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Craque Imortal – Maradona

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Nascimento: 30 de Outubro de 1960, em Lanús, Argentina. Faleceu em 25 de novembro de 2020, em Tigre, Argentina.

Posição: Meia-Atacante / Atacante

Clubes: Argentinos Juniors-ARG (1976-1981), Boca Juniors-ARG (1981-1982 e 1995-1997), Barcelona-ESP (1982-1984), Napoli-ITA (1984-1991), Sevilla-ESP (1992-1993) e Newell´s Old Boys-ARG (1993-1994).

Principais títulos por clubes: 1 Campeonato Argentino Metropolitano (1981) pelo Boca Juniors

1 Copa do Rei (1983) e 1 Supercopa da Espanha (1983) pelo Barcelona

1 Copa da UEFA (1989), 2 Campeonatos Italianos (1987 e 1990), 1 Copa da Itália (1987) e 1 Supercopa da Itália (1990) pelo Napoli.

Principais títulos por seleção: 1 Copa do Mundo (1986) e 1 Campeonato Mundial Sub-20 (1979) pela Argentina.

Principais títulos individuais:

Melhor Jogador Sul-Americano do ano: 1979 e 1980

Melhor Jogador do Mundial Sub-20: 1979

Melhor Jogador Argentino do Ano pela Associação de Jornalistas da Argentina: 1979, 1980, 1981 e 1986

Cinco Vezes Artilheiro do Campeonato Argentino (recorde na história da competição): 1978-Metropolitano (22 gols), 1979-Metropolitano (14 gols), 1979-Nacional (12 gols), 1980-Metropolitano (25 gols), 1980-Nacional (17 gols)

Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA: 1986

All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA: 1986 e 1990

Melhor Jogador do Mundo eleito pela revista World Soccer: 1986

Onze d’Or: 1986 e 1987

Bola de Bronze da Copa do Mundo FIFA: 1990

Melhor Jogador do Século XX da FIFA (votos de internautas): 2000

3º Maior Jogador do Século XX pelo Grande Júri FIFA: 2000

2º Maior jogador Sul-Americano do século XX pela IFFHS: 1999

2º Maior jogador do século XX pela revista France Football: 1999

Time dos Sonhos da FIFA: 2002

FIFA 100: 2004

Eleito para o Dream Team do Ballon d’Or da revista France Football: 2020

Eleito para a Seleção dos Sonhos da Argentina do Imortais: 2020

 

“Deus Argentino”

Por Guilherme Diniz

Ele foi o melhor jogador de todos os tempos. Isso, claro, para os argentinos. E possivelmente para os torcedores do Napoli. Diego Armando Maradona pode não ter sido o melhor dos melhores por conta de ter existido no século passado “um tal Pelé”, mas ele foi, sem dúvida alguma, um dos melhores que o mundo já viu. Dono de uma habilidade fora do comum, extrema velocidade e muita inteligência dentro das quatro linhas, Maradona foi um dos três jogadores (os outros foram Garrincha, em 1962, e Romário, em 1994) a ter ganhado uma Copa do Mundo praticamente sozinho, em 1986. O que “Dieguito” jogou naquele mundial não está escrito. Fez gol antológico driblando meio time da Inglaterra, fez gol com “a mão de Deus” e deu passes para diversos gols, inclusive para o gol do título mundial argentino. Maradona brilhou em seu país e viveu o auge ao lado do brasileiro Careca no Napoli, onde foi considerado deus e conseguiu a proeza em tentar fazer a torcida da cidade de Nápoles torcer pela Argentina na Copa de 1990, gerando a ira na própria Itália. Que ele teve diversos problemas pessoais, principalmente com drogas, isso todo mundo sabe. Mas o Imortais não vai lembrar coisas tristes e ruins. Aqui, vamos falar do jogador Maradona, e relembrar os melhores momentos desse mito do futebol.

