos e três gols pela seleção.

Frantisek Vesely: como atacante ou ponta, Vesely brilhou com a camisa do Slavia Praga e disputou mais de 30 partidas pela seleção. Na Euro, era reserva quando entrou na semifinal contra a Holanda e mudou o jogo ao dar uma assistência e marcar o gol da vitória por 3 a 1.

Marián Masny: é o segundo jogador que mais vestiu a camisa da seleção da Tchecoslováquia na história (75 vezes) e um dos maiores artilheiros também (18 gols). Foi um dos grandes pontas do futebol europeu nos anos 70 e demonstrava muita habilidade e precisão com a bola nos pés. Foi crucial para a classificação tcheca para a Euro de 1976.

Ladislav Petrás: não foi titular na campanha do título da Euro, mas esteve no grupo campeão por causa de seu passado de brilho com a camisa da seleção. O atacante ficou conhecido no mundo inteiro quando marcou um gol contra o Brasil na Copa do México em 1970 e fez o sinal da cruz na comemoração. O ato surpreendeu a todos pelo fato de a Tchecoslováquia ser um país dominado pelo ateísmo da URSS na época. Petrás disputou 19 jogos e marcou seis gols com a camisa tcheca.

Ján Svehlík: o atacante cumpriu seu trabalho na final da Euro, quando abriu o placar do jogo logo no começo. Não tinha muita habilidade, mas foi importante para a equipe na competição. Disputou 17 jogos e marcou quatro gols com a camisa vermelha.

Dusan Galis: o atacante não foi titular na Euro, mas teve participação nas eliminatórias, quando marcou o gol da vitória sobre a Inglaterra por 2 a 1 que foi crucial para o futuro do time na competição. Disputou mais de 220 jogos de liga nacional por seu país e marcou 89 gols.

Zdenek Nehoda: outra lenda tcheca, Nehoda é o jogador que mais vestiu a camisa da Tchecoslováquia na história (90 vezes) e o vice-artilheiro geral (31 gols, apenas três atrás de Antonín Puc). Era um meia extremamente habilidoso, imprevisível e completo. Comandava as ações ofensivas da equipe vermelha e foi um dos principais jogadores de seu país nos anos 70.

Václav Jezek (Técnico): foi sob seu comando que a seleção tcheca deixou para trás o passado de vices e conheceu o doce sabor de um título. Conseguiu montar uma equipe muito forte taticamente e coletivamente e faturou uma histórica Eurocopa em 1976 derrotando simplesmente a seleção campeã (Alemanha) e a vice (Holanda) da Copa do Mundo de dois anos antes. Um imortal para qualquer torcedor tcheco.

Ondrus e a taça eterna.
Ondrus e a taça eterna.

 

Licença Creative Commons
O trabalho Imortais do Futebol – textos do blog de Imortais do Futebol foi licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição – NãoComercial – SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Com base no trabalho disponível em imortaisdofutebol.com.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença.

Comentários encerrados

6 Comentários

  1. Excelente trabalho Guilherme, nota 10!!!.
    Uma dica:Craque Imortal:Dennis Bergkamp-O ICEMAN HOLANDÊS era puro talento,técnica,maestria,enfim, genial com a bola nos pés.Aliando a tudo isso,ficou marcado no mundo futebolístico pelo medo de viajar com seus companheiros de seleção ou dos gunners ,quando o assunto era viagem aérea.

Jogos Eternos – Espanha 1×5 Holanda 2014

Craque Imortal – Michael Laudrup