 

O início no Argentinos Juniors

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Logo com 9 anos, Maradona já mostrava que teria um futuro brilhante no futebol. Cheio de habilidade, ele era um dos mais populares no subúrbio de Buenos Aires em que vivia, e logo começou nas categorias de base do Argentinos Juniors. Com 15 anos, disputava algumas partidas antes dos jogos e já atraia multidões. Quando foi lançado ao time profissional, não saiu mais. O vasto repertório que o craque tinha com a perna esquerda logo fez dele um dos principais jogadores do time. Chutes, dribles curtos, passes, lançamentos, cobranças de falta e escanteios eram só algumas coisas que ele fazia com perfeição, que em 1978 lhe renderam a artilharia do campeonato argentino, com ele tendo apenas 17 anos, o mais jovem artilheiro na história do torneio. Ele seria, também, artilheiro do Campeonato Argentino Metropolitano de 1979, do Nacional em 1979, do Metropolitano de 1980 e do Nacional de 1980 (Na época, os grandes clubes de Buenos Aires disputavam um campeonato entre eles antes do torneio nacional, por isso, as diferenciações). Em 1979, suas atuações o credenciaram como melhor jogador sul-americano de 1979, à frente de Romerito (PAR) e Falcão (BRA).

 

Show pela seleção sub-20

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Em 1979, Maradona foi o grande astro da Argentina campeã mundial sub-20, na competição disputada no Japão entre Agosto e Setembro. Na fase de grupos, a Argentina passou com sobras: vitória por 5 a 0 contra a Indonésia (2 de Maradona), 1 a 0 na Iugoslávia e 4 a 1 na Polônia (1 de Maradona). Nas quartas de final, os Hermanos golearam a Argélia por 5 a 0 (1 de Maradona). Nas semifinais, duelo clássico contra o Uruguai, e vitória por 2 a 0 (1 gol de Maradona). A final foi contra a sempre perigosa URSS. Mas a Argentina venceu de novo, 3 a 1 (1 gol de Maradona) e ficou com o título de maneira incontestável. Depois de acabar com as zagas rivais ao lado de Díaz, Maradona foi eleito o Bola de Ouro do torneio.

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Em 1980, o baixinho seguiu brilhando e voltou a ganhar o prêmio de melhor jogador da América do Sul, ficando à frente de Zico (BRA) e Victorino (URU). Também em 1980, Maradona levou o Argentinos Juniors ao vice-campeonato nacional, o melhor feito do time desde então. O ótimo desempenho do craque despertou interesse do Boca Juniors, que já se ligava no futebol de Dieguito desde 1976. A ida para os xeneizes ocorreu em 1981, concretizando um sonho de Maradona, que era e sempre foi um torcedor fanático do time de La Bombonera. Décadas depois, o Argentinos Juniors batizaria seu estádio com o nome de Maradona, numa plena homenagem ao craque.

 

O primeiro título

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Foi em um amistoso contra o próprio Argentinos Juniors que Dieguito fez sua estreia pelo Boca. Ele marcou de pênalti seu primeiro gol com a camisa azul e dourada. Dois dias depois, mais de 65 mil pessoas lotaram a Bombonera para ver o jogador marcar dois gols na goleada por 4 a 1 sobre o Talleres. Começava ali a frenesi que Maradona causaria na torcida. Em meio a disputa do Campeonato Metropolitano de 1981, o clube passaria a agendar vários amistosos, com o intuito de arrecadar verbas e de promover a imagem do Boca vinculada à Maradona. O destaque foram os jogos contra o Milan, na Itália, onde o Boca venceu por 2 a 1, e contra o Flamengo de Zico, com vitória brasileira por 2 a 0. Aquele ano de 1981 foi incrível para Maradona, afinal, o craque manteve suas atuações sempre marcantes, marcou gols em todos os clássicos (inclusive na vitória por 3 a 0 contra o River Plate) e ajudou o Boca a vencer o Campeonato Argentino Metropolitano, o primeiro título do time em cinco anos. No começo de 1982, antes da Copa do Mundo da Espanha, Maradona foi vendido ao Barcelona, em um contrato de 7 milhões de dólares, recorde para a época.

 

A primeira Copa

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Cortado da Copa de 1978, Maradona disputou seu primeiro mundial em 1982, na Espanha. Já com status de grande revelação do futebol e prestes a brilhar na Europa, o jogador foi caçado em campo na partida inicial contra a Bélgica, e viu sua seleção perder por 1 a 0. O jogo seguinte foi mais brando, e Maradona marcou seus primeiros dois gols na goleada por 4 a 1 sobre a Hungria. O jogo seguinte foi contra a fraca seleção de El Salvador, e a Argentina venceu por 2 a 0. Na fase seguinte, quatro grupos com três países decidiriam as vagas nas semifinais. Para azar dos argentinos, eles caíram no grupo de Itália e Brasil. No primeiro jogo, Maradona foi marcado de maneira implacável pelo italiano Gentile, que bateu de todos os jeitos no argentino. De tanto reclamar da complacência do árbitro, foi o craque argentino quem levou cartão (amarelo) ao invés do italiano. Anulado, o argentino não pôde ajudar sua seleção, que perdeu por 2 a 1. No jogo seguinte, apenas uma vitória sobre o Brasil daria chance de classificação aos argentinos. Mas a seleção brasileira venceu por 3 a 1, Maradona foi expulso, e viu o sonho de ser campeão mundial pela primeira vez ir por água abaixo. O argentino comentou, tempo depois, que o clima de já ganhou e a soberba do time argentino foram cruciais para o fracasso da então campeã mundial naquela Copa.

Era obscura no Barcelona

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Ao chegar ao Barcelona, em 1981, Maradona foi ovacionado como um salvador. Naquela época, o time catalão vivia um indigesto ostracismo e não vencia nada desde 1974. Para piorar, o rival Real Madrid colecionava canecos e o Atlético de Madrid se aproximava em números de títulos espanhóis. Com Maradona, o Barcelona esperava pôr fim a esse jejum e ter novamente uma estrela no seu plantel, a maior desde o mito Cruyff, na década de 70. Mas os anos de Dieguito no Barça não foram nada bons. O jogador, logo quando chegou ao time, teve uma Hepatite. Tempo depois, sofreu uma séria fratura no tornozelo após entrada duríssima do espanhol Goikoetxea. Apenas nesses contratempos, foram mais de 6 meses sem jogar, uma decepção para diretoria e torcedores. Porém, o ponto alto foram os títulos da Copa do Rei e da Supercopa da Espanha, ambas em 1983.

Na Copa do Rei, foi aplaudido de pé pela torcida rival do Real Madrid por seu desempenho brilhante na vitória por 2 a 1 dos catalães em pleno Santiago Bernabeu. Após o bom ano de 1983, Dieguito começou mal o ano de 1984. O jogador protagonizou uma briga generalizada na final da Copa do Rei daquele ano, contra o Athletic Club. O episódio rendeu três meses de suspensão a Maradona, o que culminou com o descrédito da diretoria, que logo aceitou uma oferta do pequeno Napoli, da Itália, para onde Maradona iria em 1984. O argentino se revoltou pela falta de apoio da diretoria nos tribunais para amenizar sua pena, e percebeu que seus dias na Espanha estavam terminados. Era hora de provar seu valor no país da bota.

Anos de ouro

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O Napoli, na década de 80, ainda era um time pequenino na Itália. O clube havia conquistado apenas duas Copas da Itália e torneios inexpressivos em sua história. Mas com Dieguito a história mudaria para sempre. A chegada de Maradona ao estádio San Paolo, em Nápoles, foi em grande estilo, de helicóptero, e logo foi tido como rei, assim como em Barcelona. Mas na cidade italiana Maradona viveria os melhores anos de sua vida como jogador. Nos dois primeiros, o Napoli não conquistou nenhum título, mas passou a infernizar os adversários e ficar sempre no pelotão de cima da tabela do Campeonato Italiano. Esse período serviu como “treino” para Diego se preparar para o grande desafio que o esperava: a Copa do Mundo de 1986.

Chance definitiva

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Com uma equipe renovada e nomes como Valdano, Ruggeri, Burruchaga, Maradona e Pumpido, a Argentina via na Copa de 1986 a grande chance de ser campeã mundial, a maior desde o contestado título de 1978. Maradona, no auge de sua forma, tratou a competição como a mais importante de sua carreira. Afinal, o craque não sabia como estaria em 1990. Na fase de grupos, a Argentina venceu a Coreia do Sul por 3 a 1 na estreia, com dois gols de Valdano e um de Ruggeri. O jogo seguinte foi contra a campeã da Copa de 1982, a Itália. Maradona fez o primeiro dele no mundial, mas seu time empatou em 1 a 1. A partida decisiva foi contra a Bulgária, e a Argentina venceu por 2 a 0, gols de Valdano e Burruchaga.

 

O caminho para a final e o show contra a Inglaterra

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Nas oitavas, a Argentina encontrou o rival Uruguai, e venceu por um magro 1 a 0, gol de Pasculli. Nas quartas de final, embate histórico e duro contra a Inglaterra. Era o primeiro jogo entre as duas seleções após a Guerra das Malvinas, que envolveu exatamente os dois países. O clima de tensão foi grande antes e durante o jogo, obrigando a polícia mexicana a realizar uma complexa operação nos arredores do estádio Azteca para coibir possíveis problemas. Porém, o que se viu em campo foi uma das maiores apresentações de um jogador na história das copas. O primeiro tempo foi morno, mas o segundo… Maradona, num gesto emblemático, abriu o placar após dar um leve toque na bola com o punho cerrado, na disputa pelo alto com o goleiro inglês. Mesmo com os protestos, o gol foi validado. Minutos depois, o craque fez todos se esquecerem da polêmica com um gol que, digamos, também foi polêmico… De maravilhoso!

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O argentino recebeu a bola no meio de campo, passou por cinco jogadores ingleses e tocou na saída do goleiro: Argentina 2 a 0. Uma pintura tão linda, tão fantástica, que, em 2002, foi eleito o gol mais bonito da história das Copas. Com muita justiça. A Inglaterra ainda diminuiu o placar com Lineker, mas aquele dia era de Maradona: Argentina 2×1 Inglaterra. A vingança dos argentinos por conta da Guerra vinha no futebol, da maneira mais deliciosa que poderia ser. No final do jogo, Maradona ainda nomeou, sem querer, o primeiro gol que havia feito: “se houve mão na bola, foi a mão de Deus” (leia mais sobre aquela partida clicando aqui).

Depois do show, a Argentina encarou a Bélgica nas semifinais. Era o mesmo adversário que havia destroçado Maradona na Copa de 1982 com botinadas, chutes e pontapés. Mesmo com muitas pancadas, Maradona se vingou e anotou os dois gols na vitória por 2 a 0 da Argentina. O país, depois de 8 anos, estava na final da Copa.

 

 

Coroação emocionante

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A final foi contra a sempre competitiva e perigosa Alemanha, que havia eliminado a melhor França desde então, de Platini, Amoros, Papin, Tiganá e Giresse. Os alemães contavam com astros da bola como Rummenigge, Matthäus, Brehme, Magath e Schumacher. Sabendo da qualidade do adversário, a Argentina se apoiou na força de seu grupo e no diferencial de ter Maradona no auge da forma. A Alemanha apostou na marcação individual de Matthäus na estrela argentina. Ela funcionou, mas não nos 90 minutos. A Argentina abriu 2 a 0 com Brown e o matador Valdano, mas Rummenigge e Völler empataram heroicamente o jogo para os alemães

Burruchaga finaliza e define a vitória por 3 a 2 da Argentina na decisão. Passe de Maradona!

 

Visivelmente cansados com o sol de rachar do México, os alemães tentavam levar o jogo de maneira calma, sem velocidade. Porém, a Argentina tratou de acabar com isso e, no pequeno lance em que Matthäus não grudou como deveria em Maradona, o pequenino fez a diferença. O craque, entre dois adversários, deu um passe magistral para Burruchaga fazer o terceiro gol dos argentinos, decretando a vitória por 3 a 2. Fim de jogo. A Argentina, dessa vez de maneira incontestável, era campeã mundial. Ou seria Maradona, campeão mundial de futebol? Tanto faz. O que se sabe é que o México, assim como 1970, via a consagração de mais um mito do futebol. Se na primeira Copa no país quem brilhou foi Pelé e uma legião de craques vestindo verde e amarelo, em 1986 foi a vez de Maradona e sua equipe albiceleste encantar. A Argentina era bicampeã mundial. E Maradona estava no topo do mundo.

 

Só dá ele

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A conquista da Copa foi o marco na carreira de Maradona. Vencer como ele venceu, carregando o time com apresentações maravilhosas, lhe rendeu muitos prêmios, como a Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA (1986), a presença no All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA (1986), Melhor Jogador do Mundo eleito pela revista World Soccer (1986) e o Onze d’Or (1986). Era o ápice. O mundo reverenciava Maradona, e os argentinos começavam a tratá-lo como deus máximo do esporte. Mas ele queria continuar seu trabalho no seu xodó: o Napoli.

 

A transformação do time celeste

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Entusiasmado e no auge com a conquista da Copa, Maradona conduziu de maneira plena o Napoli ao primeiro Campeonato Italiano da história do clube, na temporada 1986/1987. Para completar, o Napoli ainda venceria a Copa da Itália. O que poderia ser melhor? Ora, a chegada de Careca, centroavante brasileiro que estava brilhando no São Paulo. O jogador chegava à Nápoles justamente para poder jogar com Maradona, e, em 1987, começava uma das mais famosas e brilhantes parcerias do futebol mundial. Os dois, somados a outros craques do time italiano como Ferrara, Franchini, Alemão e Fusi, conseguiram fazer o Napoli a única equipe a jogar de igual para igual contra o estrondoso Milan de Rijkaard, Gullit, Van Basten, Maldini e Baresi naquela época. Os jogos entre os dois times simplesmente saiam faísca e eram recordes de público e audiência em toda a Europa (um deles foi mágico! Leia mais clicando aqui!).

Depois de um ano sem conquistas – e apenas com a artilharia do Campeonato Italiano de 1987/1988 com 15 gols -, Dieguito conduziu o Napoli à sua maior glória, em 1989: a Copa da UEFA. O time fez uma campanha brilhante e eliminou dois titãs nas fases finais: Juventus, nas quartas de final, com uma vitória histórica de 3 a 0 na partida de volta, sendo que o primeiro jogo, em Turim, tinha sido 2 a 0 para a Juventus, o que obrigava o Napoli a reverter a vantagem, e Bayern München, com vitória napolitana no primeiro jogo por 2 a 0 e empate no segundo em 2 a 2. Na final, o Napoli enfrentou o Stuttgart. No primeiro jogo, em Nápoles, Maradona fez um e ajudou seu time a vencer por 2 a 1. No segundo jogo, na Alemanha, empate alucinante em 3 a 3, e título para o Napoli. Era o primeiro caneco internacional do clube celeste, e mais um título que teve a contribuição fundamental de Maradona.

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Os últimos títulos

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Maradona e Careca levaram o Napoli a mais uma conquista do Campeonato Italiano, na temporada 1989/1990. O time ficou apenas dois pontos a frente do vice-campeão Milan. Nesse campeonato, o Napoli venceu o time rossonero por sonoros 3 a 0, em uma de suas grandes exibições. Maradona fez 16 gols. Ainda em 1990, o craque ajudou o Napoli na conquista da Supercopa da Itália. O título seria o último de Dieguito no clube.

 

Decepção na Copa

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Depois do título de 1986, Maradona tentou a conquista do tricampeonato mundial na Copa de 1990. O jogador não foi brilhante como na conquista do bi, mas teve sua participação crucial na vitória sobre o Brasil, nas oitavas de final, quando atraiu a marcação de quatro jogadores até dar a bola de presente para Caniggia marcar o gol da vitória argentina. Depois de passar pelas quartas, na semifinal Maradona teve a Itália pelo caminho, a mesma que ele pediu para os napolitanos torcerem contra, em favor da sua Argentina. A campanha de Maradona para que os torcedores fossem contra a Itália gerou muita revolta no resto do país, principalmente em cidades como Milão, Roma e Udine. Mesmo com o apelo, a torcida não conseguiu torcer contra: “Nós te amamos, Diego, mas a Itália é a nossa pátria”, foi a resposta dos napolitanos. Porém, quem riu por último foi Maradona, e sua Argentina eliminou a dona da casa nos pênaltis. Na final, Maradona reencontrou a Alemanha, que se vingou do pibe. Um magro 1 a 0 decretou o fim do sonho do tri, que acabou ficando com os germânicos. Ali, começaria a decadência e o fim da maior lenda do futebol argentino.

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Drogas e a decadência

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Com a popularidade em baixa depois da Copa de 1990, Maradona viveu um ano terrível em 1991: o craque foi pego em um exame antidoping por uso de cocaína. Ele foi suspenso por 15 meses, e ainda teve o nome ligado à Camorra, a máfia napolitana. Em 1992, ele decide deixar o clube e inicia uma batalha judicial que dura 86 dias. Depois do imbróglio, ele se transfere para o Sevilla, da Espanha, já com uns quilinhos a mais. Lá, fica até 1993, sem brilhar. Ele retorna à Argentina para jogar no Newell´s Old Boys e começa a recuperar a forma. Porém, uma série de lesões brecam uma possível reação. Deprimido, Maradona descobre um fisiculturista em Buenos Aires que lhe ajuda a emagrecer rapidamente. O “tratamento” dá certo, e o craque disputa a Copa do Mundo de 1994. Ele começa tinindo, marcando um golaço contra a Grécia, protagonizando a célebre comemoração com os olhos bem abertos, cheio de raiva, tomando para ele uma câmera inteira.

Contra a Nigéria, Maradona demonstrou um fôlego de menino e conduziu a equipe a mais uma vitória, dessa vez de virada. Porém, o emagrecimento rápido em tempo recorde (de 89 para 76 quilos), o fôlego e a boa forma tinham uma resposta: efedrina, uma droga usada para emagrecer e com notável efeito estimulante. A FIFA descobriu e aquela partida contra a Nigéria foi a última de Maradona no mundial. Para a Argentina não ser eliminada, o craque teve de jurar inocência e seu nome foi retirado do plantel do time. A saída do ídolo acabou com a boa seleção argentina de Redondo, Batistuta, Bello e Caniggia, que foi eliminada nas oitavas de final pela Romênia. O doping causou mais 15 meses de suspensão à Maradona. O fim estava bem próximo.

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A volta e o adeus

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Depois de cumprir a suspensão imposta pela FIFA, Maradona voltou em 1995 ao seu clube do coração, o Boca, para encerrar a carreira. Mesmo com o clima de festa e toda a comoção, o craque não venceu nenhum título. Para piorar, viu o maior rival, o River Plate, colecionar canecos nacionais e vencer a Libertadores de 1996. Longe da forma ideal e sem o brilho de antes, o jogador decide se aposentar em 1997. Nos anos seguintes, se aventurou como técnico (sem sucesso), sempre esteve presente em programas de TV e viu sua saúde decair consideravelmente após 2016 por conta do abuso do álcool. Maradona faleceu em novembro de 2020, vítima de uma parada cardiorrespiratória, em casa, na cidade de Tigre, próxima de Buenos Aires, no fim de um dos maiores jogadores de todos os tempos e do século XX.

Maradona foi genial com a bola nos pés. E genioso fora dos gramados. Suas polêmicas e problemas com drogas quase estragaram seus feitos notáveis nos gramados. Felizmente, sua obra futebolística foi tão grande, tão bela e tão magnífica que nem esses fatores externos conseguiram apagar os feitos de Maradona nos campos. O futebol de Don Diego foi muito maior. Se nós temos Pelé, a Argentina teve Maradona. Um imortal do futebol.

 

Números de destaque:

 

Disputou 166 jogos e marcou 116 gols pelo Argentinos Juniors.

Disputou 71 jogos e marcou 35 gols pelo Boca Juniors.

Disputou 58 jogos e marcou 38 gols pelo Barcelona.

Disputou 259 jogos e marcou 115 gols pelo Napoli.

Disputou 29 jogos e marcou oito gols pelo Sevilla.

Disputou cinco jogos e não marcou gols pelo Newell’s Old Boys.

Disputou 91 jogos e marcou 34 gols pela Seleção Argentina.

Disputou 679 jogos e marcou 346 gols na carreira.

Deu 240 assistências para gols na carreira.

 

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Confira uma homenagem especial do Imortais a Maradona clicando aqui.

 

Leia mais sobre o Napoli de Maradona clicando aqui.

 

 

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Comentários encerrados

4 Comentários

  1. Maradona nunca teve seleções de melhores do mundo como Messi tem hj, Maradona foi o jogador que levava equipes pequenas a grandes títulos, ganhando praticamente sozinho.

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